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Universidade Federal do Rio de Janeiro Instituto de Física Física Experimental I – Angelo Gomes Relatório 3: Movimento Retilíneo Uniforme Integrantes: Leonardo Vasconcellos e Pedro Machado Turma: IM2+NTA3 Horário: Sexta feira, de 08:00 às 10:00 INTRODUÇÃO: No experimento realizado tivemos como objetivo medir a velocidade de um carrinho que realiza Movimento Retilíneo Uniforme. A ideia é provar o MRU. Para tal, colocamos o carrinho no trilho de ar do laboratório e fizemos registros da posição do carrinho em função do tempo. O Movimento Retilíneo Uniforme é uma “junção” de dois movimentos: o movimento retilíneo e o movimento uniforme. Dizemos que um corpo realiza movimento retilíneo se o mesmo percorre uma trajetória em uma dimensão, ou seja: em uma reta. Já um corpo que realiza movimento uniforme percorre distâncias iguais em intervalos de tempo iguais, ou seja: a velocidade do corpo é constante durante todo o movimento. Sendo assim, um corpo realiza Movimento Retilíneo Uniforme (MRU) quando o mesmo percorre uma trajetória reta com velocidade constante. No experimento medimos o tempo e a posição do carrinho ao longo da sua trajetória. A hipótese que será testada no experimento é a de que o gráfico do MRU é uma reta. MODELO TEÓRICO: Da Segunda Lei de Newton sabemos que Fr = m*a, onde Fr é a força resultante, m é a massa do objeto e a é a aceleração do mesmo. Como a = 0 e a = dv/dt, temos que a velocidade é constante. Mas v = dX/dt. Então temos uma equação diferencial separável e, ao resolvê-la, temos que X = X0 + v*t. Sabemos que a equação de uma reta é y = αX + β. Então β = X0 e α = ΔX / Δt PROCESSO EXPERIMENTAL: Primeiramente fomos verificar se o trilho de ar estava nivelado. De fato estava. Em seguida pegamos uma câmera e um tripé no laboratório e posicionamos de forma que o trilho de ar ficasse inteiramente contido na imagem da câmera. Posicionamos a câmera corretamente, ligamos o trilho de ar e demos um impulso no carrinho para que ele pudesse percorrer o trilho. Deixamos o carrinho ir até o final e voltar para o início para aí sim começarmos a filmar o movimento. Depois de encerrado o filme do movimento do carrinho, abrimos o mesmo no programa ImageJ para que pudéssemos analisar o movimento e fazer uma leitura manual dos dados do experimento. Para tal precisamos calibrar nossa imagem (que será explicado em seguida). Feita a calibração, coletamos os dados de tempo e posição do carrinho. 4 – Na tela do computador ficava fácil ver as medidas da posição do carrinho em pixels, mas precisávamos das medidas em centímetros ou milímetros. Para calibrar a imagem, fizemos o seguinte: sabendo que o trilho de ar mede 200 cm, verificamos quanto ele media na tela do computador, ou seja, em pixels (aqui destacamos a importância de o trilho de ar aparecer totalmente no vídeo). Com o auxílio do ImageJ obtivemos uma medida de 523 pixels para o comprimento do trilho de ar. Portanto, fazendo uma “regra de três” simples, calculamos que a constante de calibração k. 5 – A conta que precisamos fazer foi: k = 200/523 = 0,382409 cm. Ou seja, 1 pixel = 0,382409 cm. Com relação à incerteza dessa nossa constante k, vamos fazer as contas no Apêndice B, mas já podemos adiantar que a incerteza de k será muito pequena em relação à incerteza da medida dos pixels. ANÁLISE DE DADOS: 6 – P t (s) x (pixel) δ (pixel) x (cm) δx (cm) 0 0 107 1 40,92 0,38 1 1 138 1 52,77 0,38 2 2 170 1 65,01 0,38 3 3 207 1 79,16 0,38 4 4 245 1 93,69 0,38 5 5 283 1 108,22 0,38 6 6 323 1 123,52 0,38 7 7 363 1 138,81 0,38 8 8 401 1 153,35 0,38 9 9 438 1 167,50 0,38 Notamos que a disposição dos pontos no gráfico nos faz pensar em uma reta, ou seja, é possível traçar retas que representam bem o conjunto de pontos experimentais. O esquema fica bem parecido com o proposto no modelo teórico que foi citado acima. 