Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNA - Inst i tuto Pol i técnico Curso de Eng. Mecânica R e s i s t ê n c i a d o s M a t e r i a i s I I P r o f . : D a n i e l G o m e s d a n i e l . j a n u a r i o @ p r o f . u n a . b r 1 CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS II UNIDADE 03: TEORIAS DE FALHAS POR FADIGA 2 CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA TEORIAS DE FALHA POR FADIGA INTRODUÇÃO: As causas de falhas mais comuns em componentes mecânicos é devida à fadiga do material, sendo na maioria das vezes de forma inesperada e repentinamente. A fadiga em materiais surge quando carregamentos ou tensões variáveis, repetidas, alternantes ou flutuantes estão presentes. Ex: eixos, engrenagens, molas, equipamentos rotativos em geral 3 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA INTRODUÇÃO: Mecanismos de falhas em industrias Fonte: Alexander et al., Essential Metallurgy for Engineers, UK, 1985 Mecanismos de falhas em componentes aeronáuticos 4 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA INTRODUÇÃO: Tensões atuantes nos dentes de engrenagens: 5 Dimensionamento: Fadiga por flexão e Desgaste Flexão na raiz do dente Contato superficial TEORIAS DE FALHA POR FADIGA INTRODUÇÃO: A falha por fadiga, normalmente, ocorre: • Repentinamente • Sem nenhum aviso prévio • Condições normais de operação • Tensões abaixo do limite de escoamento do material. 6 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA INTRODUÇÃO: Definição: A fadiga é definida como uma mudança estrutural progressiva, localizada e permanente sob a ação de esforços cíclicos, resultando em trincas e a ruptura do material após um determinado número de ciclos. 7 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA MECANISMOS DE FALHA POR FADIGA: As falhas por fadiga sempre têm início a partir de uma pequena trinca ou defeito, que: • Pode estar presente no material ou; • Desenvolver-se ao longo do tempo devido às micro deformações plásticas cíclicas ao redor de concentradores de tensões. 8 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA MECANISMOS DE FALHA POR FADIGA: Todo material contêm descontinuidades (concentradores de tensão) microscópicas e/ou macroscópicas, introduzidas pelos processos de fabricação: • Mudanças geométricas: Furos, ranhuras, rasgo de chavetas, ressaltos, etc; • Falhas de fabricação: Rugosidade superficial, marcas de ferramentas, rebarbas, defeitos de soldas, etc; • Microestrutura do material: contornos de grãos, poros, inclusões, segregação, precipitação de partículas de segunda fase, etc 9 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA MECANISMOS DE FALHA POR FADIGA: Outros fatores que podem acelerar o início de uma trinca de fadiga: • Tensões residuais de tração; • Tensões térmicas (Fadiga e fluência); • Meio agressivo (Fadiga e corrosão) sinergia; • Desgastes devido ao atrito entre peças (Fadiga e desgaste) 10 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA ESTÁGIOS DE FALHA POR FADIGA: Existem três estágios de falha por fadiga: • Nucleação da trinca; • Propagação da trinca (crescimento estável da trinca) • Ruptura repentina (crescimento instável da trinca) 11 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA ESTÁGIOS DE FALHA POR FADIGA: 12 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA ESTÁGIOS DE FALHA POR FADIGA: Nucleação da trinca – estágio I: • Início de uma ou mais microtrincas em concentradores de tensões (inclusões, poros, entalhes, etc.); • Grande proporção da vida de fadiga pode ser consumida nesta fase; Materiais frágeis são mais sensíveis a concentradores de tensões, pois escoam menos e a trinca se propaga mais rapidamente. 