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11/03/2019 1 GERENCIAMENTO DE QUALIDADE Profª Msc. Marina Magalhães QUALIDADE o O que é? “ O grau pelo qual os serviços de saúde aumentam, para indivíduos e populações, a probabilidade de resultados de saúde desejados, e que são consistentes com o atual conhecimento profissional” (Medicine Institute, 1994) GERENCIAMENTO DE QUALIDADE: HISTÓRIA Gestão da qualidade em saúde não é um assunto atual, que envolve e promove integração, comprometimento, melhorias de processos, diminuição de desperdícios, entre tantas outras vantagens. A qualidade iniciou na indústria, através de ferramentas que são aplicadas desde então. - Taylor (1900) com administração científica - organizações visam obter lucros e muita produção, sem pensar em seus funcionários; - Ford (1903) com a linha de produção (produtividade e redução de custos) - repartiu parte do controle acionário da empresa com os funcionários, estabeleceu jornada de 8h e salário mínimo; 11/03/2019 2 GERENCIAMENTO DE QUALIDADE: HISTÓRIA - Shewhaet (1920) com controle estatístico - qualidade do produto durante o processo de produção, não mais monitorando as saídas; - Juran, Deming e Ishikawa (1950) com melhoria contínua da qualidade e foco no cliente; - A. Feigenbaum (1960) Controle da Qualidade total; -A partir de 1987, com a criação da ISO9000 QUALIDADE TOTAL (TQC) - Envolve toda a organização para desenvolver, manter e melhorar a qualidade em todos os setores e atividades da operação visando a satisfação do cliente. - Qualidade como satisfação da expectativa do cliente de forma pragmática. - Qualidade não e necessariamente o melhor. - Qualidade assegurada: sistema de qualidade documentada e auditado. - Normas ISO = (1987) International Organization fot Standardization. Certificações por entidades credenciadas. QUALIDADE TOTAL (TQC) - Período pós guerra - Possui como orientação 3 aspectos: foco no cliente, envolvimento das pessoas e filosofia da melhoria contínua. - Inspeção: medidas e padrões, com formulários Controle: método de tolerância por amostragem Garantia: avaliação satisfatória, com risco mínimo Gestão: deve existir qualidade do início ao fim do processo até a satisfação do cliente. GERENCIAMENTO DE QUALIDADE EM SAÚDE Na década de 1990, com os direitos do consumidor, instituições de saúde e governos começaram a se preocupar a avaliação dos serviços. Foi nesse período que surgiram as primeiras iniciativas regionais de acreditação e o Manual de Acreditação de Hospitais para América Latina e Caribe, publicado pela OPAS. - Dr. Ignaz Semmelweis, pioneiro com os procedimentos antissépticos; - Florance Nightngale, com coletas de dados, gráficos estatísticos, medidas higiênicas e estudo de mortalidade; - Ernst Coldman, em 1913, com “The End Result System’’- O hospital deveria avaliar todos os pacientes e tratá-los até a efetiva recuperação, gerenciando, os resultados obtidos para avaliar a adequação dos cuidados prestados. Caso houvesse alguma falha no resultado, o hospital deveria identificar suas causas para que casos semelhantes fossem tratados com sucesso no futuro; 11/03/2019 3 GERENCIAMENTO DE QUALIDADE EM SAÚDE - “Programa de Padronização de Hospitais” (PPH) – médicos, prontuário e recursos diagnósticos e terapéuticos; - Em 1952, a criação da Joint Commission on Accreditation of Hospitals (JCAH) - Em 1959, Canadian Medical Association. - 1966, Avedis Donabedian com os Sete Pilares da Qualidade: eficácia (condições ideais), eficiência (melhora tratamento utilizando os recursos disponíveis), efetividade (melhor tratamento com a menor quantidade de recursos), aceitabilidade (comodidade, relacionamento e custo), otimização (reduzir tempo de melhora com melhor aplicação dos recursos disponíveis), legitimidade e equidade. Cenário: O Brasil tem hoje aproximadamente 67 mil unidades ambulatoriais e 7.400 hospitais, sendo 60% dos hospitais com menos de 50 leitos. Estes hospitais empregam cerca de 56% dos profissionais e são responsáveis por 67% de todos os gastos. Alguns pontos relacionados a esta complexidade são: a falta de padronização dos processos, que provocam aumento de custos e uso de recursos de forma desnecessária, além da pouca utilização da atenção primária na saúde que reflete em uma medicina preventiva ineficiente. GERENCIAMENTO DE QUALIDADE APLICAÇÃO EM SAÚDE GESTÃO DE QUALIDADE Ciência da melhoria da saúde É uma forma de gerenciamento que busca melhoria contínua do desempenho organizacional “Não se gerencia o que não se mede, não se mede o que não se define , não se define o que não se entende, não há sucesso no que não se gerencia” Deming Com a implantação da gestão da qualidade, a organização consegue atingir a padronização e gestão dos processos de maneira consistente, minimizando seus riscos e promovendo uma cultura de segurança efetiva 11/03/2019 4 COMO USAR O PDSA GESTÃO DE QUALIDADE: BENCHMARKING É um método que tem como objetivo a comparação entre referências (benchmarks) • Baseia-se no enfoque de que a maneira eficaz para promover uma mudança é aprendendo com a experiência dos outros. •O benchmarking deve estar focalizado em poucos processos vitais que exercerão maior influência. São 4 os tipos de benchmarking: 1.Interno: é a comparação entre operações semelhantes dentro da própria organização. 