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27 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 6/ 03 /1 8 HARMONIZAÇÃO E CRIATIVIDADE EM CARDÁPIOS Unidade II 3 VINHOS A harmonização de vinhos não é norteada e nunca será definida unicamente pelos processos de produção, colheita, controle ou manutenção dos vinhedos, ou seja, a harmonização é aleatória e não depende desses fatores para ser bem‑sucedida. Assim, fatores climáticos somados à ação do homem na produção das uvas não ditam as características primordiais à harmonização, mas são indicativos importantes para esta. Segundo Phillips (2003), os primeiros fabricantes de vinho, na Idade da Pedra, colheram uvas de videiras selvagens, amassaram e as deixaram em alguma depressão de pedra. Ali ocorreu naturalmente a fermentação, aparecendo o álcool resultante da fermentação. Até que chegássemos aos atuais níveis controlados de produção demorou muito tempo. O mundo do vinho tende a ser considerado pelo público geral como muito sofisticado, glamoroso e com rituais a serem seguidos para poder pertencer a esse exclusivo clube de consumidores refinados. Isso se dá possivelmente devido ao valor agregado à bebida e à cultura propagada pela mídia, que diz ser necessário conhecimento em enologia para poder usufruir do mundo do vinho. O aluno não deve crer nessas afirmações, que mais funcionam como barreiras. O vinho tem herança cultural consideravelmente menor se comparado com a cerveja e até mesmo com a cachaça (uma bebida típica e nacional). O vinho não é de todo importado, e o Brasil tem que passar a se reconhecer como um país produtor de bons vinhos. O vinho é a quinta bebida mais consumida do mundo, ficando atrás apenas do café, chá, leite, cerveja e, claro, da água, que é de inquestionável necessidade para a sobrevivência humana. Ele é usufruído pelo homem há aproximadamente 10 mil anos, e foi, junto com a cerveja, a bebida que ampliou o comércio e quebrou as barreiras linguísticas para a comercialização. Com objetivo comercial, foi preciso, além de entender outros idiomas, avançar em técnicas de transporte (navegação) e aprimorar a agricultura e a escrita, esta muito necessária para registrar a produção, a compra e a venda. Se comparado aos milhares de anos que alguns países europeus já vêm produzindo vinho, o Brasil pode ser considerado novo no ramo. Por seus costumes, cultura e por ser um país tropical, o País aderiu ao frescor da cerveja, por isso o consumo per capta em vinho é muito baixo. Na China, há uma década, não existia consumo de vinho. Atualmente, graças à constante troca de informações devido à globalização, o país é um bom consumidor da bebida, provando que a abertura do comércio age diretamente na cultura alimentar, bem como demonstra o quão importante é estar aberto a novos alimentos e experimentar novas sensações. Isso mostra que a cultura alimentar sempre pode evoluir. 28 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 6/ 03 /1 8 Unidade II Observação Crucial para um bom aprendizado é entender que alguns ditados populares não são de todo verdade. O ditado “quanto mais velho melhor” é um deles. Alguns vinhos realmente ficam melhores com o amadurecimento em garrafas em temperatura e posição corretas, outros são produzidos para ser consumidos o quanto antes, estragando após curto tempo, mesmo que em temperatura e posição adequadas. 3.1 Velho Mundo e Novo Mundo Faz‑se importante mencionar as diferenças entre esses dois mundos da cultura do vinho, pois essas diferenças quanto ao cultivo, às tradições, aos métodos de produção e até quanto à rotulagem influenciam os consumidores. Velho Mundo e Novo Mundo são escolas diferentes que levam ao mesmo objetivo; agradar e fidelizar o consumidor final. Vamos começar falando sobre o vinho no Velho Mundo, onde tudo começou. Quando o homem se tornou sedentário – o que só aconteceu ao controlar a criação de animais para sua subsistência (suínos, caprinos, bovinos etc.) –, também dominou a agricultura, plantando cereais, leguminosas, frutas e hortaliças para poder se alimentar, dando assim início ao escambo (troca de mercadorias por outras mercadorias). A evolução significativa do vinho como bebida se deu com a invenção da garrafa no século XVII, pois, com esta a conservação, o transporte e o armazenamento do vinho melhoraram a comercialização, e este ficou melhor para ser consumido, podendo desenvolver características sensoriais. A invenção da garrafa promoveu um salto evolutivo muito grande na qualidade e na quantidade da produção (JOHNSON; ROBINSON, 2014). Fazem parte do Velho Mundo países como França, Itália, Espanha, Grécia, Portugal, Turquia, Alemanha, Croácia, Eslováquia, Hungria, Israel e Romênia. Diz‑se velho porque o vinho faz parte da história desses países. Há