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2010/2011 Resumos de Gestão Estratégica Universidade do Minho João Cunha [RESUMOS DE GESTÃO ESTRATÉGICA] 2010/2011 João Cunha Página 1 de 36 ÍNDICE INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA GESTÃO ESTRATÉGICA ..................................................... 3 Ciências da estratégia: .................................................................................................. 3 Actores: ......................................................................................................................... 3 Evolução do conceito de estratégia: .............................................................................. 3 Planeamento financeiro básico (1900-1950): ............................................................... 3 Planeamento de longo-prazo (1950-1960): ................................................................... 3 Planeamento estratégico (1960-1980): ......................................................................... 4 Plano: ............................................................................................................................ 4 Desenvolvimento da gestão estratégica: ....................................................................... 5 Contexto de aplicação da Gestão Estratégica: .............................................................. 5 Horizonte Temporal da Gestão Estratégica: ................................................................. 6 Categorias de decisões: ................................................................................................. 6 Natureza das decisões estratégicas: .............................................................................. 6 Conceito de estratégia: .................................................................................................. 7 PROCESSO DE GESTÃO ESTRATÉGICA ............................................................................ 7 Conceitos introdutórios: ................................................................................................ 7 Missão ou Propósito Organizacional: ........................................................................... 7 Informação que pode surgir na missão: ........................................................................ 8 Metas: ............................................................................................................................ 8 Objectivos: .................................................................................................................... 8 Diferenças entre metas e objectivos: ............................................................................ 8 Exemplos de metas e objectivos: .................................................................................. 9 Estratégias: .................................................................................................................... 9 Políticas: ........................................................................................................................ 9 Acções, procedimentos e regulamentos: ....................................................................... 9 Programas ou planos operacionais: ............................................................................... 9 Orçamentos: ................................................................................................................ 10 Estratégia em empresas com vários negócios: ............................................................ 11 Processo de Gestão Estratégica: ................................................................................. 11 Análise Estratégica: .................................................................................................... 12 Escolha da Estratégia: ................................................................................................. 12 Implementação da Estratégia: ..................................................................................... 12 AMBIENTE GERAL .......................................................................................................... 13 Ambiente Geral e Ambiente Específico: .................................................................... 13 Ambiente geral: ........................................................................................................... 13 Níveis do ambiente: .................................................................................................... 13 Dimensões do ambiente: ............................................................................................. 13 Algumas variáveis Político-legais: ............................................................................. 14 Algumas variáveis Económicas: ................................................................................. 14 Algumas variáveis Sócio-culturais: ............................................................................ 14 Algumas variáveis Tecnológicas: ............................................................................... 15 Procedimentos de análise do ambiente geral: ............................................................. 15 AMBIENTE ESPECÍFICO .................................................................................................. 15 Ambiente específico: .................................................................................................. 16 As 5 forças competitivas: ............................................................................................ 16 [RESUMOS DE GESTÃO ESTRATÉGICA] 2010/2011 João Cunha Página 2 de 36 Rivalidade na indústria: .............................................................................................. 16 Poder negocial: ........................................................................................................... 16 Barreiras à entrada: ..................................................................................................... 17 Fronteiras verticais e Fronteiras horizontais: .............................................................. 17 Factores da rivalidade numa indústria: ....................................................................... 