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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS FÍSICAS E MATEMÁTICAS DEPARTAMENTO DE QUÍMICA QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL A (QMC5232) EXTRAÇÃO DA CAFEÍNA Emanueli Markendorf Joana Carolina Gritti Maria Eduarda Zimmermann FLORIANÓPOLIS, 11 DE ABRIL DE 2018 1. OBJETIVO Extrair a cafeína do chá mate, utilizando técnicas de extração por solventes orgânicos e recristalização para purificação da amostra. 2. INTRODUÇÃO Alcalóides são substâncias orgânicas nitrogenadas de carácter básico. São substâncias geralmente de origem vegetal, que provocam efeitos fisiológicos característicos nos organismos humanos A cafeína (1,3,7 - trimetilxantina, 1) pertence á família dos alcalóides xantínicos e provoca um efeito pronunciado no sistema nervoso central (SNC), mas nem todos os derivados xantínicos são efetivos como estimulantes dos SNC. Na Figura 1 podemos ver a estrutura de alguns alcalóides xantínicos.¹ 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 Materiais e Equipamentos - Erlenmeyer - Chapa elétrica - Espátula - Funil - Funil de separação - Kitassato - Sistema de filtração de Buchner - Banho de gelo - Proveta graduada - Béquer - Banho Maria - Balão de fundo redondo - Papel filtro - Rotaevaporador - Placa de petri - Plástico filme - Balança 3.2 Reagentes e Solventes - Chá preto - Carbonato de cálcio - Sulfato de sódio anidro - Diclorometano - Acetona - Éter de petróleo - Solução Salina 3.3 Parte Experimental Utilizando um erlenmeyer de 500 mL, foram adicionados a ele 15,0 g de chá preto, 150 mL de água e 7,0 g de carbonato de cálcio. Ambos os sólidos foram pesados devidamente na balança. Em seguida, a mistura foi fervida por cerca de 15 minutos e, ainda quente, foi filtrada em um funil de Buchner. Após a filtração deixou-se esfriar o filtrado a uma temperatura entre 10-15ºC. Posteriormente a solução foi transferida para um funil de separação e, então, realizada a extração da cafeína com 4 porções de 20 mL de diclorometano. Depois foi novamente lavada com solução salina e a fase orgânica orgânica foi secada usando o sulfato de sódio anidro. Colocou-se a fase orgânica para filtrar por gravidade em um balão de fundo redondo anteriormente pesado. Com o rotaevaporador, destilou-se o solvente até atingir um volume entre 5-7 mL no balão. Retirou-se o extrato concentrado e o transferiu para um béquer e assim evaporou-se o restante do solvente em banho de vapor até secar. O resquício foi recristalizado, dissolvendo em 2-3 mL de acetona a quente e adicionando poucas gotas de éter de petróleo até formar o precipitado. Por fim, depois de alguns dias em repouso na placa de petri devidamente envolvida com plástico filme, foi determinado a massa e o ponto de fusão da cafeína. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES A primeira etapa da extração da cafeína foi à qual adicionamos o carbonato de cálcio ao erlenmeyer contendo o chá preto e água destilada. O carbonato de cálcio é um composto básico, e foi adicionado com o intuito de isolar os componentes ácidos do chá mate, convertendo-os em sais de cálcio, que por sua vez são compostos insolúveis em soluções orgânicas. A mistura foi fervida por aproximadamente 15 minutos, isso por que em solução quente a cafeína é mais solúvel do que em uma solução fria, o que facilita e agiliza a extração. Em seguida a mistura foi filtrada ainda quente em um funil de Buchner e o filtrado foi resfriado em banho de gelo, com o intuito de economizar tempo. O filtrado foi transferido para o funil de separação, onde fizemos a extração dele com 4 porções de 20 mL de diclorometano. Os sais formados ficaram solubilizados na fase aquosa, enquanto que a cafeína foi para a fase orgânica, pelo fato de ser muito mais solúvel em diclorometano. Nesta etapa, observou-se a formação de emulsão na fase orgânica, a qual teve que ser transferida novamente para o funil de separação para extração com solução salina. A solução salina foi adicionada ao funil juntamente com a fase orgânica, com o intuito de “quebrar”(pela força iônica) a emulsão que se formou e assim podermos separar as fases com o mínimo de emulsão possível, para que posteriormente pudéssemos secar a fase orgânica com sulfato de sódio anidro, retirando toda a água da mistura. A mistura foi então filtrada por gravidade para um balão de fundo redondo previamente pesada (140,030g). O filtrado foi transferido para o rotaevaporador a fim de evaporar todo o solvente. Após evaporar 5-7 ml de solvente, o balão foi novamente pesado, agora com o resíduo da cafeína bruta, obtendo-se 140,257g. Através desses dados obtivemos o rendimento da cafeína bruta através dos cálculos: Peso do balão + cafeína bruta - peso do balão = 140,030g - 140,257g = 0,227 g de cafeína bruta, a qual apresentou rendimento de 1,51%, obtida através do peso inicial do chá preto com o peso da cafeína bruta: 15,0 g - 100% 0,227 g - x % x = 1,51% de cafeína bruta Por fim purificou-se a cafeína através da recristalização, dissolvendo o composto em torno de 2-3 mL de acetona a quente e, após sua total dissolução, adicionou-se algumas gotas de éter de petróleo, até a formação de um precipitado. A amostra foi então filtrada pelo sistema de filtração de Buchner, obtendo então o precipitado (cafeína pura) no papel filtro. Ao filtrar o precipitado observamos que houve pouca quantidade de cafeína, e com o auxílio do professor concluímos que parte da amostra havia ficado no béquer usado anteriormente, então além de pesar o papel filtro com e sem a cafeína, também pesamos o béquer com e sem a amostra seca, obtendo-se os seguintes valores: Peso do béquer = 30,890 g Peso do béquer + cafeína = 30,897 g Peso do papel = 0,546g Peso do papel + cafeína = 0,576g Com as diferenças dos pesos, obtivemos 0,007g restantes no béquer e 0,030g no papel filtro. Assim obtivemos ao total de 0,037g de cafeína pura, com rendimento de 0,246%, como podemos observar abaixo: 15,0 g - 100% 0,037 g - x % x = 0,246 % de cafeína pura O ponto de fusão da cafeína, segundo a literatura, gira em torno de 238ºC.2 Porém, o valor do ponto de fusão encontrado foi de 226ºC, pois o rendimento da amostra foi extremamente baixo, o que dificultou a medição do ponto de fusão. 5. CONCLUSÃO Através do presente experimento, foi possível obter a substância orgânica (cafeína) existente no chá mate por meio das técnicas de filtração simples, filtração a vácuo, extração líquido-líquido, destilação simples e recristalização. A técnica de recristalização utilizada nesta experiência se deu a partir da dissolução do resíduo em acetona, o qual é mais polar, e adicionado algumas gotas de éter de petróleo gerando o precipitado. Ou seja, a recristalização é ocasionada pela diferença de solubilidade do composto nos dois solventes, solúvelem acetona e insolúvel em éter de petróleo. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1) UFSC, Apostila de experimentos. QMC 5232. Disponível em Plataforma Moodle. Acesso em 08/04/2018. 2) BRENELLI, E.C.S.; A extração da cafeína em bebidas estimulantes: uma nova abordagem para um experimento clássico em química orgânica. Química Nova, São Paulo, vol.26, nº1, 2003. <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422003000100023> Acesso em 09/04/2018.
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