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Atividade Física ou Exercício Físico? 
 
1. Introdução 
 
Nas últimas duas décadas a formação do profissional de Educação Física mudou. 
A base foi elaborada com profundo conhecimento científico. Disciplinas como bioquímica, 
cinesiologia, anatomia, fisiologia do exercício, entre outras, foram introduzidas (Powers & 
Howley, 2000). 
É possível avaliar e prescrever excelentes programas de exercício físico para 
indivíduos sedentários, condicionados, atletas, portadores de doenças ou necessidades 
específicas, administrando de forma correta a dose do esforço. 
Fala-se muito sobre atividade física e exercício físico. Segundo Robergs e Roberts 
(2002), entende-se por atividade física tudo que se faz sem objetivar o desenvolvimento 
específico de uma aptidão física, já exercício físico visa melhorar ou manter uma aptidão 
física específica. 
 
2. Desenvolvimento 
2.1. Avaliação do exercício aeróbico 
 Durante muito tempo as respostas da freqüência cardíaca, pressão arterial e 
eletrocardiograma em repouso foram utilizados como parâmetros para avaliar a condição 
aeróbica ou cardiorrespiratória de um indivíduo. Atualmente, ficou esclarecido que estas 
variáveis, em tais circunstâncias, pouco traduziam a magnitude do sistema 
cardiorrespiratório de uma pessoa perante exercício físico e que, um teste de esforço 
progressivo seria a forma mais adequada para avaliar tais respostas, assim como o 
consumo de oxigênio durante o trabalho (Howley & Franks, 2000). 
Entende-se por consumo máximo de oxigênio “a maior quantidade de oxigênio que 
o organismo consegue consumir durante exercício máximo (Nieman, 1999)”. Este 
depende da capacidade em absorver, transportar, entregar e utilizar oxigênio (Sharkey, 
1998; Leite, 1992). 
Leite (1993); Sharkey (1998) e Nieman (1999) dizem que a potência aeróbica 
máxima ou consumo máximo de oxigênio (VO2 máximo) é o melhor índice para expressar 
o grau de funcionamento do sistema cardiorrespiratório, esse é usado como parâmetro 
mundial para identificar o nível de aptidão física de um indivíduo. 
Para Leite (1993), mesmo que a avaliação do VO2 máximo tenha limitado valor 
diagnóstico e enorme variação biológica entre populações, ainda assim essa é 
considerada a melhor medida não invasiva de avaliar o sistema cardiocirculatório e 
respiratório. Valores baixos de VO2 máximo podem indicar problemas de saúde. 
 
2.1.1 Princípios dos Testes em Fisiologia do Exercício 
A verificação, do VO2 máximo, pode ser realizada por diferentes metodologias: 
direta quando são analisados os gases expirados e, indireta quando é estimado através 
de algumas variáveis fisiológicas. Esta medida segundo Pollock & Wilmore (1993) pode 
ser expresso pelas seguintes unidades: ml/kg.min (valor relativo) ou em L. min (valor 
absoluto). Complementando, Howley & Franks (2000) destacam que, os valores de 
repouso encontram-se em torno de 3,5 ml/kg.min, valor referente a 1MET (uma 
unidade metabólica). Quando se deseja observar a eficiência de um indivíduo no 
transporte do seu corpo de um lugar para outro, o VO2 máximo deve ser expresso em 
ml/kg.min (Pollock & Wilmore, 1993). 
Os testes em fisiologia do exercício baseiam-se na capacidade de realizar trabalho 
máximo, expressado por três referenciais: potência anaeróbica, potência aeróbica e 
capacidade metabólica (Sampedro, 1992). A medida dos três é a forma mais adequada 
para se estimar a capacidade máxima de trabalho, porém a potência aeróbica é usada 
como índice para determinar o perfil inicial de condição física do indivíduo. Para que isto 
se torne confiável é preciso seguir, cuidadosamente, uma padronização para teste e 
reteste, assim os valores serão da mesma magnitude e poderão ser comparados, até 
mesmo, de um laboratório para outro. 
Se expressa a potência aeróbica através do VO2 máximo, verificado com maior 
exatidão em testes de desempenho máximo. Procedimentos submáximos aumentam a 
margem de erro. Fatores como: especificidade populacional das equações e, adaptação 
do indivíduo ao procedimento aplicado pode afetar significativamente os resultados 
(Pollock & Wilmore, 1993; Howley & Franks, 2000). 
Pode-se resumir a importância de ser medido o VO2 máximo pelas seguintes 
razões (Leite, 1993): 
• É, internacionalmente, aceito como o melhor parâmetro fisiológico para avaliar, 
em conjunto, a capacidade funcional do sistema cardiorrespiratório; 
• Serve de parâmetro fisiológico para prescrever atividade física para inúmeros 
indivíduos; 
• Também utilizado para verificar a capacidade de trabalho do homem em 
diferentes atividades ocupacionais. 
 