produtores que têm contato com a produção de vinhos há milênios. Alguns produtores atuais são da décima quarta geração de família produtora de vinho instalada no mesmo local desde o ano 1400. Segundo Johnson e Robinson (2014), esses países têm em comum o conhecimento misturado à tradição de mais de 3.000 anos produzindo vinho. Algumas rotas comerciais foram criadas para comercializar a bebida, e, a partir delas, formaram‑se povoados, vilas e cidades para que as caravanas de vendedores pudessem pernoitar e depois seguir viagem. Algumas guerras foram realizadas por causa do vinho que outro país possuía, e outras guerras foram evitadas pelo mesmo motivo. De acordo com Johnson e Robinson (2014), o país que vencia a guerra não destruía os vinhedos dos vencidos; pelo contrário, optava por preservar os produtores, pois 29 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 6/ 03 /1 8 HARMONIZAÇÃO E CRIATIVIDADE EM CARDÁPIOS o conhecimento que eles detinham sobre aquela produção não podia se perder, e, como não poderia deixar de ser, a vitória da guerra sempre era comemorada com muito vinho. Atualmente, sabemos que muitas dessas guerras moldaram o mapa político da Europa. Com o descobrimento do Novo Mundo – América e Oceania – surgiu a possibilidade de expandir a cultura vinícola, ou seja, a tradição de consumir vinho passava para a colônia, mas tinha que sofrer adaptações de regionalidade. O Brasil por muito tempo não pôde cultivar vinho, pois tinha que comprar tudo de Portugal, até que, em 1808, a corte portuguesa veio para o Brasil, fugindo de Napoleão Bonaparte, e, chegando aqui, não encontrou vinho. Foi a partir desse acontecimento que a lei foi mudada e o País passou a produzir a bebida. Tudo isso parece um detalhe, mas teve influência direta na cultura alimentar de toda uma nação, pois, como não houve produção de vinho por quase 300 anos depois de o Brasil ter sido descoberto, a população se adaptou a consumir cerveja e cachaça. Se nos compararmos aos países vizinhos da América do Sul, devemos mencionar que a ditadura também não foi boa com os produtores nacionais, pois tivemos nossas barreiras de importação e exportação por muito tempo fechadas, dificultando o intercâmbio cultural, a importação de tecnologia e o conhecimento em viticultura (processo que vai desde o plantio à produção de vinho). Esses antigos fatores acrescidos à alta taxa de tributação fiscal que, infelizmente, impera sobre as bebidas alcoólicas no Brasil, dificultam e oneram a produção, a exportação e a comercialização de produtos de boa qualidade feitos por produtores honestos. Não vamos entrar no mérito da política fiscal, mas o consumidor percebe na hora de comprar seu vinho em um mercado ou em um restaurante que o preço é muito mais elevado do que se o comprasse direto do produtor. Os vinhos nacionais são mais caros devido à alta tributação, fazendo com que os consumidores diminuam ouaté mesmo não consumam o vinho nacional, optando pelo importado, pois a diferença de preço é quase irrelevante. Para aumentar o consumo per capta, o vinho nacional deveria ser muito mais em conta se comparado com o importado, pois este tem custo de transporte aéreo ou marítimo, pode demorar a chegar e ainda sofre com as taxas de importação. Com o aumento do consumo, há aumento da produção, o que, consequentemente, gera mais trabalho em todo o setor agrícola, no transporte, na fabricação e nos insumos (garrafas, rolhas, rótulos etc.). Esse processo gera renda a centenas e até a milhares de famílias, faz girar a economia local e, devido às exportações, causa efeitos positivos na balança comercial. O chamado Novo Mundo do vinho comporta países que, além de terem sido descobertos por volta de 1500, também são novos na tradição do cultivo, produção e exportação do vinho. Os países que fazem parte dessa categoria de produtores são Brasil, Estados Unidos, Uruguai, Argentina, Paraguai, Bolívia, Chile, Nova Zelândia, Austrália, África do Sul, China e Japão. Alguns deles não conseguem exportar, pois o consumo interno e a produção são equivalentes, e outros se tornaram grandes exportadores. 