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1 Aula 2 Princípios de Transferência de Massa Notas de Aula: Profa. Dra. Camila Gambini Pereira Mecanismos de Transferência de Massa ´ Difusão X Convecção ´ Difusão Molecular: ´análoga à condução na T.C. ´Movimento de moléculas individuais através de uma substância em função de sua energia térmica. ´Processo mais lento que a T.M. por convecção. ´ Convecção na T.M. ´análoga à convecção na T.C, ´Acompanha o fluido com turbulência (agitação). ´Mesmo em fluidos sobre forte agitação, em escala muito pequena (pequenos volumes de fluido) a T.M. ocorre por difusão. 2 1 Introdução à Transferência de Massa e Difusão 1A Similaridade entre os processos de Transferência de Momento, Calor e Massa 3 1. Introdução Transferência de Momento ou Quantidade de Movimento Transferência Calor Transferência de Massa 2 4 2. Equação Geral de transporte aresistênci motrizforçaprocessooparaciatransferêndeTaxa = dz d z G d-=y (2.3-1) (2.3-2) 5 3. Equação para T. de momento, calor e massa dz )(d x zx ru r m =t dz )TC(d A q pz ra-= Transferência de Momento Transferência de Calor Transferência de Massa dz dcDJ AABAz -= (1-1) (1-2) (1-3) 6 4. Equação para a difusão turbulenta na Transferência de Massa, Calor e Momento Transferência de Momento Transferência de Calor Transferência de Massa (1-4) (1-5) (1-6) ( ) dz d x tzx ru ÷÷ø ö ççè æ e+ r m -=t ( ) ( ) dz TCd A q p t z ra+a-= ( ) dz dCDJ AMABAz e+-= 3 LEI DA DIFUSÃO MOLECULAR DE FICK 7 Figura 1-1. Diagrama esquemático do processo de difusão molecular B B B B B B B B B B A A 8 Para um sistema formado pelas substâncias A e B dz dxcDJ AABAZ -= (1-7) c [=] concentração molar total de A e B em kgmol (A+B)/m3 xA [=] fração molar de A Para misturas de densidade molar constante, como cA=cxA , temos que: ( ) AAA dccxdcdx == (1-8) Substituindo-se (1-8) em (1-7) obtêm-se (1-3) dz dcDJ AABAz -= (1-3) Difusão Molecular 9 Lei de Fick da Difusão z xDc z CDJ AABAABA ¶ ¶××-= ¶ ¶×-= JA = Fluxo molar em relação à velocidade média molar das moléculas A+B C A = Concentração molar de moléculas de A em uma mistura de A+B D AB= Difusividade ou coeficiente de difusão ú û ù ê ë é = úû ù êë é == ú û ù ê ë é == s m m A de kmoles Volume A de kmoles .sm kmoles tempo. Área kmoles 2 3 2 AB A A D ;C ;J 4 Exp. 1.1 Difusão molecular de Hélio em Nitrogênio Uma mistura de He e N2 encontra-se se no interior de um tubo cuja temperatura é constante e igual a 298 K. A pressão total no tubo é constante e igual a 1 atm. Numa das extremidades do tubo, o ponto 1, a pressão parcial de hélio, pA1, é igual a 0,60 atm. No outro extremo, o ponto 2, distante 0,20 m do ponto 1, a pressão parcial do gás hélio é igual a 0,20 atm. Calcule o fluxo de hélio, se o processo ocorre em regime permanente, sabendo- se que DAB = 0,687.10-4 m2/s. 10 Solução: 11 He + N2 1 2 Z1=0 Z2=0,20 m pA1 = 0,60 atm pA2 = 0,20 atm 1. Cálculo da concentração molar c : Para baixas pressões: nRTPV = P RT n V = Como: V nc = Logo: RT Pc = 12 ( )k 298 kgmol.k atm .m 10x05782 atm 1 3 3 ÷÷ø ö ççè æ = -, c 3 040895,0 m kgmol = Como P e T permanecem constantes c = constante 2. Cálculo de xA1 e xA2 60011 ,== P px AA 20022 ,== P px AA 5 13 Integrando temos: pois o regime é permanente 3. Cálculo de JAz dz dxcDJ AABAZ -= (1-7) òò -= 2A 1A 2 1 x x AAB z z Az dxcDdzJ 22 11 AA AA ccx ccx = = constante =AzJ constante =c pois T e P são constantes 14 ( ) ( )12 2A1A ABAZ zz xxcDJ - - = (1-11) ÷ ø öç è æ - - ÷÷ø ö ççè æ ´÷ ø öç è æ= - 0200 200600 s m 106870 m kgmol 0,040895 2 4 3 , ,,,J Az ( ) ( ) ( )211212 AAABAAABAz xxcDxxcDzzJ -=--=- 2s.m kgmol 6Az 10619,5J -´= 1D Coeficiente Convectivo de T. M.15 Taxa de transferência de massa convectiva da superfície para o fluido ou vice-versa: ( )LiLcA cckN -= 1 (1-14) kc = coef.de T.M. em m/s cL1 = conc. média no fluido em kgmol A/m3 cLi = conc. no fluido adjacente à superfície do sólido Onde: 6 2 Difusão Molecular em Gases 2A Contra-difusão equimolar em gases. 