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MA33 - Introduc¸a˜o a` A´lgebra Linear Unidade 5 - Subespac¸os vetoriais A. Hefez e C. S. Fernandez Resumo elaborado por Paulo Sousa PROFMAT - SBM 10 de agosto de 2013 Subespac¸os vetoriais A`s vezes, e´ necessa´rio detectar, dentro de um espac¸o vetorial V , subconjuntos W que sejam eles pro´prios espac¸os vetoriais “menores”. Tais conjuntos sera˜o chamados subespac¸os de V . Isto acontece, por exemplo, em R2 , o plano, onde W e´ uma reta deste plano, que passa pela origem. Por exemplo: vimos que o conjunto soluc¸a˜o Sh de um sistema de equac¸o˜es lineares homogeˆneo com n inco´gnitas forma um espac¸o ve- torial contido no espac¸o Rn. Esta e´ uma situac¸a˜o t´ıpica da noc¸a˜o de subespac¸o de um espac¸o vetorial, que definiremos a seguir com maior generalidade. Dizemos que W e´ um subespac¸o vetorial de V , ou simplesmente um subespac¸o de V , se W , com as operac¸o˜es de adic¸a˜o em V e de multiplicac¸a˜o de vetores de V por escalares, e´ um espac¸o vetorial. PROFMAT - SBM MA33 - Introduc¸a˜o a` A´lgebra Linear slide 2/10 Subespac¸os vetoriais O resultado a seguir mostra que, para provarmos que um subcon- junto W de um espac¸o vetorial V e´ subespac¸o, basta mostrar que as operac¸o˜es de V esta˜o definidas em W . Proposic¸a˜o: Sejam V um espac¸o vetorial e W um subconjunto na˜o vazio de V . Enta˜o, W e´ um subespac¸o de V se, e somente se, as seguintes condic¸o˜es sa˜o satisfeitas: (i) Se u, v ∈W , enta˜o u + v ∈W ; (ii) Se α ∈ R e u ∈W , enta˜o α · u ∈W . A demonstrac¸a˜o da proposic¸a˜o acima e´ deixada a cargo do leitor. Exemplo: Utilizando as propriedades de transposic¸a˜o de matrizes, mostra-se facilmente que o conjunto das matrizes (anti)sime´tricas quadradas de ordem m com coeficientes reais e´ um subespaco vetorial de M(m,m). PROFMAT - SBM MA33 - Introduc¸a˜o a` A´lgebra Linear slide 3/10 Subespac¸os vetoriais Exemplo: Dados a1, . . . , an ∈ R, temos que o conjunto W = {(x1, . . . , xn) ∈ Rn : a1x1 + · · · + anxn = 0} e´ um subespac¸o vetorial de Rn, munido das operac¸o˜es usuais. O resultado apresentado, no exemplo acima, implica que o conjunto soluc¸a˜o de um sistema de equac¸o˜es lineares nas varia´veis x1, . . . , xn e´ a intersec¸a˜o de subespac¸os de Rn. A proposic¸a˜o abaixo garante que tal conjunto soluc¸a˜o tambe´m e´ um subespac¸o vetorial. Proposic¸a˜o: A intersec¸a˜o de dois subespac¸os de um espac¸o vetorial V e´ um subespac¸o de V . O resultado contido na proposic¸a˜o na˜o e´ va´lido para a unia˜o de sub- espac¸os. O principal problema quando consideramos a unia˜o de sub- espac¸os e´ que se tomamos um vetor em cada subespac¸o, a soma deles pode na˜o pertencer a` unia˜o. PROFMAT - SBM MA33 - Introduc¸a˜o a` A´lgebra Linear slide 4/10 Subespac¸os vetoriais Apresentaremos a seguir, dois exemplos para ilustrar o fato de a pro- posic¸a˜o anterior na˜o ser va´lida para a unia˜o de subespac¸os. Exemplo: Sejam W1,W2 ⊂ R3 definidos como segue: W1 = {(x , y , z) ∈ R3; z = 0} e W2 = {(x , y , z) ∈ R3 : z = 0 e x = y }. E´ fa´cil ver que W1 ∪W2 = W1, que e´ subespac¸o vetorial. Este exemplo apresenta a condic¸a˜o necessa´rio e suficiente para a unia˜o de subespac¸os ser um subespac¸o, a relac¸a˜o de inclusa˜o entre eles (prove !). ExemploF: Sejam W1,W2 ⊂ R3 definidos como segue: W1 = {(x , y , z) ∈ R3; x = y = 0} e W2 = {(x , y , z) ∈ R3 : z = 0}. E´ claro que (0, 0, 1), (1, 1, 0) ∈W1∪W2, mas (0, 0, 1)+(1, 1, 0) = (1, 1, 1) 6∈ W1 ∪W2. Logo, W1 ∪W2 na˜o e´ subespac¸o vetorial. A seguir, definimos a operac¸a˜o soma de subespac¸os vetoriais cujo resultado e´ um subespac¸o