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1. fonte do direito e forma de expressão. 2.costumes – definição, requisito, aspectos gerais. A doutrina, tradicionalmente exige dois requisitos para a configuração de um costume: um objetivo, fático, material e outro subjetivo, psicológico. O primeiro é o uso prolongado, com caracteres de uniformidade, publicidade, generalidade. E o segundo é a convicção de sua obrigatoriedade. Assim, o costume deve ser seguido não por bondade ou altruísmo, mas em razão de estar diante de uma norma de conduta a ser obedecida. Leis podem muitas vezes refletir apenas o interesse da elite detentora do poder legislativo. Entretanto, o costume surge, naturalmente da vontade dos jurisdicionados, representando os interesses de um povo. apesar de alguns códigos passados trazerem limites temporais para a efetivação dos costumes, hodiernamente a doutrina concorda que não se pode datar o começo de uma prática. alem disso, existem ações reiteradas que, apesar de não terem origens tão antigas, estão fortemente cravadas no imaginário de um povo como ações obrigatórias e vinculantes. dependendo do ramo do direito, os costumes podem ter uma menor ou maior aceitação. há uma divergência doutrinária acerca da questão da validação dos costumes. muitos autores acreditam que o costume so se torna direito uma vez que consolidado por decisões judiciais. Marta Vinagre, no entanto, aponta que mesmo antes de ser fixado pela jurisprudência o direito consuetudinário já existe na sociedade, podendo ser dotado de eficácia. 3.fundamento jurídico dos costumes Para alguns juristas o costume só recebe sua força obrigatória a partir do poder estatal. Savigny: Volksgeist – o costume recebe seu fundamento de obrigatoriedade a partir da convicção popular, da vontade coletiva, do espírito do povo. 4.importancia dos costumes: confronto com a lei Nos últimos séculos a lei vem se consagrando como principal fonte de direito. Inclusive em países de tradição commom law, a legislação vem ganhando importância. Isso porque, entre as características mais importantes do direito moderno está a segurança de uma regulação fixa, sistematizada. Além disso, nas sociedades pos industriais as mudanças sociais ocorrem constantemente, valores morais tornam-se mais voláteis cabendo ao direito acompanhar as demandas da sociedade. Assim, o processo de legisferação torna-se mais rápido para suprir essas demandas. Entretanto, o direito consuetudinário não deve ser tomado como espécie em extinção, uma vez que, por mais sagaz que o legislador possa ser ele não consegue regular todos os fenômenos sociais. E quem supre essas lacunas é o costume dos povos. 5. prova dos costumes O conhecimento do Direito consuetudinário, quando se comparado com o das leis, é menos franco e fácil, em muitos casos há dificuldade para sua constatação. É impossível exigir-se do juiz um conhecimento dos costumes de mesma exatidão que se tem das leis, por esses motivos mostra-se prudente aquele que, alegando a existência dos costumes, antecipa-se em prova-lo. Entretanto, a prova do direito consuetudinário só torna-se necessária se assim alegar o juiz do caso. 6.espécies de costumes Secundum legem: costumes reconhecidos pela lei Praeter legem: são os que funcionam como forma de expressão jurídica supletiva à lei, operando na falta ou omissão dessa. Contra legem: são os que se formam em oposição à lei.