30 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 6/ 03 /1 8 Unidade II Fatores como condição do cultivo das videiras, clima, relevo, altitude, amplitude térmica, índice pluviométrico e outros são importantíssimos – junto à ação do homem como controlador, que corrige falhas, aduba e colhe as uvas – para manter um produto de boa qualidade por muito tempo no mercado, imprimindo, assim, uma marca de excelência. Devido às facilidades de exportação que alguns países possuem para colocar esses produtos disponíveis em vários mercados e exportar para o mundo todo, hoje podemos achar muitas bebidas de qualidade internacional em qualquer bom mercado. Até em boas padarias, podemos encontrar vinhos de vários países com uma boa variação de uvas. Quanto ao Japão, a vinificação (produção de vinhos) está se tornando cada dia mais moderna, precisando, segundo Mattos (2012), aumentar a produção para poder exportar. A bebida é consumida especialmente pelos jovens que querem sair do tradicional saquê e já começa a entrar na cultura alimentar japonesa. Exemplo de aplicação A fim de aprimorar seu conhecimento gustativo, comece suas degustações com vinhos mais simples e feitos no Novo Mundo para, só então, evoluir ao Velho Mundo do vinho. Não são todos os países que podem produzir vinho, existem muitas variações e exigências das videiras, como temperatura, microclima, luminosidade, amplitude térmica, vento, latitude, altitude, índice pluviométrico, tipo de solo, relevo, umidade média do ar e ação do homem (técnicas agronômicas). Pelas condições citadas, podemos ver que a maioria dos fatores que influenciam diretamente na qualidade da produção dos vinhos diz respeito aos recursos naturais. Esses recursos formam o que chamamos de terroir (leia‑se terroá). O terroir imprimirá a “alma” de cada vinho, pois, ainda que pegássemos a mesma espécie de uva de dois lugares muito parecidos em questão de clima ou de solo, nunca conseguiríamos colocar todas as condições de plantio exatamente iguais em dois lugares diferentes no mundo, por isso, um vinho nunca será igual a outro. 31 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 6/ 03 /1 8 HARMONIZAÇÃO E CRIATIVIDADE EM CARDÁPIOS Figura 6 – Paralelos ideais para produção de vinho O mapa‑múndi mostra as faixas termais propícias ao cultivo de vinhas e vinhedos. Essas faixas são chamadas de paralelos e estão entre 30° e 50° do Norte e do Sul. Se pegarmos, da mesma região produtora, a diferença de uma safra para outra, ou seja, de um ano para o outro, existirão variações do microclima. Em um ano pode chover mais que em outro, ou ter menos horas de luz que o outro, ou ter menos ou mais vento etc. Essas variações promoverão diferenças que serão perceptíveis aos sommeliers, enólogos, enófilos e até por pessoas um pouco mais detalhistas em suas degustações. Saiba mais Você pode obter muitas informações sobre o mundo do vinho nos seguintes filmes: UM BOM ano. Dir Ridley Scott. EUA/Inglaterra: Fox 2000 Pictures. 2006. 117 minutos. O JULGAMENTO de Paris. Dir. Randall Miler. EUA: Unclaimed Freigth Productions, 2008. 110 minutos. MONDOVINO. Dir. Jonathan Nossiter. Argentina/EUA/França/Itália: Diaphana Films. 2004. 135 minutos. SIDEWAYS: entre umas e outras. Dir. Alexander Payne. EUA: Fox Searchlight Pictures, 2004. 126 minutos. O VINHO perfeito. Dir. Ferdinando Vicentini Orgnani. Itália: Alba Produzioni. 2013. 92 minutos. 32 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 6/ 03 /1 8 Unidade II O Velho Mundo tradicionalista procura por vinhos de guarda, vinhos que ficam melhores depois de mais de dez anos em condições de armazenamento e controle de temperatura adequados. Em alguns casos, o armazenamento pode ser ainda maior, chegando a mais de 60 anos. Esse vinho vai desenvolver todo o seu potencial de maturação, ou seja, vai amadurecer na garrafa, ficando ainda melhor para o consumo depois de décadas de descanso. O Novo Mundo, por outro lado, quebra paradigmas quanto a cultivo, porcentagem de adição de outras uvas, rótulos com descrição de produção, sugestão de harmonização, temperatura de serviço, nome das uvas a serem consumidas e, claro, quanto à produção de vinhos jovens, feitos para serem consumidos o quanto antes, sem a preocupação com o status que o vinho poderia ter ou com regras de consumo. As duas culturas descritas têm vantagens, a escolha vai depender do que o consumidor deseja. Em um mundo, o tradicional, emblemático e único poder de compra de vinhos caros e renomados por décadas; em outro, o poder de simplesmente abrir uma garrafa de vinho despreocupado com quem o fabricou, quanto tempo demorou a ser produzido ou se teve que ficar descansando por anos até poder abrir a rolha. Independentemente da escolha que se faça, é bom ter em mente que o vinho não é uma bebida só para consumo imediato. É muito mais saboroso consumir um vinho conhecendo sua história, sua harmonia com a natureza e o esforço investido para produzir uma garrafa do mais puro e elaborado vinho. É uma bebida para quem está buscando evoluir o paladar e usufruir da harmonização que o vinho pode proporcionar. Em geral, esses consumidores são pessoas que não querem simplesmente ingerir algo alcoólico, mas sim adicionar cultura alimentar, desfrutar ou compartilhar uma garrafa com uma pessoa especial. Esses são considerados prazeres refinados e que promovem socialização em bom nível. Por isso, é muito mais agradável consumir vinho estando acompanhado, lembrando que uma garrafa deve ser aberta e consumida no mesmo dia para não estragar. Depois que o vinho entra em contato com o ar, inicia‑se o processo de oxidação, que altera o sabor da bebida, mesmo se mantido em geladeira e com o uso do vácuo van, que é uma bomba manual que retira o ar de dentro da garrafa. 