Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
AULA 13 RECURSO ORDINÁRIO O recurso ordinário encontra previsão legal no art. 895 da CLT, sendo cabível nas seguintes situações: Decisões definitivas: aquelas onde há extinção do processo com resolução do mérito Decisões terminativas: aquelas onde há extinção do processo sem resolução do mérito Sentenças proferidas pelas Varas do Trabalho nos dissídios individuais, sendo julgado pelo Tribunal Regional do Trabalho. Acórdãos proferidos pelos Tribunais Regionais do Trabalho, em processos de sua competência originária, tais como ações rescisórias, mandados de segurança, dissídios coletivos, dentre outros, conforme Súmulas nº 158 e 201 do TST, sendo julgado pelo Tribunal Superior do Trabalho. NA AÇÃO RESCISÓRIA NO TRT CABE RECURSO PARA O TST, MAS NA RESCISÓRIA NO TST NÃO CABE RECURSO ORDINÁRIO E SIM RECURSO EXTRAORDINÁRIO PARA O STF. ART 114 – MANDADO DE SEGURANÇA NA JT – A COMPETENCIA VAI DEPENDER DA AUTORIDADE COATORA. EX: SE FOR UM AUDITOR FISCAL, SUPERINTENDENTE REGIONAL DO TRABALHO, OFICIAL DE CARTÓRIO (EM DETERMINADO ATO SINDICAL) E O MEMBRO DO MPT EM INQUÉRITOS CIVIS MAS SE A AUTORIDADE COATORA FOR UM JUIZ OU DESEMBARGADOR É O TRT COMPETENTE. MINISTRO, O TST É COMPETENTE EM REGRA AS DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS SÃO IRRECORÍVEIS. NO ENTANTO, HÁ DECISÕES QUE SÃO IMPUGNÁVEIS MEDIANTE RO. QUANDO UM JUIZ DE UM TRT, ACOLHE A EXCEÇÃO DE INCOMPETENCIA E REMETE PARA OUTRO JUIZ DE OUTRO TRT – 799 E SUM 214 SE QUER DESCONTITUIR UMA SENTENÇA A COMPETENCIA É DO TRT. SE QUER DESCONTITUIR UM ACÓRDÃO DO TRT A COMPETENCIA É DO TST. SE QUER DESCONTITUIR UM ACÓRDÃO DO TST A COMPETENCIA É DO TST Não se pode vincular o julgamento do recurso ordinário sempre ao TRT, já que na segunda hipótese ações originárias do TRT o julgamento do recurso será realizado pelo TST. Ainda sobre o cabimento do recurso ordinário, dois aspectos devem ser levados em consideração. O primeiro registro toca à impossibilidade das partes interporem recurso ordinário em face da sentença que homologa acordo, por ausência de interesse processual. Conforme art. 831, § único da CLT, somente o INSS poderá interpor recurso, já que alguma verba com reflexos previdenciários pode estar sendo sonegada, em prejuízo àquele, que detêm legitimidade e interesse recursais. Outro ponto de destaque refere-se ao não cabimento do recurso em estudo em face das sentenças proferidas no rito sumário, disciplinado pela Lei nº 5584/70, cujo processamento se dá para as demandas de valor até 2 (dois) salários mínimos. Acerca do procedimento do recurso ordinário, tem-se que será interposto perante o órgão a quo, o que representa dizer Vara do Trabalho, quando interposto de sentença, ou Desembargador Relator, quando interposto de acórdão do TRT em ação de sua competência originária. O juízo a quo realizará a análise acerca dos pressupostos de admissibilidade (legitimidade, interesse, tempestividade, preparo, etc), intimando o recorrido para apresentar contrarrazões caso o apelo seja admitido. Após a apresentação da resposta do recorrido ou decorrido o prazo sem a sua apresentação, o juízo a quo poderá refazer o juízo de admissibilidade, conforme autorização do §2º do art. 518 do CPC. O juízo de admissibilidade realizado pelo órgão a quo é provisório em relação a ele mesmo e em relação ao juízo ad quem, o que significa dizer que o próprio Juiz poderá reconsiderar a decisão antes proferida, bem como o Tribunal decidir de maneira diversa. Assim, se o juízo da Vara do Trabalho de determinada Comarca admitiu um recurso ordinário intempestivo, poderá retratar-se, após as contrarrazões, mesmo sem alegação do recorrido, uma vez tratarem-se os requisitos de admissibilidade de normas de ordem pública. Doutrina majoritária afirma o seu cabimento, uma vez que a norma apresenta-se consentânea com os princípios da celeridade e economia processuais. Assim, uma pequena adaptação se faz necessária no dispositivo do CPC, de forma a que não caiba recurso ordinário quando a sentença estiver em conformidade com Súmulas do TST e STF, bem como agravo de petição das decisões proferida em execução, desde que em conformidade com aqueles pronunciamentos consolidados dos tribunais. Por fim, não se pode interpretar extensivamente o dispositivo para incluir, ao lado de Súmulas do TST, também as Orientações Jurisprudenciais (OJ´s), uma vez que a norma restringe importante direito e, portanto, deve ser interpretada restritivamente. Cabimento: Art. 895 da CLT sentenças proferidas em dissídios individuais; acórdãos proferidos em ações de competência originária do TRT e decisões terminativas do feito. Tempestividade: 8 (oito) dias, salvo para Fazenda Pública e MPT, que