2.1.2 Anamnese 
 Uma anamnese inicial é de grande valia. A avaliação do perfil de saúde antes de 
iniciar um programa de exercícios não é cara e pode, substancialmente, reduzir os riscos 
de participação em programas de atividade física (Sharkey, 1998). 
A anamnese deve incluir: Identificação, objetivos, história esportiva, doença 
pregressas e atuais, hábitos pessoais, histórico familiar de doença cardiovascular, 
problemas clínicos pertinentes ou incapacidade física, medicação em uso, bem como 
informações sobre a presença dos principais fatores de risco associados a cardiopatia 
(Pollock & Wilmore, 1993). 
Deve-se ainda, no caso da mulher, investigar o comportamento ou possíveis 
alterações do ciclo menstrual. Mulheres com ciclo menstrual normal, ovulatório, podem 
apresentar redução no desempenho aeróbico na fase lútea. Sendo assim, a verificação do 
VO2 máximo deveria ocorrer nas duas fases distintas, folicular e luteal, para posterior 
ajuste do treinamento (Ribeiro, 2001). 
 
 
2.2 Prescrição do exercício aeróbico 
 
2.2.1 Variáveis de Controle 
 
2.2.1.1 Freqüência do Treinamento 
Muito se discute, na literatura, sobre a freqüência ideal do treinamento. Diversos 
estudos foram desenvolvidos com a finalidade de avaliar a interferência da freqüência 
sobre as respostas de melhora no VO2 máximo (Pollock & Wilmore, 1993). 
 Quando o gasto calórico total é equalizado, não existiria diferença significativa no 
aumento do VO2 máximo. Exemplificando Pollock & Wilmore (1993) um grupo de homens 
foi dividido e treinado seguindo um esquema de 3 e 5 dias por semana, sendo reavaliados 
após 8 semanas. Ao final desse tempo os grupos foram avaliados, os indivíduos que 
compuseram o grupo de 5 vezes semanais obtiveram aumentos muito mais expressivos 
comparados ao grupo que treinou 3 vezes por semana. Numa tentativa de equalizar as 
sessões de treinamento o grupo que treinava 3 vezes por semana continuou treinando 
outras 5 semanas. Durante a reavaliação, pode-se observar que o grupo que treinava 3 
vezes por semana apresentou uma igualdade em termos de ganho no VO2 máximo 
quando comparado com o grupo que treinou 5 vezes. Esses dados sugerem que na 
prescrição do treinamento a freqüência semanal não deveria ser um fator preocupante, 
mas que na verdade o indivíduo deveria ser estimulado a praticar sua atividade sem 
interrupção e por toda a vida. O gráfico 1 demonstra um trabalho realizado com homens 
entre 20 e 35 anos de idade, durante 20 semanas. A intensidade de treinamento foi 
padronizada de 85 a 90% da freqüência cardíaca máxima de reserva. Cada indivíduo 
realizava 30 minutos de exercício. A melhora no VO2 máximo foi de 8, 13 e 17% para os 
grupos de treinamento de 1, 3 e 5 vezes por semana, respectivamente. Mesmo com 
essas evidências, ainda existem inconsistências na literatura relacionando a freqüência de 
treinamento e os ganhos na capacidade aeróbica. 
 
43,7 44,6 44,9 44,942,2
48,3 50,7
52,7
0
10
20
30
40
50
60
Controle 1x/s 8,3% 3x/s 12,92% 5x/s 17,4%
Antes Depois
 
Gráfico 1: Influência da freqüência semanal no aumento do VO2 máximo 
Fonte: adaptado de Pollock & Wilmore, pág. 102, 1993. 
 
