Buscar

4 PG Pessoa Jurídica (Art 40 à 69)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO CIVIL
TARTUCE/ DIZER o DIREITO/ CICLOS
PESSOA JURÍDICA
CONCEITO:
Denominadas pessoas coletivas, morais, fictícias ou abstratas, podem ser conceituadas como sendo o conjunto de pessoas ou de bens arrecadados, que adquirem personalidade jurídica própria por uma ficção legal, não se confundindo com os seus membros.
Não nasce da dogmática jurídica, mas sim do fato associativo, da tendência humana ao agrupamento. 
	PJ de Direito Público Interno
	PJ de Direito Público Externo
	PJ de Direito Público Privado
	União;
Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
Municípios;
Autarquias, inclusive as associações públicas;
Demais entidades de caráter público criadas por lei.
	Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.
	Associações;
Sociedades;
Fundações.
Organizações religiosas;          
Os partidos políticos;
Empresas individuais de responsabilidade limitada. 
TEORIAS EXPLICATIVAS E NATUREZA JURÍDICA:
a) Corrente negativista (Brinz, Bekker, Ihering):
Negava a existência da pessoa jurídica, alegando que ela não seria nada mais que um grupo de pessoas físicas reunidas ou que seria um patrimônio reunido.
b) Corrente afirmativista:
Aceita a existência. Várias teorias se inserem nessa corrente. As três principais teorias dentro dessa corrente são: (1) a da ficção, (2) a da realidade objetiva e a (2) da realidade técnica.
b.1) Teoria da ficção (Windscheid, Savigny): a pessoa jurídica teria uma existência meramente abstrata ou ideal, fruto da técnica do direito. São criadas por uma ficção legal. 
Pecava por não reconhecer a existência objetiva e social da pessoa jurídica. 
b.2) Teoria da realidade objetiva ou orgânica (Cunha Goncalves, Clóvis Beviláqua): A pessoa jurídica teria uma existência objetiva e uma dimensão social. Possui a PJ identidade organizacional própria.
Incorria no exagero oposto de negar-lhe a influência da técnica do direito. Reduzia a pessoa jurídica a um fenômeno meramente sociológico.
b.3) Teoria da realidade técnica (Saleilles): Teoria adotada pelo CC/02. 
Para essa teoria a pessoa jurídica teria uma existência objetiva e dimensão social, mas a sua personificação seria fruto da técnica do direito. 
A personalidade jurídica é um atributo que a ordem jurídica outorga a entes que o merecerem. É uma realidade jurídica. 
	Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a 	inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando 	necessário, de 	autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas 	as 	alterações por que passar o ato constitutivo. 
	Parágrafo único. DECAI em três anos o direito de anular a constituição das pessoas 	jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da 	publicação de sua inscrição no registro.
Maria Helena Diniz conceitua como Teoria da realidade das instituições jurídicas. 
Q710769/16. Se uma associação for constituída e houver defeito no ato, o prazo prescricional para a anulação começará a correr a partir da publicação de sua inscrição no registro respectivo (E).
SURGIMENTO DA PESSOA JURÍDICA:
O registro de uma pessoa física ou natural é meramente declaratório da sua personalidade, adquirida pelo nascimento com vida (Art. 2, CC). 
Diferentemente, nos termos do Art. 45, CC, o registro de uma pessoa jurídica é CONSTITUTIVO de sua personalidade. Ou seja, a PJ adquiri personalidade com o registro (Junta Comercial ou no Cartório de registro de PJ) de seu ato constitutivo – contrato social ou estatuto. 
Excepcionalmente, algumas pessoas jurídicas, para se constituírem e terem existência legal demandam uma autorização específica do poder executivo.
Ex: Bancos e Seguradoras. 
O registro da PJ deve obedecer alguns requisitos:
	Art. 46. O registro declarará:
	I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver;
	II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores;
	III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e 	extrajudicialmente;
	IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo;
	V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais;
	VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse 	caso.
A regra geral é que toda pessoa jurídica tenha CNPJ, mas o fato de ter CNPJ não implica que à luz da Teoria do Direito Civil e do CC em vigor, necessariamente, haja uma pessoa jurídica.
Nos termos do CC, não havendo registro estamos diante de um ente despersonificado, regulado a partir do art. 986 do CC e denominado pela doutrina clássica de sociedade irregular ou de fato. 
A sua concepção não se confunde com a dos entes ou grupos despersonalizados, que são meros conjuntos de pessoas e de bens que não possuem personalidade jurídica própria ou distinta, não constituindo PJ. 
Maria Helena Diniz fala em personificação anômala. 
Art. 75 CPC/2015.
Quanto ao condomínio, tramita no Congresso Nacional o projeto de lei nº 80/2011 (aguardando parecer na CCJ em 27.06.13), que pretende, alterando o CC, permitir os condomínios edilícios se constituírem como pessoas jurídicas. 