13 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA ESTÁGIOS DE FALHA POR FADIGA: Propagação da trinca – estágio II: • Propagação estável da trinca ao longo do plano normal à máxima tensão de tração; • Factrografia: formação de estrias e marcas de praias; Ruptura – estágio III: • Crescimento instável da trinca e ruptura repentina; • Aspecto de fratura frágil. 14 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA MORFOLOGIA DE FALHAS POR FADIGA: Aspecto da fratura: • Praticamente nenhuma deformação plástica macroscópica é encontrado na superfície fraturada. • A fratura, em geral, possui um aspecto liso, similar a uma fratura frágil. • No entanto, ela possui algumas características estruturais que a distingue de uma fratura frágil como as marcas de praia. 15 FRATURA DÚCTIL X FRATURA FRÁGIL – ASPECTOS MACROGRÁFICOS 16 Fratura dúctil: ‒ Deformação plástica elevada ‒ Superfície opaca ‒ Superfície rugosa, fibrosa Fratura frágil: ‒ Deformação plástica baixa ‒ Superfície brilhante ‒ Superfície lisa TEORIAS DE FALHA POR FADIGA MORFOLOGIA DE FALHAS POR FADIGA: Marcas de praia: • Unicamente encontradas em falhas por fadiga. • São provenientes das alterações no ciclo de tensões, gerando uma propagação descontínua da trinca de fadiga 17 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA MORFOLOGIA DE FALHAS POR FADIGA: Marcas de praia: 18 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA MORFOLOGIA DE FALHAS POR FADIGA: TEORIAS DE FALHA POR FADIGA MORFOLOGIA DE FALHAS POR FADIGA: 20 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA CARGAS DE FADIGA: A natureza das cargas de fadiga podem variar de uma aplicação para outra: • Componentes rotativos: A amplitude e a frequência do carregamento tende a se repetir ao longo do tempo. Ex: eixos, engrenagens, molas • Equipamentos em serviço: A amplitude e frequência do carregamento tende a variar completamente no transcorrer do tempo, podendo até mesmo assumir uma natureza aleatória. Ex: Aeronaves, navios, automóveis 21 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA CARGAS DE FADIGA: Componentes Rotativos: R = -1 R = 0 0 ≤ R ≥ 1 22 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA CARGAS DE FADIGA: Variação de tensão: Tensão alternada: Tensão Média: 23 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA CARGAS DE FADIGA: Razão de tensão: Estas variações de tensão são oriundas de solicitações de flexão, torção, axiais ou de uma combinação entre eles. 24 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA CARGAS DE FADIGA: Carregamento em equipamentos em serviço: • Os melhores dados de carga variante no tempo provem de medições reais dos equipamentos operados sob condições simuladas em serviço. • Industria automobilística submete protótipos de veículos a teste de durabilidade que simulam diversos tipos de superfícies de rodagem • Outros exemplos: Industria aeronáutica, indústria naval, etc. 25 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA CARGAS DE FADIGA: 26 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA CARGAS DE FADIGA: 27 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA MÉTODOS DE DIMENSIONAMENTO À FADIGA: Três métodos são utilizados em análise e projeto para predizer quando um componente de máquina carregado ciclicamente falhará por fadiga num período de tempo: • Fadiga controlada por tensão (método S-N) • Fadiga controlada por deformação (método Ɛ-N) • Mecânica da fratura linear elástica (MFLE) 28 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA MÉTODOS DE DIMENSIONAMENTO À FADIGA: Fadiga controlada por tensão (método S-N) • Determina-se a vida de nucleação de uma trinca de fadiga (previsão da vida inicial); • σlocal < Sy: As baixas tensões (no regime elástico) impedem as deformações plásticas locais, ou seja, a propagação nunca ocorre; • Utilizado para projetos de vida longa (N > 103 ciclos); • Carregamentos com amplitude constante (eixos, rolamentos, engrenagens). 