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PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO A EMPRESA COMO SISTEMA BIBLIOGRAFIA • OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de, Planejamento Estratégico, Conceitos, Metodologia e Práticas – 15ª ed. São Paulo: Atlas/2001; • SERRA, Fernando; TORRES, Maria Cândida S.; TORRES, Alexandre Pavan, Administração Estratégica Conceitos, Roteiro Prático e Casos – Rio de Janeiro: Reichman & Affonso Editores/2003; • WRIGHT, Peter / PARNELL, John / KROLL, Mark J. – Administração Estratégica – 1ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2000. • Como a administração estratégica trata da empresa como um todo e perante o seu ambiente, é importante a conceituação de alguns aspectos da Teoria de Sistemas que facilitarão ao executivo trabalhar melhor com este assunto. • Sistema é definido como um conjunto de partes interagentes e interdependentes que, conjuntamente, formam um todo unitário com determinado objetivo e efetuando uma função. Os elementos componentes do sistema são: Processos Objetivos Controle e Avaliações Retroalimentação Entradas Saídas Os elementos componentes do sistema são: • Os objetivos, que se referem tanto aos objetivos dos usuários do sistema quanto aos objetivos do próprio sistema; • As entradas do sistema, cuja função caracteriza as forças que fornecem ao sistema o material, a informação, a energia para a operação ou processo, o qual gerará determinadas saídas do sistema que devem estar em sintonia com os objetivos estabelecidos; Os elementos componentes do sistema são: • O processo de transformação do sistema, que é definido como a função que possibilita a transformação de um insumo (entrada) em produto, serviço ou resultado (saída); • As saídas do sistema, que correspondem aos resultados do processo de transformação. As saídas devem ser, portanto, coerentes com os objetivos do sistema; • Os controles e avaliações do sistema, principalmente para verificar se as saídas estão coerentes com os objetivos estabelecidos; • A retroalimentação ou realimentação ou feedback do sistema, que pode ser considerado como a reintrodução de uma saída, se esta entrada faz aumentar o desempenho da saída ou do processo, a retroalimentação é considerada positiva e, caso contrário, será negativa. Ambiente • Outro aspecto a ser abordado é o ambiente do sistema, principalmente quando o sistema considerado é a própria empresa tratada como um todo. • Define-se ambiente como o conjunto de todos os fatores que, dentro de um limite específico, se possa conceber como tendo alguma influência sobre a operação do sistema. Ambiente • De maneira mais simples, pode-se definir ambiente de um sistema como o conjunto de elementos que não pertencem ao sistema, mas: – Qualquer alteração no sistema pode mudar ou alterar os elementos; – Qualquer alteração nos elementos pode mudar ou alterar o sistema. Salienta-se que esta segunda situação é mais fácil de ocorrer que a primeira. Ambiente do sistema empresa EMPRESA Mercado de mão-de-obra Governo Concorrência Fornecedores Sistema Financeiro Sindicatos Tecnologia Consumidores Comunidade Empresa como sistema • O ambiente é também chamado: – meio ambiente; – meio externo; – meio; – entorno. • O executivo deve considerar três níveis de hierarquia de sistemas: – sistema: é o que se está estudando; – subsistema: são as partes do sistema; e – supersistema ou ecossistema: é o todo, e o sistema é um subsistema dele. Níveis do sistema • O executivo deve considerar três níveis da hierarquia de sistemas: – Sistema: é o que se está estudando ou considerando; – Subsistema: são as partes do sistema; – Supersistema ou ecossistema: é o todo, e o sistema é um subsistema dele. • A seguir veremos o gráfico representativo Níveis do sistema SISTEMA ECOSSISTEMA Subsistema Subsistema Subsistema Uma metodologia de elaboração e implementação do Planejamento Estratégico nas empresas METODOLOGIA DE ELABORAÇÃO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO • Introdução • Toda e qualquer empresa tem alguma forma de estabelecimento de decisões e ações estratégicas; • A maior parte dessa empresas apresenta alguma forma para desenvolver e implementar essas decisões e ações estratégicas de maneira estruturada, ainda que de modo informal; e • Quando o processo apresenta-se de maneira estruturada