Pessoa jurídica pode sofrer dano moral? SIM!
Doutrina majoritária, seguindo a corrente jusnaturalista, conceitua os danos morais como LESÕES aos DIREITOS DE PERSONALIDADE. Sendo assim, os danos morais podem atingir tanto as pessoas físicas como as jurídicas. 
S. 227, STJ. A pessoa jurídica pode sofrer dano moral.
Ofensa à honra objetiva (conceito que goza no meio social).
Pessoa jurídica pode sofrer dano moral in re ipsa?
INFO 619, STJ/17.
Precedente em sentido contrário:
INFO 619, STJ/17.
STJ entende que apenas pessoas jurídicas de direto privado podem sofrer dano moral (empresas). PJ de direito público não – Informativo 534.
Divergência doutrinária:
Uma parcela da doutrina critica a tese do dano moral à pessoa jurídica (Wilson Melo da Silva e Arruda Alvim), o que aparentemente ganhou reforço teórico a partir do enunciado 286 da IV Jornada de Direito Civil. 
	Enunciado 286 da JDC. Art. 52: Os direitos da personalidade são direitos 	inerentes e essenciais à pessoa humana, decorrentes de sua dignidade, não sendo 	as pessoas jurídicas titulares de tais direitos.
ESPÉCIES DE PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO.
O rol do Art. 44 não é exaustivo. 
Há dois grandes grupos: corporações (associações e sociedades) e fundações.
Organizações religiosas e partidos políticos:
As organizações religiosas e os partidos políticos são corporações autônomas, especiais ou sui generis.
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
IV - as organizações religiosas;          
V - os partidos políticos.         
§ 1o São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento.         
 § 2o As disposições concernentes às associações aplicam-se subsidiariamente às sociedades que são objeto do Livro II da Parte Especial deste Código.           
§ 3o Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei específica.   
Não se caracterizam como associações.
Foram expressamente excluídas da adaptação do CC/02, nos termos do Art. 2.031, Parágrafo único.
Enunciado nº 143 da III JDC. A liberdade de funcionamento das organizações religiosas não afasta o controle de legalidade e legitimidade constitucional de seu registro, nem a possibilidade de reexame pelo Judiciário da compatibilidade de seus atos com a lei e com seus estatutos.
Associações:
São formadas pela união de indivíduos (o que faz delas uma corporação) com propósito de realizar uma finalidade ideal ou não econômica. Não podem ter finalidade lucrativa.
	Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem parafins 	não econômicos.
	Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos.
	Enunciado 534 do CJF, IV JDC. As associações podem desenvolver atividade econômica, 	desde que não haja finalidade lucrativa.
O ato constitutivo é o estatuto, devendo seu registro ser feito no CRPJ, e é com ele que nasce a aptidão para ser sujeito de direitos e deveres.
	Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá:
	I - a denominação, os fins e a sede da associação; II - os requisitos para a admissão, 	demissão e exclusão dos associados;
III - os direitos e deveres dos associados;
 IV - as fontes de recursos para sua manutenção;
V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos; 
VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução.
VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas. 
O órgão máximo de uma associação é assembleia geral, cujas atribuições são:
Art. 59. Compete privativamente à assembleia geral: 
I – destituir os administradores; 
II – alterar o estatuto.
Parágrafo único. Para as deliberações a que se referem os incisos I e II deste artigo é exigido deliberação da assembleia especialmente convocada para esse fim, cujo quórum será o estabelecido no estatuto, bem como os critérios de eleição dos administradores.
É possível que haja categorias de associados com vantagens especiais, o que não se permite é a discriminação dentro de uma mesma categoria. 
	Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir 	categorias com vantagens especiais.
	Enunciado 577 do CJF, VI JDC (2015). A possibilidade de instituição de categorias de 	associados com vantagens especiais admite a atribuição de pesos diferenciados ao 	direito de voto, desde que isso não acarrete a supressão em relação a matérias 	previstas no art. 59 do Código Civil, que trata das competências da assembleia 	geral. 
Quanto a qualidade de associado, há ato personalíssimo na admissão.
Art. 56. A qualidade de associado é INTRANSMISSÍVEL, se o estatuto não dispuser o contrário.
Parágrafo único. Se o associado for titular de quota ou fração ideal do patrimônio da associação, a transferência daquela não importará, de per si, na atribuição da qualidade de associado ao adquirente ou ao herdeiro, salvo disposição diversa do estatuto.
Exclusão do associado acontecerá desde que haja justa causa, sendo garantida a ampla defesa. 
Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto.   Cabe discutir no âmbito judicial, a exclusão sumária do associado, sem direito à defesa.
TRF3/2016. É obrigatória a inclusão de norma estatutária nas associações que preveja o direito de recorrer dos associados na hipótese de sua exclusão (C).