16 Figura 2-1. Contra-difusão equimolar de gases A e B 1 2 pA1 pA2 pB1 pB2 ¥¥ J*A J*B pA1> pA2 pB2> pB1 17 PTOTAL é constante O número de moles de A que se difunde para o balão 2 deve ser igual ao número de moles de B que se difunde para o balão 1. Então BzAz JJ -= (2-1) dz dcDJ AABAz -= (1-3) dz dcDJ BBABZ -= (2-2) 18 Diferenciando-se os dois membros da Eq. (2-3) obtêm-se: PTOTAL= pA +pB = constante , e c = constante, então: c = cA + cB (2-3) dc = dcA + dcB = 0, pois c = constante, logo dcA = - dcB (2-4) Sendo: então, igualando-se as Eqs. (1-3) e (2-2) temos ( ) dz dcD dz dcD BBAAAB --=- (2-5) Substituindo-se a Eq. (2-4) em (2-5) obtêm-se BAAB DD = (2-6) BzAz JJ -= 7 2B Caso Geral: Difusão e Convecção dos Gases A e B. m A de kmoles s m sm A de kmoles 3 2 ;c ;v ;J A Ad A úû ù êë é= úû ù êë é= úû ù êë é × = 19 AzJ AAd c.J Az n= Velocidade de difusão de A (2-7) É a taxa na qual os moles de A se difunde. Este fluxo pode ser convertido em velocidade de difusão. 20 Fluido em deslocamento à velocidade vm * Para um observador estacionário: (2-8) vA vm Multiplicando-se a Eq. (2-8) por cA obtém-se o fluxo cAvA = cAvad +cAvm (2-9) vA = vAd + vm vAd mAAA vcJN += (2-10) Ou seja: 21 Sendo N o fluxo convectivo total (A+B) relativo a uma coordenada fixa como: (2-11) C NNv BAm + = (2-12) Substituindo (2-12) em (2-10) temos: ÷ ø öç è æ ++= C NNcJN BAAAA (2-13) BAmBmAm NNvcvccvN +=+== ( ) mBAm vcccvN +== 8 22 Como JA é a Lei de Fick, a Eq. (1-7), ( )BAAAABA NNc c dz dcDN ++-= (2-14) ( )BABBBAB NNc c dz dcDN ++-= (2-15) A Eq. (2-14) é a equação geral para difusão + convecção, relativa a um ponto estacionário. Um equação similar pode ser escrita para NB: A questão dos referênciais N A = Fluxo molar de A em relação a um referêncial estático (o referencial estático é a fronteira de transferência de massa). 23 AAA vcN ×= m A de kmoles s m sm A de kmoles 3 2 ;c ;v ;N A A A úû ù êë é= úû ù êë é= úû ù êë é × = vA = velocidade das moléculas do tipo A c A = Concentração molar de A 24 AzJ Fluxo molar de A em relação à velocidade média molar dos componentes da mistura (referência não fixa) AN Fluxo molar de A em relação a umreferencial estático (o referencial estático é a fronteira de transferência de massa). A questão dos referênciais 9 1) Contra-difusão EQUIMOLAR: ´Destilação de etanol 25 A= Etanol B= H2O Netanol NH2O OHetanol BA NN NN 2 -= -= Dois casos distintos de DIFUSÃO 2) Difusão de A (etanol) por um B (H2O) que não se difunde: ´Recuperação de etanol perdido por evaporação nas dornas de fermentação via absorção em água. 26 A= Etanol B= H2O Netanol 0 0 2 == ¹= OHB oltaneA NN NN Conclusão: A mesma substância se difunde nos dois casos, mas em situações bem diferentes. Dois casos distintos de DIFUSÃO 1) Contra-difusão equimolar (Destilação):27 ( )21 AAABA BA cc z DN NN -×= -= 10 ´ Contra-difusão equimolar em gases:28 [ ] [ ]2121 AAABAAABA yyPzTR DPP zTR DN -×× ×× =-× ×× =PP z1 distância, z z2 p B p B 1 p A2 p B2 p A A B p A 1 ´ Contra-difusão equimolar em líquidos (N A = - N B )29 ( ) ( ) 2 :onde 21 m 21 m 21 ÷ ø öç è æ r+÷ ø öç è æ r =÷ ø öç è æ r -×÷ ø öç è æ r×=-×= MM M xx Mz Dcc z DN AAABAAABA = densidade da mistura M = peso molecular (médio) da mistura r ´ Exercício 2: Uma mistura etanol-água em fase vapor está sendo retificada por contato com uma solução etanol-água em fase líquida. O etanol está sendo transferido do líquido para o gás e a