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CASO CONCRETO - SEMANA 5- PRATICA SIMULADA

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CASO CONCRETO – SEMANA 5 – PRATICA SIMULADA III

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO TRIBUNAL DO JÚRI DA VARA CRIMINAL DA COMARCA … DO ESTADO …

Processo Nº. …
Autor: Ministério Público Estadual
Denunciado: Tício

TÍCIO, devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe que lhe move o Ministério Público, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência interpor, ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS nos termos do art.394 §5º C/C 403, §3° do CPP, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos:
I - DOS FATOS
Tício, em solidariedade frente a situação de gravidez da sua colega de trabalho Maria, lhe oferece carona após mais um dia de trabalho. No entanto, Tício, de forma imprudente, imprime velocidade excessiva, sem observar seu dever de cuidado, pois queria chegar a tempo de assistir ao jogo do time do seu coração, que seria transmitido naquela noite.
Assim, Tício, ao fazer uma curva fechada, perdeu o controle do carrro e capotou. Logo em seguida, os bombeiros prestaram socorro e encaminharam desde logo Maria ao hospital mais próximo, onde ficou constatado que a mesma não havia sofrido qualquer lesão. Contudo, na mesma ocasião constatou-se que havia sido interrompida a sua gravidez em razão da violência do acidente, conforme consta no laudo do IML, acostado às fls. 14 deste processo.

II - DO DIREITO
Como já sabido, Tício foi denunciado pelo MP pela prática do crime previsto no art. 125 do CP, qual seja, o crime de aborto, no entanto, com o máximo respeito, o entendimento do Ministério Público mostra-se claramente equivocado.
Sabe-se que o crime de aborto não admite tentativa, ou seja, só é cabível a tipificação no referido crime quando há dolo, ou seja, vontade e consciência do agente em atingir o resultado, o que não é observado no caso narrado. Certo é que não houve consciência, muito menos vontade do agente em dar cabo ao prosseguimento do feito. Logo, se não há dolo na conduta do denunciado, não há que se falar em acusá-lo do crime do art. 125 do CP, tendo em vista que neste crime não é cabível a modalidade culposa. Na mesma esteira está o entendimento da jurisprudência: Desse modo, não houve na conduta de Tício o dolo de provocar o acidente e gerar o resultado aborto, tornando, desse modo fato atípico, afetando negativamente a denúncia do MP, na forma do art. 415, III do CPP.

III - DO PEDIDO
Ante o exposto, requer-se:
A absolvição sumária do réu com base no art. 415, III do CPP.

Nestes termos, pede deferimento.

loca, data
Nome advogado
OAB/UF

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CASO CONCRETO – SEMANA 5 – PRATICA SIMULADA III

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO TRIBUNAL DO JÚRI DA VARA CRIMINAL DA COMARCA … DO ESTADO …

Processo Nº. …
Autor: Ministério Público Estadual
Denunciado: Tício

TÍCIO, devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe que lhe move o Ministério Público, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência interpor, ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS nos termos do art.394 §5º C/C 403, §3° do CPP, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos:
I - DOS FATOS
Tício, em solidariedade frente a situação de gravidez da sua colega de trabalho Maria, lhe oferece carona após mais um dia de trabalho. No entanto, Tício, de forma imprudente, imprime velocidade excessiva, sem observar seu dever de cuidado, pois queria chegar a tempo de assistir ao jogo do time do seu coração, que seria transmitido naquela noite.
Assim, Tício, ao fazer uma curva fechada, perdeu o controle do carrro e capotou. Logo em seguida, os bombeiros prestaram socorro e encaminharam desde logo Maria ao hospital mais próximo, onde ficou constatado que a mesma não havia sofrido qualquer lesão. Contudo, na mesma ocasião constatou-se que havia sido interrompida a sua gravidez em razão da violência do acidente, conforme consta no laudo do IML, acostado às fls. 14 deste processo.