 Concordando com tais inconsistências, Sharkey(1998) diz que estudos 
relacionando a freqüência semanal de treinamento com aumentos na aptidão são 
diretamente proporcionais ao número de vezes praticado, por exemplo, um programa de 6 
vezes por semana é duas vezes melhor que um programa de duração de 3 vezes 
semanais, independentemente do estado de treinamento inicial do indivíduo, intensidade, 
duração e extensão do programa. 
Ainda, estudos comparando o treinamento de duas e três vezes por semana, não 
evidenciaram diferenças significativas, isso só acontecia quando essas freqüências eram 
comparadas a cinco vezes (Pollock & Wilmore, 1993). 
 
2.2.1.2 Duração do Treinamento 
 A influência da duração da sessão de treinamento está diretamente ligada à 
melhora da capacidade aeróbica. Segundo Pollock & Wilmore (1993) melhoras 
significativas foram encontradas em programas de duração de 5 a 10 minutos, variando 
entre 6 a 10 sessões de treinamento. O gráfico 2 ilustra os resultados de um estudo 
realizado com homens jovens, 20 a 35 anos de idade, durante 20 semanas. A intensidade 
foi estabelecida entre 85 a 90% da freqüência cardíaca máxima de reserva. 
 
45,8 45
41,5
45,445,5
48,9 48,2
53,1
0
10
20
30
40
50
60
Controle 15 min (8,7%) 30 min (16,14%) 45 min (16,96%)
Antes Depois
 
Gráfico 2 Influência da duração da sessão no aumento do VO2 máximo 
Fonte: adaptado de Pollock & Wilmore, pág. 117, 1993. 
 
 Pollock & Wilmore (1993) destacam a importância da quantidade total de trabalho 
(custo energético) obtido, também chamam a atenção para a estreita ligação entre a 
duração e a intensidade do exercício. As evidências apontam para a importância da 
quantidade total de trabalho e para um limiar mínimo necessário de intensidade, 
para se obter ganhos cardiovasculares. Atividades de grande intensidade e menor 
duração produziriam respostas semelhantes aos programas de baixa intensidade e maior 
duração desde que, o gasto calórico total envolvendo ambos os casos fosse equivalente, 
nunca esquecendo que existe um limiar mínimo de intensidade que deve ser mantido. 
 
2.2.1.3 Intensidade do Treinamento 
Que intensidade um indivíduo deveria se exercitar a fim de produzir adaptações 
fisiológicas? Este limiar seria o mesmo para homens e mulheres, treinados e 
destreinados? 
 Karvonen et al. apud Pollock & Wilmore (1993), realizaram um estudo clássico 
buscando resposta a primeira pergunta. Esses autores treinaram homens jovens por 30 
minutos, cinco vezes por semana, na esteira rolante. Não houve nenhuma melhora 
significativa na capacidade máxima de trabalho para o grupo onde a freqüência cardíaca 
(FC) mantida não atingia o patamar de 135 BPM, mas o grupo que manteve uma FC 
superior a 153 BPM melhorou significativamente. 
Parece que um limiar mínimo e máximo pode existir. Esta flutuação dependendo da 
condição física, ou seja, indivíduos com menor capacidade aeróbica apresentariam um 
limiar mais baixo, assim como os que apresentam uma capacidade aeróbica elevada 
suportariam limiares mais altos. A maioria das evidências foi conseguida com indivíduos 
jovens do sexo masculino, porém os resultados podem ser utilizados para sexo feminino 
(Pollock & Wilmore, 1993). 
 Diversos estudos identificaram a relação linear entre a intensidade e os ganhos na 
capacidade aeróbica, à medida que a intensidade de trabalho aumenta, ocorrem 
aumentos significativamente maiores no VO2 máximo. Sharkey (1998) acrescenta que, a 
intensidade é o fator de maior relevância no aprimoramento do VO2 máximo. 
 
 
2.2.1.4 Método do VO2 Máximo 
A intensidade do treinamento, durante as sessões, não deveria exceder 85% da 
capacidade funcional máxima de um indivíduo e nem ser menor que 50%. O valor médio 
a ser prescrito para adultos assintomáticos usualmente encontra-se entre 60 e 70%. 
Participantes de baixa condição devem iniciar seu treinamento entre 40 e 60% de sua 
capacidade funcional (ACSM, 2003). 
 