2. Competitivo: é a comparação com o melhor dos concorrentes diretos. 3. Funcional: é a comparação das mesmas funções em setores distintos entre empresas com processos semelhantes. 4. Genérico: é a comparação de processos de trabalho com outros que tenha processos exemplares de trabalhos inovadores. GESTÃO DE QUALIDADE: BENCHMARKING 11/03/2019 5 GESTÃO DE QUALIDADE: INDICADORES O grau de excelência de um indicador deve ser definido por: - Validade (capacidade de medir o que se pretende); - Confiabilidade (reproduzir os mesmos resultados quando aplicado em condições similares). - Mensurabilidade (basear-se em dados disponíveis ou fáceis de conseguir), - Relevância (responder a prioridades de saúde) - Custo-efetividade (os resultados justificam o investimento de tempo e recursos). GESTÃO DE QUALIDADE: INDICADORES Tipos de indicadores: -Indicadores de processo: informam se aquilo que foi planejado está acontecendo, ou seja, verifica o andamento dos meios. Ex: Taxa de consumo de álcool gel por paciente por dia. -Indicadores de resultados: informam se as metas e objetivos planejados foram alcançados, ou seja, verifica os fins. Ex: Taxa global de infecções hospitalares O QUE É ACREDITAÇÃO? Define parâmetros mínimos de estrutura e funcionamento, envolve aspectos relacionados ao acesso e a garantia da continuidade do atendimento; os processos diagnósticos, terapêuticos e de reabilitação/recuperação; a segurança dos procedimentos e atos médicos; o desempenho dos recursos humanos e, as adequadas condições das instalações e equipamentos. Sistema de avaliação e certificação da qualidade de serviços de saúde, realizada por avaliadores externos . Tem um caráter educativo, voltado para a melhoria contínua. Busca proteger a sociedade de uma assistência inadequada É pautado por três princípios fundamentais: é voluntário; é periódico; é reservado. ACREDITAÇÃO: HISTÓRIA -1980 - Inicio do Institute for Healthcare Improvement (IHI) com a demonstração de Melhorias de Qualidade, organizado pelo Dr. Don Berwick; - 1999 – Publicação do livro relatório com o título “Errar é Humano: Construindo um Sistema de Saúde mais Seguro pelo Institute of Medicine dos EUA; ü -1999 - Constituição da Organização Nacional da Acreditação – ONA, responsável pelo desenvolvimento dos padrões nacionais de segurança e qualidade em saúde no Brasil; - 2001 - Publicação do Crossing the Quality Chasm,onde relata que as falhas ocorrem não pela falta de iniciativas, mas devido as deficiências nos processos; - 2008 - Recomendação do checklist Cirurgia Segura pela Organização Mundial de Saúde (OMS); - 2013 – Instituição do Programa Nacional de Segurança do Paciente (Portaria nº 529, de 1º de abril de 2013), bem como ações para segurança do paciente (RDC nº 36 de 25/07/13) pelo Ministério da Saúde e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). - 2014 - Lei 13.003: ANS e FATOR QUALIDADE - reajuste de tabela diferenciado para instituições acreditadas (105% IPCA). 11/03/2019 6 VANTAGENS DA ACREDITAÇÃO • Ampliar a segurança dos usuários; • Introduzir a qualidade como um processo permanente; •Buscar maior eficiência e efetividade do atendimento; • Racionalizar a utilização de recursos humanos, financeiros e tecnológicos; •Desenvolver e aprimorar continuamente os recursos humanos; •Colocar a disposição de profissionais e hospitais, referenciais de excelência dos cuidados em torno dos quais possam reorganizar suas práticas e melhorar o desempenho institucional; • Obter avaliação objetiva da organização centrada no processo do cuidado ao paciente; • Demonstrar padrões de excelência para clientes e financiadores. DESVANTAGENS DA ACREDITAÇÃO CERTIFICAÇÃO ISO 9001 . Organização Internacional para Padronização (ISO), no Brasil representada pela ABNT. . Os padrões da ISO 9001 avaliam a conformidade de determinadas especificações, certificando os serviços ou instituições que atendem a estes padrões (Rooney & van Ostenberg, 1999). ONA - Em 2001, foi instituído o Programa de Acreditação Hospitalar (Portaria nº. 538/2001), com o objetivo de implementar e garantir a qualidade nos hospitais brasileiros, por intermédio do estabelecimento de metas e da mobilização dos profissionais buscando garantir, assim, a melhoria da qualidade da atenção médica prestada aos clientes. - Essa mesma Portaria reconhece a ONA, como instituição competente e autorizada a operacionalizar o desenvolvimento do processo de Acreditação Hospitalar no Brasil. - Esse convênio visa a garantir que o desenvolvimento do Programa Brasileiro de Acreditação Hospitalar ocorresse sob a ótica de política pública. - A ONA é uma organização privada, sem fins lucrativos e de interesse coletivo. - As Instituições Acreditadoras – IAC 11/03/2019 7 “Se desejarmos honrar o sonho dos fundadores do SUS, não há outro caminho senão trabalhar para a superação do modelo de atenção piramidal, passivo, fragmentado. Daí nascerá uma rede horizontal integrada de serviços de saúde (unidades básicas, policlínicas, UPAs, laboratórios, farmácias, hospitais gerais, hospitais especializados) orquestrada por uma qualificada atenção primária. Afinal são as equipes de saúde da família que têm vínculos efetivos com as pessoas e as famílias.” (PESTANA, 2008).
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