O Art. 57 não deve ser aplicado em face de condomínios, na medida em que, refere-se a associações. Todavia, há corrente doutrinária e jurisprudencial, à luz do princípio da função social, admitindo a expulsão do condômino nocivo, quando as multas aplicadas se mostrarem insuficientes. 
Enunciado 508: Verificando-se que a sanção pecuniária mostrou-se ineficaz, a garantia fundamental da função social da propriedade (arts. 5º, XXIII, da CRFB e 1.228, § 1º, do CC) e a vedação ao abuso do direito (arts. 187 e 1.228, § 2º, do CC) justificam a exclusão do condômino antissocial, desde que a ulterior assembleia prevista na parte final do parágrafo único do art. 1.337 do Código Civil delibere a propositura de ação judicial com esse fim, asseguradas todas as garantias inerentes ao devido processo legal.
Vale acrescentar ainda que essa exclusão pressupõe o respeito à garantia da ampla defesa e a propositura de uma ação judicial com essa finalidade. A assembleia autoriza o síndico, representando a coletividade, a ajuizar uma ação e quem concretiza a expulsão é o juiz (obrigação de não fazer).
Art. 1337. O condômino, ou possuidor, que não cumpre reiteradamente com os seus deveres perante o condomínio poderá, por deliberação de três quartos dos condôminos restantes, ser constrangido a pagar multa correspondente até ao quíntuplo do valor atribuído à contribuição para as despesas condominiais, conforme a gravidade das faltas e a reiteração, independentemente das perdas e danos que se apurem.
Parágrafo único. O condômino ou possuidor que, por seu reiterado comportamento antissocial, gerar incompatibilidade de convivência com os demais condôminos ou possuidores, poderá ser constrangido a pagar multa correspondente ao décuplo do valor atribuído à contribuição para as despesas condominiais, até ulterior deliberação da assembleia.
Ainda, não é possível a imposição compulsória de mensalidades em casos de associações de moradores de condomínios fechados. A adesão forçada contraria o livre direito de associação. 
Disse o STJ (INF. 562) que as taxas de manutenção criadas por associações de moradores não obrigam os não associados ou os que a elas não anuíram. As obrigações de direito civil possuem como pressuposto a existência de uma lei ou acordo. 
Art. 58. Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou função que lhe tenha sido legitimamente conferido, a não ser nos casos e pela forma previstos na lei ou no estatuto.
O princípio da legalidade não pode ser afastado pelo Estatuto sem justo motivo.
Quanto a destituição dos administradores e as alterações dos estatutos:
Art. 59. Compete privativamente à assembléia geral:          
 I – destituir os administradores;         
 II – alterar o estatuto.       
 Parágrafo único. Para as deliberações a que se referem os incisos I e II deste artigo é exigido deliberação da assembléia especialmente convocada para esse fim, cujo quorum será o estabelecido no estatuto, bem como os critérios de eleição dos administradores.  
Convocação dos órgãos deliberativos:
Art. 60. A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma do estatuto, garantido a 1/5 (um quinto) dos associados o direito de promovê-la.  Não é necessário convocar a assembleia para discutir questões não afetas ao Art. 59.
Dissolução da associação:
Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, depois de deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais referidas no parágrafo único do art. 56, será destinado à entidade de fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos associados, à instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes.
Q854542/17. Na extinção de associação, os valores referentes às quotas dos associados não são revertidas a eles, visto que associações não possuem fins econômicos (E).Parte superior do formulário
Enunciado 407 da V JDC. Art. 61: A obrigatoriedade de destinação do patrimônio líquido remanescente da associação à instituição municipal, estadual ou federal de fins idênticos ou semelhantes, em face da omissão do estatuto, possui caráter subsidiário, devendo prevalecer a vontade dos associados, desde que seja contemplada entidade que persiga fins não econômicos (Q417877, CESPE/14).
§ 1o Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos associados, podem estes, antes da destinação do remanescente referida neste artigo, receber em restituição, atualizado o respectivo valor, as contribuições que tiverem prestado ao patrimônio da associação.
§ 2o Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no Território, em que a associação tiver sede, instituição nas condições indicadas neste artigo, o que remanescer do seu patrimônio se devolverá à Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União.
C ) Fundações (alterações feitas pela Lei nº 13.151/2015).
	Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou 	testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, 	e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins de (Q821242.CESPE/17):       
	I – assistência social; 
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; 
III – educação; 
IV – saúde; 
V – segurança alimentar e nutricional; 
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável;  
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos; 
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos; 
IX – atividades religiosas; e 
Q738008.CESPE/16. As fundações privadas são de livre criação, organização e estruturação, cabendo aos seus instituidores definir os seus fins, que podem consistir na exploração de entidades com fins lucrativos nas áreas de saúde, educação ou pesquisa tecnológica, e outras de cunho social (F).
Parte superior do formulário
São bens arrecadados e personificados, em atenção a um determinado fim, que por uma ficção legal lhe dá unidade parcial.