29 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA MÉTODOS DE DIMENSIONAMENTO À FADIGA: Fadiga controlada por deformação (método Ɛ-N) • σnominal < Sy , mas σlocal > Sy • Projetos de fadiga de baixo ciclo (N <105 ciclos) • Carregamentos irregulares ou aleatórios • Também é utilizado para previsão de vida inicial 30 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA MÉTODOS DE DIMENSIONAMENTOÀ FADIGA: Mecânica da fratura linear elástica (MFLE) • Utilizada para estimar o vida de propagação da trinca; • O tamanho inicial da trinca deve ser conhecido; • Utilizado na indústria aeronáutica. 31 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA FADIGA CONTROLADA POR TENSÃO (MÉTODO S-N): 32 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA FADIGA CONTROLADA POR TENSÃO: Ensaios de fadiga e curvas S – N Corpo de Prova de flexo-rotação para ensaios fadiga 33 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA FADIGA CONTROLADA POR TENSÃO: Ensaios de fadiga e curvas S – N TEORIAS DE FALHA POR FADIGA FADIGA CONTROLADA POR TENSÃO: Ensaios de fadiga e curvas S – N Máquina de Fadiga Flexo-Rotativa do Laboratório de Análise Estrutural da PUC Minas 35 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA FADIGA CONTROLADA POR TENSÃO: Ensaios de fadiga e curvas S – N 36 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA FADIGA CONTROLADA POR TENSÃO: Ensaios de fadiga e curvas S – N A curva S-N pode ser gerada a partir de resultados de ensaios de fadiga em: • Protótipos • Corpos-de-prova padronizados • Estimativas baseadas em propriedades estáticas Erro 37 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA ESTIMATIVA DO LIMITE DE RESISTÊNCIA À FADIGA: • Para um projeto preliminar, bem como para uma análise inicial de falha é necessário um método rápido de estimativa do limite de resistência à fadiga. • Baseado em propriedades estáticas. • Ensaios de resistência à fadiga alternada x ensaios de tração: 38 Ensaios de resistência à fadiga alternada x ensaios de tração: TEORIAS DE FALHA POR FADIGA ESTIMATIVA DO LIMITE DE RESISTÊNCIA À FADIGA: 40 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA ESTIMATIVA DO LIMITE DE RESISTÊNCIA À FADIGA: Onde: = Limite de resistência à fadiga teórico = Resistência à fadiga teórico para uma vida de 5x108 ciclos 41 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA FATORES MODIFICADORES DO LIMITE DE RESISTÊNCIA À FADIGA Dados de ensaios de laboratório sob condições controladas podem divergir significativamente em relação às condições reais de operação de um componente: • Material: Composição, variabilidade • Manufatura: Método, tratamentos térmicos, condições superficiais • Ambiente: Corrosão, desgaste, temperatura • Projeto: Tamanho, forma, tipo de carregamento, concentração de tensão 42 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA FATORES MODIFICADORES DO LIMITE DE RESISTÊNCIA À FADIGA: Leva em conta as diferenças entre o corpo de prova ensaiado em uma máquina de fadiga flexo-rotativa e o componente real de máquina em serviço 43 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA FATORES MODIFICADORES DO LIMITE DE RESISTÊNCIA À FADIGA Fator de superfície (Ka): • Leva em consideração a qualidade do acabamento superficial e da resistência à tração da peça 44 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA FATORES MODIFICADORES DO LIMITE DE RESISTÊNCIA À FADIGA Fator de superfície (Ka): •Acabamento superficial 45 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA FATORES MODIFICADORES DO LIMITE DE RESISTÊNCIA À FADIGA Fator de superfície (Ka): 46 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA FATORES MODIFICADORES DO LIMITE DE RESISTÊNCIA À FADIGA Fator de tamanho (Kb): Os corpos de prova sujeitos aos ensaios de flexão rotativa possuem dimensões padronizadas. Se a peça em análise possui dimensões maiores, um fator de tamanho deve ser aplicado, pois peças maiores falham sob tensões menores: • devido a maior probabilidade de um defeito estar presente na área sob tensão. 