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APOSTILA DIDÁTICA DA DISCIPLINA NUTRIÇÃO DE MONOGÁSTRICOS

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI 
 
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS 
 
DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA DIDÁTIACA DA DISCIPLINA 
 NUTRIÇÃO DE MONOGÁSTRICOS 
 
 
 
 
AUTOR: PROF. Dr. AGUSTINHO VALENTE DE FIGUEIRÊDO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Teresina - abril / 2007 
I) EVOLUÇÃO DA CIÊNCIA DA NUTRIÇÃO 
 
 A ciência da nutrição integra conhecimentos bioquímicos e fisiológicos 
relacionando o organismo animal com o suprimento alimentar de suas células. O 
desenvolvimento da Nutrição teve a contribuição de outras ciências básicas, além da 
fisiologia e bioquímica, vêm contribuindo a física, a química orgânica, a genética e a 
microbiologia. 
 
Nutrição - Estudo dos processos que envolvem a ingestão, digestão e absorção 
dos nutrientes dos alimentos pelos animais para sua manutenção, crescimento, reparo do 
organismo, produção e reprodução. 
 
- 1760, Antoine Laurent Lavoisier - considerado o pai da Nutrição, introduziu o 
termômetro e a balança nos estudos de nutrição e através dos seus experimentos 
utilizando a calorimetria, verificou que parte do calor animal era originário da 
combustão de substâncias no organismo, concluindo em suas experiências que a 
respiração e a combustão eram processos semelhantes. 
 
- René Reamur, naturalista Francês, fez uma das primeiras observações referentes à 
digestão, fornecendo alimentos para aves e retirando-os do intestino após curto 
períodos de tempo, verificando assim, as mudanças na composição do alimento 
durante a digestão. 
 
- 1833 William . Beaumont: descreveu o suco gástrico e identificou o HCl, notou 
movimentos do estômago e verificou o efeito da emoção do homem sobre a secreção 
e motilidade gástrica. Estes trabalhos sugeriram o uso de fístulas em animais para os 
estudos de digestão realizados posteriormente; 
 
- Ainda no século XVII já se concluía que o organismo animal necessitava de vários 
nutrientes e que o valor dos alimentos não estavam num único componente químico e sim 
em três compostos, as proteínas, os lipídeos e os carboidratos. 
 
- 1883, Johan Kjeldahl, químico Dinamarquês, descobriu um método rápido para se 
determinar o valor nitrogenado dos alimentos. A partir desta data houve um grande 
avanço nos estudos de nutrição protéica. Com isso surgiu o método de determinação 
do N. 
- Já no final do século XIX se conhecia 12 aminoácidos nas proteínas e com a 
descoberta de Thomas, conclui-se que havia variação na composição de aminoácidos 
das proteínas, e que isto, afetava o seu valor biológico. 
- 
- 1912, Casimir Funk verificou que uma substância contida no farelo integral de arroz 
curava a beribéri, usando o termo “ vitamina” pela primeira vez; 
 
- Por volta de 1600 já se observava que pintinhos alimentados com casca de ovo, rica 
em cálcio, cresciam mais rápido e mais saudáveis. Entre 1930 e 1940, veio a 
descoberta do Ca, P, S, Cu, Fé; 
 
- 1948 , descoberta da B12 
- 1953, uso da gordura nas rações 
- 1970-1997, uso de várias substâncias: ác. Orgânicos, enzimas, minerais quelados, 
aminoácidos sintéticos, flavorizantes, rações peletizadas e estruzadas 
 
 
II) EVOLUÇÃO DA NUTRIÇÃO DE MONOGÁSTRICOS NO BRASIL 
 
Primeira fase - somente a partir da década de 60, surgiram as dietas balanceadas 
no Brasil 
Segundo fase (entre 1960 e 1970) - caracterizada com a entrada de grandes 
indústrias de rações 
 A terceira fase - correspondeu a expansão da produção de milho e soja, 
proporcionando maior estabilidade às rações balanceadas. Uma outra fase poderia ser 
considerada ainda: o uso da programação linear no cálculo das rações de Nutrição. 
Quadro 1 - Evolução da avicultura brasileira no século XX 
 Frangos de Corte Aves de Postura 
ANO Peso (g) CA Idade de 
Abate 
(dias) 
ovos/ciclo peso médio 
ovo (g) 
kg ração/dz 
ovos 
1910 - - 80 55 4,10 
1930 1500 3,50 105 120 54 3,25 
1950 1600 2,50 70 219 54 2,08 
1970 1600 2,00 53 255 57 1,77 
1980 1700 2,00 50 292 58 1,56 
1984 1860 1,96 46 - - - 
1989 1940 1,96 45 - - - 
1990 - - - 304 57 1,50 
1995 2026 1,88 41 328 57 1,60 
2001* 2240 1,78 41 318 57 1,40 
Fonte: Tendências...(1995) 
* Dados estimados 
Quadro 5 - Progresso na nutrição de suínos 
 
Parâmetros Ração - Ano 
Avaliados 1908 1947 1953 1958 
Duração - dias 105 105 105 105 
Peso inicial - kg 18,2 18,9 18,3 18,6 
Peso final - kg 28,4 81,5 87,2 96,4 
Ganho peso médio/dia-g 95 594 658 740 
Conversão alimentar 8,11 3,55 3,20 3,18 
FEEDSTUFFS, 1969 
 
 
Algumas Considerações: 
 
- os produtos animais são mais difíceis de se conseguir 
- pode-se dividir o mundo em dois grupos de nações: desenvolvidas e não 
desenvolvidas 
- a população dos países desenvolvidos ingere ½ a 2/3 mais proteína por dia 
- pelo menos dez mil pessoas morrem diariamente de fome ou de doenças ligadas à 
subnutrição, sendo 94% delas de países subdesenvolvidos; 
- a mal nutrição influi sobre a saúde, o estado físico, o tamanho do corpo, o 
desenvolvimento mental e a duração da vida 
 A criação de animais é importante por vários aspectos: 
 
1) os animais fornecem nutrientes essenciais (Quadro 3) 
2) animais produzem proteína de qualidade superior à dos vegetais; 
3) utilizam forragens como alimento, bem como aproveitam nitrogênio não 
protéico e subprodutos alimentares; 
4) os produtos de origem animal têm maior preferência pelos consumidores; 
5) apresentam alta produção em pequenas áreas (suínos e aves); 
 
Quadro 3 - Contribuição de nutrientes pelos produtos animais (% do total) 
 
FONTE Energia Proteína Gordura CHOs Ca P Vit. 
A 
Vit. 
B2 
Vit. 
B12 
Carne, aves 
e peixe 
 
20,10 
 
42,10 
 
34,00 
 
0,10 
 
4,10 
 
27,9 
 
21,00 
 
22,20 
 
70,00 
Ovos 1,80 4,80 2,60 0,10 2,10 5,10 5,60 4,90 8,50 
Leite 10,20 21,30 11,70 5,70 72,40 2,60 13,20 37,30 19,70 
Total 32,10 68,50 48,30 5,90 78,80 38,40 39,80 64,40 98,20 
Fonte: Agricultural Statistics, USDA 
 
 
III) NUTRIÇÃO ANIMAL: GLOSSÁRIO DE ALGUNS TERMOS 
 
- Alimento: é toda a matéria suscetível de ser transformada e aproveitada pelos 
animais, sustentando-lhe a vida, a saúde a reprodução e a produção. 
- Nutriente: é o componente do alimento, representando uma entidade química, que 
entra no metabolismo celular e concorre para a manutenção da vida; 
- Alimentação: refere-se à ingestão ou a administração de alimento; 
 
- Aditivos ou microingredientes: toda substância ou mistura de substâncias 
intencionalmente adicionadas aos alimentos para animais com finalidades específicas; 
 
- Conversão alimentar: capacidade do animal converter a ração ingerida em uma 
unidade de produto animal: 
 Consumo de alimento 
 C.A = ------------------------------ 
 Ganho de peso 
 
- Eficiência alimentar: quantidade de produto animal obtida por uma quantidade unitária 
de alimento: 
 Ganho de peso 
 E.A. = ---------------------------- x 100 
 Consumo de alimento 
 
Aditivo não nutritivo - substância não nutritiva, adicionada aos alimentos para melhorar 
suas propriedades ou seu aproveitamento 
 
Anabolismo - conversão de substâncias simples em substâncias mais complexas pelas 
células vivas (metabolismo construtivo) 
 
Catabolismo - conversão ou redução de substâncias complexas a substâncias mais 
simples pelas células vivas (metabolismo destrutivo) 
 
Dieta - indica os componentes de uma ração, ou seja,é o ingrediente ou mistura de 
ingredientes, incluindo água, a qual é ingerida pelos animais 
 
Dieta basal - uma dieta comum utilizada em experimentos animais à qual é adicionada 
uma(s) subtância(s) experimental (is) 
 
Digestibilidade - aptidão de um alimento para ser digerido por uma dada espécie de 
animal 
 
Exigência nutritiva - quantidade de cada nutriente, requerida por determinada espécie e 
categoria animal, para sua boa manutenção, sua produção e reprodução eficientes 
 
Ingrediente - componente de qualquer combinação ou mistura que constitui um alimento 
 
Ganho médio diário - média diária de incremento de ganho de peso de um animal 
 
Metabolismo - conjunto das atividades celulares em um organismo: anabolismo + 
catabolismo 
 
 
Ração - quantidade total de alimento fornecido e consumido por um animal num período 
de 24 horas 
 
Ração balanceada - mistura de alimentos convenientemente equilibrados para fornecer 
todos os nutrientes exigidos pelos animais 
 
 
Taxa metabólica basal - calor produzido pelo animal durante completo repouso, quando 
utiliza energia para manutenção da atividade celular vital. 
 
 
 
IV) NOÇÕES DE FISIOLOGIA DA DIGESTÃO 
 
 
 TGI e suas glândulas associadas servem três funções fundamentais: 
 
- DIGESTÃO 
- ABSORÇÃO 
- EXCREÇÃO 
 fatores responsáveis pelo funcionamento normal do TGI: 
 
Fatores mecânicos: apreensão, mastigação, deglutição, motilidade gástrica e intestinal e 
defecação; 
 
Fatores secretórios: atividade das glândulas digestivas ( salivares, gástricas, intestinais, 
pâncreas e fígado); 
 
Fatores químicos: atividade de enzimas, ácidos e substâncias tamponantes 
(bicarbonatos, fosfatos, sais biliares, etc); 
Fatores microbiológicos: processos fermentativos; 
 
Fatores hormonais: hormônios produzidos nas diversas seções do TGI que controlam 
todo o processo digestivo. 
 