3.2 Enólogo, enófilo ou sommelier? Conforme vamos nos aprofundando e apreendendo conhecimentos, começam a aparecer palavras técnicas sobre o assunto em questão. Assim, para evitar confusões quanto aos termos enólogo, enófilo e sommelier, vamos esclarecer cada um deles a seguir: • Enólogo: é o profissional com formação acadêmica em Enologia que tem conhecimento para definir qual tipo de uva será de melhor plantio em determinado tipo de solo, as doenças das videiras e seus controles, rotulagem e legislação, química e bioquímica do vinho, análises laboratoriais, controle em barris, tempo de maturação, fermentação e quantidade a ser misturada de uma uvacom outra para fazer vinhos de excelente qualidade. 33 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 6/ 03 /1 8 HARMONIZAÇÃO E CRIATIVIDADE EM CARDÁPIOS • Enófilo: é o apreciador, a pessoa que está buscando informações sobre o assunto, começando a degustar e a apreciar o imenso mundo do vinho. É o entusiasta, motivado a aprender sobre o tema. • Sommelier: é o profissional que faz um curso técnico de aproximadamente um ano e meio aprimorando seu paladar e olfato nas degustações assistidas, explorando a história dos vinhedos e da cultura da bebida, às vezes, montando cartas de vinho, dando aulas de harmonização em escolas técnicas e faculdades de Gastronomia ou, ainda, trabalhando nos próprios restaurantes, onde ele indica rótulos aos clientes e promove belas harmonizações. Enólogo, enófilo e sommelier: entenda as diferenças de vez e a importância de cada um Enólogo A terminação (sufixo) logo tem origem no grego logos, que serve para indicar aquele que estuda, que tem conhecimento científico em algo. Sendo assim, o enólogo é um graduado em Enologia, um profissional em manusear a química dos vinhos. Sua especialidade é ligada às etapas de produção do vinho, ou seja, da manutenção do solo, domínio das técnicas de produção até a composição do vinho. É o enólogo, e apenas ele, quem assina os vinhos. É em suas mãos que tudo começa, e é o enólogo quem toma as decisões sobre a produção do vinho, desde a análise do solo até a melhor técnica para a colheita das uvas. Além disso, também participa do processo pós‑colheita, definindo as técnicas de vinificação e o momento de colocar o vinho no mercado. Ele é um especialista na fabricação do vinho e tudo o que o envolve até ser engarrafado. Enófilo Já os enófilos são os apaixonados por vinho, por beber e estudar vinho. Existem os enófilos mais avançados e os mais iniciantes. Para ser chamado assim, não é necessário ter nenhuma formação na área, apenas apreciar um bom vinho e buscar entender suas peculiaridades. O enófilo costuma sempre estar atualizado sobre vinhos para fazer melhores escolhas durante a compra. Normalmente são apreciadores que buscam conhecimento independente em diversos temas de vinicultura, como harmonizações, tipos de uva, particularidade de cada região, história do vinho e métodos de produção da bebida. Para um enófilo, é importante saber sobre as principais características presentes nos vinhos para ter maior autonomia no consumo e compra da bebida. Além de buscar informações em blogs e revistas especializadas, o enófilo pode aumentar seu conhecimento 34 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 6/ 03 /1 8 Unidade II fazendo algum curso de aprofundamento técnico e até viagens para regiões vinícolas a fim de estudo e, claro, entretenimento. Alguns enófilos se aprofundam tanto na história, elaboração e consumo dos vinhos que são reconhecidos como formadores de opinião e consultores em vinhos, mas, de modo geral, a maioria deles é curioso e despretensioso apreciador da bebida. Sommelier O sommelier é um profissional especialista em tudo o que envolve a arte de servir vinho, ou seja, depois do processo de fabricação. Seus serviços são muito utilizados em restaurantes, bares, supermercados e lojas do setor gastronômico. Possuem um conhecimento técnico sobre vinhos, temperatura, harmonização, armazenagem, etiqueta e principais regiões. São responsáveis por todo o processo que envolva as bebidas, desde a compra e recebimento das mercadorias até a elaboração da carta. A profissão surgiu antes do século XVII, na França. Ele era o responsável por transportar o fermentado e, curiosamente, tinha a obrigação de provar o seu conteúdo antes de ser servido, para comprovar que a bebida não havia sido envenenada. Tempos depois, a função mudou para designar o especialista que garante