7 – Feito o gráfico da posição em função do tempo, tiramos 10 cópias do mesmo e traçamos em cada cópia uma reta que melhor representa o conjunto de pontos experimentais encontrados. Depois escolhemos dois pontos em cada reta dessas e marcamos em vermelho no gráfico (os gráficos estão ao final do relatório). Em cada gráfico tivemos pares diferentes de pontos. Com esses dois pontos calculamos o coeficiente angular de cada uma das retas. Para fazer o gráfico no papel milimetrado tivemos que fazer uma adaptação. Nessa nossa adaptação, 1 cm representa 1,5 mm no papel milimetrado. Portanto, quando calculamos o coeficiente angular da reta no gráfico não obtemos o que buscamos. Precisamos multiplicar o valor encontrado por 20 3 para obtermos o “verdadeiro” coeficiente angular, que é a velocidade buscada. Exemplo: No gráfico 1 encontramos um coeficiente angular de 2,1 cm/s, mas o que buscamos é A = (2,1*20)/3 = 14. Ou seja, a velocidade encontrada no gráfico 1 é de 14 cm/s. Com todos os 10 valores obtidos, fizemos o cálculo da média [(V1 + V2 + … + V10) / 10] para termos o valor da velocidade do carrinho a partir do método 1. Sendo assim, a velocidade encontrada pelo método 1 foi V = 14,25 cm/s. No apêndice A colocamos uma tabela com as velocidades encontradas em cada um dos 10 gráficos. 8 - y = Ax + B Resultados A = 14,30 δA = 0,04 V = (14,30 ± 0,04) cm/s B = 37,90 δB = 0,22 X0 = (37,90 ± 0,22) cm X²/ndof = 17,35 9 – Chegamos finalmente ao método 3. Nesse método nós utilizamos os 10 pontos experimentais para calcular as coordenadas do ponto médio do conjunto de pontos. A abscissa do ponto médio será o valor médio das abscissas dos pontos experimentais e a ordenada do ponto médio será o valor médio das ordenadas dos 10 pontos. Feito isso, obtemos pontos à direita e à esquerda do ponto médio. Então marcamos o menor valor atingido pelos pontos à esquerda e marcamos o maior valor atingido pelos pontos à direita. Ligamos essas duas marcações com uma reta e obtivemos a reta de maior coeficiente angular αmaior. Depois marcamos o maior valor atingido pelos pontos à esquerda do ponto médio e também marcamos o menor valor atingido pelos pontos à direita. Ligamos essas duas marcações por uma reta e obtivemos a reta de menor coeficiente angular αmenor. Feito isso, conseguimos obter o coeficiente angular da reta média: α = ( αmaior + αmenor) / 2 Além disso, a incerteza do coeficiente angular da reta média é calculado como: δα = (αmaior - αmenor) / 2. Temos, assim, a velocidade do carrinho pelo método 3. Tendo o coeficiente angular da reta média e o ponto médio dos pontos experimentais, fomos capazes de traçar no mesmo gráfico a tal reta média. Esse gráfico segue em anexo ao final do relatório. Segue abaixo os resultados que obtivemos (esses resultados são os obtidos depois da multiplicação por 20 3 citada acima no relatório por conta da escala que utilizamos): αmaior = 14,14 cm/s αmenor = 13,98 cm/s α = 14,06 cm/s e δα = 0,06 cm/s 10 - Velocidade (cm/s) Incerteza Relativa (%) Método 1 14,25 ± 0,20 1,4 Método 2 14,30 ± 0,02 0,2 Método 3 14,06 ± 0,06 0,4 Primeiramente observamos que o valor mais provável para a velocidade é o valor encontrado pelo método 2 porque contamos com a ajuda de um software (Qtiplot). O método 3 retornou uma incerteza relativa menor que a incerteza do método 1 porque as incertezas dos pontos experimentais eram muito pequenas. O método 1 é um método estatístico e, como utilizamos uma amostra pequena (10 gráficos), obtivemos uma incerteza relativa grande comparada aos outros dois métodos. 11 – Em todos os métodos utilizados pudemos verificar que o gráfico de um MRU é de fato uma reta. CONCLUSÕES: Com base no experimento realizado podemos concluir que todos os 3 métodos utilizados aproximaram os pontos experimentais por uma reta e os valores encontrados para seus coeficientes angulares foram bempróximos. Podemos dizer que o objetivo do experimento foi atingido: verificamos que o gráfico do Movimento Retilíneo Uniforme é de fato uma reta, estando de acordo com o modelo teórico citado no começo do relatório. APÊNDICE A: Coeficiente Angular Gráfico 1 14 Gráfico 2 14,33 Gráfico 3 14 Gráfico 4 14,08 Gráfico 5 14,66 Gráfico 6 15 Gráfico 7 15 Gráfico 8 12,91 Gráfico 9 14 Gráfico 10 14,66
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