As principais secreções envolvidas no trabalho de digestão nos monogástricos são: 
 
 Salivar - as glândulas parótidas, submaxilares e sublinguais - secretam saliva (-
amilase ); 
 Gástricas - células superficiais e mucosa - secretam mucus e fluídos alcalinos, em 
resposta a elevação dos níveis de HCL e pepsina no estômgo 
 
- Células parietais (região fúndica do estômago) - secretam HCL; 
 
- Células principais ( região fúndica do estômago) – secretam pepsinogênio; 
- Células enterocromafínicas – secretam gastrina, que regula toda secreção gástrica 
 
 Glândulas Intestinais: 
‘- glândulas intestinal ou Criptas de Lieberkühn: síntese de células da mucosa 
por mitose; 
 - glândula de Goblet - secreção de mucus; 
 - glândulas duodenais ou de Brunner - secretam muco e fluído (ricos em 
eletrólitos). 
 Pâncreas: Possui função endócrina e exócrina 
 
Endócrina - a função endócrina do pâncreas está localizada nas ilhotas de 
Langerhans, possuem três tipos de células: 
A - produzem glucagon em resposta a hipoglicemia; 
B - produzem insulina em resposta aos níveis elevados de glicose sanguínea 
C - produzem somatostatina, controle da relação insulina/glucagon. 
 
 Exócrina - o pâncrea secreta dois tipos de suco pancreático: 
 
- Primeiro suco: é alcalino, rico em íons bicarbonatos, sódio, potássio e cloro, tem 
ação de aumentar o pH da digesta a valores compatíveis à atuação das enzimas 
pancreáticas; 
 
- Segundo suco: rico em enzimas proteolíticas, lipolíticas e amilolíticas ( vide tabela 1) 
 
Tabeala 1- Principais enzimas secretadas no suco pancreático de suínos 
Classe Nome da enzima Secretada como: 
Carboidrase -amilase 
quitinase 
enzima 
enzima 
 
Protease 
(Endopeptidase) 
Tripsina 
Quimotripsina 
Elastase 
Tripsinogênio 
Quimotripsinogênio 
Proelastase 
 
Lipases Lipase 
Fosfolipase A 
Clesterol esterase 
Enzima 
Profosfolipase A 
Enzima 
 
Nuclease Ribonuclease Enzima 
Fonte: KIDDER & MENNERS , 1978 
- As enzimas proteolíticas são ativadas, inicialmente, pela ENTEROQUINASE 
 ativa o tripsinogênio  tripsina. A partir daí, a TRIPSINA ativa todas as outras pró-
enzimas. 
 
Fígado: contribui para a secreção de bile, composta por ácidos e sais biliares, 
fosfolipídios, colesterol 
 
Intestino Delgado: é o maior sítio de digestão e absorção de nutrientes no TGI, está 
dividido em três segmentos: 
- Duodeno 
- jejuno 
- íleo 
. 
O duodeno: maior digestão de carboidratos, proteínas e lipídios, ocorre ainda, alta 
taxa de absorção de nutrientes 
No jejuno - continua o processo de digestão dos alimentos, com elevada taxa de 
absorção de nutrientes, bem como de água. 
No íleo - ocorre uma baixa digestão e continuação (menor) da absorção. 
Com a chegada do alimento ácido ao duodeno, dá-se inicio a secreção dos 
hormônios: 
* Secretina 
- estimula a secreção de água e eletrólitos pelo pâncreas; 
- inibe a secreção do HCL; 
- estimula a secreção de pepsinogênio 
 
* Colecistoquinina: produzido pela mucosa duodenal, principalmente, pela 
presença de produtos da hidrólise de triglicerídeos como ácidos graxos e os 
aminoácidos (metionina, valina e fenilalanina) 
 
* Polipeptídeo inibidor gástrico - inibe a secreção gástrica ácida, a secreção 
da pepsina, estimula a liberação da insulina e a secreção intestinal 
 
* Polipeptídio intestinal vasoativo - isolado da mucosa do ID 
 
* Enteroglucagon - com efetividade para reduzir a glicose sanguínea 
 
Intestino grosso: última seção do TGI, com funções de recebimento dos resíduos 
remanescentes da digesta do intestino delgado. 
Composto por: colon, ceco e reto 
 
FISIOLOGIA COMPARADA 
 
 
1- Tipos de Animais Quanto ao Aparelho Digestivo 
 
a) monogástricos com ceco simples: homem, suínos, aves e cão, etc; 
b) monogástricos de ceco funcional: cavalo e coelho; 
c) poligástricos: bovinos, ovinos, caprinos, etc. 
 
a) Monogástricos com ceco simples: Caracterização 
 
 Suínos: - pequena capacidade de armazenamento; 
 - pequena capacidade de síntese de nutrientes; 
 - reduzida capacidade de digerir fibra - intestino grosso pequeno 
 - focinho desenvolvido 
 Aves: - ausência de dentes 
 - presença de bico córneo 
 - dilatação no esôfago: papo 
 - função gástrica em dois locais: proventrículo e moela 
 - duplo ceco 
 
b) Monogástricos de ceco funcional: 
 
 Eqüinos : estômago relativamente pequeno, deve-se ter cuidado com alimentação 
 - grande número de bactérias 
 - grande capacidade de desdobrar fibras 
 - síntese de nutrientes 
 - ausência de vesícula biliar 
 - dificuldade de regurgitação 
 
c) Poligástricos ou Ruminantes: 
 
- subdivisões do estômago: - rumem -  60 do trato digestivo 
 - retículo 
 - omaso: reduz a umidade do alimento 
- abomaso: estômago verdadeiro 
 
 
 
 
Quadro 6 - Capacidade média (litros) do trato digestivo de alguns animais 
Compartimento Animal 
 Bovinos Suínos Eqüinos 
Estômago 252,00 7,9 18,20 
Intestino delgado 65,90 9,10 64,00 
Ceco-cólon 37,9 10,20 129,80 
TOTAL 355,70 27,20 212,00 
 
 
02. Características Nutricionais dos Animais Monogástricos 
 
a) reduzida capacidade de armazenamento de alimentos e como consequência 
devem ter acesso contínuo à alimentação 
 
b) a taxa de passagem dos alimentos no TGI é relativamente rápida e os 
nutrientes devem estar prontamentedisponíveis para seu aproveitamento 
 
c) baixa capacidade de digerir fibra devido a reduzida microflora existente no 
trato digestivo 
 
d) pequena capacidade de síntese gastrintestinal e como consequência, todos os 
nutrientes exigidos para máximo desempenho devem estar presentes na dieta 
 
e) a digestão dos alimentos faz-se por intermédio de enzimas digestivas 
produzidas pelos animais 
 
f) aproveitam mais eficientemente os alimentos concentrados do que os 
ruminantes. 
 
 
VI ) APROVEITAMENTO DOS NUTRIENTES DO ALIMENTOS 
 
 
1- Nutrientes e Composição Corporal 
 
 A composição em nutrientes do corpo dos animais varia de acordo com a espécie, 
idade e estado nutricional (Quadro 1). Essa mudança na composição pode assim ser 
entendida: 
 
a) água: reduz com idade, maturidade e acúmulo de gordura corporal 
 
b) gordura: aumenta com o crescimento e engorda do animal; bastante influenciada pelo 
consumo alimentar 
 
c) proteína - permanece mais ou menos constante durante o crescimento, mas reduz com 
a engorda 
 
d) cinzas: reduz à medida que o animal engorda 
 
 
Quadro 8 - Composição corporal de suínos, aves e eqüinos 
 Nutrientes (%) 
Animais Categoria Animal Peso Vivo Água Lipídio Proteína Cinza 
(kg) 
Suínos Recém-nascido 
Desmamado 
Crescimento 
Ao abate 
1,40 
30,00 
45,40 
100,00 
74,00 
70,00 
66,80 
50,00 
2,00 
9,00 
16,20 
34,40 
19,00 
17,50 
14,90 
13,00 
5,00 
3,50 
3,10 
2,60 
Aves Pintinho 
Frangos 
Poedeiras 
0,04 
1,60 
2,00 
78,80 
65,70 
59,60 
4,00 
12,20 
20,00 
15,30 
18,40 
17,00 
1,90 
3,70 
3,40 
Eqüinos Recém-nascido 
Desmamado 
Adulto 
49,90 
181,40 
476,30 
73,00 
69,00 
62,00 
2,00 
9,00 
17,00 
20,00 
18,00 
17,00 
5,00 
4,00 
4,00 
Fonte: ENSMINGER; OLDFIELD & HEINEMANN (1990) 
 
ÁGUA 
 
A água pode ser considerado o nutriente mais critico. A privação de água para o 
animal é mais grave do que a falta de carboidratos, proteínas e outros nutrientes. 
Representa um constituinte essencial para a estrutura das células, além de ser meio para 
as reações químicas do metabolismo. 
O animal pode perder praticamente toda gordura corporal, metade das suas 
proteínas orgânicas e aproximadamente 40 % do seu peso e manter-se vivo, no entanto, 
se perder apenas 10 % de água ocorrerá transtornos que levam a sua morte. Em condições 
normais, a água total do organismo raramente varia mais que 1 – 2 %, variação suficiente 
para alterar a secreção do hormônio antidiurético ( Vasopressina) 
A SEDE – em conjunto com o hormônio antidiurético, exerce um papel muito 
importante na homeostase da água. A sede tem sido definido como um desejo consciente 
de beber. O sódio é o principal determinante da osmolaridade dos fluídos extracelulares, 
porque a sua quantidade nesses fluídos é maior do que a de outros solutos e, também, 
porque não entra facilmente nas células. 
 
FONTES DE ÁGUA 
 
1) Água de Bebida - é a principal fonte de água para os animais, devendo ser limpa e 
livre de contaminações. Existem certas características que afetam a qualidade da 
água, tornando-a imprópria para o consumo de aves e suínos, quais sejam: 
 
- Minerais traços: a presença de elementos tóxicos como F, Se, Fe e Mo em excesso 
são extremamente tóxicos; 
 
- Nitrogênio: a presença de nitrogênio na água indica decomposição de matéria 
orgânica, contaminação fecal ou nitratos. Os animais têm pequena tolerância a 
presença de nitratos solúveis na água; 
- Coloração: uma boa água de bebida deve ser incolor, inodora e sem gosto; 
 
- pH: o pH da água pode ser mantido em sua alcalinidade ou acidez; valores ideais de 
pH da água variam de 7,0 a 7,2. 
 