17 Factores de pressão de produtos substitutos: .............................................................. 19 Factores do poder negocial dos fornecedores: ............................................................ 19 Factores de poder negocial dos clientes: ..................................................................... 19 Factores de entrada de novos concorrentes: ............................................................... 20 Papel do Estado: .......................................................................................................... 20 Contributo das 5 forças competitivas para a análise do ambiente específico: ............ 21 DIAGNÓSTICO ORGANIZACIONAL E CAPACIDADE ESTRATÉGICA ................................. 22 Auditoria aos recursos: ............................................................................................... 22 Actividades vs Competências: .................................................................................... 22 Comparações: .............................................................................................................. 23 Identificação dos pontos críticos: ............................................................................... 23 Tipos de recursos: ....................................................................................................... 23 Recursos Físicos: ........................................................................................................ 23 Recursos Humanos: ....................................................................................................24 Recursos financeiros: .................................................................................................. 24 Recursos legais: .......................................................................................................... 24 Recursos Organizacionais: .......................................................................................... 24 Recursos Informacionais: ........................................................................................... 25 Recursos Relacionais: ................................................................................................. 25 Cadeia de valor: .......................................................................................................... 25 Cadeia de valor e sistema de negócios: ...................................................................... 26 Análise SWOT: ........................................................................................................... 26 Procedimentos para uma análise SWOT: ................................................................... 26 BASES DE ESCOLHA DA ESTRATÉGIA ............................................................................. 27 Bases de escolha da estratégia: ................................................................................... 27 Matriz: ......................................................................................................................... 27 Liderança em custos: .................................................................................................. 27 Condições favoráveis a uma estratégia baseada nos custos: ....................................... 28 Diferenciação: ............................................................................................................. 28 Alguns factores de diferenciação: ............................................................................... 28 Condições favoráveis a uma estratégia de diferenciação:........................................... 28 DIRECÇÕES ESTRATÉGICAS ........................................................................................... 29 MÉTODOS DE DESENVOLVIMENTO DA ESTRATÉGIA ..................................................... 33 [RESUMOS DE GESTÃO ESTRATÉGICA] 2010/2011 João Cunha Página 3 de 36 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA GESTÃO ESTRATÉGICA Ciências da estratégia: Áreas do conhecimento que definem e caracterizam os diferentes campos de acção e procuram determinar os factores que conduzem ao melhor ou pior posicionamento de todas os outros em cada área com vista a enunciar leis, regras e modelos que constituem condições necessárias mínimas para o sucesso (desempenhos positivos/satisfatórios); Esta poderá ter utilidade nas ciências militares, políticas, sociais e empresariais. Campos de acção: Bolsa; Ambiente; Mercado; … Actores: Empregados; Fornecedores; Accionistas; … Evolução do conceito de estratégia: Fase 1: Planeamento financeiro básico; Fase 2: Planeamento de longo prazo; Fase 3: Planeamento estratégico; Fase 4: Gestão estratégica. Planeamento financeiro básico (1900-1950): Natureza estritamente contabilística, consistindo na elaboração de um orçamento anual; Orientação para o curto-prazo e para o controlo operacional; Ausência de reflexão estratégica sobre a organização e o seu ambiente; Processo centralizado na gestão de topo; Ausência de formalização ou realização de simples orçamentos anuais. Planeamento de longo-prazo (1950-1960): Surge como resposta à complexidade crescente das organizações; [RESUMOS DE GESTÃO ESTRATÉGICA] 2010/2011 João Cunha Página 4 de 36 O planeamento deixa de ser a elaboração de um simples orçamento anual, e o seu horizonte temporal alarga-se para dois, cinco e mais anos; A centralização de funções deixa de ser efectiva, havendo um alargamento do planeamento a várias áreas da organização; O objectivo é prever o futuro recorrendo a técnicas de previsão como modelos de regressão. Mas: Baseado em simples projecções do passado com aplicação determinista e estática das técnicas de planeamento, levando a graves erros de previsão; Ausência de uma avaliação cuidada do ambiente. Planeamento estratégico (1960-1980): Considera tanto a organização como o ambiente (maior ênfase na análise do ambiente do que na fase anterior); Ênfase em todas as áreas da organização e na criação de sinergias (nos recursos humanos, financeiras, nos produtos/mercados,…) entre elas (estratégia corporativa); Considera tanto o curto-prazo como o longo-prazo, pois eles estão interligados; Recorre ao uso de técnicas de planeamento cada vez mais sofisticadas; A estratégia é o resultado de um processo racional, sequencial, planeado e metódico; Define objectivos