Para prescrever o % de esforço através do VO2 máximo é preciso conhecer as 
seguintes relações: 
1 unidade metabólica = 1 Met 
3,5 ml/kg.min = consumo de oxigênio em repouso 
1 Met = 3,5 ml/kg.min 
1 Met = 1 Km/h 
 
 
Ex: VO2 Máximo = 50 ml/kg.min / 3,5 ml/Kg.min = 14,28 Met máximo = 14,28 Km/h 
Deve-se prescrever: 50 a 85% do VO2 Máximo 
 
Equação para encontrar o ideal de treinamento 
(Met máximo + 60)/100 
(14,28 + 60)/100 = 0,74 x 100 
 
Fração ideal de treinamento 74% do VO2 Máximo 
Velocidade de treinamento = 10,56 Km/h 
 
 
2.2.1.5 Freqüência Cardíaca 
 Baseia-se na premissa de que a freqüência cardíaca apresenta uma resposta linear 
com o consumo de oxigênio. Dois métodos são utilizados para prescrever e controlar a 
intensidade de esforço: a reserva da freqüência cardíaca e o método da freqüência 
cardíaca máxima (ACSM, 2003). 
 
1. Método da Reserva da freqüência cardíaca Máxima: 
a) Primeiramente determine a freqüência cardíaca máxima do indivíduo (utilize 
preferencialmente a máxima encontrada em teste de esforço máximo, caso não seja 
possível, utilize a seguinte equação: 220 – idade = FCMáxima); 
b) Após diminua da freqüência cardíaca máxima o valor da freqüência cardíaca em 
repouso (a FC de repouso deve ser coletada em situações padronizadas); 
c) De posse desse valor multiplique o percentual de treinamento desejado, 50 a 85%; 
d) Volte a adicionar o valor de FC de repouso ao valor anterior encontrado. 
 
Exemplo: FC Máxima = 200 BPM FC de Repouso = 60 BPM 
a) 220 – 20 anos = 200 BPM 
b) 200 – 60 = 140 BPM 
c) 140 x 60% = 84 BPM 
d) 84 BPM + 60 BPM = 144 BPM 
O valor de 144 BPM refere-se ao ritmo cardíaco teórico ideal de esforço. Qualquer 
atividade aeróbica cíclica deveria propiciar uma intensidade de esforço que elevasse a 
FC a esse nível. 
 
2. Método da freqüência cardíaca máxima 
a) Primeiramente determine a freqüência cardíaca máxima do indivíduo (utilize 
preferencialmente a máxima encontrada em teste de esforço máximo, caso não seja 
possível, utilize a seguinte equação: 220 – idade = FCMáxima); 
b) De posse desse valor multiplique o percentual de treinamento desejado, neste caso 
sugere-se 70 a 90%. 
 
Exemplo: FC máxima = 200 BPM 
a) 220 – 20 anos = 200 BPM 
b) 200 x 70% = 140 BPM 
 
Sobre a estimativa teórica de freqüência cardíaca, sugere-se uma excelente revisão 
realizada por Robergs & Landwehr (2002). 
Importante ressaltar que a faixa de treinamento estabelecida através da freqüência 
cardíaca vária em função de inúmeros fatores. A mesma faixa estabelecida para correr, 
não é a mesma para pedalar e nadar na mesma intensidade relativa (Mcardle et al., 2002) 
 
 
 
2.2.1.6 Escala de esforço percebido (Borg) 
 Durante a década de 1940, estudos na área da psicologia, mais precisamente no 
âmbito da psicofísica, começara a trazer contribuições significativas para a compreensão 
das percepções sensitivas e sua relação com o estímulo físico. No final da década de 
1950, Borg (2000) deu início a um estudo psicofísico sobre a percepção da velocidade 
enquanto dirigia um automóvel. 
“No trabalho físico e mental com freqüência é importante tentar 
integrar os resultados dos três principais contínuos do esforço: 
perceptivo, de desempenho e fisiológico” (Borg, 2000). 
No contínuo perceptivo, fica o comportamento e em como nos adaptamos a uma 
dada situação. Já no contínuo de desempenho ficam os esforços máximos, fáceis de 
serem mensurados. As variáveis orgânicas como FC, VO2, lactato, catecolaminas entre 
outras, referem-se ao contínuo fisiológico, contrastando com as variáveis perceptivas, 
essas são muito fáceis de serem medidas através de métodos físicos. Os três contínuos 
do esforço se complementam um ao outro (Borg, 2000). 
Borg (2000), com base nos experimentos psicofísicos e fisiológicos, criou uma 
escala de esforço que possibilitou avaliar, de um modo geral,todos os contínuos. 
Sua correlação com o consumo máximo de oxigênio e com a freqüência cardíaca 
foi muito boa, intensidades entre 50 a 60% do VO2 máximo corresponderiam a um índice 
de esforço de 12 a 13, já 85% do mesmo corresponderia a um índice de 15 a 16 na tabela 
(Pollock & Wilmore, 1993). 
 