- Dureza: a presença de excessos de sais de cálcio e magnésio tornam a água 
imprópria para o consumo 
 
- Bactérias : a presença de bactérias na água indica matéria orgânica e/ou contaminação 
fecal, havendo a necessidade de tratamento (cloretação ). 
 
 
2) Água Metabólica: refere-se à água formada durante o processo de oxidação dos H2 
contidos nas proteínas, carboidratos e gorduras a nível de metabolismo orgânico. 
 As gorduras produzem maior quantidade de água metabólica do que os 
carboidratos e proteínas. 
 
 
Demonstração da Produção de Água Metabólica 
 
 
1) Oxidação da Glicose: 
 
 C6H12O6 + 602  6C02 + 6H20 + energia 
 
 Pesos moleculares: glicose = 180 
 
 6H20 = 108 
 
 108 
 Água metabólica (%) = ----------- x 100 = 60% 
 180 
 
 
 
2) Oxidação do tripalmitilglicerol: 
 
C51H9706 + 72,502  51 C02 + 49H20 + energia 
 
 
 Pesos moleculares: tripalmitilglicerol = 805 
 
 49 H20 = 882 
 
 
 882 
 Água metabólica ( % ) = ------------ x 100 = + de 100% 
 805 
 
 
 
 
3) Água Coloidal – representa a água presa nos alimentos. Os alimentos suculentos 
possuem alto teor de água que contribui para o atendimento das necessidades diárias 
dos animais. 
 
Fatores que Afetam a Ingestão de Água 
 
 
a) Temperatura e Umidade Relativa do Ar - o aumento da temperatura ambiente 
leva a um incremento no consumo de água 
b) Função Fisiológica – Porcas em lactação exigem mais água do que as gestantes, e 
estas mais do que os leitões em crescimento 
c) Espécie Animal – As aves exigem menor quantidade de água do que os mamíferos 
em percentagem do peso vivo. 
d) Idade do Animal – O consumo de água aumenta com a idade, porém, decresce em 
relação ao peso vivo. 
 
Quadro 4 - Consumo de água pelas aves 
Categoria Período Consumo 
Frango de Corte até 8 sem 1,6-1,8 /kg de ração 
Frango de Corte até 16 sem 2,4 l /kg ração 
Frangas 16-22 sem 166 ml/dia 
Poedeiras 90% Post. 306 ml/dia 
 Fonte: NRC (1984) 
 Quadro 5- Consumo de água pelos suínos 
Categoria Animal Litros/Dia 
Fêmeas em Lactação 28 - 35 
Fêmeas em Gestação 21 - 23 
Reprodutor 12 - 14 
Animais em Recria 4 - 5 
Animais em Creche 1,2 - 1,7 
Cevados em Terminação 8 - 9 
 
 
2. Carboidratos 
 
 
São polidroxialdeídos ou cetonas e representam a principal fonte de energia para 
as rações de aves e suínos 
 
Nas plantas a origem de todos os carboidratos é a fotossíntese, a partir de CO2 
atmosférico e água 
 
Nos animais, de modo geral, somente se encontram dois carboidratos livres: 
glicose e glicogênio. Sendo o glicogênio polímero da glicose, e esta, quando não obtida 
diretamente da alimentação, é sintetizada a partir de aminoácidos glicogênicos ou do 
glicerol, através do ácido pirúvico. 
O produto final da digestão dos carboidratos são açúcares simples que são 
metabolizados organicamente produzindo água, CO2 e energia. 
Quantitativamente três polissacarídeos são de importância nutricional para 
monogástricos: amido, celulose e glicogênio. Como componentes dos Extrativos Não 
Nitrogenados ou na forma de fibra, constituem-se na maior parte dos alimentos ( 70 a 
75% do peso dos alimentos). 
 Como grupo, os carboidratos podem ser classificados como açúcares e não 
açúcares: 
 
2.1 Açúcares: os açúcares são de baixo peso molecular, de moléculas relativamente 
simples e solúvelem água, temos os: 
 
2.1.1 - Monossacarídeos : - Trioses : gliceraldeído e diidroxiacetona 
 - Tetroses: eritrose e eritrulose 
 - Pentoses: ribose, ribulose, xilose, xilulose e arabinose 
 - Hexoses: glicose, frutose, galactose e manose 
2.1.2 - Oligossacarídeos: - Dissacarídeos: sacarose, lactose, maltose, trealose e celobiose 
 - Trissacarídeos: rafinose 
 - Tetrassacarídeos: estaquiose 
 
2.2 .Não Açúcares: são complexos, de alto peso molecular e insolúveis em água, ou com 
ela formando soluções coloidais, temos os: 
 
2.2.1. Homopolissacarídeos: - pentosanas (arabinanas), 
 - hexosanas: glicanas (amido, glicogênio, celulose, dextrinas) 
 - frutanas: insulina 
 - galacturanas: ácido péctico 
 - glicosaminas: chitina 
 
2.2.2 . Heteropolissacarídeos: hemicelulose, gomas, mucilagens, substâncias 
pécticas, sulfopolissacarídeos 
 
 
Derivados dos Monossacarídeos: 
 
- Ésteres de ácido fosfórico: glicose-1-fosfato, e glicose-6-fosfato 
- Aminoaçúcares: D-glucosamina e a D-galactosamina 
- Desoxiaçúcares: desoxiribose 
 
Dissacarídeos: constituem-se de duas moléculas de hexoses, com perda de água 
 
 As principais carboidrases (enzimas) do trato gastrointestinal do suínos são: 
Enzima Fonte Substrato Produto 
Alfa-amilase (salivar) glândula salivar amido dextrose e maltose 
alfa-amilase 
(pancreática) 
pâncreas amido dissacarídeo e glicose 
Maltase mucosa intestinal maltose glicose 
Lactase mucosa intestinal lactose glicose + galactose 
Sacarase mucosa intestinal sacarose glicose + frutose 
 
 
Digestão de Carboidratos - inicia-se na boca e esôfago - -amilase (pH = 6,7) 
 - paralisa no estômago, devido ao pH ácido; 
- retorna no duodeno, pela ação da amilase pancreática e das sacaridases da mucosa 
intestinal. 
 
 Os animais somente metabolizam monossacarídeos de configuração D. Por seu 
lado, as enzimas produzidas pelos animais e que hidrolisam polímeros, somente o fazem 
naqueles de ligação alfa. O Amido, um polímero de glicose, com ligação alfa, é 
totalmente degradável. 
 As hexoses – de todos os compostos orgânicos, é o grupo mais abundante na 
natureza, tem-se os seguintes monossacarídeos: 
 
- D( + ) Glicose – livre em plantas, mel ,frutas, linfa, sangue. 
- D ( - ) Frutose- folhas verdes, frutos, na sacarose e no mel; 
- D (+ ) Manose- encontrada em fungos, bactérias e levedoras; 
- D (+ ) Galactose - Não é encontrada livre, a não ser como produto de fermentação. 
Combinada com glicose, forma a lactose. 
 
Dissacarídeos – consistem da combinação de duas moléculas de hexoses, com perda 
de uma de água. Os mais importantes são: 
 
- Sacarose –gliocose + frutose, ligação  - 1.4; 
- Malatose – glicose + glicose, ligação  - 1.4; 
- Lactose - açúcar do leite, glicose + galctose, ligação  - 1.4; 
 
Polissacarídeos – Constituem o material de reserva e estrutural das plantas, sendo, 
quantitativamente, a fonte de energia mais importante na natureza. 
Encontram-se nestes diversas moléculas de hexoses e, também, pentose e ácidos 
urônicos. 
 
 Amidos – são carboidratos de reserva das plantas. Pelo tratamento com água 
quente, podem ser separados em duas frações: 
- Amilose – parte mais solúvel, é um polímero de glicose com ligações  - 1.4; 
representa de 10 a 20 % dos alimentos, possui cadeia linear, sendo que a enzima -
amilase animal quebra essa molécula de duas em duas glicose ( maltose); já a maltase, 
produzida na mucosa intestinal do animal, quebra a maltose em duas glicoses; 
 
- Amilopectina - a parte insolúvel, também é um polímero de glicose, com a diferença 
que apresenta, além das ligações  - 1.4, ligações  - 1.6, que tornam a molécula 
ramificada; duas enzimas podem agir nestas ligações, mas com resultados um pouco 
diferentes: 
 
- - amilase – uma enzima vegetal ou bacteriana, esta quebra a cadeia linear da 
amilopectina nas ligações  - 1.4, pode quebrar somente 60% da cadeia de 
amilopectina e, tem a maltose como produto final. 
 
- -amilase animal – também quebra a cadeia linear, mas é capaz de chegar muito mais 
perto da ramificação  1.6. O dissacarídeo glicose-glicose  1.6 que provoca a 
ramificação da amilopectina, recebe o nome de isomaltase. 
 
PORTANTO: a digestão dos amidos no intestino delgado de todos os animais 
decorre da combinação da atividade enzimática da amilase salivar ( ptialina ), 
amilase pancreátiaca, matase e isomaltase, tendo como produto final glicose livre, que 
é absorvida. 
 
GLICOGÊNIO – é também denominado de amido animal; entretanto pela 
pequena quantidade presente no corpo, não pode ser considerado tipicamente um 
amido de reserva, a não ser durante o curto espaço de tempo entre uma refeição e 
outra. 
 
CELULOSE – é um polímero de glicose com ligações  1.4. Não é 
atacada por qualquer enzima produzida pelos animais. Microorganismos presentes no 
rúmen e no intestino grosso produzem enzimas (celulases) que degradam a celulose até 
glicose. 
 É um dos materiais estruturais da parede celular vegetal. À medida em que a 
planta envelhece, a celulose é gradativamente incrustada pela lignina – material 
indigerível pelos animais e suas bactérias – o que reduz o valor nutritivo das forragens. 
 
RETIRANDO ENERGIA DOS ALIMENTOS 
 
O mecanismo pelo qual os animais retiram energia dos alimentos constitui o 
fundamento da Bioquímica e um dos capítulos mais importantes da nutrição. Centenas de 
reações ocorrem nos tecidos animais, quando os nutrientes são metabolizados. Os pontos 
a seguir são básicos para o entendimento desse fenômeno: 
 
1- Os animais são constituídos por células, e a maioria das células contém organelas 
comuns: núcleo; retículo endoplasmático; mitocôndria lisossoma e outras. 
 