precisos a alcançar; Define procedimentos para implementar a estratégia e alcançar os objectivos; A estratégia é tornada explícita através de um ou vários planos detalhados; Considera diferentes estratégias alternativas, avalia o risco de cada uma delas e escolhe a solução óptima. Plano: Documento ou um conjunto de documentos associado a um processo de planeamento. [RESUMOS DE GESTÃO ESTRATÉGICA] 2010/2011 João Cunha Página 5 de 36 Limitações do planeamento estratégico clássico: 1. Julga que a estratégia duma organização pode e, acima de tudo, deve resultar de formas de planeamento altamente sistematizadas; 2. Negligenciou a dimensão social, cultural e política das organizações; 3. Os indivíduos, grupos e departamento da organização contribuíam para o planeamento de forma limitada; 4. O processo era conduzido por especialistas ou departamentos de planeamento fechados sobre si próprios, por vezes desligados da realidade; 5. Centrava-se em detalhes e análises pormenorizadas e extensas em detrimento duma visão para a organização; 6. Baseava-se em excesso de informação, nem sempre distinguindo o verdadeiramente importante do acessório para o futuro da organização; 7. Confundia-se habitualmente plano com planeamento; 8. Baseava-se na procura duma “estratégia certa”, quase mítica. Desenvolvimento da gestão estratégica: O termo Gestão Estratégica surge pela 1ª vez em meados de décadas de 1970 e só se afirma nas décadas de 1980 e 1990; Incorpora outras perspectivas sobre a estratégia que o planeamento estratégico descurou, permitindo ultrapassar as limitações anteriormente identificadas. Ou seja, para além do planeamento estratégico, a Gestão Estratégica dá importância a outros aspectos, como, por exemplo: o O papel da cultura organizacional na formação de estratégias; o O comportamento político dos “stakeholders” nas decisões estratégicas; o A influência da liderança no rumo da organização; o A capacidade empreendedora dos gestores e das suas organizações; o O determinismo ambiental; o Aprendizagem organizacional, conhecimento, inovação e tecnologia; o A dinâmica globalização vs localização. Contexto de aplicação da Gestão Estratégica: Organizações privadas e públicas; Lucrativas e não lucrativas; [RESUMOS DE GESTÃO ESTRATÉGICA] 2010/2011 João Cunha Página 6 de 36 Familiares e não familiares; Industriais e de serviços; Grandes e pequenas; Nacionais, internacionais, multinacionais e globais; Organização no seu todo, a uma ou algumas das suas partes. Horizonte Temporal da Gestão Estratégica: Tradicionalmente de longo-prazo; Os planos de curto-prazo devem ser encaradoscomo fazendo parte do sucesso global de análise, escolha e implementação da estratégia; O horizonte temporal deve ter como referência o período de tempo necessário para avaliar o efeito das decisões que vão ser tomadas (torna-se importante o controlo, para que no final, seja possível a identificação dos desvios registados e sua posterior correcção); O contexto (ex.: sector; tipo de organização; intensidade da mudança) influencia o horizonte temporal a definir. Categorias de decisões: Categorias de decisões Estratégicas Operacionais Nível de gestão Estratégico ou institucional Operacional Risco e incerteza Elevado Baixo Postura Orientação global da organização Execução das decisões tácticas Horizonte Temporal Longo-prazo Curto-prazo Ambiguidade Elevada Muito baixa Reversibilidade Fraca Forte Informação Agregada Concreto → As decisões tácticas situam-se entre as estratégicas e as operacionais. Natureza das decisões estratégicas: Dizem respeito a todas as actividades/funções da organização e não a nenhum domínio em particular; Resultam do confronto da actividade organizacional com o ambiente, onde actua; [RESUMOS DE GESTÃO ESTRATÉGICA] 2010/2011 João Cunha Página 7 de 36 Resultam da adequação da actividade da organização aos recursos disponíveis; Provocam grandes consequências para a organização; Afectam as decisões operacionais e tácticas; São influenciadas pelos valores, crenças, e expectativas dos grupos de interesse internos e externos à organização; Provocam efeitos no longo-prazo, influenciando a posição e o rumo da organização. Conceito de estratégia: Direcção e âmbito de actuação de uma organização no longo-prazo visando alcançar algum tipo de vantagem, através da configuração dos seus recursos num contexto ambiental em mudança, indo ao encontro das necessidades dos mercados e das expectativas dos grupos de interesse. PROCESSO DE GESTÃO ESTRATÉGICA Conceitos introdutórios: Nível estratégico: o Missão; o Metas; o Objectivos; o Estratégicas. Nível intermédio: o Políticas; o Acções, procedimentos e regulamentos. Nível operacional: o Programas ou planos operacionais; o Orçamentos. Missão ou Propósito Organizacional: Identifica uma visão, cenário desejável do futuro da organização que possa constituir-se numa referência, ideal comum para toda a organização, orientando o comportamento e decisões, e motivando a acção. [RESUMOS DE GESTÃO ESTRATÉGICA] 2010/2011 João Cunha Página 8 de 36 Exemplo: o McDonald’s: Satisfazer o apetite do mundo por boa comida, bem servida, a um preço que as pessoas possam pagar. Informação que pode surgir na missão: Actividade actual e futura da organização: o Oferta em termos de produtos e serviços (negócio); o Mercados/públicos/grupos de interesse; o Tecnologias empregues. Visão e meta principal da organização: o Exemplos: liderança, rentabilidade, crescimento. Como atingir a meta e cumprir a declaração da missão: o Estratégias dominantes. Valores dominantes na organização: o Exemplos: cultura prevalecente, imagem pública. → Na missão podem não surgir todos estes pontos, mas pelo menos dois ou três. Metas: São os valores que se pretendem conseguir obter no futuro, como resultado da actividade da organização. Objectivos: São valores que se pretendem conseguir obter no futuro expressos geralmente de forma quantitativa, tendo um horizonte temporal bem definido. Podem ser definidos para toda a organização ou para as suas partes. Diferenças entre metas e objectivos: Horizonte temporal (não definido/definido); Quantificação (Qualitativa/Quantitativa); Formulados para (toda organização/partes específicas). [RESUMOS DE GESTÃO ESTRATÉGICA] 2010/2011 João Cunha Página 9 de 36 Exemplos de metas e objectivos: Metas: o