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2 RELATO DE EXPERIENCIA


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3.2 RELATO DE EXPERIÊNCIA 2 (ABORDAGEM FISIOTERÁPICA EM UMA EDUCAÇÃO EM SAÚDE CONTRA A ASMA)
3.2.1 Contextualização da Ação
A asma é uma doença inflamatória primária das vias aéreas, caracterizada pelo aumento da hiperreatividade brônquica e pela a obstrução do fluxo aéreo secundário. Quando ocorre uma crise asmática há uma broncoconstrição, edema da mucosa, aumento da permeabilidade vascular, hipersecreção, processo inflamatório com recrutamento de linfócitos e descamação epitelial, eosinófilos, mastócitos, monócitos, macrófagos e neutrófilos. A consequência destas alterações fisiopatológicas causada pela a asma é a obstrução brônquica ao fluxo aéreo que aumenta a resistência das vias aéreas, e tendo como consequência o aumento do trabalho muscular respiratório podendo levar a fadiga muscular e causar dispneia nesses pacientes (FERREIRA, 2000).
A asma acomete cerca de aproximadamente 150 milhões de pessoas em todo o mundo. A elevada frequência em crianças observada na última década estimasse o aumento da prevalência por asma nos próximos anos a não ser que sejam tomadas medidas rápidas de prevenção apropriadas (WHO, 2003). 
O Brasil ocupa a 8ª posição mundial em prevalência de asma, variando de 10 a 20%, dependendo da região e da faixa etária consideradas. Em 2007, foi responsável por cerca de 273 mil internações e 2.500 óbitos, dos quais aproximadamente 1/3 ocorreu em UBS, domicílios ou vias públicas, gerando um custo aproximado R$ 98,6 milhões para o Sistema Único de Saúde (SUS) (DATASUS, 2008). Em termos mundiais, os custos com a asma superam os com a tuberculose e HIV/AIDS somados (OMS, 2008).
Pacientes com asma grave apresentam maior morbimortalidade relativa, e são responsáveis por um consumo desproporcionalmente alto dos recursos de saúde em relação aos grupos de menor gravidade. Portadores de asma grave não controlada procuram 15 vezes mais as unidades de emergência médica e são hospitalizados 20 vezes mais que os asmáticos moderados. A identificação de fatores de risco e da doença em seu estágio inicial e o encaminhamento ágil e adequado para o atendimento especializado dão à Atenção Básica um caráter essencial para um melhor resultado terapêutico e prognóstico dos casos (SAS/MS, 2013).
3.2.1 Descrição da Ação
No começo do mês de maio, a preceptora Myrla Soares, foi comunicada pela a coordenadora da UBS, Fabíola, que dia 14 de maio seria realizado uma educação em saúde contra a asma, junto com as equipes de outras instituições que estagiam na UBS. Roberto Bruno. 
Dia 13 de maio, o grupo se reuniu na Estácio, unidade Via Corpvs, com o intuito de planejar a ação que seria realizada no dia seguinte. Neste encontro foi traçado metas e objetivos para alcançarmos uma boa educação em saúde, onde o foco principal era levar para aquela população a grande importância da atuação da fisioterapia em um paciente com asma, de uma forma mais lúdica e de fácil entendimento. 
Dia 14 de maio, o grupo chegou à UBS às 12:30 da manhã, para prepararmos o ambiente, onde decoramos com um painel com gravuras chamativas que retratavam a asma e com um letreiro com o nome em destaque “fisioterapia”, foi desenhado em um cartaz de forma bem lúdica, desenhos que ilustravam o principais sintomas da doença. Em um mesa decorativa, colocamos um pulmão feito de isopor, e alguns instrumentos que são utilizados na reabilitação da doença, como: seringa (representando a higienização brônquica), incentivador inspiratório à fluxo (Respiron) e bombinha de asma (nebulímetro).
Por volta de 13:30, no horário que começou a chegar os pacientes para o atendimento, começamos a abordagem na sala de espera, por conta dos materiais lúdicos, sempre chamavam a atenção dos mesmos. Toda abordagem que era realizada, começávamos com a pergunta “você sabe o que é asma?”, a partir dessa pergunta chave, era desenvolvida uma conversa, onde falávamos dos principais sintomas, fatores de risco, as possíveis complicações e entre outros. Em seguida abordávamos a atuação da fisioterapia no paciente com asma, onde falávamos sobre os exercícios e treinamento para os músculo respiratórios, e técnicas de higiene brônquica. Para finalizar a abordagem, pedíamos que o paciente realizasse uma demonstração no Respiron. 
3.2.3 Embasamento Teórico
Atualmente, considerando a importância adquirida pelo projeto de promoção da saúde, que busca capilarizar-se em várias dimensões da vida social (família, escola, comunidade) e individual (cuidados com o corpo, desenvolvimento de hábitos saudáveis), a discussão sobre as dimensões individuais e coletivas da saúde/doença torna-se oportuna e particularmente importante.