 O núcleo contém DNA e, por isso, dirige a síntese protéica celular, inclusive a 
de enzimas que irão efetuar todas as demais reações; 
 O retículo endoplasmático é uma rede de vesículas tubulares, onde se dá a 
síntese de proteínas; 
 As mitocôndrias são a “ casa de força” da célula – muitas reações de 
oxidações que liberam energia ocorrem nesta organela; 
 Os lisossomas são a lixeira ou o sistema de esgotos da células – contém 
enzimas digestivas capazes de destruir os componentes celulares que 
perderam sua função, enzimas sem atividade por exemplo. 
 
2- A célula animal é muito instável, do ponto de vista termodinâmico, e um grande 
quantidade de energia é necessária somente para mantê-la viva. O movimento de 
nutrientes para dentro, por dentro e para fora da célula requer energia – muita energia! 
Por isso, que a maior parte dos alimentos consumidos pelo animal é convertido a 
energia e destinada para a mantença dos tecidos já existentes, ou seja, da própria vida. 
 
O ATP 
 
1- Dentro da célula, o metabolismo é organizado numa série de reações que 
permitem a transferência ordenada da energia dos nutrientes para os processos 
que dela necessitam; 
2- A transferência de energia de uma reação para outra exige um gradiente 
comum. Esse regente, na maioria dos sistemas biológicos, é um componente 
rico em energia denominado adenosina trifosfato ou ATP; 
3- A captação de energia dos nutrientes é, a grosso modo, um processo inverso 
ao da fotossítese: 
 
- síntese: 
 
 6CO2 + 6H2O+ energia solar  C6H12O6 + 6O2 
 Fotossíntese 
 
 C6H12O6 + 6O2  6CO2 + 6H2O + energia 
 Metabolismo animal 
 
4- A energia torna-se disponível no metabolismo animal sob duas formas: 
 
 Calor – que é a energia perdida, exceto aquela necessária e utilizada para 
manter a temperatura do corpo; 
 Energia química – que é transferida para a molécula de ATP; 
 
5- Em geral o catabolismo produz ATP e o anabolismo consome ATP; 
6- ATP é fornecido à célula principalmente, pelas oxidações biológicas: 
 Isto implica na transferência de elétrons de algum substrato para o 
oxigênio; 
 A energia livre, liberada na transferência, é capturada como energia 
química, sob forma do intermediário ATP; 
 O ATP formado será fonte de energia para outra reação. 
 
7- A transferência de eletrons para o oxigênio é seguida do acoplamento de um 
átomo de fósforo na molécula de ADP ( adenosina difosfato), formando o 
ATP – isto é conhecido por fosforiliação oxidativa; 
 Os dois processos são insepáveis. Por isto, a deprivação de oxigênio é 
quase imediatamente letal para a maioria das células, porque elas têm 
necessidade constante de ATP para realizar sua funções vitais; 
 Dentro de certos limites, a taxa de oxidação varia com a demanda de 
energia; 
 
8- A molécula de ATP provê a principal força direcional para muitos processos 
bioquímicos, tais como a contração muscular; biossíntese de proteínas, 
gorduras e ácidos nucléicos; complexação de carboidratos; absorção de 
nutrientes contra um gradiente desfavorável etc; 
9- As reações dependentes do ATP são de duas grandes categorias: 
 
 Aquela em que o ATP fornece energia para uma reação energeticamente 
desfavorável ( catalisadas por enzimas conhecidas por ligases ou 
sintetases). 
 Aquelas em que um fósforo do ATP é transferido para um aceptor 
adequado ( catalisadas por fosfotransferase ) 
 
 glucoquinase 
Glicose + ATP ---------------- Glicose-6-fosforo + ADP 
 
Os produtos finais de digestão e absorção dos carboidratos pelos monogástricos 
são glicose, frutose e galactose. Contudo, o monossacarídeo presente na circulação 
sanguínea é a glicose, uma vez que a frutose e a galactose são convertidas a glicose no 
intestino e/ou fígado, que irá se transformar, dentro da célula, em energia. 
 
 As rotas metabólicas mais importantes e seus controles: 
 
1) Glicólisis ou via glicolítica: a principal rota no metabolismo da glicose, na maioria dos 
tecidos, começa com a reação acima ( glicose + ATP ), isto é, a fosforilação da glicose 
para glicose-6-fosfato; Este composto, glicose-6-fosfato, identifica uma das 
encruzilhadas mais importantes no metabolismo da glicose, e de onde parte várias 
alternativas metabólicas: 
 A glicose-6-fosfato pode sofrer um rearranjo molecular, transformar-se em 
glicose-1-fosfato e, esta, polimerizar-se, formando glicogênio 
- Nos animais o glicogênio é a forma sob a qual a glicose é temporariamente 
estocada (entre refeições ) nos músculos e no fígados; 
- O glicogênio exerce importante papel na manutenção da glicose sangüínea 
e como fonte imediata de energia facilmente disponível; 
 
 Uma pequena quantidade de glicose-6-fosfato entra continuamente noutra 
rota, via hexosemonofosfato (HMP ) 
- nesta via , glicose-6-fosfato sofre duas oxidações pela coenzima 
nicotinamida dinucleotídeo fosfato (NADP), com a última oxidação sendo 
acompanhada por uma descarboxilação da glicose, o que resulta em 
ribulose-5-fosfato; 
 A maior rota metabólica para a glicose-6-fosfato, entretanto, é conhecida por 
via glicolítica ou via de Embden-Meyerhof. Os principais eventos desta via 
são: 
 
1. Transformação da glicose-6-fosfoto para uma forma que pode ser clivada 
em duas triosefosfato; 
2. Conversão das triosefosfato em dois piruvatos, esquematicamente, da 
seguintes forma: 
 Glicose-6-fosfato é rearranjada para frutose-6-fosfato e, esta, fosforilada 
pelo ATP para frutose- 1,6-difosfato; 
 A frutose- 1,6-difosfato é clivada em gliceraldeído-3-fosfato e 
diidroacetona-fosfato; 
 Desta diidroacetona-fosfato parte um pequeno ramo metabólico que leva à 
síntese de glicerol, para a síntese subsequente de lipides. . 
Reservadamente, aceita o glicerol originário do catabolismo dos lipides, 
para a síntese de glicose, durante uma situação de hipoglicemia; 
 Ambos (gliceraldeído-3-fosfato e diidroacetona-fosfato ) são oxidados 
pela NAD, com formação de 1,3-difosforglicerato. Este, após vários 
rearranjos internos, produz piruvato. 
 O piruvato, marca a Segunda encruzilhada importante no metabolismo da 
glicose porque: 
- ou ele permanece no citoplasma e se transforma em lactato, 
anaerobicamente, 
- ou ele penetra na mitocôndria e passa para outra via metabólica, conhecida 
por ciclo do ácido tricarboxílico, ciclo do ácido cítrico ou ciclo de Krebs. 
 
 
2) significa a oxidação da glicose a piruvato e lactato. Esta rota é a maneira mais rápida 
de fornecimento de energia para o organismo. A glicólisis começa com a fosforilação 
das hexoses através da hexoquinase muscular (atua em baixas concentrações de 
glicose) e glicoquinase do fígado (age em altas concentrações de glicose. 
3) Glicogenólises: representa a quebra do glicogênio muscular ou hepático, com a 
liberação de unidade de glicose, pela ação do glucagon (produzido no pâncreas) 
4) Glicogênese: haverá recuperação dos pequenos depósitos de glicogênio muscular e 
hepático, a partir da glicose 6-P. 
5) Gliconeogenese: é a formação de glicose ou mesmo de glicogênio, a partir de 
compostos que não caboidratos. 
6) Ciclo da Pentose fosfatada: é uma rota alternativa da via glicolítica, mais rápida e 
tem a finalidade básica de produzir NADH + H
+
 para a biossíntese dos ácidos graxos , 
durante a lipogênese. 
7) Ciclo de Krebs: este ciclo atua na rota final da oxidação dos carboidratos e produzirá 
a maior quantidade de ligações de alta energia (ATP), via cadeia respiratória acoplada. 
Durante a oxidação total do acetato a CO2 e H2O, são gerados 36 ATP. 
 1 mol de ác. pirúvico  15 moles de ATP 
Além disso, ocorre a formação de mais 4 ATPs, devido a oxidação de FADH2 formados 
durante o Ciclo de Krebs. Redimento total: 36 ATPs e, cada ATP fornece 7.300 Kcal, 
portanto, a oxidação total de um mol de glicose, fornece 262.800 calorias. 
 A glicose pode ainda ter outros destinos: -amilase animal 
1) ser estocada no organismo como glicogênio, no fígado e nos músculos esqueléticos; 
2) o excesso é convertido a ácidos graxos (gordura corporal) o qual é um processo 
irreversível; 
3) fornecer esqueleto carbônico para a síntese de aminoácidos não essenciais. 
 
Principais fontes de carboidratos: 
 
 Os principais alimentos fornecedores de carboidratos para os monogástricos, são: 
milho, sorgo, farelo de arroz, farelo de trigo, caldo de cana, mandioca, melaço, etc. 
 
Utilização de fibra bruta por suínos e aves 
 
 
- Os animais monogástricos  se caracterizam pela pequena capacidade de digerir 
alimentos fibrosos, 
 
 
Importância da Fibra 
 
- manutenção do trânsito intestinal (ação física) 
 
- favorece os movimentos peristálticos 
 
- a quantidade de Energia Digestível do alimento é inversamente proporcional ao seu 
teor de fibra. 
 
- algumas categorias animais, os cachaços e as porcas gestantes, não podem engordar 
em demasia; neste caso adiciona-se à ração alimentos ricos em fibra (ex. farelo de 
trigo) elevando o teor de fibra nestas rações para cerca de 7%. 
 