vetorial. PROFMAT - SBM MA33 - Introduc¸a˜o a` A´lgebra Linear slide 5/10 Subespac¸os vetoriais Dados U e W subespac¸os de um espac¸o vetorial V , definimos a soma de U e W , denotada por U +W , como o conjunto U +W = {u + w : u ∈ U e w ∈W }. Proposic¸a˜o: A soma de dois subespac¸os U e W de um espac¸o vetorial V e´ um subespac¸o de V . Este e´ o menor subespac¸o de V que conte´m cada um dos subespac¸os. Prova: A primeira parte da demostrac¸a˜o e´ deixada a cargo do leitor. Para mostrar que U + W e´ o menor subespac¸o vetorial de V que conte´m U e W , seja L um subespac¸o de V que conte´m U e W . Para todos u ∈ U e w ∈ W , temos que u,w ∈ L, logo u + w ∈ L. Isto mostra que U +W ⊂ L. PROFMAT - SBM MA33 - Introduc¸a˜o a` A´lgebra Linear slide 6/10 Subespac¸os vetoriais Voltando ao Exemplo F, temos que: dado (x , y , z) ∈ R3 enta˜o w1 = (0, 0, z) ∈ W1, w2 = (x , y , 0) ∈ W2 e w1 + w2 = (x , y , z). Neste caso, dizemos que R3 e´ soma de W1 e W2. Mais geralmente, sejam U e W subespac¸os de um espac¸o vetorial V . O espac¸o vetorial V e´ dito ser a soma de U e W , e representamos por V = U +W , se dado v ∈ V existem u ∈ U e w ∈ W tais que v = u + w . Quando U ∩ W = {0}, dizemos que a soma e´ direta e representamos por V = U ⊕W . O pro´ximo resultado mostra uma importante propriedade das somas diretas. Teorema: Sejam U e W subespac¸os de um espac¸o vetorial V . Temos que V = U ⊕W se, e somente se, todo vetor v em V se escreve de modo u´nico como v = u + w , onde u ∈ U e w ∈W . PROFMAT - SBM MA33 - Introduc¸a˜o a` A´lgebra Linear slide 7/10 Subespac¸os vetoriais Como vimos, a unia˜o de subespac¸os nem sempre e´ um subespac¸o. Contudo, a partir da unia˜o podemos obter o menor subespac¸o que conte´m os subespac¸os dados (a soma). Para tanto, precisamos da definic¸a˜o de combinac¸a˜o linear: Seja V um espac¸o vetorial e sejam v1, . . . , vr vetores de V . Diremos que um vetor v ∈ V e´ uma com- binac¸a˜o linear de v1, . . . , vr se existirem nu´meros reais a1, . . . , ar tais que v = a1v1 + · · ·+ arvr . Definic¸a˜o: Sejam V um espaco vetorial e S um subconjunto na˜o vazio de V . Usaremos o s´ımbolo G (S) para denotar o conjunto de todas as combinacoes lineares dos elementos de S . Se S e´ finito, S = {v1, . . . , vr } enta˜o denotamos G (S) = G (v1, . . . , vr ). Este subespac¸o e´ chamado o subespac¸o gerado por v1, . . . , vr e dizemos que v1, . . . , vr geram G (S) ou que {v1, . . . , vr } e´ um conjunto gerador de G (S). PROFMAT - SBM MA33 - Introduc¸a˜o a` A´lgebra Linear slide 8/10 Subespac¸os vetoriais O resultado a seguir mostra que G (S) e´ um subespac¸o de V . Teorema: Seja W = G (S). Valem as seguintes afirmac¸o˜es: (a) W e´ um subespac¸o de V ; (b) W e´ o menor subespac¸o de V contendo S . Como consequeˆncia imediata deste teorema temos que: se U e W sa˜o subespac¸os de V , enta˜o G (U ∪W ) = U +W . Exemplo: Vamos encontrar o subespac¸o de R3 gerado pelos vetores v1 = (1,−2,−1) e v2 = (2, 1, 1). Dado (x , y , z) ∈ R3, temos que (x , y , z) ∈W = G (v1, v2) se so´ se existem a, b ∈ R tais que (x , y , z) = a(1,−2,−2) + b(2, 1, 1). PROFMAT - SBM MA33 - Introduc¸a˜o a` A´lgebra Linear slide 9/10 Subespac¸os vetoriais Ou, equivalentemente se, e somente se, o sistema linear a + 2b = x −2a + b = y −a + b = z tem soluc¸a˜o. A matriz ampliada do sistema e´ equivalente a` matriz 1 2 x0 1 (x + z)/3 0 0 (x + 3y − 5z)/3 . Portanto, o sistema tem soluc¸a˜o se, somente se, x + 3y − 5z = 0. Da´ı, W = {(x , y , z) : x + 3y − 5z = 0}. PROFMAT - SBM MA33 - Introduc¸a˜o a` A´lgebra Linear slide 10/10
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