47 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA FATORES MODIFICADORES DO LIMITE DE RESISTÊNCIA À FADIGA Fator de tamanho para peças cilíndricas rotativas (Kb): • Carregamentos de flexão e torção: • Para tamanhos maiores use Kb = 0,6 • Carregamentos axiais não há efeito de tamanho: 48 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA FATORES MODIFICADORES DO LIMITE DE RESISTÊNCIA À FADIGA Fator de tamanho para peças não rotativas (Kb): • Como determinar o fator de tamanho quando uma peça cilíndrica não girante, ou de seção transversal não circular é usada? • Para peças não rotativas é utilizado o conceito de diâmetro equivalente (de); 49 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA FATORES MODIFICADORES DO LIMITE DE RESISTÊNCIA À FADIGA Fator de tamanho para peças não rotativas (Kb): • O cálculo do diâmetro equivalente de é obtido: Igualando-se a área tensionada da seção transversal de peças não rotativas correspondente a σ ≥ 0,95σmáx (A95), com a área correspondente de um corpo de prova em flexão rotativa1. Fonte: 1. R. Kuguel. “A relation between Theoretical Stress Concentration Factor and Fatigue Notch Factor Deduced from the Concept of Highly Stressed Volume” Proc. ASTM, Vol. 61, 1961, p. 732-748. 50 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA FATORES MODIFICADORES DO LIMITE DE RESISTÊNCIA À FADIGA Fator de tamanho para peças não rotativas (Kb): Figura: Área do corpo de prova sob flexão rotativa que esta sujeita a tensões superiores a 95% da tensão máxima A95 = Área de tensão acima de 95% da tensão máxima 51 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA FATORES MODIFICADORES DO LIMITE DE RESISTÊNCIA À FADIGA Fator de tamanho para peças não rotativas (Kb): A95 é a parcela da área da seção transversal de peças não rotativas que está sujeita a tensões acima de 95% da tensão máxima atuante na seção. 52 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA FATORES MODIFICADORES DO LIMITE DE RESISTÊNCIA À FADIGA Fator de tamanho para peças não rotativas (Kb): 53 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA FATORES MODIFICADORES DO LIMITE DE RESISTÊNCIA À FADIGA Fator de carregamento (Kc): • A maioria dos dados publicados de resistência à fadiga se referem a ensaios sob flexão rotativa. • Portanto, um fator de redução deve ser utilizado para outros tipos de carregamento. 54 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA FATORES MODIFICADORES DO LIMITE DE RESISTÊNCIA À FADIGA Fator de carregamento (Kc): • Os limites de resistência à fadiga diferem com relação ao tipo de carregamento: 1 Use somente este para carregamento de fadiga torcional pura. Quando a torção está combinada com outras tensões, tais como flexão, use Kc = 1. 55 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA FATORES MODIFICADORES DO LIMITE DE RESISTÊNCIA À FADIGA Fator de temperatura (Kd): • Temperatura abaixo da ambiente fragiliza o material • Temperatura acima da ambiente: - Reduz a resistência mecânica do material - Induz à fluência do material (T ≥ 0,5Tfusão ) 56 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA FATORES MODIFICADORES DO LIMITE DE RESISTÊNCIA À FADIGA Fator de temperatura (Kd): 57 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA FATORES MODIFICADORES DO LIMITE DE RESISTÊNCIA À FADIGA Fator de temperatura (Kd): TEORIAS DE FALHA POR FADIGA FATORES MODIFICADORES DO LIMITE DE RESISTÊNCIA À FADIGA Fator de confiabilidade (Ke): Muitos dos dados de resistência à fadiga registrados na literatura referem-se a valores médios. No entanto, existe uma considerável dispersão nos ensaios realizados. 