Aumentar a quota de mercado; o Atingir um nível de custo inferior à média do sector. Objectivos: o Ter 5% de cota de mercado até ao final do ano; o Reduzir os custos para ¾ da média do sector no período de 4 anos. Estratégias: Envolve a decisão sobre e como aplicar os recursos da organização, por forma a atingir os objectivos definidos tendo presente o ambiente da organização e as expectativas dos agentes envolventes; A estratégia não pretende definir, com exactidão, como os objectivos serão atingidos. Tal será o propósito dos planos operacionais. É sobretudo um instrumento que enquadra os raciocínios e decisão da organização. Políticas: São normas, princípios de actuação que guiam a gestão corrente, orientam as decisões aos diversos níveis de gestão, procurando, assim, assegurar a sua coerência com os objectivos e estratégias das quais emanam. Acções, procedimentos e regulamentos: Estabelecem formas de guiar a acção, detalhando como determinada tarefa deve ou não ser realizada numa dada situação, permitindo o exercício do controlo; Exemplos: o Manuais de qualidade; o Manuais de funções. Programas ou planos operacionais: Detalham as melhores formas de implementar as orientações estratégicas, no sentido de serem atingidos os objectivos em determinado tempo de execução; Um conjunto de planos pode estar articulado por uma política; Um conjunto de políticas pode estar articulado por um plano estratégico; [RESUMOS DE GESTÃO ESTRATÉGICA] 2010/2011 João Cunha Página 10 de 36 Exemplos: o Política de marketing: Plano de vendas; Plano de promoção; Plano de publicidade; Plano de distribuição. o Política de produção: Plano de produção; Plano de manutenção; Plano de qualidade; Plano de aprovisionamento. o Política de Recursos Humanos: Plano de promoções; Plano de remunerações; Plano de formação; Plano de recrutamento e selecção. o Política financeira: Plano financeiro; Plano de investimentos; Plano de tesouraria; Plano de resultados. → Os planos operacionalizam as áreas funcionais (Políticas). Orçamentos: Traduzem, em termos numéricos, para um período determinado, os resultados esperados; Quantificam os planos operacionais e são expressos em valor, tempo, unidades físicas ou outras; Na perspectiva mais corrente, o orçamento traduz objectivos financeiros da organização. [RESUMOS DE GESTÃO ESTRATÉGICA] 2010/2011 João Cunha Página 11 de 36 1º Análise estratégica POSIÇÃO 3º Implemnetação da estratégia ACÇÃO 2º Escolha da estratégia DECISÃO Estratégia em empresas com vários negócios: Processo de Gestão Estratégica: → Analisar, fazer escolhas e implementar gerir estratégias Missão, metas e objectivos Formulação da estratégia Missão, metas e objectivos Estratégia Corporativa Objectivos de negócio Estratégia do negócio Objectivos funcionais Estratégia funcional (são políticas) Nível Corporativo Ex.: Presidente Criar sinergias Não é um processo mecânico, isto é, nem sempre a análise vêm em primeiro lugar, a escolha em segundo e a implementação em terceiro; deve existir uma interacção entre elas, pois muitas vezes, estas fases são adoptadas de acordo com as políticas da empresa. Nível de NegócioEx.: GE Plásticos Nível Funcional Ex.: Produção [RESUMOS DE GESTÃO ESTRATÉGICA] 2010/2011 João Cunha Página 12 de 36 Análise Estratégica: Escolha da Estratégia: Implementação da Estratégia: Análise Estratégica Diagonóstico Organizacional e Capacidade Estratégica Ambiente Específico Ambiente Geral Escolha da Estratégia Métodos de desenvolvimento da estratégia Direcções estratégicas alternativas Bases de escolha da estratégia Dinâmica Organizacional Implementação da Estratégia Desenvolvimento Inter-organizacional Comum a todas as organizações Referente ao sector de actividade em que a empresa opera [RESUMOS DE GESTÃO ESTRATÉGICA] 2010/2011 João Cunha Página 13 de 36 AMBIENTE GERAL Ambiente Geral e Ambiente Específico: Ambiente geral: o Macroambiente; o É comum a todas as organizações. Ambiente específico: o Microambiente (é o mias próximo da realidade); o É comum ao conjunto de organizações que desempenham a mesma actividade económica fundamental; o Corresponde ao sector da actividade económica da organização. Ambiente geral: Níveis do ambiente; Dimensões do ambiente. Níveis do ambiente: → Ao fazer uma análise devemos escolher os níveis que têm mais impacto (este varia com o tempo) na estratégia da organização. Dimensões do ambiente: Global Grupo de Países (ex.: UE) País Regional (ex.: Distrito, NUT's) Local (ex.: cidade, freguesia) [RESUMOS DE GESTÃO ESTRATÉGICA] 2010/2011 João Cunha Página 14 de 36 Análise PEST: o Político-legal; o Económica; o Sócio-cultural; o Tecnológica. → Para analisar estas dimensões, temos que estudar as suas variáveis. Algumas variáveis Político-legais: Situação política; Política fiscal; Legislação económica; Legislação de protecção do ambiente; Regulamentação do comércio internacional; Programas de apoio às empresas; Legislação laboral. Algumas variáveis Económicas: Valor e tendência da taxa de inflação, taxa de juro, PIB; Índices de produtividade; Políticas de concorrência; Taxa de desemprego e disponibilidade de mão-de-obra; Política industrial; Barreiras à entrada; Poder de compra, sua evolução e distribuição; Taxa de câmbio. Algumas variáveis Sócio-culturais: Evolução demográfica; Conflitualidade social; Migrações; Níveis de escolaridade; Sindicatos; [RESUMOS DE GESTÃO ESTRATÉGICA] 2010/2011 João Cunha Página 15 de 36 Movimentos de defesa do consumidor; Grupos sociais, étnicos e religiosos; Valores, atitudes e estilos de vida. Algumas variáveis Tecnológicas: Política de I&D; Processos e métodos de produção; Descobertas, desenvolvimentos e disseminação de novas tecnologias; Infra-estruturas científicas; Políticas de qualidade; Conhecimentos científicos e técnicos; Investimento em I&D. → Devemos cruzar as variáveis com os níveis, analisando, posteriormente, os cruzamentos destes dois. → A escolha das variáveis prende-se com o tipo de estratégia que a empresa quer seguir. Procedimentos de análise do ambiente geral: 1. Gerar uma grande quantidade de informações através duma lista exaustiva das variáveis que compõem as diferentes dimensões do ambiente. Ponderar vários níveis do ambiente; 2. Identificar um número restrito de variáveis ambientais mais influentes na estratégia da organização e efectuar