 
 
 Lipídeos 
 
 ÁcidosGraxos: são produtos da hidrólise dos triglicerídeos, sendo os 
principais componentes dos lipídeos, e estão presentes nas gorduras animal e vegetal 
Principais funções: 
 Nas células: - reserva – podem ser metabolizados e transformados em outras 
substâncias, produzindo 9,45kcal/g 
 - estrutural: não são oxidados para fornecer energia 
 No organismo: 
- fonte de energia, 2,25 vezes mais energia do que os CHO’s e PNT’s 
- fontes de ácidos graxos essenciais 
- isolante contra o frio 
- melhoram a palatabilidade e poeira das rações 
- síntese e transporte de vitaminas 
- síntese de sais biliares 
- produz melhoria na digestibilidade dos aminoácidos, participando, ainda, na secreção 
de bile e síntese de prostaglandina 
 
Classificação dos lipídios 
 
1) Lipídios simples - são ésteres de ác. graxos com certos álcoois, particularmente, o 
glicerol, o colesterol e o cetílico 
Ex. triglicerídios; esteróides e ceras 
 
- As gorduras e banhas são triglicerídeos sólidos, semi-sólidos ou plásticos à 
temperatura ambiente – SATURADOS 
 
- Óleos são triglicerídeos líquidos à temperatura ambiente - INSATURADOS 
 
Animais – predominam gorduras e sebos (sólidos) aves ( lipídes abdominais) 
 
Vegetais – predominam os óleos 
 
2) Fosfolipídeos: são diglicerídeos em que um ác. graxo das extremidades do 
triglicerídeo, foi substituído por uma base nitrogenada (colina, serina) mediante uma 
ponte de ác. fosfórico 
Ex. lecitinas, cefalinas, fosfatidilcolinas, esfingomielinas e cerebrosídeos 
 
Funções: 
 
- importantes nas estruturas da parede celular 
- essenciais para transporte, absorção e metabolismo dos ác. graxos, do sódio e do 
potássio 
- participantes da coagulação sanguínea 
- reservatórios de ác. graxos essenciais 
 
 
3) Glicolipídeos: são diglicerídeos em que um dos ác. graxos da extremidade do 
triglicerídeo foi substituido por um CHO 
 
4) Lipoproteínas: são formas de transporte de lipideos na linfa e plasma sanguíneo 
Ex. quilomícrons e lipoproteínas de baixa densidade 
 
Ácidos graxos essenciais para suínos e aves: 
 
- Linoléico - W6 (18:1), nutricionalmente essencial 
- Linolênico - W3 (18:2) 
- Araquidônico - W6 (20:4), metabolicamente essencial 
- Oléico - (18:1) 
 
 No entanto, as células orgânicas conseguem sintetizar os ácidos linolênico e 
aracdônico a partir do linoléico, com a presença da vitamina B6 (Piridoxina). Sendo 
assim, pode-se considerar que somente o ácido linoléico é dieteticamente essencial. 
As exigências deste ácido para poedeiras, frango de corte e suínos, são 
respectivamente, de 1,6 ; 1,0 e 0,1%. 
 
Araquidônico e linoléico – possuem dupla ligação ( C 6 e 7, W6 ) o que possibilita o 
araquidônico ser sintetizado a partir do linoléico 
Linolênico – duplas ligações entre os C 3 e 4, & 6 e 7 – W3) 
 
Exigências 
 
 Ideal: 2-3% da energia da dieta for fornecida por linolênico 
 
Efeitos da deficiência: - perda de peso; redução do crescimento; falha na ovulação; 
degeneração testicular, dermatite na pele, etc 
 
Digestão dos Lipídeos 
 
 Digestão pré-duodenal 
 
Suínos: ocorre atividade lipolítica nas secreções bucais e a lipase gástrica 
 
 
Digestão Duodenal: 
 
1) as cels da mucosa do duodeno proximal contém micro-vilosidades que aumentam a 
superfície absorvente do intestino de 15 a 20 vezes 
2) a lipase pancreática- age especificamente sobre as ligações ésteres primárias (C1 e C3 
) triacilgliceróis – reduzindo-os a 2- monoglicerídeos 
 
3) os lipídeos das dietas são solubilizados na luz intestinal mediante a formação físico-
química de micelas lipídes-sais biliares 
 
4) suco pancreático possui fosfolipase A1 e A2 que removem os ác. graxos das posições 
1 e 2, respectivamente, dos fosfolipídeos 
 
Os altos teores de ácidos graxos saturados nas gorduras de origem animal 
determinam sua natureza sólida à temperatura ambiente (quadros 9 e 10). 
 
Quadro 9 – Ác. graxos encontrados nos lipídios e seus pontos de fusão 
 
Ácido Graxo N
o
 de carbonos e 
duplas ligações 
Ponto de Fusão (
o
 C) 
Saturados 
Butírico 
Capróico 
Caprílico 
Cáprico 
Laúrico 
Mirístico 
Palmítico 
Esteárico 
Aráquico 
Lignocérico 
 
(C4:0) 
(C6:0) 
(C8:0) 
(C10:0) 
(C12:0) 
(C14:0) 
(C16:0) 
(C18:0) 
(C20:0) 
(C24:0) 
 
líquido 
líquido 
16 
31 
44 
54 
63 
70 
75 
84 
Insaturados 
Palmitoleico 
Oleico 
Linoleico 
 
(C16:1) 
(C18:1) 
(C18:2) 
 
líquido 
líquido 
líquido 
Linolênico (C18:3) líquido 
 
 
 Quadro 10 - Composição de algumas fontes lipídicas e pontos de fusão 
 
Fonte % Ácidos Graxos 
Saturados 
Ácidos Graxos 
Inaturados 
Ponto de Fusão 
(
o
C) 
Gorduras 
Banha suína 
Sebo bovino 
 
38,40 
51,90 
 
61,60 
48,10 
 
28 - 36 
38 - 43 
Óleos 
de soja 
de milho 
 
21,10 
9,40 
 
78,80 
90,60 
 
líquidos 
líquidos 
 
 
 A digestibilidade da fonte lipídica é dependente da sua composição e do 
tamanho da cadeia 
 
a) composição: quanto mais rica for a fonte em ácidos graxos insaturados 
(presença de duplas ou triplas ligações), maior será sua digestibilidade; 
b) tamanho da cadeia: quanto maior a cadeia menor a digestibilidade. 
 
Problemas no metabolismo de lipídeos 
 
Síndrome do fígado gorduroso em poedeiras - causas: transporte deficiente de lipídeos no 
sangue (feito por lipoproteínas transportadora, que possui altas concentrações de 
fosfolipídicas e colesterol) e excesso de lipídeo nas rações 
Síndrome do fígado e rins gordurosos: ocorre em frangos de corte até 8 semanas de 
idade, causando alta mortalidade nas aves. Causa: excesso de gordura e deficiência de 
biotina 
 
Utilização de óleos e gorduras em rações 
 
Vantagens: 
 - aumenta a palatabilidade; 
 - reduz a poeira nos galpões e fábrica de rações; 
 - reduz a desperdício de rações; 
 - melhora a CA; 
 - melhora a conservação dos equipamentos; 
 - facilita a peletização; 
 - método mais prático de se elevar a densidade calórica 
 Níveis de utilização: rações de aves e suínos, em torno de 3,0 % 
 
Energia 
 
As células vivas necessitam de energia para a realização de seus processos 
metabólicos, como manutenção, crescimento, produção e reprodução. 
 a. Sistema do NDT (Nutrientes Digestíveis Totais) 
 
%NDT = %PBD + %FBD +%ENND + (2,25x%EED) 
 
 b. Sistema das Calorias 
 Baseia-se na partição biológica da energia dos alimentos (Energia Bruta) no 
organismo animal. 
Energia Bruta (EB) 
 
 Energia das fezes (Ef = Efa + Efe) 
 
Energia Digestível (ED) 
 
 Energia da urina (Eu = Eua + Eue) 
 
Energia Metabolizável (EM) 
 
 Incremento Calórico (IC) 
 
Energia Líquida (EL = ELm + Elp) 
 
 
Energia Bruta 
 
Também chamada de calor de combustão de uma substância é representada pelo 
calor proveniente de sua queima até produzir CO2. 
 A EB dos alimentos pode ser determinada através de dois métodos: 
 a) queima do alimento em uma bomba calorimétrica (resultado direto); 
b) cálculos matemáticos, conhecendo-se a composiçãoquímica do mesmo e os 
valores de combustão dos nutrientes 
 
 Exemplo: 
 
Umidade: 10 % Fibra bruta: 5 % 
Extrato etéreo: 4% Proteína bruta: 9 % 
Cinzas: 3% Extrato não nitrogenado: 67% 
 
Nutriente % no alimento Valor calórico 
(kcal/g) 
Kcals fornecidas 
Umidade 10,00 - - 
Fibra bruta (FB) 5,00 4,15 20,75 
Proteína bruta (PB) 9,00 5,65 50,85 
Extrato etéreo (EE) 4,00 9,40 37,60 
ENN) 67,00 4,15 278,05 
Cinzas (MM)* 5,00 - - 
Energia Bruta Total em 100 gramas (kcal) 387,25 
Energia Bruta Total/kg 3872,50 
 matéria mineral não fornece energia 
 
 O conhecimento da digestibilidade das frações constituintes do alimento 
nos permite calcular matematicamente a Energia Digestível: 
 
 
 
 
 
Nutriente % no 
alimento 
Valor 
calórico 
(kcal/g) 
CD* 
(%) 
Fração 
digestível 
Kcals 
fornecidas 
Umidade 10,00 - - - - 
Fibra bruta (FB) 5,00 4,15 5,0 0,25 1,04 
Proteína bruta (PB) 9,00 5,65 85,00 7,65 43,22 
Extrato etéreo (EE) 4,00 9,40 90,00 3,60 33,84 
ENN 67,00 4,15 92,00 61,64 255,81 
Cinzas (MM)* 5,00 - - - - 
Energia Metabolizável Total (kcal/100g) 333,91 
Energia Metabolizável Total (kcal/kg) 3339,10 
 * CD = Coeficiente de digestibilidade 
 
 
 Os valores de energia (ED, EM) dos alimentos podem ainda ser obtidos 
por meio das equações de predição, com base na composição química dos 
alimentos e sugeridas por vários autores. Assim, por ex. a Energia Metabolizável do 
milho, corrigida pelo balan;co de nitrogênio, pode assim ser calculada, segundo 
JANSSEN (1989): 
 
Emn = 36,21 x PB + 85,44 x EE + 37,26 x ENN. 
 