59 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA FATORES MODIFICADORES DO LIMITE DE RESISTÊNCIA À FADIGA Fator de efeitos diversos (Kf): Leva em conta a redução do limite de resistência de outros fatores que nem sempre estão disponíveis na literatura: 60 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA FATORES MODIFICADORES DO LIMITE DE RESISTÊNCIA À FADIGA Fator de efeitos diversos (Kf): 61 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA FATORES MODIFICADORES DO LIMITE DE RESISTÊNCIA À FADIGA EXEMPLO 1: Uma barra de aço de seção quadrada de 150 mm de lado submetida a uma flexão pura alternada em um ambiente a 500 ºC. Esta barra possui um acabamento oriundo do processo de laminação a quente. O material desta barra possui um limite de resistência à tração igual a 600 MPa. Considere uma confiabilidade de 99,9%. a) Estime o limitede resistência à fadiga (Se) 62 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA MÉTODO DE ESTIMATIVA DO DIAGRAMA S-N: Quando não há nenhuma informação de resistência à fadiga do material, o diagrama S-N pode ser estimado na região de alto ciclo (N>103 ciclos) 63 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA MÉTODO DE ESTIMATIVA DO DIAGRAMA S-N: • A região de interesse é o regime de fadiga de alto ciclo a partir de 103 ciclos • Dados de testes para a resistência à fadiga em mil ciclos (Sm) mostram que: 64 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA MÉTODO DE ESTIMATIVA DO DIAGRAMA S-N: • Equação da reta que passa por Sm e Se ou Sf: 65 Sf = Resistência à fadiga para uma vida finita N. Sm = Resistência à fadiga para mil ciclos Se = Limite de resistência à fadiga, ou resistência à fadiga para uma vida de 106 ciclos N = Número de ciclos até a falha TEORIAS DE FALHA POR FADIGA EXEMPLO 1 - CONTINUAÇÃO Uma barra de aço de seção quadrada de 150 mm de lado submetida a uma flexão pura alternada em um ambiente a 500 ºC. Esta barra possui um acabamento oriundo do processo de laminação a quente. O material desta barra possui um limite de resistência à tração igual a 600 MPa. Considere uma confiabilidade de 99,9%. b) Estime a vida de fadiga desta barra se a mesma estiver submetida a flexão alternada Ma = 56,25 kN.m 66 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA CONCENTRAÇÃO DE TENSÕES E ENTALHES: • Entalhe é um termo genérico que se refere a qualquer irregularidade geométrica ou descontinuidades como: − orifícios; − sulcos; − mudanças abruptas da geometria; − ranhuras, etc. • Entalhes ou descontinuidades aumentam significativamente as tensões locais. 67 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA CONCENTRAÇÃO DE TENSÕES E ENTALHES: • Em carregamentos cíclicos utiliza-se o fator de concentração de tensão de fadiga (Kf): 68 ofmáx K ofsmáx K Kf = Fator de concentração de tensão de fadiga para tensão normal Kfs = Fator de concentração de tensão de fadiga para tensão de cisalhamento o = Tensão nominal normal calculada na seção crítica (mais estreita) da descontinuidade o = Tensão nominal cisalhante calculada na seção crítica (mais estreita) da descontinuidade TEORIAS DE FALHA POR FADIGA CONCENTRAÇÃO DE TENSÕES E ENTALHES: Sensibilidade ao entalhe: • Os materiais apresentam diferentes sensibilidades a concentrações de tensão quando submetidos as cargas dinâmicas. • Em geral, quanto mais dúctil o material menor é a sua sensibilidade ao entalhe 69 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA CONCENTRAÇÃO DE TENSÕES E ENTALHES: Sensibilidade ao entalhe: • Portanto, materiais mais resistentes e duros tendem a ter maior sensibilidade a entalhes. • A sensibilidade depende também da geometria do entalhe (raio de arredondamento) 70 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA CONCENTRAÇÃO DE TENSÕES E ENTALHES: Para cargas dinâmicas é necessário modificar o fator de