produtos de boa qualidade. Em restaurantes especializados em vinho, o trabalho de sommelier é indispensável e é ele quem abre a garrafa, indica as taças mais adequadas e serve as bebidas na temperatura ideal. Além disso, o sommelier planeja e organiza o serviço de vinhos em empresas de eventos gastronômicos, hotelaria, restaurantes, supermercados, enotecas e em comissariada de companhias aéreas e marítimas. Também faz a gestão do abastecimento e armazenagem dos produtos. Conclusão Resumindo, o enólogo é um profissional que representa a produção de vinhos, enquanto o sommelier está ligado ao serviço de bebidas. Já o enófilo, é o consumidor final e apreciador de vinhos. Desfeita a confusão, um brinde a todos: sommeliers, enólogos e enófilos! Saúde! Fonte: Enólogo (2018). Quanto às funções de bartender, barman e mixologista, não entraremos no mérito individual de cada um, mas, de forma geral, são os profissionais que servem os clientes e que têm conhecimento técnico das propriedades dos vários tipos e estilos de bebidas alcoólicas e não alcoólicas. Seguindo 35 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 6/ 03 /1 8 HARMONIZAÇÃO E CRIATIVIDADE EM CARDÁPIOS normas internacionais de coquetelaria ou mixologia, elaboram drinks e coquetéis com as mais variadas cores, frutas, especiarias, ervas e infusões. Esses profissionais promovem efeitos visuais e gustativos dos mais amplos. Saiba mais Para saber mais sobre vinhos, vinicultores e sommeliers, assista ao documentário a seguir: SOMM: dentro da garrafa. Dir. Jason Wise. EUA: 2016. 90 minutos. É necessário mencionarmos o profissional que serve a todos os tipos de cliente, o garçom. A palavra deriva do francês (garçon) e significa menino ou rapaz, em referência ao modo de pedir para ser atendido. Todas as profissões citadas são importantes para o mundo enogastronômico (bebida e comida). Existe uma cadeia muito grande de profissionais nesse ramo – seja no cultivo das videiras, seja na abertura da garrafa na mesa do cliente – e cada um, com suas competências específicas, colabora para servir e agradar o consumidor final. 4 HARMONIZAÇÃO COM VINHO 4.1 Tipos de harmonização com vinho Por terem mais complexidades no paladar e no aroma do que a cerveja, os vinhos possuem algumas regras de harmonização. É de bom tom mencionar que o campo de sensações gustativas é muito amplo e pessoal, não vamos aqui ensinar como degustar perfeitamente e tecnicamente um vinho, mas o aluno precisa ter em mente que as possibilidades de aromas que podemos encontrar em um vinho são muito grandes. A seguir, tipos de harmonização com vinho: • Harmonização por similaridade ou equilíbrio: é quando as características da comida se equilibram com as características do vinho. A regra de que comidas leves harmonizam com vinhos refrescantes e leves é pura verdade, um não atrapalha o outro. Por exemplo, pratos como saladas, aves, porções de mariscos e ceviche irão harmonizar com vinhos de uvas leves. • Harmonização por contraste: é quando alguma característica presente no vinho corta algum elemento do prato. Por exemplo, o tanino corta o efeito da gordura da carne, a doçura corta o efeito da gordura e vinhos com acidez alta cortam o efeito do sal e da picância (pungência). 36 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 6/ 03 /1 8 Unidade II Lembrete Embora a harmonização intencione melhorar o sabor da bebida, e vice‑versa, sempre devemos preservar e respeitar o gosto particular do consumidor. 4.2 Tipos de vinho e suas harmonizações Para falar de harmonização, devemos nos ater aos tipos de vinho de cada categoria (branco, rosé, tinto) e suas subclasses (espumante, fortificado, frisante). Contudo, essa classificaçãonão é unanimidade entre os autores da vasta literatura do vinho. Quanto às categorias dos vinhos, alguns citam a existência de até 14 delas, mas mencionaremos as classificações do modo mais simples, segundo Calo (2004), tornando o assunto mais fácil de entender. Os vinhos brancos suaves e equilibrados são fáceis de degustar e muito bons para o nosso país de clima tropical, especialmente no verão. São vinhos refrescantes, com boa acidez, mineralidade e harmonizam com comidas leves, sem molhos e com especiarias, como frango frito, saladas, frutos do mar, massas leves, ceviche, azeitonas e salgados do tipo coxinha, quibe etc. Não mencionaremos marcas ou nomes de produtores porque de um ano para outro pode haver alterações na produção ou no terroir, o que muda as características do vinho. Colocaremos os nomes das uvas para o consumidor poder escolher o país, o produtor, o ano ou a safra de acordo com suas condições e desejos. Observação Uvas de uma mesma variedade podem ter nomes diferentes, ou seja, uma uva pode ter quatro ou cinco nomes distintos a depender do país, das