água do gás para o líquido. Os fluxos molares dos dois componentes são iguais mas em direção oposta. A temperatura é 95ºC e a pressão é 1 atm. Ambos os componentes estão difundindo através de um filme gasoso de espessura igual a 0,1 mm. Fora do filme gasoso a porcentagem molar do etanol é 80%, enquanto na interface líquido-gas é 10%. Calcule a taxa de difusão do etanol e da água em kg;h através de uma área de 1m². Dados: DAB= 0,206 cm²/s 30 11 31 Figura 2-2. Difusão de A através de B estacionário: (a) benzeno evaporando em ar; (b) amônia sendo absorvida por água ZF Z Z2 – Z1 Zo Água líquida Z2 – Z1NA NA 2 1 1 2 p A1 p A2 Ar (B) NH3 (A) Ar (B) (a) (b) Benzeno líquido (A) 2) DIFUSÃO DE A ATRAVÉS DE B ESTACIONÁRIO (NB=0) 32 ( )0++-= AAAABA Nc c dz dcDN (2-16) Para derivar o caso de A difundindo através de B estacionário B , NB é substituído na Eq. (2-14), Com P = constante, substituindo c = P/RT, p A = x AP e c A/c = p A/P , na Eq. (6.2-16), A AAAB A Np p dz dp RT DN +-= (2-17) Reordenando, (2-18)dz dp RT D p pN AABAA -=÷÷ø ö ççè æ -1 33 N dz D R T dp p PA z z AB A A tp p A A 1 2 2 1 1ò ò= - -. . / N D P R T z z P p P pA AB t t A t A = - - - . . .( ) .ln 2 1 2 1 (2-19) (2-20) Integrando 22 AB PPP -= Usando a média logarítmica: 1 2 21 1 2 12 lnln B B AA B B BB BM P P PP P P PPP -=-= (2-21) ( ) ( ) BM AAAB A P PP zzRT PDN 21 12 - - = (2-22) Como, Substituindo na Eq. (2-20): 1 2 12 ln. ).(. . B BtAB A p p zzTR PDN - = 12 ´ Difusão de A em B (que não se difunde) em gases:34 ú û ù ê ë é - -× ×× × =ú û ù ê ë é - -× ×× × = 1A 2AAB 1A 2AAB A y1 y1ln TRz PD pP pPln TRz PDN [ ] ÷ø öçè æ - = -× ××× × = 1 2 12 , 21 , ln :onde B B BB mB AA mB AB A p p ppp pp pTRz PDN PP z1 distância, z z2 p B p B 1 p A2 p B2 p A A p A 1 35´ Difusão de A em B (que não se difunde) em líquidos [ ] ( ) ÷ø öçè æ - = -×÷ ø öç è æ r×= 1B 2B 1B2B m,B m,B 2A1AAB A x xln xxx x xx Mz DN :onde m ú û ù ê ë é - -×÷ ø öç è æ r×= 1A 2AAB A x1 x1ln Mz DN m 0N0N BA =¹ e ou Exercício 3 36 Um tubo metálico mantido à temperatura constante de 293K contem água. A pressão total do ar seco é igual a 1,01325.105Pa (1,0 atm) e a temperatura igual a 293 K (20oC). A água se evapora e se difunde a partir da superfície do líquido. A distância da superfície do líquido até a extremidade do tubo metálico é igual a 0,1524m. Calcule a taxa de evaporação da água para operação em regime permanente. O coeficiente de difusão da água no ar a 293 K é igual a 0,250.10-4m2/s. Assuma que o sistema pode ser tratado como isotérmico. 13 Exemplo Resolvido Difusão em tubo com comprimento variável Um recipiente cilíndrico (proveta) contendo uma pequena quantidade de água (A) é colocado em repouso em um ambiente onde a temperatura é praticamente constante (26°°°°C) e a umidade relativa do ar (B) é de 50%. Deseja-se fazer uma estimativa aproximada do tempo para evaporação de toda água. PTOTAL = 1 atm.; Dvapor-ar = 0,26 cm2/s ( 26oC, 1 atm.). 37 Solução: Assumiremos a condição de pseudo regime permanente, pois o nível de água varia lentamente. Conforme o tempo passa, o trajeto difusional aumenta. Para um tempo t , a Eq. (2-22) descreve o comportamento do sistema, logo: 38 )pp( p.z.T.R D.PN 2A1A M,B ABt A -= (2-23) Considerando que a área da seção transversal é igual a S, temos que para um intervalo de tempo dt o nível decresce em dZ e a massa evaporada é igual a CA (S.dz), então: td )dz.S(CS.N AA = (2-24) 39 Igualando-se as Eqs. (2-23) e (2-24), reagrupando e integrando obtêm-se: òò - = FF 0 d p.T.R )pp(D.Pdz.zC M,B 2A1AABt z z A t 0 t Resolvendo para t F, temos: (2-25) (2-26))(.2 ..)( t 21 , 2 0 2 AAtAB MBA F ppPD pTRzzC F - - =
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