concentração de tensão de acordo com a sensibilidade do material às descontinuidades. Se q = 0 ; então Kf = 1 (Material não tem sensibilidade a entalhes) Se q = 1 ; então Kf = Kt (Material tem sensibilidade completa a entalhes) Kt = Fator de concentração de tensão geométrico Kf = fator de concentração de tensão de fadiga q = Sensibilidade ao entalhe 71 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA CONCENTRAÇÃO DE TENSÕES E ENTALHES: 72 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA CONCENTRAÇÃO DE TENSÕES E ENTALHES: 73 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA EXEMPLO 2 Um peça metálica de seção circular maciça é submetida a uma força axial puramente reversa (alternada) de 1000 kN. O material utilizado possui limite de resistência à tração Sut = 1400 MPa e limite de escoamento Sy = 950 MPa. Considerando um acabamento de forjamento para a peça: a) Determine o fator de segurança contra o escoamento b) Determine o fator de segurança contra falha por fadiga c) Estime a vida de fadiga (N) deste componente 74 D = 150 mm d = 100 mm r = 5,0 mm TEORIAS DE FALHA POR FADIGA EXEMPLO 2 – ETAPAS DE RESOLUÇÃO 75 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA INFLUÊNCIA DA TENSÃO MÉDIA NA RESISTÊNCIA À FADIGA: • Tensões médias de tração tendem a diminuir a resistência à fadiga • tensões médias de compressão tendem a aumentar a resistência à fadiga, porém possuem um efeito muito discreto. 76 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA INFLUÊNCIA DA TENSÃO MÉDIA NA RESISTÊNCIA À FADIGA: 77 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA INFLUÊNCIA DA TENSÃO MÉDIA NA RESISTÊNCIA À FADIGA: Existem vários critérios de falha por fadiga que determinam a influência da tensão média na resistência à fadiga: 78 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA INFLUÊNCIA DA TENSÃO MÉDIA NA RESISTÊNCIA À FADIGA: O diagrama anterior mostra que somente o critério de Soderberg se resguarda contra qualquer escoamento, mas é tendencioso para baixo. •Critério de Soderberg: n = fator de projeto σa = Tensão alternada σm = Tensão média Se = Limite de resistência à fadiga Sy = Limite de escoamento 79 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA INFLUÊNCIA DA TENSÃO MÉDIA NA RESISTÊNCIA À FADIGA: •Critério de Goodman modificado: •Critério ASME- elíptico n = fator de projeto σa = Tensão alternada σm = Tensão média Se = Limite de resistência à fadiga Sy = Limite de escoamento Sut = Limite de resistência à tração 80 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA INFLUÊNCIA DA TENSÃO MÉDIA NA RESISTÊNCIA À FADIGA: Critério de Goodman modificado: 81 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA INFLUÊNCIA DA TENSÃO MÉDIA NA RESISTÊNCIA À FADIGA: Critério de Goodman modificado: • É uma linha reta e a álgebra é linear e fácil; • É facilmente traçada para a análise de falhas por fadiga; • Método relativamente conservador; • Não se resguarda contra o escoamento. 82 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA EXEMPLO 3 Uma barra de aço de seção circular maciça é submetida a uma força axial que varia entre 9,0 kN a -1,0 kN. O material utilizado possui limite de resistência à tração Sut = 985 MPa, limite de escoamento Sy = 646 MPa e limite de resistência à fadiga Se = 193,6 MPa. Determine o diâmetro mínimo d desta peça para uma vida infinita de fadiga. Utilize um fator de segurança igual a 1,2. 83 Relações dimensionais: D/d = 1,05 r/d = 0,10 TEORIAS DE FALHA POR FADIGA EXEMPLO 3 – ETAPAS DE RESOLUÇÃO 84 Referências Bibliográficas BUDYNAS, Richard G.; NISBETT, J. Keith. Elementos de máquinas de Shigley: projeto de engenharia mecânica. 8. ed. Porto Alegre: AMGH, 2011. NORTON, Robert L. Projeto de máquinas: uma abordagem integrada. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. 85
Compartilhar