tradições, da língua e dos costumes praticados. Atualmente, existem garrafas de vinho de 187 ml, 375 ml, 1,5 litro, 3 litros, 6 litros, 9 litros, 12 litros, 18 litros, 20 litros e até de 25 litros. A seguir, tipos de vinho branco, suas respectivas uvas e sugestões de harmonização: • Vinho branco leve: é um tipo de vinho fácil de degustar, pois é refrescante e tem uma ótima acidez. É muito fácil de ser encontrado e mais ainda de ser consumido, porque muitos não precisam de acompanhamento para harmonizar. — Uvas: albariño, silvaner e soave. Algumas dessas uvas são facilmente encontradas em locais simples, outras são consideradas mais difíceis de achar, o que se dá apenas em lojas específicas de vinho, mas, apesar da dificuldade de encontrar algumas delas, o valor comercial não é elevado. 37 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 6/ 03 /1 8 HARMONIZAÇÃO E CRIATIVIDADE EM CARDÁPIOS — Harmonização: sem acompanhamentos ou com pratos muito leves, como saladas, pães leves ou integrais e peixes sem muitos condimentos e molhos. • Vinho branco aromático: na degustação você observará que esse tipo de vinho possui uma diferença em relação aos outros, ele é mais encorpado e de aroma elevado. O sabor lembrará frutas, como lichia, pêssego, abacaxi e maracujá. — Uvas: sauvignon blanc, pinot gris, riesling, chenin blanc e gewurztraminer. — Harmonização: com pratos que acompanham alecrim, tomilho, hortelã, capim‑limão, erva‑cidreira, carne de porco, frango, peixe, comida japonesa e frutos do mar (não sendo fritos). • Vinho branco encorpado: em geral, é um vinho fácil de encontrar. Tomá‑lo sem acompanhamento será mais difícil, pois possui corpo forte e teor alcoólico mais alto, podendo ou não passar por barris de carvalho. — Uvas: viognier, sémillon, torrontés, chardonnay e falanghina. — Harmonização: com pratos mais elaborados e mais fortes. Também com peixes mais gordurosos, queijos salgados ou curados, molhos e chutneys, nozes, castanhas e amendoins salgados. • Vinho branco doce: é um vinho colhido tardiamente, que tem mais açúcar nas uvas e passa por um método de produção que não permite fermentação por muito tempo, assim, esse vinho tem menos álcool e é mais adocicado. — Uvas: moscato (moscatel), tokaji aszú (furmint), sauternes (sémillon, muscadelle e sauvignon blanc) e ice wine (riesling e whitewater hill). Foram citados os nomes comerciais, pois, buscando apenas os nomes das uvas, serão encontrados vinhos diferentes dos doces mencionados. — Harmonização: com comidas gordurosas (foie gras), gorgonzola, bolos, sorvetes e sobremesas em geral. • Espumante branco e rosé: são vinhos que possuem perlage, ou seja, que têm borbulhas abundantes e de tamanho pequeno. Independentemente se champanhe ou espumante, cava ou crimant, podem ainda ser divididos em níveis de açúcar residual. Os espumantes comumente usados para comemorações e brindes dificilmente são ingeridos em grandes quantidades. Devido ao adocicado da bebida, uma taça é suficiente para fazer o consumidor querer um acompanhamento, mesmo que leve. — Uvas: brancas e vermelhas ou ainda misturadas entre elas; cabernet sauvignon, merlot, grenache, chardonnay, pinot noir. Grande facilidade de encontrar todos os tipos mencionados. 38 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 6/ 03 /1 8 Unidade II — Harmonização: com creme brullée, frango, suflê, cogumelos, pratos apimentados, comida japonesa, sobremesas em geral e também muitos deles não precisam de um acompanhamento. Lembrete Perlage vem do francês perle, que significa pérola, refere‑se às borbulhas que os champanhes, espumantes e frisantes possuem, e que, após abertos, devem ser abundantes e pequenas. No quesito preço, alguns champanhes, espumantes, cavas, proseccos e sparkling wine podem chegar a centenas de dólares, mas outros são bem acessíveis e fáceis de encontrar. Segundo Pacheco (2010), pela legislação francesa um vinho espumante só poderá ser chamado de champanhe se for produzido na região de Champagne, na França. Do contrário, mesmo que use as mesmas uvas e métodos de produção, deverá ser chamado de espumante (mousseux). No Brasil, os espumantes produzidos em Santa Catarina e Rio Grande do Sul são de excelente qualidade e merecem ser apreciados, alguns estão em listas internacionais de melhores espumantes do mundo com preço acessível. A seguir, alguns tipos de vinho, suas respectivas uvas e sugestões de harmonização: • Vinho rosé: é um vinho refrescante e descomplicado, ideal para consumo na meia estação. Pode ser feito de uvas brancas, tintas ou ambas. — Uvas: neste caso a especificação das uvas é irrelevante, pois existem várias delas que podem dar origem a um vinho rosé, cabendo ao aluno tentar comparar um rosé francês a um austríaco, espanhol, italiano etc. até