A educação em saúde é uma das estratégias sugeridas pelo Ministério da Saúde para a realização das práticas promotoras da saúde. Ela é definida como um conjunto de práticas pedagógicas de caráter participativo e emancipatório, que perpassa vários campos de atuação e tem o objetivo de sensibilizar, conscientizar e mobilizar para o enfrentamento de situações individuais e coletivas que interferem na qualidade de vida. (KUBO, A. V. et al. Educação em saúde sobre asma brônquica na atenção primária. ABCS Health Sciences. 2013; 38(2):68-74)
Uma abordagem multidisciplinar em uma educação em saúde, a equipe deve estar qualificada para transmitir adequadamente informações aos pacientes sobre os princípios da autogestão, com a devida habilidade para ajustar a forma e o meio de disseminar as mensagens e gerar conhecimentos. 
Programas de educação em asma devem basear-se nas orientações dos consensos, sendo aplicados em associação com o atendimento médico e adaptados às características culturais, educacionais, socioeconômicas e psicossociais da população-alvo. Devem ser realizados em ambiente apropriado e de forma adequada por equipes multidisciplinares que reúnam o maior número e variedade de especialistas, como médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, educadores e administradores, entre outros. (MELLO, R. C. et al. Educação em saúde a portadores de asma. R. Eletr. de Com. Inf. Inov. Saúde. Rio de Janeiro, v.3, n.3, set., 2014)
Os pacientes com asma experimentam episódios de aumento da frequência respiratória, principalmente em momentos de piora da obstrução brônquica. Assim, os exercícios respiratórios que promovam redução na hiperventilação, e consequentemente, a hipocapnia, são estratégias importantes para a reabilitação.
O tratamento fisioterapêutico é considerado uma intervenção não farmacológica. O mesmo deve ser instituído quando o paciente está em acompanhamento médico regular e com tratamento medicamentoso adequado. Os principais objetivos da fisioterapia aplicada aos pacientes com pneumopatias em geral são: reduzir o desconforto respiratório e a dispneia, melhorar a mecânica respiratória, melhorar a força muscular respiratória nos casos de fraqueza desta musculatura, melhorar o condicionamento cardiorrespiratório, promover a higiene brônquica, quando necessária, e melhorar a qualidade de vida. (LANZA, F.C. et al. Fisioterapia no paciente com asma: intervenção baseada em evidências. Arquivo Asma, Alergia e Imunologia – Vol. 1. N° 1, 2017)
3.2.4 Percepção da Ação
Levando-se em conta a experiência vivida na educação em saúde na Unidade Básica de Saúde, percebe-se a importância da abordagem do fisioterapeuta junto com a equipe multidisciplinar, pois a educação em asma é um dos pilares do tratamento bem sucedido da doença, produzindo efeitos positivos em termos de conhecimento, manejo, autogestão e adesão.
Durante as abordagens, percebeu-se que o público estava muito atento as explicações, sempre fazendo perguntas e tirando dúvidas, mostrando um grande interesse sobre o assunto, isso é um grande ponto positivo, pois mostra que a população está cada vez mais interessada em saber do processo saúde-doença.
Vale ressaltar que foi perceptível que quando a equipe realiza a abordagem com materiais lúdicos, desperta mais o interesse do público em saber sobre o assunto que está sendo abordado. E a adequação da linguagem ao contexto culturaldesta população, é algo que precisa ser valorizado, pois faz toda a diferença na abordagem.
Participar dessa ação foi algo gratificante, pois provou que de fato, a educação em saúde é essencial para a reflexão e mudança de comportamento na vida dos indivíduos. Portanto, a educação em saúde precisa ser sistematicamente planejada, pois proporciona medidas comportamentais para alcançar um em efeito intencional sobre a própria saúde.
 REFERÊNCIAS 
CAMPOS, H. S. Asma: suas origens, seus mecanismos inflamatórios e o papel do corticosteroide. Revista Brasil Pneumol Sanit. 2007; 15(1): 47-60
KUBO, A. V. et al. Educação em saúde sobre asma brônquica na atenção primária. ABCS Health Sciences. 2013; 38(2):68-74
LANZA, F. C. et al. Fisioterapia no paciente com asma: intervenção baseada em evidências. Arquivos de Asma, Alergia e Imunologia – Vol. 1. N° 1, 2017
MELLO, R. C. Educação em saúde a portadores de asma. RECIIS – R. Eletr. de Com. Inf. Inov. Saúde. Rio de Janeiro, v.3, n.3, set., 2011
RIBEIRO, K. G. et al. Educação e saúde em uma região em situação de vulnerabilidade social: avanços e desafios para as políticas públicas. Interface (Botucatu). 2018; 22(Supl. 1):1387-98.

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