As terminologias utilizadas expressam a energia em: 
 
 Caloria - 1 caloria (cal) é a quantidade de calor necessário para elevar 1 g de água em 
1
o
 C ( de 14,5 para 15,5
o
 C). 
 Quilocaloria (kcal) - corresponde a mil calorias. 
O incremento calórico representa toda perda de energia durante os processos de digestão, 
absorção e metabolismo dos nutrientes. 
As aves e os suínos são animais de sangue quente, e a perda de energia do 
metabolismo na forma de calor (60%) é importante na homeotermia destes animais. Na 
oxidação de uma molécula de glicose, produz-se 38 ATP líquidos, sendo que a oxidação 
total de uma molécula de glicose gera 686 Kcal. 
 
Proteínas 
 
São compostas nitrogenados com grande peso molecular, presentes em todas as 
células vivas. Contém basicamente C, O, H, N e S, podendo possuir, às vezes, P ou Fe 
 
Funções das Proteínas 
- Estrutural: PNT’s contrátéis 
 - colágeno 
 - elastina 
- Presente no núcleo e citoplasma 
- Manutenção e reparo de tecidos 
- Enzimas – toda reação necessita de enzimas 
- Hormônios: insulina 
 HC 
 PTH 
 Calcitonina 
 Gonadotropinas 
- Proteção imunológica: gamaglobulinas ,  
- Sistemas de transporte de nutrientes: hemoglobina e mioglobina; transferrina (Fe); 
ferritina; CaBP 
- Geração de impulsos nervosos 
- Coagulação do sangue: tromboplastina; fibrinogênio 
- Equilíbrio ácido-base 
- Fonte de energia 
- na reprodução, formação de espermatozóides e ovos; 
Reação Peptídicas – consista da remoção de 1 mol de água entre o -amino de 
um aa e o -carboxílico de um segundo aa 
São conhecidos 23 aminoácidos que compõem as proteínas, no entanto apenas 11 
são considerados dieteticamente essenciais. 
 
Aminoácidos não protéicos 
 
Alguns aa’s estão presentes no metabolismo animal, mas não participam das 
moléculas protéicas 
Ex: citrulina e ornitina; betalamina; creatina 
 
Digestão e Metabolismo das Proteínas 
 
 As proteínas são digeridas pela ação das diversas enzimas proteolíticas das 
secreções digestivas, a saber: pepsina, tripsina, quimotripsina e oligopeptidases. 
 Os aminoácidos absorvidos chegam ao fígado, onde a maioria sofre desaminação, 
sendo convertidos a cetoanálogos, os quais podem ser completamente metabolizados para 
energia, convertidos em glicose ou glicogênio ou desviados para a síntese de ácidos 
graxos. Uma parte será utilizada para a síntese de proteínas hepáticas e plasmáticas. 
A desnaturação da proteína começa no estômago pela ação do suco gástrico 
(pepsina e HCL), produz peptídeos de vários tamanhos que são hidrolisados a 
oligopeptídeos e aminoácidos no intestino delgado. 
As secreções do fígado e do pâncreas, elevam o pH intestinal de maneira a 
facilitar a ação das enzimas pancreáticas. 
Quadro 14 – Fatores de conversão de nitrogênio para proteína 
Alimentos Fator de Conversão 
Soro de leite 6,49 
Caseína 6,38 
Milho, sorgo, feijão, mandioca, 
carne de peixe, bovinos e aves 
6,25 
Arroz 5,95 
Aveia, trigo 5,80 
Soja 5,71 
Algodão, girassol, coco 5,30 
 
 
 
 
Classificação 
 
 As proteínas são classificadas em: 
 a) simples: albuminas, globulinas, glutelinas, prolaminas, etc; 
 b) conjugadas: nucleoproteínas, fosfoproteínas, etc; 
 c) derivadas: proteoses, peptonas, peptídeos. 
 
Aminoácidos - formam as proteínas através das ligações peptídicas, que consiste na 
remoção de 1 molécula de H2O entre o grupamento - amino e -carboxilico de dois 
diferentes aminoácidos. 
 AA’s com radicais aromáticos: Fenialanina, Tirosina e o Triptofano 
 AA’s básicos: Lisina, Arginina e Histidina 
 AA’s ácidos: ácido aspártico e Glutâmico 
 AA’s sulfurados: Cistina, Metionina e Cisteína. 
 
 Os aminoácidos são classificados nutricionalmente em essenciais e não essenciais 
 Aminoácidos essenciais - são aqueles aminoácidos que o animal não pode 
sintetizar ou o são sintetizados em pequenas quantidades e que desempenham funções 
importantes no metabolismo, devendo ser adicionados às dietas para suprir as 
necessidades dos animais. 
Exemplo de AA’s essenciais: lisina, triptofano, treonina, metionina, histidina, leucina, 
isoleucina, fenilalanina, valina e arginina 
 Aminoácidos não essenciais - são aqueles que são sintetizados no organismo a 
partir de outros aminoácidos ou outros nutrientes presentes nas rações de maneira que se 
faltarem na dieta não afetam o desempenho do animal. No entanto são essenciais na 
síntese protéica orgânica. 
Ex: Serina, Prolina, glicina, cistina, ácido glutâmico, ác. aspártico, glutamina, asparagina 
e alanina 
 
Os aminoácidos limitantes - são aqueles que estão presentes nos alimentos ou rações em 
quantidades pequenas, de forma a afetar o a utilização dos demais aa’s. Podem estar 
limitante em uma ração um ou mais aminoácidos ao mesmo tempo, porém, em uma 
ordem de limitação. 
 
Suínos: os AAs limitantes em rações a base de milho e de farelo de soja são: lisina, 
metionina, treonina/triptofano 
Para as aves são: metionina, lisina, triptofano 
Quadro 16 – Aminoácidos limitantes de alguns alimentos 
 
Ingrediente Primeiro aa limitante Segundo aa limitante 
Milho Lisina Triptofano 
Sorgo Lisina Treonina 
Farelo de Soja Aas sulfurosos 
(metionina, cistina) 
Treonina 
Farelo de Algodão Lisina Treonina 
Far. De carne e ossos Triptofano ? 
 CUNHA (1977) 
 
 
 Para se corrigir as deficiências de aminoácidos essenciais pode-se ter três 
alternativas: 
1) combinar vários ingredientes ricos em proteínas e de boa qualidade na ração (lisina e 
metionina); 
2) utilização de aminoácidos sintéticos: L-Lisina HCL (99% de pureza e 78% de 
eficiência), DL-Metionina (98%) e L - Treonina (98%). 
3) formulação de ração com excesso de proteína 
 
Exigências de Proteínas/ Amonoácidos 
Vários fatores influenciam nas exigências de proteínas (aminoácidos) das aves e suínos: 
 Idade do animal 
 Nível de energia da ração 
 Temperatura ambiente 
 Sexo 
 
O desequilíbrio de aminoácidos na ração pode provocar: 
- Toxidex: devido ao consumo excessivo de determinado aminoácido com 
prejuízo do desempenho animal: ex. os suínos são muitos sensíveis ao excesso de 
metionina 
- Imbalanço - o consumo de determinado aminoácido, pode afetar a deficiência de 
outro (prejudicando a absorção ou aumentando a excreção) 
- Antagonismo - aminoácidos de cadeias semelhantes, porém antagônicos entre si, 
um prejudica o outro. Ex. lisina x arginina. 
 
 Proteína Ideal 
 
 Por proteína ideal se entende aquela que apresenta a relação mais adequada entre 
os aminoácidos essenciais e destes para com os aminoácidos não essenciais. 
Segundo o NRC (National Research Council, 1988) a proteína ideal para suínos em 
crescimento é aquela que apresenta uma relação adequada entre os principais 
aminoácidos, com base na lisina: 
 
Princiais Fontes 
 
 Farelo de soja, farinha de peixe, farelo de canola, farelo de babaçu, farelo de 
algodão, farinha de carne e ossos, farinha de vísceras, etc. 
Minerais 
 
Os minerais constituem parte importante do organismo animal, representando de 3 
a 4% do peso vivo das aves e 2,8 a 3,2% do peso vivo dos suínos. 
funções: 
* participação na formação do tecido conectivo 
* manutenção da homeostase dos fluídos orgânicos 
* manutenção do equilíbrio da membrana celular 
* ativação das reações bioquímicas através da ativação de sistemas enzimáticos 
* efeito direto ou indireto sobre as funções das glândulas endócrinas 
* efeitos sobre a microflora simbiótica do trato gastrointestinal 
* participação no processo de absorção e transporte de nutrientes 
Os minerais, O, C, H e N, representam 96% da composição do organismo dos 
animais em minerais. 
O Cálcio e o Fósforo, juntos representam 2,5%. 
Cerca de 40 minerais estão presentes nos tecidos animais, contudo, apenas 15-16 
são considerados essenciais 
 
 Classificação segundo necessidades orgânicas: 
 
 A) Essenciais 
 a-1) macrominerais: exigidos em maiores quantidades Ca, P, K, S, Na, Cl e 
Mg 
 a-2) microminerais: menos exigidos  Fe, Zn, Cu, I, Mn, Co, Cr, Mo, Se, F, B, 
Ni, Br, V, etc 
 a-3) Provavelmente essenciais: Br, Cr, V, Ba, Sr, Li 
 
 a-4) Provavelmente tóxicos: Cu, Mo, Se, F, Si, As, Cd, Pb, Hg 
 
 B) Não essenciais: Al, B, Bi, Au, Pb, Hg, Rb, Ag,, Ti 
 
Funções específicas 
 
 Cálcio – representa 2,0% de todo o corpo, e juntamente com o fósforo, compõem 
70% da matéria mineral do corpo. Sendo que 99% do Ca encontra-se nos ossos e dentes 
e, 1% no sangue, fluídos extracelulares e tecidos extraosseos do corpo. 
O nível no plasma sanguíneo varia de 8 – 12mg Ca / 100 ml. 
 