a análise dessas variáveis nos níveis do ambiente, considerados mais relevantes para a organização; 3. Identificar as mudanças de longo-prazo no ambiente que rodeia a organização; 4. Examinar o impacto das influências externas na organização, quer em termos históricos, quer ainda para o futuro. AMBIENTE ESPECÍFICO [RESUMOS DE GESTÃO ESTRATÉGICA] 2010/2011 João Cunha Página 16 de 36 Ambiente específico: As 5 forças competitivas (Porter); Rivalidade na indústria (sector); O papel do Estado. As 5 forças competitivas: Pretende explicar a rentabilidade média de um sector; Cada força tem um efeito sobre a rentabilidade média; O mecanismo, através do qual as cinco forças afectam a rentabilidade, é o preço. Rivalidade na indústria: Quanto maior for a rivalidade, menor é a rentabilidade da indústria, pois o preço tende a ser mais baixo; No caso da existência de monopólio, não existe rivalidade, levando a uma cotação de mercado de 100%. Poder negocial: Rivalidade na indústria Ameaça de novos concorrentes Poder negocial dos clientes Ameaça de produtos substitutos Poder negocial dos fornecedores [RESUMOS DE GESTÃO ESTRATÉGICA] 2010/2011 João Cunha Página 17 de 36 Quanto maior for o poder negocial dos fornecedores/clientes, menor é a rentabilidade da indústria, pois o preço tende a ser menor. Barreiras à entrada: Dificultam a entrada de novos concorrentes; Quanto maior for a ameaça de novos concorrentes, menor é a rentabilidade da indústria, pois, esta tende a baixar o preço, para dificultar a entrada de novos concorrentes. Fronteiras verticais e Fronteiras horizontais: Quanto maior for a ameaça de produtos substitutos, menor é a rentabilidade da indústria, pois o preço tende a ser mais baixo; → Os efeitos das forças podem anular-se umas às outras, levando a um efeito nulo na rentabilidade. → O modelo evolui ao longo do tempo. → A importância de cada força é variável de indústria para indústria. Factores da rivalidade numa indústria: Crescimento dessa indústria: o Volume de vendas acumulado; o Se há espaço no mercado, irá haver maior crescimento, potenciando maior rivalidade. Grau de diferenciação dos produtos: o Características distintas; o Posicionamentos diferentes (segmentação) levam a uma menor rivalidade. Barreiras à entrada: o Quanto mais elevadas, menor será a rivalidade (a médio e longo prazo). Nível de custos fixos: o Exemplos: indústria farmacêutica; nível de maquinaria (amortizações); [RESUMOS DE GESTÃO ESTRATÉGICA] 2010/2011 João Cunha Página 18 de 36 o Quanto maior forem, maior será a necessidade de fazer economias de escala, aumentando as unidades produzidas, tentando assim, diminuir os custos unitários, que levará a um acréscimo na rivalidade. Quantidade de operadores instalados: o Quanto maior o número de operadores instalados, maior a rivalidade; o Se apenas houver um operador, não haverá rivalidade. Equilíbrio entre operadores instalados; Sazonalidade e sobre-capacidade intermitente (meses; dias da semana; ano; dia): o Quanto maior for a sazonalidade, maior tenderá a ser a rivalidade na indústria; o Podemos identificar três momentos da rivalidade: A: pico do volume das vendas; B: ponto baixo no volume das vendas: Conquistar o mercado escasso através do preço; Praticar um preço igual ao custo variável unitário, que dará um resultado igual àquele que teríamos caso não vendêssemos; Mas como estou no mercado, isto poderá trazer benefícios no Verão (pico), como conquistar a cota de mercado; Para tal, é necessário praticar custos mais baixos, criando economias de escala. C: momento que antecede o ponto A: É necessário ocupar os canais de distribuição; Momento de grande rivalidade. Montante de despesas irreversíveis de investimento:o Quanto maior for este valor, maior tenderá a ser a rivalidade; o Quanto mais investir, maior será o retorno exigido; o Irá levar a uma maior permanência no mercado para amortizar este investimento, induzindo um aumento na rivalidade. Barreiras à saída: o Exemplos: contratos (com clientes, fornecedores, trabalhadores; e investimentos feitos, com difícil alienação, requer retorno); [RESUMOS DE GESTÃO ESTRATÉGICA] 2010/2011 João Cunha Página 19 de 36 o Quanto maior forem as barreiras à saída, maior tenderá a ser a rivalidade, pois as empresas irão permanecer no mercado, continuando a competir com as outras empresas. Factores de pressão de produtos substitutos: Relação preço-qualidade dos substitutos: o Quanto maior for, maior será a pressão. Rentabilidade da indústria substituta; Comportamento e hábitos do consumidor; Grau de obsolescência tecnológica: o Quanto maior for, maior será a pressão; o Economicamente, a perda de valor de um bem sofre em resultado do progresso técnico ou da evolução dos comportamentos. Disponibilidade no mercado: o Quanto maior for, maior será a pressão. Factores do poder negocial dos fornecedores: Concentração dos fornecedores; Custo de mudanças de fornecedores: o Servem como forma de “prender” os clientes e são de dois tipos: Interromper a relação com o fornecedor; Iniciar a relação com um novo fornecedor. Peso relativo das compras no total dos custos da indústria; Peso relativo nas vendas do fornecedor: o As nossas decisões de compra afectam a estrutura de vendas dos fornecedores; o Neste caso, os clientes têm maior poder negocial. Existência de “inputs” substitutos: o Estes tendem a diminuir o poder negocial dos fornecedores. Estandardização dos produtos e facilidade da sua imitação. Factores de poder negocial dos clientes: Factores de poder negocial dos fornecedores; [RESUMOS DE GESTÃO ESTRATÉGICA] 2010/2011 João Cunha Página 20 de 36 Sensibilidade ao preço: o Quanto maior for a sensibilidade ao preço do cliente, maior será o seu poder negocial: Um cliente que não é sensível ao preço, quando passa por uma grande variação do preço, tende a não mudar a sua quantidade procurada; No caso inverso, quando um cliente sensível ao preço passa por uma pequena variação do preço, variará a quantidade procurada. Factores de entrada de novos concorrentes: Barreiras à entrada: o Economias de escala; o Diferenciação do produto; o Referência e lealdade dos clientes; o Necessidades de investimento; o Acesso às tecnologias; o Acesso a canais de distribuição; o Restrições político-legais. Retaliação à entrada: o Preços; o Recursos disponíveis (ex.: matérias-primas, tecnologia); o Acções de marketing (ex.: campanhas, ocupação de canais); o Cooperação entre operadores instalados. Papel do Estado: Afecta directa ou indirectamente cada uma das cinco forças competitivas e, consequentemente, a rentabilidade duma indústria; Enquanto legislador e regulador, coloca barreiras à entrada por motivos: o Económicos; o Segurança ou defesa; o Técnicos; o Protecção do ambiente. [RESUMOS DE GESTÃO ESTRATÉGICA] 2010/2011 João Cunha Página 21 de 36 o Exemplos – Farmácias (número de farmácias consoante o número de habitantes); Televisão (convencional) necessita de permissão; Energia; Restauração – através do papel da ASAE. Pode influenciar a pressão de produtos substitutos ou a ameaça de novos concorrentes: o Concede subsídios; o Cobra impostos. Exemplo: através da via fiscal (taxa do IVA e o IRC). Actua como cliente e fornecedor: o Exemplos: Medicamentos; prestação de serviços de saúde/energia; banca (CGD); indústria naval; transportes públicos. Contributo das 5 forças competitivas para a análise do ambiente específico: Permite compreender o ambiente específico duma organização; Permite compreender as bases da rentabilidade; É um ponto de partida para a formulação duma estratégia para a organização; Em diferentes sectores, uma das forças competitivas tende a assumir-se como mais importante: o Que força é mais importante? É fundamental acompanhar a evolução de cada força competitiva: o Irá o actual perfil das cinco forças alterar-se no futuro? Cada organização deve assumir uma posição activa, tentando modelar a evolução de força e da sua indústria: o Qual a posição de cada rival face a cada força? o Poderá a estratégia competitiva da organização influenciar as forças competitivas (ex.: criando barreiras à entrada ou reduzindo a rivalidade)? Acordos de cooperação; Aumento da quota de mercado leva a perdas de rentabilidade. [RESUMOS DE GESTÃO ESTRATÉGICA] 2010/2011 João Cunha Página 22 de 36 DIAGNÓSTICO ORGANIZACIONAL E CAPACIDADE ESTRATÉGICA Auditoria aos recursos: Actividades vs Competências: As actividades estão relacionadas com a forma como as empresas utilizam os seus recursos; Competências são actividades desempenhadas de forma excelente. Auditoria aos recursos Cadeia de valor: - Actividades separadas; - Actividades interligadas. Competências centrais: - Superar a concorrência; - Criar novas oportunidades. Comparações: - Históricas; - Sector; - "Benchmarking". Identificação dos pontos críticos: - Pontos fortes e fracos. Capacidade estratégica A n a li sa r Diferentes formas de ligar e utilizar os recursos Os recursos devem ser analisados qualitativamente para aferir a sua utilidade [RESUMOS DE GESTÃO ESTRATÉGICA] 2010/2011 João Cunha Página 23 de 36 Comparações: Históricas: o Analisamos a capacidade histórica da organização, segundo: Recursos; Actividades; Competências. Sector: o Todas as actividades/recursos/competências da organização devem ser comparadas com as do sector. Benchmarking: o Comparar as nossas actividades/recursos/competências com as da organização líder do sector; o Poderá ser interessante e mais proveitoso comparar com organizações de outros sectores. Exemplo: a UM comparar-se com outras empresas que atendem um grande número de pessoas (ex.: bancos), para compreender o seu sistema de gestão do pessoal. Identificação dos pontos críticos: Poderá levar á identificação/criação de oportunidades de negócio. Tipos de recursos: Físicos; Humanos; Financeiros; Legais; Organizacionais; Informacionais; Relacionais. Recursos Físicos: Quantificação dos bens tangíveis (edifícios, equipamento, produtos, etc.); Idade; [RESUMOS DE GESTÃO ESTRATÉGICA] 2010/2011 João Cunha Página 24 de 36 Estado; Capacidade (potencial e usada); Localização; Etc. Recursos Humanos: Competências e aptidões das pessoas; Formação; Idades; Assiduidade; Rotação e permanência média do pessoal; Clima social; Capacidade de adaptação a novas funções; Etc. Recursos financeiros: Fontes de financiamento; Controlo de devedores e credores; Gestão da tesouraria; Estrutura e aplicações de capital; Custo do capital; Etc. Recursos legais: Patentes, marcas, licenças, etc.; Natureza sobretudo intangível; Tempo de protecção jurídica; Etc. Recursos Organizacionais: Tipo de estruturas existentes na organização; Controlos; Políticas; [RESUMOS DE GESTÃO ESTRATÉGICA] 2010/2011 João Cunha Página 25 de 36 Cultura Organizacional; Etc. Recursos Informacionais: Conhecimento resultante da análise dos consumidores e concorrentes, dados fornecidos pelos canais de distribuição, entre outros; Traduzem a capacidade em obter, tratar, interpretar, gerar e usar informação de forma atempada e útil. Recursos Relacionais: Conjunto de relações da organização com outras organizações e indivíduos; Incluem a capacidade para iniciar novas relações, desenvolver ou terminar as existentes. Cadeia de valor: → As actividades primárias contribuem directamente para a criação de calor. → Exemplos de infra-estruturas de gestão são a Contabilidade e os Sistemas de Informação. → A logística à entrada da minha empresa depende da logística à saída dos fornecedores. [RESUMOS DE GESTÃO ESTRATÉGICA] 2010/2011 João Cunha Página 26 de 36 Cadeia de valor e sistema de negócios: Análise SWOT: É um ponto de chegada e não de partida; É um acrónimo de: Strengths; Weaknesses; Opportunities; Threats; Os dois primeiros dizem respeito ao Diagnóstico Organizacional; Os dois últimos dizem respeito à análise ambiental (geral e específica). Procedimentos para uma análise SWOT: Identificar a estratégia da organização; Identificar e caracterizar as principais mudanças no ambiente (ameaças e oportunidades); Identificar e caracterizar os recursos essenciais e a capacidade estratégica da organização (pontos fortes e pontos fracos). Cadeia de valor dos fornecedores Cadeia de valor dos clientes Cadeia de valor dos distribuidores Cadeia de valor da organização → Deve ser feita uma análise cruzada destes quatro factores, para assim obtermos informações mais completas. [RESUMOS DE GESTÃO ESTRATÉGICA] 2010/2011 João Cunha Página 27 de 36 BASES DE ESCOLHA DA ESTRATÉGIA Bases de escolha da estratégia: Liderança em custos; Diferenciação; Focalização; Estratégia Híbrida. Matriz: O modelo original não contempla as estratégias híbridas, pois considerava que este tipo