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A importância do médico veterinário na sociedade


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A aplicabilidade do médico veterinário na vigilância sanitária e saúde pública
RESUMO
A segurança de alimentos é um tema cada vez mais relevante, devido à crescente busca por uma melhor qualidade de vida e conscientização dos consumidores quanto ao direito de adquirir produtos seguros à saúde. O uso de substâncias em animais produtores de alimentos para o consumo humano requer de estudos de farmacocinética à depleção dos resíduos, com o estabelecimento de valores limitativos, de forma que não constituam em um risco à saúde. Além das substâncias utilizadas intencionalmente, outras advindas da contaminação ambiental ou contaminação das rações ingeridas por esses animais podem atingir o homem através da dieta. O objetivo deste artigo é elucidar o papel fundamental do médico veterinário na saúde dos animais de produção, meio ambiente e consumo animal.
INTRODUÇÃO
	A saúde animal e a humana sempre estiveram interligadas. Esse contato aumentou ainda mais nos últimos anos, devido ao crescimento da agropecuária e das cidades, que invadiram os espaços antes ocupados pelas florestas e, também, pelo estreitamento da relação social dos homens com os animais domésticos. Contudo, esse contato provocou uma predisposição a riscos muito significantes, principalmente na indústria de proteína animal. Visto que, o Brasil consta como o segundo maior produtor e um dos principais consumidores de proteína animal do mundo.
A atuação do Médico Veterinário na saúde pública pode ser muito ampla, apesar de pouco reconhecida. A atividade desse profissional vai muito além da clínica, se estendendo nos cuidados de reprodução, manejo e nutrição animal, pesquisa, gestão e planejamento em saúde, além da vigilância sanitária, epidemiológica e ambiental. Também é responsabilidade do Médico Veterinário a inspeção de produtos de origem animal - que garante que os alimentos sejam produzidos de acordo com as normas sanitárias do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA e que cheguem à mesa das famílias aptos para o consumo. Antes disso, esse profissional garante que os procedimentos adotados, durante a vida dos animais de produção, não possam acarretar danos à saúde humana e sofrimento animal. Ele também exerce influência sobre a manipulação desses alimentos pelo consumidor, orientando sobre as formas seguras de preparo, consumo e armazenamento.
PREVENÇAO E CONTROLE DE DOENÇAS TRANSMITIDAS POR ALIMENTOS
As equipes de saúde podem contribuir para a estruturação de um Sistema de Vigilância Epidemiológica das Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA). A participação do Médico Veterinário nessas equipes contribui de forma singular quando os alimentos envolvidos são de origem animal. As DTA são responsáveis por elevados números de internações hospitalares e persistência de altos índices de mortalidade infantil por diarreia. Porém, não se conhece a real magnitude desse problema, devido à precariedade das informações disponíveis. Além disso, muitos desses casos não são notificados por causarem sintomas brandos, que não acarretam em internação e, nem mesmo, em consulta médica, e acabam não sendo relacionados a alimentos pelos pacientes. Muitas dessas DTA ocorrem por negligência durante a manipulação ou conservação dos alimentos. Dessa forma, o Médico Veterinário pode auxiliar na formulação de estratégias para prevenir, controlar e identificar o agente envolvido nos casos de DTA.
IDENTIFICAÇÃO E ORIENTAÇÃO SOBRE OS RISCOS D CONTAMINAÇÃO POR SUBSTÃNCIAS TÓXICAS
	O profissional da Medicina Veterinária também pode contribuir para a identificação e a orientação sobre os riscos de contaminação por substâncias tóxicas, como agrotóxicos, pesticidas e inseticidas de uso veterinário, que podem representar risco à saúde humana e animal. Os agrotóxicos estão entre os mais importantes fatores de risco para a saúde da população em geral, especialmente para saúde dos trabalhadores e para o meio ambiente. Esses produtos são causa comum de acidentes devido ao uso indiscriminado, descarte inadequado do produto e de sua embalagem, bem como pelo armazenamento incorreto que pode levar ao consumo direto. Além disso, é muito comum a morte de animais, principalmente cães e gatos, acidental ou propositalmente envenenados por raticidas. O Plano Integrado de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos (2009) defende a colaboração da Atenção Básica para abordagens integradoras e interdisciplinares que devem nortear as ações a serem adotadas para o cuidado da saúde humana e o ambiente quanto aos efeitos nocivos dos agrotóxicos.
O Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, CONSEA, na sua II Conferência, incluiu a disponibilidade em termos de quantidade e a preocupação quanto ao desenvolvimento sustentável na definição de segurança alimentar e nutricional.
Entre os perigos químicos existentes, destacam-se os resíduos de medicamentos veterinários, que podem representar um risco, caso não sejam observadas as boas práticas veterinárias, seja em função do uso exagerado e/ou indevido, do não cumprimento dos períodos de carência, entre outros fatores3.
Demais perigos químicos, como os resíduos de pesticidas, a contaminação por microtoxinas, por metais pesados, entre outros, também podem representar risco à população.
DISCUSSÃO
As avaliações de risco são utilizadas para subsidiar as decisões quanto ao gerenciamento. No Brasil, a ANVISA e o MAPA dividem as responsabilidades referentes aos riscos de agravo à saúde decorrentes da exposição humana a resíduos de medicamentos veterinários e têm participado das reuniões do CCRVDF, o comitê de gestão de risco do Codex sobre o assunto, para melhor fundamentar suas decisões. Entretanto, o gerenciamento e a comunicação do risco no país têm se baseado muito mais nas consequências advindas da não adequação a exigências internacionais do que propriamente na proteção à saúde da população brasileira.
O modelo atual existente para regular as relações produção-consumo de alimentos no Brasil, com a divisão de atribuições entre ANVISA e o MAPA, é fruto do passado histórico e continua acarretando, muitas vezes, conflitos de competências e indefinições.
REFERÊNCIAS
1. Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. Princípios e Diretrizes de uma Política de Segurança Alimentar e Nutricional [textos de referência da II Conferência Nacional]. Brasília: Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional; 2004.         
2. BRASIL, 2009. Ministério da Saúde. Plano Integrado de Vigilância em Saúde de Populações expostas a Agrotóxicos. Disponível em: < http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/plano_agrotoxico.pdf >.
3. BRASIL, 2010b. Ministério da Saúde. Manual Integrado de Vigilância, Prevenção e Controle de Doenças Transmitidas por Alimentos. 
4. BUSS, P.M.; PELLEGRINI FILHO, A. A Saúde e seus determinantes sociais. Physis: Revista Saúde Coletiva. Rio de Janeiro, 2007. 77-93 p.
5. MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2003. RESOLUÇÃO-RDC Nº 253, DE 16 DE SETEMBRO DE 2003. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/documents/10181/2718376/RDC_253_2003_____.pdf/41dfdd42-f4b4-4abf-85e0-5c5580c5c3c3>

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