Surgem com o registro de seus estatutos no RCPJ.
Criadas através de uma ESCRITURA PÚBLICA ou TESTAMENTO.
AFETAÇÃO de BENS LIVRES – ESPECIFICAÇÃO dos FINS – PREVISÃO do MODO de ADMINISTRÁ-LAS – ELABORAÇÃO de ESTATUTOS com base em seus objetivos e submetidos à APRECIAÇÃO do MP que os FISCALIZARÁ.
Enunciado nº 9 da I JDC. O Art. 62, parágrafo único, deve ser interpretado de modo a excluir apenas as fundações com fins lucrativos. 
Fases:
(1) dotação/instituição;
(2) elaboração do estatuto e aprovação pelo MP;
(3) registro do Estatuto no CRPJ.
	Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados 	serão, se de outro modo não dispuser o instituidor, incorporados em outra 	fundação que se proponha a fim igual ou semelhante.
	Art. 64. Constituída a fundação por negócio jurídico entre vivos, o instituidor é 	obrigado a transferir-lhe a propriedade, ou outro direito real, sobre os bens 	dotados, e, se não o fizer, serão registrados, em nome dela, por mandado judicial.
A dotação não se confunde com a doação, pois esta envolve a transferência de bens de uma pessoa a outra, enquanto na fundação a dotação patrimonial é o elemento genético da própria pessoal jurídica. 
Como é conjunto de bens e não de pessoas, nas fundações não existem sócios. 
Diferentemente das associações e das sociedades, as fundações resultam não da união de indivíduos, mas da afetação de patrimônio que o seu instituidor faz para a realização de uma finalidade ideal. Não nasce do fato associativo. Resulta de um patrimônio que se personifica.
O instituidor pode ser pessoa física ou jurídica. 
Estatuto:
Art. 65. Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio, em tendo ciência do encargo, formularão logo, de acordo com as suas bases (art. 62), o estatuto da fundação projetada, submetendo-o, em seguida, à aprovação da autoridade competente, com recurso ao juiz.
Parágrafo único. Se o estatuto não for elaborado no prazo assinado pelo instituidor, ou, não havendo prazo, em cento e oitenta dias, a incumbência caberá ao Ministério Público.
É o corpo normativo e organizacional da fundação. O estatuto da fundação poderá ser elaborado diretamente pelo seu próprio instituidor, como também, fiduciariamente, por um terceiro, ou, até mesmo, em caráter subsidiário pelo MP. 
O responsável pela fiscalização é o Ministério Público Estadual. 
Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas.
§ 1º Se funcionarem no Distrito Federal ou em Território, caberá o encargo ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. (Redação dada pela Lei nº 13.151, de 2015)
§ 2o Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público.
NCPC:
Art. 764.  O juiz decidirá sobre a aprovação do estatuto das fundações e de suas alterações sempre que o requeira o interessado, quando:
I - ela for negada previamente pelo Ministério Público ou por este forem exigidas modificações com as quais o interessado não concorde;
II - o interessado discordar do estatuto elaborado pelo Ministério Público.
§ 1o O estatuto das fundações deve observar o disposto na Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil).
§ 2o Antes de suprir a aprovação, o juiz poderá mandar fazer no estatuto modificações a fim de adaptá-lo ao objetivo do instituidor.
Todavia, havendo fundamento, nada impede que o MPF possa eventualmente atuar em conjunto com outros órgãos do MP. 
Enunciado 147 da III JDC. 147. Art. 66. A expressão “por mais de um Estado”, contida no § 2o do art. 66, não exclui o Distrito Federal e os Territórios. A atribuição de velar pelas fundações, prevista no art. 66 e seus parágrafos, ao MP local – isto é, dos Estados, DF e Territórios onde situadas – não exclui a necessidade de fiscalização de tais pessoas jurídicas pelo MPF, quando se tratar de fundações instituídas ou mantidas pela União, autarquia ou empresa pública federal, ou que destas recebam verbas, nos termos da Constituição, da LC n. 75/93 e da Lei de Improbidade.
Alteração das fundações:
Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma:
I - seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação;
II - não contrarie ou desvirtue o fim desta;
III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 45 (quarenta e cinco) dias, findo o qual ou no caso de o Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado. 
Art. 68. Quando a alteração não houver sido aprovada por votação unânime, os administradores da fundação, ao submeterem o estatuto ao órgão do Ministério Público, requererão que se dê ciência à minoria vencida para impugná-la, se quiser, em dez dias.
Extinção da Fundação:
Art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante.
Art. 765 do NCPC.  Qualquer interessado ou o Ministério Público promoverá em juízo a extinção da fundação quando:
I - se tornar ilícito o seu objeto;
II - for impossível a sua manutenção;
III - vencer o prazo de sua existência.
Sociedade: 
É pessoa jurídica de direito privado, instituída por meio de contrato social, com o objetivo de exercer atividade econômica e partilhar lucro. 