de estratégia estão condenadas ao fracasso, pois à sempre alguém melhor em cada estratégia de modo individual; No entanto, uma estratégia híbrida não é impossível, apesar de difícil. Pois, a diferenciação implica custos altos, logo aplicar diferenciação com custos baixos é complicado. Um exemplo desta estratégia são os produtos das empresas japonesas, como a Toyota, que consegue aliar a um produto de alta qualidade, um baixo preço, devido aos mais reduzidos custos de fabricação. Liderança em custos: A empresa pretende ter os custos mais baixos do seu sector; Idealmente, tenta produzir a um custo relativamente baixo e vender a um preço relativamente alto, conseguindo, desta forma, grandes margens de lucro. Liderança em Custos Diferenciação Focalização baseada nos custos Focalização baseada na diferenciação Estratégia Híbrida Vantagem Competitiva Custo Baixo Diferenciação M er ca d o -a lv o a m p lo M er ca d o -a lv o re st ri to  m b it o C o m p et it iv o [RESUMOS DE GESTÃO ESTRATÉGICA] 2010/2011 João Cunha Página 28 de 36 Condições favoráveis a uma estratégia baseada nos custos: A concorrência com base no preço é forte; O produto é estandardizado ou facilmente acessível; Existem poucas formas de diferenciação que acrescentem valor para o cliente; Os compradores possuem uma utilização indiferenciada do produto; Existem baixos custos de mudança para os clientes: o Mudar de fornecedor implica custos económicos e custos psicológicos. Os clientes são grandes e possuem forte poder negocial. Diferenciação: Desenvolvimento de uma oferta única no sector e com valor acrescentado para o cliente; Capacidade de praticar preços mais elevados do que os concorrentes; Elevada rentabilidade resultante da lealdade à marca e baixa sensibilidade ao preço – não compram mais por os preços serem mais baixos. Alguns factores de diferenciação: Qualidade (ex.: Toyota); Tecnologia (ex.: Skype); Desenho do produto (ex.: iPod); Imagem e prestígio da marca (ex.: Sony); Excelência de serviços (ex.: Miele); Distribuição (ex.: Dell). → A empresa tende a associar um conjunto de características para dificultar a imitação. Condições favoráveis a uma estratégia de diferenciação: Existem muitas formas de diferenciação que satisfazem o cliente; As necessidades e utilizações dos clientes são diversas; Existem poucos rivais com estratégias de diferenciação idênticas; Rápida evolução tecnológica que leva os concorrentes a desenvolver características diferenciadoras na sua oferta. [RESUMOS DE GESTÃO ESTRATÉGICA] 2010/2011 João Cunha Página 29 de 36 Focalização: Consiste em servir da melhor maneira um mercado-alvo específico (grupo de clientes, nicho, segmento ou grupo de segmentos de mercado); A organização irá depois adequar a sua estratégia ao mercado-alvo, podendo actuar com base em custos baixos ou diferenciação. Condições favoráveis a uma estratégia de focalização: É difícil ou custoso para os concorrentes actuar no mesmo segmento ou nicho; Não existem níveis focalizados no mesmo segmento; Os recursos da empresa são insuficientes para actuar em todo o mercado – ela é obrigada a escolher só uma parte do mercado; O mercado possui muitos segmentos diferentes, havendo, por isso, mais oportunidades. Estratégia Híbrida: Combina as fontes de vantagem competitiva baseadas em simultâneo em custos baixos e em diferenciação; Implica desenvolver ofertas diferenciadas mas com custos baixos, criando mais valor para os clientes. DIRECÇÕES ESTRATÉGICAS Direcções estratégicas: Retirada; Manutenção; Penetração; Expansão ou desenvolvimento de produtos; Expansão ou desenvolvimento de mercados; Diversificação. → Estas direcções estratégicas não são exclusivas. Logo, uma organização pode escolher mais do que uma estratégia, mas não é aconselhável que as escolha todas ao mesmo tempo. [RESUMOS DE GESTÃO ESTRATÉGICA] 2010/2011 João Cunha Página 30 de 36 Matriz: Algumas situações de retirada: A componente especulativa do negócio torna insustentável a manutenção (ex.: construção civil); As políticas públicas seleccionam áreas de actuação e retiram-se de outras (ex.: privatização); Fazer uma fortuna e retirar; Retirada parcial por concessão de direitos; Liquidação forçada. Manutenção ou consolidação da posição competitiva e penetração: Fase Est. Introdução Crescimento Maturidade Declínio Penetração 1 2 3 4 Manutenção 5 6 7 8 Retirada Manutenção Penetração no mercado Desenvolvimento de Produtos Desenvolvimento de Mercado Diversificação Actuais Novos Produtos (Oferta) A ct u a is N o vo s M er ca d o s (P ro cu ra ) Produtos que ela desenvolve para lançar no mercado Aquilo que ela oferece presentemente no mercado Aqueles em que a empresa está presentementeposicionada Pretende a vir a posicionar-se neles [RESUMOS DE GESTÃO ESTRATÉGICA] 2010/2011 João Cunha Página 31 de 36 → Na Manutenção, a empresa pretende manter a quota de mercado, enquanto que na Penetração, pretende aumentar a quota de mercado. Situações frequentes de expansão ou desenvolvimento de produtos: Mudança dos desejos e necessidades dos clientes (ex.: empresa de retalho – vestuário varia consoante as estações e as modas); Novas necessidades da sociedade (ex.: novos serviços públicos); Organizações orientadas para o produto com divisões por produtos ou uma I&D muito forte (ex.: produtos de cosmética); Ciclos de vida do produto muito curtos (ex.: electrónica de consumo). Situações frequentes de expansão ou desenvolvimento de mercados: Entrada em novos mercados (ex.: refeições ao domicílio); Exploração de novas utilidades do produto (ex.: oportunidades detectadas em medicamentos, como a aspirina; os projectores multimédia são utilizados para dar aulas – mercado do ensino – mas também pode servir para projectar filmes – entrando em outros mercados como os hotéis, bares e domicílio); Expansão para novas áreas geográficas (ex.: internacionalização). Diversificação: Diversificação relacionada, simples ou concêntrica: o Desenvolvimento para além do mercado e dos produtos da organização, mas nas fronteiras do sector em que a organização se insere. Diversificação não relacionada ou conglomerada: o Diversificação das actividades/negócios da organização para produtos e mercados que não possuem uma relação clara com os seus actuais produtos e mercados. Diversificação relacionada: Integração vertical: o Integração vertical a montante: Desenvolvimento de negócios/actividades relacionadas com “input” do negócio/actividade actual da organização; [RESUMOS DE GESTÃO ESTRATÉGICA] 2010/2011 João Cunha Página 32 de 36 Estende o âmbito de actuação da organização no seio da mesma indústria, no sentido dos fornecedores. o Integração vertical a jusante: Desenvolvimento de negócios/actividades relacionadas com o “output” do negócio/actividade actual da organização; Estende o âmbito de actuação da organização no seio da mesma indústria, no sentido dos utilizadores do produto final. Integração horizontal: o Desenvolvimento de actividades/negócios concorrentes ou directamente relacionadas e complementares à actividade actual da organização; o Alarga o âmbito de actuação da organização no seio da mesma indústria. Actividades, custos e margens dos fornecedores Actividades internas, custos e margens Actividades, custos e margens dos canais parceiros a jusante Cadeias de valor dos utilizadores e consumidores finais Actividades, custos e margens dos concorrentes e produtores complementares Actividades internas, custos e margem Actividades, custos e margens dos concorrentes e produtos complementares [RESUMOS DE GESTÃO ESTRATÉGICA] 2010/2011 João Cunha Página 33 de 36 MÉTODOS DE DESENVOLVIMENTO DA ESTRATÉGIA Métodos de desenvolvimento da estratégia: Desenvolvimento organizacional; Desenvolvimento inter-organizacional. Desenvolvimento organizacional: Crescimento orgânico/interno; Não cria dependências perante terceiros; Custos inferiores às aquisições; Atractivo para organizações com recursos escassos; Menos risco de problemas culturais e sociais do que no desenvolvimento inter- organizacional. Desenvolvimento inter-organizacional: Alianças estratégicas, incluindo fusões e aquisições; Redes inter-organizacionais; Outras formas de relacionamento organizacional (ex.: relação vendedor- comprador); Características: o Maior rapidez para aceder a novos produtos e/ou mercados; o Adequado quando existe falta de competências para desenvolver estratégias internas; o Frequente em sectores maduros; o Pode criar sinergias financeiras, de gestão, mercados e produtos; o Pode provocar dificuldades de alinhamento cultural entre organizações. Dinâmica Organizacional: Tipos de mudança estratégica; Barreiras à mudança; Catalisadores da mudança; Processo de mudança. [RESUMOS DE GESTÃO ESTRATÉGICA] 2010/2011 João Cunha Página 34 de 36 Tipos de mudança estratégica: O incremental caracteriza-se por ser pouco intenso, mais lento e gradual (ao longo do tempo); O transformacional descreve-se como sendo uma transformação intensa, durante um período curto. São exemplos: os despedimentos colectivos; as aquisições/fusões; as substituições do conselho de administração; e a invenção tecnológica; O proactivo caracteriza-se pelo facto de serem os gestores os que provocam a mudança; No reactivo, os gestores “vão atrás” dos acontecimentos. Algumas barreiras à mudança: Rotinas, cerimónias e símbolos estabelecidos: o A cultura instituída está demasiada enraizada; o As rotinas são a melhor forma das organizações ganharem eficiência em termos de custos, pois existiu um processo de aprendizagem; o As cerimónias/rituais são eventos que se repetem periodicamente na organização de forma esporádica (ex.: Jantar de Natal); o Os símbolos poderão ser as marcas, as cores, e até alguns comportamentos, como as viagens e os carros utilizados. Sistemas de controlo e compensação: o Não favorecem a inovação. Estruturas organizacionais: o Se pesadas e pouco flexíveis não acompanham a mudança ambiental. Sintonia Transformação planeada Adaptação Transformação forçada Incremental Transformacional Natureza da Mudança P ro a ct iv o R ea ct iv o E st il o d e G es tã o [RESUMOS DE GESTÃO ESTRATÉGICA] 2010/2011 João Cunha Página 35 de 36 Avaliar a necessidade de mudança "Identificar o problema" Decidir o tipo de mudança necessária "Identificar barreiras" Implementar a mudança "De cima para baixo ou de baixo para cima" Avaliar a mudança "É bem sucedida?" Estilo de gestão prevalecente: o A Gestão é conduzida de forma reactiva. Relações de poder e dependência: o Interesses instalados limitam a mudança. Capacidade das pessoas: o O perfil das pessoas não favorece a mudança. Catalisadores da mudança: Aumento da concorrência; Perda da quota de mercado (natureza híbrida → organização + ambiente); Oportunidades ou ameaças previstas; Queda do desempenho financeiro; Nova liderança na organização (natureza organizacional); Desenvolvimento tecnológico; Recessão económica (natureza ambiental). Como abordar um processo de mudança: Desenvolvimento inter-organizacional: Tipos de relações inter-organizacionais; Alianças estratégicas; Vantagens das alianças estratégicas; Dificuldades das alianças estratégicas. Tipos de relações inter-organizacionais: Alianças estratégicas, incluindo fusões e aquisições; Redes inter-organizacionais (ex.: organização dos vendedores; organização dos fornecedores); Outras formas de relacionamento inter-organizacional (ex.: relação vendedor- comprador). [RESUMOS DE GESTÃO ESTRATÉGICA] 2010/2011 João Cunha Página 36 de 36 Alianças estratégicas: Colaboração de duas ou mais organizações para atingirmetas estratégicas através de uma orientação comum dessas organizações, visando: o Empenho de longo-prazo e não um envolvimento táctico e circunstancial; o Contribuição e adaptação dos recursos dos parceiros, em prol de objectivos comuns; o Os resultados devem possuir valor estratégico para os parceiros. Principais vantagens das alianças estratégicas: 1. Aceder a recursos do parceiro; 2. Reduzir o risco e a incerteza; 3. Desenvolver competências; 4. Aceder ao mercado. Principais dificuldades das alianças estratégicas: 1. Reciprocidade e confiança: o Falta de reciprocidade nos benefícios; o Desconfiança entre parceiros. 2. Cultura organizacional: o Incompatibilidade entre sistemas de gestão; o Desconhecimento da outra parte. 3. Dificuldades operacionais: o Afastamento geográfico; o Tempo gasto em negociações; o Aspectos jurídicos e contratuais; o Resistências internas. 4. Capacidade organizacional: o Pequena dimensão; o Escassez de recursos financeiros. 5. Comunicação entre organizações: o Diferença de expectativas.
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