Composição de um osso animal: 
- água : 45% 
- gordura: 10% 
- Proteína: 20% 
- Cinza (MM): 25%  Ca – 36% 
 P – 17% 
 Mg – 0,8% 
A relação de Ca: P no corpo é de 1,7: 1 
A relação Ca:P no leite é de 1,3:1, sendo nas rações de 1,2 – 1,4: 1 
 
Funções do Cálcio 
- Estrutural: ossos e dentes 
- Coagulação do sangue 
- Contração muscular 
- Manter a integridade das células 
- Regulação da excitabilidade do sistema nervoso 
  Ca -  excitabilidade 
  K -  excitabilidade 
 
Hormônios que atuam na Calcemia: 
 Paratormônio ( h. da paratireóide) e a Calcitonina ( h. da tireóide), e o calcitriol 
(1,25- diidroxicolecalciferol) 
 
Ação do Paratormônio: 
- age no ID para elevar nível de Ca na corrente sanguínea 
- aumenta a absorção intestinal de Ca 
- reduz a excreção renal de Ca 
- aumenta a excreção de P 
- estimula a ativação do 1,25(OH)2 D3, que estimulará a CaBP 
 
Calcitonina: hormônio hipocalcemiante 
- atua quando os níveis de Ca no sangue estão elevados (> 12mg/100ml) 
- age para diminuir a absorção de Ca no ID 
- reduz a síntese de CaBP e a transformação de D3 em 1,25(OH)2 D3 
- nos rins, aumenta a excreção de Ca 
- nos ossos, incorpora mais Ca; 
 Fatores que afetam a absorção de Cálcio: 
 - Relação Ca:P da dieta; 
 - nível de vit. D; 
 - idade do animal; 
 - pH do ID. 
 -  Ca na dieta – forma fosfatos 
 - Lactose – ajuda na síntese da CaBP 
 - Lisina e alguns outros aminoácidos 
- Ácidos graxos saturados -  
 - Ácidos Oxálico -  
 - Ácido fítico -  
Deficiência: 
- raquitismo; osteomalácea; engrossamento de juntas; fratura dos ossos; membros 
encurvados; redução do crescimento 
 
Fontes de Cálcio 
 Ca% P% 
 - Carbonato de Cálcio 40 - 
 - Calcário 38 - 
 - Farinha de ostra 38 - 
 - Fosfato bicálcico 18-24 18,5 
 - Fosfato desfluorizado 30-36 14-18 
 - Farinha de ossos autoclavada 24 12 
 - Farinha de ossos calcinada  37 16-18 
 
 
 Fósforo 
 
 Aproximadamente 1% do peso de um suíno adulto é P, deste, 80% encontra-se 
nos ossos e dentes como sais de Ca e Mg. Os 20% restantes, estão, como fosfato 
orgânico: ATP; fosfolipídeo 
Nível normal no plasma: 4 – 9 mg /100 ml 
 
Funções do fósforo 
a) Estrutural: ossos e dentes 
b) Metabolismo de energia: AMP; ADP; ATP; fosfato de creatina 
c) Ácidos nucléicos: RNA e DNA 
d) Fosfolipídios 
e) Componentes de sistemas enzimáticos: flavoproteínas e NADP 
 
Fatores que afetam a absorção de Fósforo 
- ácido fítico –  absorção; 
- excesso de Ca ,  absorção devido a formação de fosfatos 
- Vit. D –  absorção 
- lactose –  acidez no TGI, tornando mais solúvel os sais de fosfatos 
- excesso de Fe, Al, Mg, e Mn – formam fosfatos reduzindo a absorção de P 
- a disponibilidade também depende da fonte, da espécie e categoria animal 
 
 
 
 
 
 Quadro 18 - Conteúdo, disponibilidade de P de Alguns Alimentos 
Alimento Disponibilidade P (%) F D (%) 
Milho 8 - 16 0,25 0,02 - 0,04 
cevada 17 - 43 0,42 0,07 - 0,18 
Trigo 18 - 51 0,40 0,07 - 0,20 
F. de Soja 17 - 27 1,00 0,17 - 0,27 
Far. Arroz 14 - 40 1,60 0,25 
F. de Algodão zero 1,00 zero 
 CROMWELL (1984) 
 
Deficiências de Fósforo 
a) Raquitismo 
b) Osteomalácea 
c) Pica – depravação do apetite 
d) Fraqueza muscular 
 
Sódio, Potássio e Cloro 
 
 * Rações de monogástricos devem possuir níveis satisfatórios de sal para atender 
às exigências principalmente de Na. Assim, normalmente, rações com 0,3% de sal (de 
preferência iodado) satisfazem tal requerimento. 
 * Situações de cuidado na prática: 
 - suínos alimentados com soro de leite (rico em sal) podem se intoxicar em 
situações de privação de água; 
 - a introdução de farinha de peixe nas rações leva a maiores cuidados em virtude 
do seu teor elevado em sal. Observar o permitido em lei. 
Funções do K, Na e Cl 
 
 Na – exercepapel extracelular 
 K – exerce papel intracelular 
 Cl – o que representa extracelular, representa o ion bicarbonato intracelular 
- Manutenção do equilíbrio osmótico 
- manutenção do equilíbrio ácido-base 
- Síntese de proteína 
- Absorção de AA’s 
- Absorção de glicose – Na 
- Transmissão de impulsos nervosos – Na 
- Balanço de cargas eletrolíticas – Cl- 
- Secreção de HCl 
 
Magnésio 
 Funções: 
- estrutural 
- ativador de enzimas 
- requerido pelas mitocôdrias p/ fosforilação oxidativa 
- saúde dos sistemas nervoso e muscular 
- temperatura corporal e sono 
Sintomas de deficiência 
- hiperirritabilidade 
- convulsões 
Enxofre 
 
Funções: 
- componentes de aminoácidos 
- componentes de todas as proteínas 
- vitaminas: biotina e tiamina 
- componente da heparina – anti-coagulante 
- componente da CoA 
- componente da Insulina 
- Na forma inorgânica (SO4--) envolvido no balanço ácido-base 
 
Ferro 
 
Funções do Ferro: 
a) Componentes de enzimas: citocromos , peroxidases, catalase, etc 
b) Componente de outras proteínas: mioglobina; actinal; actinomiosina; ferritina 
c) Componentes da Hb; 11-12 Meq / 100 ml 
 
* inspira maiores cuidados para suínos: 
 - o leitão nasce com reserva de 40 mg de Fe 
 - necessidade diária: 7 a 16 mg de Fe/dia 
 - o leite da porca fornece: 1 a 2 mg/litro 
- no início, grande destruição de hemáceas, perda de Fe. Taxa de hemoglobina cai para 
4 - 5 g/100 ml. 
 
Alternativas: 
 - fornecimento de terra ferruginosa; barata, atentar para a higiene 
 - pasta de sulfato ferroso nas tetas; 
 - ferro injetável: mais prática, porém mais cara 150 a 200 mg 
 
Deficiência: 
a) anemia nutricional 
b) respiração forçada e rápida 
c) descoloração da mucosa 
d) retardamento no crescimento 
 Zinco 
 
Funções: 
a) Componentes de enzimas: anidrase carbônica, desidrogenases carboxipeptidase 
b) Componente da insulina 
* Usado como promotor de crescimento nas rações 
Deficiência: atrofia testicular, dermatite, lesões na pele, paraqueratose 
 
Cubre 
Funções: 
- importante na utilização de Fe na síntese da Hb 
- sistemas enzimáticos: citocromo oxidase; tiroxinase 
- componente do colágeno do osso 
- formação de elastina 
- pigmentação normal 
Iodo 
 
- Componente da tiroxina (T4) 
- Regulador do metabolismo (T4) 
Deficiência: bócio, animal sem pelos ao nascer e fracos 
 
Selênio 
Funções: 
 - Mantém a integridade celular 
 - componente de Glutationa peroxidase 
Sintomas de Deficiência 
- distrofia muscular 
- necrose do fígado 
- diátese exudativa 
- encefalomalácea 
- doença do músculo branco 
 
Flúor 
- formação dos ossos e dentes 
- toxicidade: > 5 ppm – destruição do esmalte dos dentes; ossos volumosos e 
quebradiços 
 
 Interrelação Entre Minerais 
 - excesso de Ca reduz absorção de P e vice-versa; 
 - níveis elevados de Ca aumentam necessidades de Zn, Cu e Mn; 
 - níveis elevados de P aumentam necessidade de Zn; 
 - níveis elevados de Fe, Mg interferem na absorção do P; 
 - excesso de Mn aumenta necessidade de Fe na dieta; 
 - Co interfere na absorção de Fe; 
 - excesso de K causa aumento na excreção de Na. 
 
Interação dos minerais com outras substâncias 
 
 QUELATOS - são substâncias em forma anelada e que envolvem metais, 
principalmente bivalente, com constante de dissociação variável. 
 Tipos de quelatos envolvidos nos sistemas biológicos e importantes no aspecto 
nutricional: 
 Estrutura estáveis, de difícil dissociação e úteis ao organismo - inclui a hemoglobina, a 
Vit. B12 e os enzimas citocromos. 
 Estruturas seminestáveis e úteis ao transporte e armazenamento de minerias - dois 
tipos de ligação semiestável na absorção de minerais: 
1) ligação aminoácido + mineral - glicina + Cu; Histidina + Fe; Cisteína + Zn. 
2) ligação do ácido etilenodiaminotetracético (EDTA) com zinco. 
 Estruturas estáveis, de difícil dissociação e prejudiciais à utilização de minerais 
Os princiapis quelatos envolvidos com a utilização de cátions estão relacionados com os 
ácidos fítico e oxálico. Estes quelatos ligam-se aos elementos fósforo, zinco e cálcio, 
interferindo na absorção destes elementos. 
 
 
 
Vitaminas 
 
A adequada nutrição animal depende de substâncias tais como minerais, água, 
proteínas (aminoácidos), gorduras, carboidratos e também das vitaminas. 
As vitaminas representam um grupo de substâncias distintas quimicamente 
e exigidas em pequenas quantidades nas dietas. 
 As vitaminas estão divididas de acordo com a solubilidade em: 
 
- Lipossolúveis - solúveis em lipídeos e solventes orgânicos (A, D, E, K), são 
encontradas nos alimentos em associação aos lipídeos. Os fatores que afetam a digestão e 
absorção dos lipídeos, também interferem no aproveitamento destas vitaminas 
 
- Hidrossolúveis - solúveis em água e representadas pelas vitaminas do complexo B e vit. 
C: 
- Tiamina (B1); Riboflavina (B2); Ác. pantotênico (B3); Niacina (B5); Piridoxina (B6); 
Cianocobalamina (B12); Biotina; Ác. Fólico; Colina 
 
As lipossolúveis diferem fisiologicamente das hidrossolúveis por participarem da 
estrutura dos compostos orgânicos e por isso são designadas de vitaminas de crescimento. 
Já as hidrossolúveis, com exceção da colina, todas participam do metabolismo 
intermediário na forma de coenzimas e eliminadas rapidamente do organismo, e são 
chamadas de vitaminas de manutenção orgânica. 
 