Art. 981, CC. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados. 
Parágrafo único. A atividade pode restringir-se à realização de um ou mais negócios determinados. 
No direito anterior, especialmente, influenciado pelo sistema francês da Teoria dos atos de comércio, as sociedades eram divididas em civis e mercantis. A diferença é que estas últimas, na busca do lucro realizariam atos de comércio. As sociedades civis geralmente eram prestadoras de serviço. Ao longo do século XX, por especial influência da Teoria da Empresa e do CC Italiano de 42, o D comercial experimentaria uma profunda metamorfose – não apenas de forma, mas também de fundo – o que resultaria mudança do seu próprio objeto de investigação científica: do comércio à empresa, do comerciante ao empresário.
Sob esta influência, o CC brasileiro que revogou grande parte do Comercial, não mais trataria de sociedade civil e mercantil, preferindo as tipologias mais amplas das sociedades simples e empresárias. As antigas sociedades civis foram substituídas por sociedades simples e as mercantis por sociedades empresárias. 
Não chamar de sociedade empresarial. Empresarial é a atividade que ela exerce. 
Art. 982 Salvoas exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais. Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa.
As sociedades se dividem em:
c.1) sociedade empresária:
Requisito material: atividade típica de empresário. 
Art. 966 - Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. 
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa). 
O que seria essa atividade? As sociedades empresárias, sujeitas a legislação falimentar e com registro na junta comercial, são marcadas pela impessoalidade, já que a figura do sócio não é indispensável para a realização da sua atividade. Vale dizer, os sócios, de forma impessoal, atuam como articuladores de fatores de produção (capital, trabalho, tecnologia e matéria-prima), a exemplo de uma concessionária ou de um banco. 
Requisito formal: registro público da empresa na Junta Comercial, independentemente do objeto. 
Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais. Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa. 
É possível haver sociedade entre cônjuges? Sim, nos termos do art. 977 do CC. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não sejam casados no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória. 
Como no CC/16 não havia tal proibição, sociedades anteriores ao CC 2002, nos termos do Parecer Jurídico nº 125/03 do DNRC, em respeito à garantia constitucional do ato jurídico perfeito, não são atingidas pela proibição.
As sociedades anônimas somente podem se enquadrar como sociedades empresárias.
c.3) Sociedade simples: Visam a um fim econômico (lucro), mediante uma atividade não empresária. São as antigas sociedades civis. 
Possuem registro, em regra, no CRPJ.
 São marcadas pela pessoalidade, ou seja, a figura do sócio é indispensável para a realização da sua atividade não empresarial. 
Em regra, são prestadoras de serviços técnico científicos, como a sociedade de médicos e advogados. 
Cooperativa: O registro é feito na junta comercial (Leis 8934/94 e 55764/71).
Enunciado 69 da I jornada. As sociedades cooperativas são sociedades simples sujeitas à inscrição nas juntas comerciais. 
Alguns autores criticam tal registro, uma vez que, a partir do CC de 2002, por serem considerada sociedade simples, a cooperativa deveria ser registrada no CRPJ. 
 EIRELI - Empresa individual de responsabilidade limitada. 
	Art. 980 - A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída 	por UMA ÚNICA PESSOA titular da totalidade do capital social, devidamente 	integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente 	no País.  
§ 1º O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão "EIRELI" após a firma ou a denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada. 
 § 2º A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade.          
 § 3º A empresa individual de responsabilidade limitada também poderá resultar da concentração das quotas de outra modalidade societária num único sócio, independentemente das razões que motivaram tal concentração.        
 § 4º ( VETADO).           
§ 5º Poderá ser atribuída à empresa individual de responsabilidade limitada constituída para a prestação de serviços de qualquer natureza a remuneração decorrente da cessão de direitos patrimoniais de autor ou de imagem, nome, marca ou voz de que seja detentor o titular da pessoa jurídica, vinculados à atividade profissional.          
§ 6º Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no que couber, as regras previstas para as sociedades limitadas.
 A Lei n° 12.441/11 introduziu o Art. 980 – A ao CC, passando a regular uma pessoa jurídica unipessoal, denominada EIRELI. 
Trata-se não de uma sociedade, mas de uma pessoa jurídica autônoma, constituída por um único indivíduo. 
	Enunciado 469 da V JDC. A empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI) 	não é sociedade, mas novo ente jurídico personificado.
Em suma, a EIRELI é uma pessoa jurídica unipessoal com responsabilidade limitada ao capital social integralizado de no mínimo 100 salários mínimos.
O limite mínimo de capital para a criação da EIRELI teve sua constitucionalidade reconhecida por meio da ADIN 4637/DF.     
Pode ser criada por uma pessoa jurídica? SIM!
Pode ser uma pessoa jurídica estrangeira? SIM!