2.2.1.7 Limiar de Lactato 
Segundo Sharkey (1998) estudos definiram um limite superior de intensidade de 
treinamento. Recentemente foi reconhecido que esse limite coincide com o limiar 
chamado de anaeróbico ou de lactato. Quando existe acúmulo de lactato, em virtude de 
uma alta intensidade, os mecanismos aeróbicos deixariam de predominar, bem como as 
adaptações aeróbicas desejadas não aconteceriam. Assim, existe uma zona de 
treinamento que vai do limiar aeróbico até o anaeróbico. Essa zona, segundo WEINECK 
(1999), encontra-se entre 2 e 4 mmol/l. Indivíduos bem treinados conseguem manter sua 
atividade com intensidades de 4 mmol/l, já os de menor condição física deveriam se 
exercitar inicialmente no limiar inferior na zona de treinamento. 
A determinação do limiar de lactato pode ser obtida através de um teste progressivo, 
onde o acúmulo terá uma relação linear com a taxa de consumo de oxigênio, mas uma 
determinada carga de esforço provocará uma quebra acentuada nessa relação linear, ou 
seja, a partir dessa a concentração de lactato aumentaria brutalmente, esse ponto é 
conhecido como limiar de lactato (BROOKS, 1985). 
Kindermann et al. apud WEINECK (1999) dizem que, de um modo geral o % de 
intensidade que ocorreria o limiar anaeróbico de 4 mmol/l em atletas de elite estaria 
situado a 80% do VO2 máximo ou a 174 batimentos por minuto. Já em pessoas não 
treinadas o nível de lactato começaria a subir em torno de 40 a 60% do VO2 máximo. 
 
 
2.2.1.8 Limiar glicêmico 
 Investigações sobre o comportamento glicêmico durante o exercício são realizadas 
a bastante tempo (Hollman e Hettinger, 2005). 
Endente-se por glicemia sanguínea a quantidade de glicose circulante que, em 
indivíduos normais, normoglicêmicos, permanece entre 80 e 95 mg/100ml podendo 
atingir, após uma refeição, valores de até 140 mg/100ml (Aires, 2007; Maughan et al., 
2000; Mcardle et al., 2002). 
O exercício físico, em função da intensidade do esforço, pode provocar 
incrementos na glicemia sanguínea acima de 200mg/100ml, (Fujimoto et al., 2003; 
Romijn et al., 2000; Friedlander et al., 1998). 
 Para Silva et al. (2005); Simões et al. (1999) é possível identificar um possível 
limiar, através do comportamento glicêmico, que possa servir de referencia para 
prescrever a melhor intensidade do exercício aeróbico. 
 Através de estudo piloto, informação não publicada, identificou-se três 
comportamentos distintos da glicemia: elevação linear com o esforço até apresentar 
elevação exponencial, semelhante ao lactato; pequenas alternâncias até cair 
bruscamente e; linearidade até o ponto em que ocorria uma queda acentuada seguida por 
elevação constante até o final do esforço máximo. O protocolo usado foi: teste 
ergométrico, em esteira rolante, com incrementos de 1 km/h a cada 2 minutos até fadiga 
voluntária. A amostra foi composta por mulheres, usuárias de contraceptivo, 
normoglicêmicas. 
 