possuem prazos em dobro. Interposição: Perante o órgão a quo, que pode ser Vara do Trabalho ou TRT Preparo: Necessário, salvo para aqueles que possuem assistência judiciária gratuita, conforme Lei nº 5584/70. Para o empregado consiste no pagamento das custas. Para o empregador, custas e depósito recursal. Procedimento: Será interposto perante o juízo a quo, que realizará a admissibilidade do recurso, intimando para apresentação das contrarrazões. Após o decurso do prazo, os autos são remetidos ao juízo ad quem para julgamento conforme as normas internas do Tribunal. PRESSUPOSTOS DO RECURSO ORDINÁRIO - INTRÍNSECOS (SUBJETIVO) Está diretamente ligado à legitimidade da parte para recorrer. O art. 499 do CPC dispõe: "o recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério Público". Assim, o vencedor da demanda, por motivos óbvios, não poderá recorrer por lhe faltar interesse de agir. Assim, a legitimidade para recorrer é conferida à parte totalmente ou parcialmente vencida. Também possui legitimidade para recorrer o terceiro prejudicado, assim compreendido aquele que, embora não tenha participado da relação jurídico-processual, venha a sofrer prejuízo por conta da decisão proferida no processo. Para que haja a legitimidade do terceiro em recorrer é necessário que haja uma ligação entre o seu interesse e a relação jurídica submetida à apreciação judicial, devendo haver uma situação de dependência entre um e outro. O Ministério Público é legitimado a recorrer, tanto nas ações em que tenha figurado como parte como naquelas em que funcionou como fiscal da lei (art. 499, §2º do CPC). A União, na condição de parte, poderá recorrer das decisões homologatórias de conciliação, no atinente às contribuições previdenciárias (art. 832, §4º da CLT). EXTRÍNSECOS (OBJETIVOS) Existência de sucumbência; decisão recorrível; cumprimento do prazo recursal; efetivação do depósito recursal, se cabível e, pagamento das custas processuais, se não dispensadas. PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO DO RECURSO - 8 dias, em dobro para a fazenda pública. EFEITOS DO RECURSO ORDINÁRIO - DEVOLUTIVO: Consiste no reexame pelo Tribunal, da decisão recorrida e que foi objeto do recurso, devolve toda a matéria arguida no primeiro grau ao juízo ad quem. - EFEITO SUSPENSIVO: Consiste na suspensão da eficácia executiva da sentença. No processo do Trabalho os recursos têm efeito meramente devolutivo, tornando cabível a execução provisória. Todavia, o recurso ordinário interposto pela Procuradoria da Justiça do Trabalho, nos dissídios coletivos, poderá ser recebido no efeito suspensivo (Lei 5.584/70, art. 8º). - DEPÓSITO RECURSAL E PAGAMENTO DAS CUSTAS PROCESSUAIS Quando a condenação prevê a obrigação de pagar, para a admissibilidade do recurso ordinário, faz-se necessário que a parte efetue o depósito recursal na conta vinculada do reclamante. O depósito será o valor da condenação obedecido ao teto de R$ 9.513,16 (tetoatual em 01.08.2018), o valor do teto é revisado anualmente pelo TST, entrando em vigor em 1º de agosto. O art. 899 estabelece as regras para o recolhimento do referido depósito, inclusive no que diz respeito à redução de seu valor ou até mesmo a isenção deste. Poderá ser substituído por fiança bancária ou seguro garantia judicial, conforme estabelece o § 11 do art. 899 As custas processuais deverão ser pagas e comprovado o recolhimento dentro do prazo recursal, ou no momento da interposição do recurso, se este se der antes do prazo legal. Por outro lado, o TST, tratando do tema depósito recursal editou a súmula 128 que assim pontua: TST Enunciado nº 128 - RA 115/1981, DJ 21.12.1981 - Nova redação - Res. 121/2003, DJ 21.11.2003 Depósito da Condenação Trabalhista - Complementação - Limite Legal I - É ônus da parte recorrente efetuar o depósito legal, integralmente, em relação a cada novo recurso interposto, sob pena de deserção. Atingido o valor da condenação, nenhum depósito mais é exigido para qualquer recurso. (ex-Súmula nº 128 - alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.03, que incorporou a OJ nº 139 da SBDI-1 - inserida em 27.11.1998) II - Garantido o juízo, na fase executória, a exigência de depósito para recorrer de qualquer decisão viola os incisos II e LV do art. 5º da CF/1988. Havendo, porém, elevação do valor do débito, exige-se a complementação da garantia do juízo. (ex-OJ nº 189 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000) III - Havendo condenação solidária de duas ou mais empresas, o depósito recursal efetuado por uma delas aproveita as demais, quando a empresa que efetuou o depósito não pleiteia sua exclusão da lide. (ex-OJ nº 190 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000)
Compartilhar