Recentemente, o Departamento de Registro Empresarial e Integração – DREI, órgão integrante da estrutura do Ministério da Indústria e Comércio, editou a Instrução Normativa nº 38/2017, prevendo expressamente a possibilidade de criação de EIRELI por pessoa jurídica, inclusive por pessoa jurídica estrangeira
O entendimento contraria a posição da doutrina majoritária.
O tratamento como sociedade limitada refere-se apenas aos seus efeitos e não quanto a sua estrutura. 
REPRESENTAÇÃO EM JUÍZO:
Art. 75, NCPC. Serão representados em juízo, ativa e passivamente:
I - a União, pela Advocacia-Geral da União, diretamente ou mediante órgão vinculado;
II - o Estado e o Distrito Federal, por seus procuradores;
III - o Município, por seu prefeito ou procurador;
IV - a autarquia e a fundação de direito público, por quem a lei do ente federado designar;
V - a massa falida, pelo administrador judicial;
VI - a herança jacente ou vacante, por seu curador;
VII - o espólio, pelo inventariante;
VIII - a pessoa jurídica, por quem os respectivos atos constitutivos designarem ou, não havendo essa designação, por seus diretores;
IX - a sociedade e a associação irregulares e outros entes organizados sem personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber a administração de seus bens;
X - a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou administrador de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil;
XI - o condomínio, pelo administrador ou síndico.
§ 1o Quando o inventariante for dativo, os sucessores do falecido serão intimados no processo no qual o espólio seja parte.
§ 2o A sociedade ou associação sem personalidade jurídica não poderá opor a irregularidade de sua constituição quando demandada.
§ 3o O gerente de filial ou agência presume-se autorizado pela pessoa jurídica estrangeira a receber citação para qualquer processo.
§ 4o Os Estados e o Distrito Federal poderão ajustar compromisso recíproco para prática de ato processual por seus procuradores em favor de outro ente federado, mediante convênio firmado pelas respectivas procuradorias.
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA:
A pessoa jurídica tem autonomia, não se confundindo com seus membros. Não há qualquer ligação com a vontade individual das pessoas naturais que a integram. 
Em regra, os seus componentes só responderão por débitos dentro dos limites do capital social. A responsabilidade dos sócios em relação as dívidas é, de regra, SUBSIDIÁRIA. Ou seja, primeiro exaure-se o patrimônio da PJ para depois, e desde que o tipo societário permita, os bens particulares dos componentes.
	Art. 795 do NCPC. Os bens particulares dos sócios não respondem pelas dívidas da 	sociedade, senão nos casos previstos em lei.
	§ 1o O sócio réu, quando responsável pelo pagamento da dívida da sociedade, tem o 	direito de exigir que primeiro sejam excutidos os bens da sociedade.
	§ 2o Incumbe ao sócio que alegar o benefício do §1o nomear quantos bens da sociedade 	situados na mesma comarca, livres e desembargados, bastem para pagar o débito.
	§ 3o O sócio que pagar a dívida poderá executar a sociedade nos autos do mesmo 	processo.
Vigora o princípio da autonomia patrimonial.
Porém, diante de abusos praticados por sócios e administradores da pessoa jurídica, surgiu “Teoria da desconsideração da personalidade jurídica” ou “Teoria da penetração da pessoa jurídica”.
	Art. 50. Em caso de ABUSO DA PERSONALIDADE JURÍDICA, caracterizado pelo DESVIO 	DE FINALIDADE, ou pela CONFUSÃO PATRIMONIAL, pode o juiz decidir, a 	REQUERIMENTO da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no 	processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam 	estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.
O juiz não pode determinar a desconsideração de ofício.
Desvio de finalidade: É o ato intencional do sócios em fraudar terceiros, utilizando da autonomia da PJ como escudo. 
Q854339.17. Descumprimento de finalidades estatutárias significa o mesmo que desrespeito aos objetivos sociais da empresa (v). Parte superior do formulário
Confusão patrimonial: Na prática, não há separação entre o que seja patrimônio da PJ e dos sócios. 
Desconsideração é a quebra da regra de que a pessoa jurídica não se confunde com seus membros. Quebra-se o escudo que separa PJ e PF, passando a haver a possibilidade dos bens particulares dos sócios responderem por dívidas da PJ.
Disse o STF que a responsabilização dos sócios é integral, além de suas quotas sociais (I. 463).
Somente o sócio ou o administrador que praticou ou de alguma forma participou do ato abusivo terá seu patrimônio particular usado para pagar a dívida da sociedade. 
Há uma ampliação de responsabilidades, sem que a pessoa jurídica seja extinta. É apenas um ato de efeito provisório decretado para determinado caso concreto e objetivo.
	Enunciado 281: A aplicação da teoria da desconsideração, descrita no art. 50 do Código 	Civil, prescinde (dispensa) da demonstração de insolvência da pessoa jurídica.