encontrar o seu preferido. — Harmonização: com atum, paella, sanduíches leves, alcachofra, carne de porco e peixes mais encorpados e elaborados. • Vinho tinto leve e refrescante: é fácil de beber, e alguns nem pedem acompanhamentos. Certos tipos são fáceis de encontrar, outros somente em locais especializados em vinho. — Uvas: gamay, cabernet franc, lambrusco, pinot noir e trousseau. Essas uvas podem ser cultivadas em vários países do mundo, sendo fácil de encontrar produtores. — Harmonização: com salsichas e embutido menos gordurosos, legumes salteados, saladas de ervas frescas, bifes não muito gordurosos, lasanhas e frutos do mar. • Vinho tinto encorpado: possui um bom peso na boca, pede acompanhamento, é complexo em seus aromas e tem boa concentração de frutas e madeira. É o vinho mais fácil de encontrar, bem como o vinho branco leve. 39 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 6/ 03 /1 8 HARMONIZAÇÃO E CRIATIVIDADE EM CARDÁPIOS — Uvas: tempranillo, malbec, merlot, shiraz ou shyrah, cabernet sauvignon, tannat, carmenère e nebbiolo. — Harmonização: com cordeiro, salmão defumado, batatas assadas, carne bovina e de caça. • Vinho fortificado: é um vinho que pode receber adição de álcool vinílico em determinada etapa de produção e que, geralmente, deve ser degustado em pequena quantidade após a refeição, como digestivo, pois, em geral, é muito alcoólico e adocicado. É encontrado nas casas comerciais como vinho do porto. — Uvas: marsala, banyuls, xerez, manzanilla e tawny. São uvas que dão origem aos famosos vinhos Xerez e do Porto. Para comprá‑los, basta solicitar pelo nome do vinho. — Harmonização: com bacalhau, chocolate, queijos fortes, amêndoas, sobremesas doces. Segundo Cole (2014), a temperaturade serviço dos vinhos depende do tipo de vinho que será servido. Brancos refrescantes devem ser servidos de 4,5 a 7 °C; brancos aromáticos de 7 a 10 °C; brancos doces de 10 a 13 °C; espumantes de 6 a 9° C; rosés de 8 a 11 °C; tintos leves de 10 a 13 °C; tintos encorpados de 15 a 18 °C; e fortificados de 17 a 20 °C. Não se preocupe em ficar controlando a temperatura do seu vinho ou colocando um termômetro para conferir. Por estarmos em um país tropical, a tendência é apreciarmos bebidas mais refrescantes e, consequentemente, mais geladas. Não se sinta envergonhado em pedir um balde com gelo para o garçom e colocar seu vinho nele, pois, na taça, ele logo começará a esquentar. Se você preferir, pode tomá‑lo mais frio ou levemente mais aquecido, o que acontecerá só de permanecer na taça por pouco tempo. 4.3 Tipos de taça Atualmente, é muito fácil comprar copos e taças, mas, segundo Furtado (2009), no ano 669 a.C. – data em que foram encontradas referências às fórmulas de fabricação de vidro na biblioteca do rei assírio Assurbanipal – não era bem assim. A preocupação do homem com o recipiente ideal para cada tipo de bebida foi se aprimorando de acordo com a criatividade dos projetistas, que priorizam o sabor e o aroma. Cada copo tem a função de colocar a bebida mais no fim da língua ou mais no começo dela, fazendo, assim, com que as papilas gustativas sejam mais bem contempladas, o que torna a degustação melhor e mais eficiente. 40 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 6/ 03 /1 8 Unidade II Figura 7 – Taças de vinho Será que é necessário ter de cinco a seis tipos de taças em casa para poder usufruir dos vinhos? A resposta é não. Você pode usar uma taça chamada ISO, que é uma taça coringa que pode ser usada com qualquer tipo de vinho. Caso você queira aumentar seu arsenal de taças, comece com o tipo de vinho que você mais vai consumir, para isso, primeiro defina entre brancos ou tintos. Após escolher, observe o preço, marca, tamanho e quantidade de taças. Você não precisa comprar 12 taças se só você e mais uma pessoa irão consumir o vinho, um jogo de taças é suficiente. Resumo Vimos que a quantidade e a variedade de produtores é grande, como também são muitos os rótulos e os tipos de vinho. Cabe ao aluno testar e elencar suas preferências gustativas, aprimorando aos poucos o paladar e não estacionando em um só tipo; migrar para outros horizontes é muito importante em enologia. Brancos, tintos, rosés, espumantes e fortificados são palavras que começam a fazer parte do seu leque de possibilidades em bebidas de alto nível. Lembramos que quem consome vinho já passou da fase de ingerir álcool simplesmente por ingerir, esse consumidor deseja, mais do que beber, compartilhar momentos únicos e conversas agradáveis. Consuma com moderação, não se torne escravo dos seus hábitos. Beber vinho comedidamente pode promover saúde, socialização e lazer, mas isso não vai acontecer se você for dependente do álcool. 