2.3 Avaliação e Prescrição do exercício de força 
O treinamento de força tem recebido maior atenção. Os benefícios conseguidos, 
em programas bem elaborados, vêm despertando cada vez mais adeptos. Atletas ou não 
atletas, crianças, adultos mais velhos e até mesmo pacientes em reabilitação cardíaca 
(Acsm, 2003). Melhorar a composição corporal ganhando massa muscular, prevenir ou 
tratar a osteoporose, aumentar a força e controlar o stress são benefícios observados 
nesses programas. Atualmente é consenso a inclusão desse tipo de treinamento como 
parte integrante nos programas de aptidão, ficando a responsabilidade a cargo dos 
profissionais do exercício que deve, de acordo com o estado de saúde e possíveis contra 
indicações, estruturar os programas. 
 O de treinamento para melhora a força é prescrito levando-se em conta inúmeras 
variáveis como: intensidade, volume, progressão, especificidade de grupos musculares, 
respiração, segurança e objetivos (Fleck & Kraemer, 1999). 
As adaptações cardiovasculares, quando comparadas às observadas nos exercícios 
aeróbicos, também são diferentes. Respostas agudas como aumento da freqüência 
cardíaca e pressão arterial são observadas, porem o curto tempo de exposição não 
promove ganhos significativos na capacidade aeróbica. Torna-se pertinente reforçar que, 
o treinamento de força não resulta em doença hipertensiva e, em longo prazo, pode 
inclusive diminuir suas respostas, tanto sistólica quanto diastólica, diminuir a freqüência 
cardíaca e o duplo produto, como resultados do treinamento crônico. As maiores repostas 
pressóricas, no treinamento de força, foram observadas entre 70 e 85% da força máxima 
(Fleck & Kraemer, 1999; Mcardle et al., 2002). 
 Com base nas afirmações anteriores, pode-se inferir que mesmo indivíduos 
portadores de doença, como hipertensão, podem se beneficiar com segurança, de um 
programa de treinamento de força bem elaborado. 
 Assim como na avaliação da capacidade máxima de oxigênio (VO2 máximo), 
precisa-se verificar a força máxima para posterior prescrição. 
Dois testes podem ser realizados, teste de uma repetição máxima e o teste de 7 a 
10 repetições máximas (Mcardle et al., 2002). 
Com relação às lesões, ocasionadas no treinamento de força, observa-se que o 
principal fator agressor é a técnica incorreta no momento da execução e não, a 
sobrecarga usada (Fleck e Kraemer, 1999). 
 
 
 
 
 
2.4 Variáveis de segurança na prescrição do exercício aeróbico 
 
2.4.1 Freqüência e Duração do treinamento 
 O desgaste, em especial nas articulações, ocasionado nos programas de 
exercícios físicos dependem de vários fatores. Em especial destaca-se a freqüência 
(gráfico 3) e duração (gráfico 4). 
0
12
38,9
0
10
20
30
40
50
1 x / s 3 x / s 5 x / s
% de Lesão
 
Gráfico 3: adaptado de Pollock & Wilmore, pág. 104, 1993. 
 
20
24,1
54,2
0
10
20
30
40
50
60
15 min 30 min 45 min
% de Lesão
 
Gráfico 4: adaptado de Pollock & Wilmore, pág. 104, 1993. 
2.4.2 Relação ganho x risco. 
 Como consenso adota-se as seguintes indicações, conforme figura 1, para 
prescrever e controlar os programas de exercícios aeróbicos. 
 
Figura 1: Powers e Howley , p. 290 (2000) 
 
2.3 Recomendações básicas para saúde, segundo o ACSM e AHA (2007). 
Recomendações 
Saudáveis com 
menos de 65 anos 
Saudáveis com mais de 65 anos 
ou 50 a 64 anos com doenças 
crônicas 
Intensidade Moderada ou Alta Moderada ou Alta 
Duração 30 ou 20 min 30 ou 20 min 
Freqüência 5 ou 3 x/semana 5 ou 3 x/semana 
Musculação 8 a 10 exercícios 
1 série 8 a 12 rep. 
2 vezes por semana 
8 a 10 exercícios 
1 série 10 a 15 rep. 
3 vezes por semana 
* Exercícios para o equilíbrio 
3. Referencias Bibliográficas 
 
ACSM (2003). Manual de pesquisa das diretrizes do ACSM para os testes de 
esforço e sua prescrição. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan. 
ACSM e AHA (2007) 
http://www.acsm.org/AM/Template.cfm?Section=Home_Page&TEMPLATE=/CM/HTMLDi
splay.cfm&CONTENTID=7764#Improvements_from_the_1995_recommendation 
AIRES, M. de M. (2007). Fisiologia. Rio de Janeiro, RJ: 3a ed. Guanabara Koogan. 
BORG, G (2000). Escalas de Borg para a Dor e o Esforço Percebido. São Paulo, SP: 
Manole. 
BROOKS, G. A. (1985). Anaerobic threshold: review of the concept and directions for 
future research. Med. Sci. Sports Exerc. v 17, n 1, p. 22-29. 
FLECK, S. J. & KRAEMER, W. J. (1999) Fundamentos do Treinamento de Força 
Muscular. Porto Alegre, RS: Artmed. 
FRIEDLANDER, A. L., CASAZZA,G. A., HORNING, M. A., HUIE, M. J., PIACENTINI, M. 
F., TRIMMER, J. K. T. AND BROOKS, G. A. (1998) Training-induced alterations of 
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