II - DO DIREITO
Como já sabido, Tício foi denunciado pelo MP pela prática do crime previsto no art. 125 do CP, qual seja, o crime de aborto, no entanto, com o máximo respeito, o entendimento do Ministério Público mostra-se claramente equivocado.
Sabe-se que o crime de aborto não admite tentativa, ou seja, só é cabível a tipificação no referido crime quando há dolo, ou seja, vontade e consciência do agente em atingir o resultado, o que não é observado no caso narrado. Certo é que não houve consciência, muito menos vontade do agente em dar cabo ao prosseguimento do feito. Logo, se não há dolo na conduta do denunciado, não há que se falar em acusá-lo do crime do art. 125 do CP, tendo em vista que neste crime não é cabível a modalidade culposa. Na mesma esteira está o entendimento da jurisprudência: Desse modo, não houve na conduta de Tício o dolo de provocar o acidente e gerar o resultado aborto, tornando, desse modo fato atípico, afetando negativamente a denúncia do MP, na forma do art. 415, III do CPP.

III - DO PEDIDO
Ante o exposto, requer-se:
A absolvição sumária do réu com base no art. 415, III do CPP.

Nestes termos, pede deferimento.

loca, data
Nome advogado
OAB/UF

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CASO CONCRETO – SEMANA 5 – PRATICA SIMULADA III 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO TRIBUNAL DO JÚRI DA VARA 
CRIMINAL DA COMARCA … DO ESTADO … 
 
Processo Nº. … 
Autor: Ministério Público Estadual 
Denunciado: Tício 
 
 
 TÍCIO, devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe que lhe move o 
Ministério Público, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência interpor, 
ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS 
nos termos do art.394 §5º C/C 403, §3° do CPP, pelos motivos de fato e de direito a seguir 
aduzidos: 
I - DOS FATOS 
 Tício, em solidariedade frente a situação de gravidez da sua colega de trabalho Maria, 
lhe oferece carona após mais um dia de trabalho. No entanto, Tício, de forma imprudente, 
imprime velocidade excessiva, sem observar seu dever de cuidado, pois queria chegar a tempo 
de assistir ao jogo do time do seu coração, que seria transmitido naquela noite. 
 Assim, Tício, ao fazer uma curva fechada, perdeu o controle do carrro e capotou. Logo 
em seguida, os bombeiros prestaram socorro e encaminharam desde logo Maria ao hospital 
mais próximo, onde ficou constatado que a mesma não havia sofrido qualquer lesão. Contudo, 
na mesma ocasião constatou-se que havia sido interrompida a sua gravidez em razão da 
violência do acidente, conforme consta no laudo do IML, acostado às fls. 14 deste processo. 
 
II - DO DIREITO 
 Como já sabido, Tício foi denunciado pelo MP pela prática do crime previsto no art. 125 
do CP, qual seja, o crime de aborto, no entanto, com o máximo respeito, o entendimento do 
Ministério Público mostra-se claramente equivocado. 
 Sabe-se que o crime de aborto não admite tentativa, ou seja, só é cabível a tipificação 
no referido crime quando há dolo, ou seja, vontade e consciência do agente em atingir o 
resultado, o que não é observado no caso narrado. Certo é que não houve consciência, muito 
menos vontade do agente em dar cabo ao prosseguimento do feito. Logo, se não há dolo na 
conduta do denunciado, não há que se falar em acusá-lo do crime do art. 125 do CP, tendo em 
vista que neste crime não é cabível a modalidade culposa. Na mesma esteira está o 
entendimento da jurisprudência: 
 Desse modo, não houve na conduta de Tício o dolo de provocar o acidente e gerar o 
resultado aborto, tornando, desse modo fato atípico, afetando negativamente a denúncia do 
MP, na forma do art. 415, III do CPP. 
III - DO PEDIDO 
 Ante o exposto, requer-se: 
A absolvição sumária do réu com base no art. 415, III do CPP. 
 
Nestes termos, pede deferimento. 
 
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