Disse o STJ que a desconsideração da personalidade jurídica de sociedade empresária com base no art. 50 do Código Civil exige o reconhecimento de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade OU confusão patrimonial. (Q71861, CESPE/2015).
Não se confunde com despersonificação!
Despersonificação: A PJ é dissolvida - Art. 51, CC.
	Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para seu 	funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se conclua
Deferida a desconsideração, deve-se manter a PJ no polo passivo e incluir os sócios. 
Q592465.2015.CESPE. Ao acolher requerimento de desconsideração da personalidade jurídica feita com fulcro no Código Civil, o juiz deve determinar a substituição da pessoa jurídica por seus sócios: com a dissolução da pessoa jurídica decorrente da desconsideração, os sócios passam a ser os responsáveis pela obrigação da sociedade (F).
Para defesa dos interesses do sócio e administrador cabe embargos do devedor, uma vez que não são terceiros, mas partes. 
Existem duas modalidades básicas de desconsideração: 
Desconsideração direta (regular): Bens dos sócios ou administradores respondem por dívidas da pessoa jurídica. Prevista no art. 50, CC e 28, CDC.
Desconsideração inversa ou invertida: Bens da pessoa jurídica respondem por dívidas dos sócios e administradores. 
	Enunciado 283 da IV JDC/2006: É cabível a desconsideração da personalidade jurídica 	denominada “inversa” para alcançar bens de sócio que se valeu da pessoa jurídica para 	ocultar ou desviar bens pessoais, com prejuízo a terceiros. 
INFO 440 do STJ:
INFO 606, STJ/17:
Caso concreto:
SIM!
Sendo criação doutrinária e jurisprudencial, foi incluída no NCPC.
	Art. 133.  O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a 	pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo.
	§ 2o Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da 	personalidade jurídica.
A desconsideração tem caráter excepcional, não podendo ser utilizada sem limites. 
	Enunciado 281 da I JDC: Só se aplica a desconsideração da personalidade jurídica 	quando houver prática de ato irregular, e limitadamente, aos administradores ou sócios, 	que nela hajam incorrido.
	Enunciado 146 da IIII JDC: Nas relações civis, interpretam-se restritivamente os 	parâmetros de desconsideração da personalidade jurídica previstos no art. 50.
Devem ser utilizados os parâmetros do Art. 187 (principalmente na teoria maior). 
Existem duas grandes teorias a respeito da desconsideração da personalidade jurídica: 
Teoria maior: É a teoria adotada pelo Art. 50, CC.
Desvio de finalidade – Teoria maior subjetiva.
Confusão patrimonial – Teoria maior objetiva.
ABUSO de PERSONALIDADE JURÍDICA + PREJUÍZO ao CREDOR 
Teoria menor: Art. 4º da Lei nº 9605/98(Crimes ambientais) e Art. 28, §5º, Lei nº 8078/90 (CDC).PREJUÍZO ao CREDOR (INSOLVÊNCIA).
	Art. 4º Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for 	obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente.
	Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em 	detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, 	fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração 	também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou 	inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração.
	§ 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade 	for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos 	consumidores.
Alguns autores criticam essa divisão, afirmando que essa dicotomia está ultrapassada (Fabio Ulhoa Coelho). 
É possível a desconsideração de ofício? 
Teoria Maior: NÃO!
Teoria menor: SIM! 
No âmbito trabalhista também tem se admitido. 
INFO 554, 2014:
É essa a posição também da doutrina majoritária. 
	Enunciado 282 da IV JDC: O encerramento irregular das atividades da pessoa jurídica, 	por si só, não basta para caracterizar abuso de personalidade jurídica.
Isso não quer dizer que o encerramento da sociedade jamais será causa de desconsideração da personalidade, mas que somente será quando a dissolução ou inatividade irregular tenha o fim de fraudar a lei, com o desvirtuamento da finalidade institucional ou confusão patrimonial. O encerramento irregular pode ser um indício de que houve abuso da personalidade, mas se faz necessário outras provas. É necessário que haja dolo ou culpa.
Q842093.DPU/17.Situação hipotética: B é sócio cotista da sociedade empresária A Ltda., que está encerrando suas atividades e, consequentemente, dissolvendo a sociedade. Assertiva: Nessa situação, em eventual demanda judicial envolvendo B e a figura jurídica A Ltda., esta poderá requerer a desconsideração da personalidade jurídica da sociedade empresária, tendo como fundamento único o seu término (E).
E a súmula 435 do STJ?
	Súmula nº 435, STJ: Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de 	funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, 	legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente.
Tal súmula não pode ser aplicada para as relações de direito civil, uma vez que o (a) CC traz regras específicas sobre o tema e que (b) não se trata de desconsideração, mas de redirecionamento.
É possível a desconsideração de pessoa jurídica sem fins lucrativos? Sim!