Vitamina A - na forma de retinol, retinal ou ácido retinóico somente é encontrada no 
organismo animal e seus produtos. 
Plantas – possuem pigmentos amarelos chamados de carotenóides, que podem ser 
convertidos em Vit. A na mucosa intestinal e no fígado 
 Principais funções da Vit. A: 
a) formação da rodopsina ou púrpura visual( proteína conjugada) - é cindida pela 
presença da luz em opsina e retineno 
b) manutenção da integridade dos epitélios 
c) reprodução - ação na síntese de hormônios esteroidais a partir do colesterol orgânico, 
nas gônadas, placenta e adrenais. 
 
Vitamina D – tipos: o ergosterol vegetal (D2) da planta; o colecalciferol animal (D3). 
Funções da Vit. D 
- absorção de cálcio de fósforo no intestino delgado; 
- calcificação normal dos ossos; 
- liberação de Ca e P dos ossos; 
- aumenta a reabsorção de Ca e P nos rins; 
Deficiências de Vit. D 
- Raquitismo, osteomalácea, juntas grossas e inchadas, pernas encurvadas, fraturas 
frequentes. 
 
Vitamina E - -tocoferol e -tocoferil-acetato são as mais importante nutricionalmente. 
 
 
Funções da Vit. E: 
- antioxidante biológico: intervém na estabilização dos ácidos graxos polinsaturados, da 
fração lipídica das membranas celulares, evitando a formação de lipoperóxidos tóxicos. 
- atua no metabolismo de carboidratos, na creatina, no metabolismo muscular e na 
regulação das reservas de glicogênio, controla o desenvolvimento e função das glândulas, 
prepara e protege a gestação e regula o metabolismo hormonal através da hipófise. 
Interrelação vitamina E/selênio - A vit. E e o Se são compostos importantes na 
manutenção da integridade das membranas celulares. 
A Vit. E evita a peroxidação dos tecidos, o Se ativa a enzima glutationa peroxidase, que 
destrói os peróxidos formados. 
Deficiência: 
Degeneração dos tecidos, mortalidade fetal, infertilidade, diátese exsudativa, distrofia 
muscular nutricional, necrose do fígado, doença dofígado e degeneração do embrião. 
 
Vitamina K - antihemorrágica, exerce papel importante na coagulação sanguínea através 
da regulação e manutenção da formação de protrombina. 
 
Vitaminas Hidrossolúveis 
Compreendem as do complexo B e a Vit. C. 
Ao contrário das vitaminas lipossolúveis, as hidrossolúveis não são armazenadas 
no organismo e participam basicamente como cofatores de todo o metabolismo orgânico, 
com exceção da COLINA, que não participa de enzimas, tem exigência de 
macronutriente e é acumulada no organismo. 
Vitamina C - forma ativa é o ácido L. ascórbico. 
Função: cofator em reações de hidroxilação da Prolina, e Lisina e do colágeno. 
 
Tiamina (B1) - forma ativa: tiamina pirofosfato (TPP) 
Função: 
age como coenzima em reações enzimáticas de descarboxilação de -cetoácido. 
Ex.- piruvato  acetil CoA. 
 - transcetolase - atua no ciclo das pentoses, importante na produção de NADPH 
+ H
+
 utilizada na biossítese de ácidos graxos. 
Deficiências: atraso no crescimento, anorexia, polineurites decréscimo da taxa 
respiratória, coração dilatado com alterações cardíacas. 
 
Vitamina B2 (Riboflavina) - exerce papel importante nas reações de redução e 
oxidação do metabolismo intermediário. 
 Formas ativas: FMN e FAD. Ambas as formas ativas são transformadoras de 
hidrogênios removidos do substrato (CHO’s, PNT, e lipídios) para a cadeia respiratória. 
Deficiência: diarréias, retarda crescimento, paralisia dos dedos curvos (aves), 
dermatite seca e escamosa (suínos), catarata, fígado gordo e degeneração de óvulos. 
 
Vitamina B6 ( Piridoxina) - esta vitamina desempenha papel importante nas 
reações de transaminação, descarboxilação, racemização e no transporte de aminoácidos, 
através das membranas das células. 
 
Deficiência: 
Reduz apetite, queda no ganho de peso, olhos remelentos, anemia microcítica e 
hipocrônica. 
 
Vitamina Niacina - a niacina está presente em todas as células na forma de ácido 
nicotínico (nicacina) e nicotinamida (niacinamida). Formas ativas, NAD e NADP. A 
niacina é originária do aminoácido Triptofano. Metabolicamente o ácido nicotínico 
participa da molécula de dois coenzimas altamente importantes no metabolismo 
intermediário, que são o NAD (nicotinamida-adenina-dinucleotídeo) e o NADP 
(nicotinamida-adenina-dinucleotídeo-fosfato). 
Estes dois coezimas são os mais importantes redutores biológicos que atuam nas 
seguintes reações metabólicas: 
- metabolismo dos carboidratos: Oxidação aeróbica da glicose e Ciclo de Krebs; 
- metabolismo de lipídios; 
- metabolismo de proteínas; 
- síntese de rodopsina; 
Deficiência de niacina : engrossamento das juntas, curvamento das pernas , retardamento 
do crescimento, língua preta (cães), inflamação na boca, dermatite (suínos). 
 
Vitamina B12 ( cinanocobalamina): exerce papel importante na formação do sangue, no 
crescimento e nos processos metabólicos, especialmente ligados a proteínas. 
Deficiência: Aves - crescimento retardado, reduz eficiência de utilização dos alimentos, 
alta mortalidade, redução na fertilidade dos ovos, perose e encurtamento do bico. 
Suínos - crescimento retardado, pelos eriçados, anemia e redução no tamanho e peso da 
leitegada. 
 
Biotina – ou vitamina H, ocorre na natureza na forma de D-biotina 
No metabolismo, as reações dependentes de biotina são as que envolve a fixação de CO2 
(caboxilação): 
a) síntese do ácido oxalacético a partir do ácido pirúvico; 
b) síntese de malomil CoA, substrato inicial para a síntese de gorduras; 
c) síntese de carbamil-fosfato, importante substrato no ciclo da uréia 
d) funcionamento normal das glândulas adrenais e tireóide, aparelho reprodutor, sistema 
nervoso e pele. 
 
Deficiência de biotina: 
Aves: dermatite, deformação óssea e craniana, bico de papagaio. 
Suínos: dermatite nas orelhas, pescoço e no dorso, lesões dérmicas e fissuras nas patas, 
crescimento lento e baixa reprodução, espasmos nas pernas traseiras. 
 
Ácido Pantotênico: também chamado de fator antidermatites em pintos ou Vit. B3. O 
ácido pantotênico é o substrato para a biossíntese da coenzima A, que participa de vários 
processos metabólicos envolvendo carboidratos, proteínas e gorduras. 
 
Deficiência de ácido pantotênico: 
Aves - retardamento do crescimento, lesões nos ângulos do bico e nos pés, mortalidade 
tardia, hemorragia subcutânea, empenamento anormal. 
 Suínos : passo de ganso, exsudato de cor castanha em volta dos olhos, distúrbio no 
aparelho digestivo, problemas reprodutivos, anemia. 
 
Ácido Fólico: conhecido como fator antianemia, metabolicamente toma parte nas reações 
de síntese de bases orgânicas (purinas e pirimidinas), síntese protéica (síntese de N-
formilmetionil-t-RNA, iniciador da síntese) e síntese de serina ( a partir da glicina). 
Deficiência de ácido fólico: 
Aves: retardamento do crescimento, empenamento pobre, anemia, perose, alta 
mortalidade no final da incubação; 
Suínos - anemia, problemas reprodutivos e de lactação. 
 
Colina: ou vit. B4 , é biossintetizada normalmente no organismo dos animais a partir do 
aminoácido serina, com a presença de ácido fólico e vitamina B6. 
A metionina participa na biossíntese da colina pela doação de grupos metílicos. 
Como papel bioquímico, a colina participa das sínteses de lecitina, esfingomielina e 
acetilcolina. 
 
Deficiências de colina: 
Aves - fígado gorduroso e perose. 
Suínos - membros traseiros abertos nos leitões recém-nascidos, infiltração gordurosa no 
fígado, rigidez das juntas, baixa sobrevivência dos leitões e peso anormal à desmame.. 
 
Vitamina C: também conhecida como ácido ascórbico, é sintetizada pela maioria das 
plantas e por todos os mamíferos (exceto o homem e porquinho da índia). 
Participa no metabolismo dos aminoácidos aromáticos, agindo como redutor do enzima 
Fe-alfa-cetoglutarato hidrolase, liberação do ferro da molécula de transferrina (Fe
+++
 ) 
reduzindo-o para a forma Fe
++
, transporte de elétrons. 
 
Deficiência de vitamina C: 
Aves - sob estresse calórico há necessidade de suplementação devido ao bloqueio no 
sistema enzimático envolvido na biossíntese desta vitamina. Suínos - leitões até 6 
semanas de idade necessitam de suplementação desta vitamina 
 
 
 “Aditivos” ou Microingredientes - toda substância ou mistura de substâncias 
intencionalmente adicionadas aos alimentos para animais com finalidades específicas: 
- promotores de crescimento 
- proteger as rações de peroxidação 
- prevenir, amenizar ou controlar certas doenças e parasitas 
 
Os Microingredientes estão divididos em 3 classes: 
a) Pró-nutrientes 
b) Coadjuvantes de elaboração 
c) Profiláticos 
 
A - Pró-nutrientes : Pró, significa “a favor de” por eficiência de nutrientes 
 
B- Coadjuvantes: possuem funções específicas de melhoria no processo industrial, 
conservação e proteção dos alimentos durante o processo de estocagem e consumo 
pelos animais, mantendo e preservando as suas características físicas e organoléptiacas 
 
C- Profiláticos: Usados de maneira preventiva para evitar oxidação e a destruição de 
vitaminas e prevenir o aparecimento de enfermidades ou intoxicações causadas pela 
presença de organismos patogênicos (bactérias, fungos e protozoários). 
 
 
 
 Os microingredientes estão classificados em: 
 
1- Acidificantes: Usados para abaixar o pH do TGI; 
Ex. ác. fumárico, ác. cítrico, ác. acético, ác. láctico, ác. propiônico, ác. fórmico 
Modo de ação: 
a) acidificação da dieta pode reduzir o pH e  a atividade da pepsina 
b) baixo pH do estômago, baixa a taxa de passagem do estômago 
 
2- Adsorventes: Não são absorvidos

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