41 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 6/ 03 /1 8 HARMONIZAÇÃO E CRIATIVIDADE EM CARDÁPIOS Não se preocupe com as normas que cercam o mundo do vinho, beba com admiração e respeito, pois dentro de uma garrafa não existe somente o líquido da uva, mas todo um conjunto que mistura terroir à dedicação do homem. Logo você dominará as regras de etiqueta e poderá optar por quais seguir ou não seguir. Não seja dependente da rotina dos grandes ciclos e dos consumidores ilustres, somos um povo que aprende rápido e que facilmente absorve as tradições de outros povos. O Brasil tem pouco tempo no mundo dos viticultores, mas já apresenta boa qualidade em nível internacional. O mundo do vinho tem muita história, informações e detalhes. Repare que, se comparado com outras culturas, como a do trigo, arroz, feijão etc., os produtores de vinho têm uma ligação muito diferente com a bebida; eles a acompanham desde a plantação até o envase. No mundo do vinho, você é o mestre. Defina‑se como um consumidor, um aprendiz que busca cada vez mais ter informações sobre o tema. Caso se depare com alguém que tenha mais experiência em degustações, aproveite e escute as histórias, pois o vinho deve ser compartilhado, como também as degustações e as experiências. Exercícios Questão 1. A temperatura tem grande relevância para exaltar a qualidade de um vinho, de forma a liberar seus aromas e sabores. Leve em conta a especificidade de cada vinho a seguir e assinale a alternativa correta em relação à faixa de temperatura mais apropriada para todos durante o serviço. I – Vinhos brancos, suculentos e aromáticos. II – Vinhos tintos, vibrantes e frutados. III – Vinho rosé. A) Acima de 20 ºC. B) Entre 10 e 12 ºC. C) Entre 5 e 18 ºC. 42 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 6/ 03 /1 8 Unidade II D) Entre 5 e 8 ºC. E) Abaixo de 5 ºC. Resposta correta: alternativa C Análise da alternativa C) Alternativa correta. Justificativa: se a uva for branca, é indicado o consumo do vinho entre 8 e 12 ºC, sendo a temperatura mais baixa para os mais jovens, frescos e frutados; e a mais alta para os brancos mais densos, encorpados, complexos e/ou evoluídos. Para os tintos, a escala pode variar entre 15 e 18 ºC, sendo a temperatura mais baixa para os mais frutados e jovens, de taninos leves a médios; e a mais alta para os vinhos encorpados, estruturados, concentrados, complexos e/ou evoluídos. Os rosados devem ser consumidos por volta de 12 ºC. Os espumantes pedem entre 5 e 8 ºC. Os brancos de sobremesa costumam ser de 5 a 10 ºC. Abaixo dos 5 ºC, as papilas gustativas podem ficar anestesiadas, danificando seu paladar. E, acima de 20 ºC, o vinho pode perder equilíbrio, liberando um aroma desagradável de álcool. Quadro Temperatura Vinho 6º a 8ºC Espumantes e vinhos brancos doces. Sauternes, Moscato, Tokaj, Retsina, Trockenbeerenauselese. Além de vinhos de má qualidade, pois temperaturas muito baixas mascaram defeitos. 8º a 10ºC Brancos suaves, alguns brancos secos e espumantes rosé. Gewurztraminer, Aligote, Tafelwein, Vinho verde branco, Muscadet, Vouvray, Sancerre, Pouilly, Frascati, Orvieto, Lambrusco, Chanin Blanc, Riesling. 10º a 12ºC Brancos mais secos e vinhos rosados. Chablis, Macon, Bordeauxs brancos, Sherry fino, alemães secos de qualidade, Soave, Verdicchio, Chardonnays e Sauvignon Blancs em geral. 12º a 14ºC Grandes brancos e tintos ligeiros. Porto branco, Amontillados, grandes Borgonhas brancos, Beaujolais, Chinon, Valpolicella, Bardolino. 14º a 16ºC Tintos de pouco ou médio corpo. Cotes du Rhone genéricos, Chianti comum, Barbera, Zinfandel. 16º a 18ºC Tintos envelhecidos e tintos mais macios como os feitos de Pinot Noir. Porto Ruby ou Tawny, Bourdeaux genéricos. Chianti Riserva e os melhores do Rhone. 18ºC Grandes tintos como alguns de Bourdeaux e tintos ricos em tanino como os australianos, portugueses e espanhóis em geral, Barolo, Barbaresco, Supertoscanos, Brunello, Porto Vintage e Madeira. Questão 2. Champanhe é uma denominação de origem, ou seja, denomina um vinho elaborado com as uvas de certa região, seguindo uma técnica determinada. Portanto, só se pode chamar de champanhe o vinho espumante elaborado na região de Champagne, na França. Com base nesta afirmação, assinale a alternativa correta. 43 Re vi sã o: E la in e - Di ag ra m aç ão : J ef fe rs on - 1 6/ 03 /1 8 HARMONIZAÇÃO E CRIATIVIDADE EM CARDÁPIOS A) Os vinhos espumantes de qualidade são produzidos somente na França, por conta de características específicas do solo. B) O tamanho das borbulhas não tem relaçãocom a qualidade do vinho espumante. C) Vinhos espumantes e champanhes são sinônimos de preço alto. D) O champanhe é um vinho espumante, mas nem todo vinho espumante é champanhe. E) O gás presente nos vinhos espumantes é adicionado após a fermentação, durante o engarrafamento. Resolução desta questão na plataforma.