	Enunciado 284: As pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos ou de fins não 	econômicos estão abrangidas no conceito de abuso da personalidade jurídica.
Logo, é possível que haja a desconsideração da personalidade jurídica de uma associação. 
(I)legitimidade da pessoa jurídica para recorrer contra a decisãoque determina a desconsideração:
Ou seja, a impugnação deve ocorrer com o intuito de defender a sua regular administração e autonomia.
Apesar disso, pode-se encontrar inúmeros julgados no STJ em sentido contrário, ou seja, negando a legitimidade da pessoa jurídica para recorrer contra essa decisão. 
	Enunciado 285 da V JDC: A teoria da desconsideração, prevista no Art. 50, CC, pode ser 	invocada pela PJ em seu favor.
Pode uma empresa credora fazer uso do instituto contra uma empresa devedora, pode até mesmo a própria PJ pleitear a sua desconsideração.
Teoria da sucessão da empresa: A responsabilidade da empresa sucedida pode ser estendida para a empresa sucessora e vice-versa.
A Lei do CADE (Lei 12.259/11) dispõe sobre a desconsideração da personalidade jurídica no âmbito da Defesa da Concorrência.
	Art. 34.  A personalidade jurídica do responsável por infração da ordem econômica 	poderá ser desconsiderada quando houver da parte deste abuso de direito, excesso de 	poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social.
	Parágrafo único.  A desconsideração também será efetivada quando houver falência, 	estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por 	má administração. 
Desconsideração incidental: O juiz pode determinar, de forma incidental, nos autos da execução singular ou coletiva, a desconsideração da personalidade jurídica.
Lei 12.846/13 - Lei Anticorrupção. 
Criou uma desconsideração administrativa.
	Art. 14.  A personalidade jurídica poderá ser desconsiderada sempre que utilizada com 	abuso do direito para facilitar, encobrir ou dissimular a prática dos atos ilícitos previstos 	nesta Lei ou para provocar confusão patrimonial, sendo estendidos todos os efeitos das 	sanções aplicadas à pessoa jurídica aos seus administradores e sócios com poderes de 	administração, observados o contraditório e a ampla defesa.
Dissolução da sociedade de advogados:
INFO 564, STJ/15:
Alteração do CNPJ e Cooperativas:
INFO 568, STJ/15:
INFO 594, STJ/16 e o NCPC:
A fraude à execução só poderá ser reconhecida se o ato de disposição do bem for posterior à citação válida do sócio devedor, quando redirecionada a execução que fora originariamente proposta em face da pessoa jurídica. Ex: havia uma execução tramitando apenas contra a sociedade empresária; durante o curso deste processo, um dos sócios vendeu bem que estava em seu nome; algum tempo depois, o juiz determinou a desconsideração da personalidade jurídica e o redirecionamento da execução contra o sócio; esta alienação realizada pelo sócio não ocorreu mediante fraude à execução; isso porque quando ele vendeu o bem, ainda não tinha sido citado. 
O entendimento acima exposto permanece válido com o CPC/2015? Haverá polêmica, mas pela redação literal do novo CPC, NÃO. Isso porque o CPC/2015 traz uma nova regra, que não havia no Código passado, afirmando que a fraude à execução tem como marco a data da citação da pessoa jurídica que é objeto da desconsideração: 
Art. 792 (...) § 3º Nos casos de desconsideração da personalidade jurídica, a fraude à execução verifica-se a partir da citação da parte cuja personalidade se pretende desconsiderar.
6.1. INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA (Art. 133 a 137 do NCPC). 
	Art. 795, § 4o Para a desconsideração da personalidade jurídica é obrigatória a 	observância do incidente previsto neste Código.
Pode ser conhecido de ofício? Não!
	Art. 133.  O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a 	pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo.
	§ 1o O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os pressupostos 	previstos em lei.
	§ 2o Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da 	personalidade jurídica.
Quais fases?
	Art. 134.  O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de 	conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo 	extrajudicial.
	§ 1o A instauração do incidente será imediatamente comunicada ao distribuidor para as 	anotações devidas.
	§ 2o Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade 	jurídica for requerida na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a 	pessoa jurídica.
Tartuce diz que é necessário fazer uma interpretação extensiva a fim de incluir os administradores.
Sócios e administradores são partes. 
	§ 3o A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese do § 2.
	§ 4o O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos legais 	específicos para desconsideração da personalidade jurídica.
No mais:	
	Art. 135.  Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para 	manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias.
	Art. 136.  Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por decisão 	interlocutória.
	Parágrafo único.  Se a decisão for proferida pelo relator, cabe agravo interno.
	Art. 137.  Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, 	havida em fraude de execução, será ineficaz em relação ao requerente.
Aplica-se ao Juizado? SIM!
	Art. 1.062.  O incidente de desconsideração da personalidade jurídica aplica-se ao 	processo de competência dos juizados especiais.

Outros materiais