e formal, normalmente há metodologias diferentes, mas que contêm os grandes aspectos, que podem ser considerados comuns às diferentes metodologias Introdução Através do planejamento estratégico a empresa espera: a) Conhecer e melhor utilizar seu pontos fortes. Ponto forte é a diferenciação conseguida pela empresa - variável controlável - que lhe proporciona uma vantagem operacional no ambiente empresarial. b) Conhecer e eliminar ou adequar seus pontos fracos. Ponto fraco é uma situação inadequada da empresa - variável controlável - que lhe proporciona uma desvantagem operacional no ambiente empresarial. Introdução c) Conhecer e usufruir as oportunidades externas. Oportunidade é a força ambiental incontrolável pela empresa, que pode favorecer sua ação estratégica, desde que conhecida e aproveitada, satisfatoriamente, enquanto perdura. d) Conhecer e evitar as ameaças externas. Ameaça é a força ambiental incontrolável pela empresa, que cria obstáculo a sua ação estratégica, mas que poderá ou não ser evitada, desde que conhecida em tempo hábil. Introdução e) Ter um efetivo plano de trabalho, estabelecendo: – as premissas básicas que devem ser consideradas no processo; – as expectativas de situações almejadas pela empresa; – os caminhos, inclusive os alternativos, a serem seguidos pela empresa; – o quê, como, por quem, para quem, por que e onde devem ser realizados os planos de ação; e – como e onde alocar recursos. Introdução Como resultado de trabalho, o planejamento estratégico deverá apresentar os seguintes resultados finais: – direcionamento de esforços para pontos comuns; – consolidação do entendimento por todos os funcionários da: • missão, • dos propósitos, • das macroestratégias, das macropolíticas, da postura estratégica, • dos objetivos gerais, dos objetivos funcionais, • dos desafios, das metas, • das estratégias, das políticas e dos projetos da empresa, • bem como indicar a elaboração do programa de atividades das várias unidades organizacionais; e Introdução – Estabelecimento de uma agenda de trabalho por um período de tempo que permita à empresa trabalhar levando em conta as prioridades estabelecidas e as exceções justificadas. – O planejamento estratégico não deve ser considerado apenas como uma afirmação das aspirações de uma empresa, pois inclui também o que deve ser feito para transformar essas aspirações em realidade. – O conhecimento detalhado de uma metodologia de elaboração de implementação do planejamento estratégico nas empresas propicia ao executivo o embasamento teórico necessário para otimizar sua aplicação. Introdução – Resumindo o planejamento estratégico possui 4 aspectos de atuação: • o que a empresa pode fazer em termos de ambiente externo; • o que a empresa é capaz de fazer em termos de capacidade e competência; • o que a alta administração da empresa quer fazer, consideradas as expectativas pessoais e das equipes; e • o que a empresa deve fazer, consideradas as restrições sociais e éticas. METODOLOGIA DE ELABORAÇÃO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO • O planejamentoestratégico não deve ser considerado apenas como uma afirmação das aspirações de uma empresa, pois inclui também o que deve ser feito para transformar essas aspirações em realidade. METODOLOGIA DE ELABORAÇÃO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO • Segundo Rebouças de Oliveira, a metodologia apresentada a seguir foi desenvolvida a partir de trabalhos e contatos junto a empresas e consultores organizacionais, durante seminários, cursos e trabalhos de consultoria realizados em grandes e médias empresas no Brasil e no exterior. METODOLOGIA DE ELABORAÇÃO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO A metodologia apresentada a seguir deverá ser adaptada às condições e realidades internas e ambientais da empresa a ser considerada. As fases básicas para a elaboração e implementação do planejamento estratégico podem ser as seguintes: Fase I - Diagnóstico estratégico Fase II - Missão da empresa Fase III - Instrumentos prescritivos e quantitativos Fase IV - Controle e avaliação Fases do planejamento estratégico Fase I - Diagnóstico estratégico • Esta fase é também denominada auditoria de posição, deve-se determinar “como se está”; • É realizada através de pessoas representativas das várias informações, que analisam e verificam todos os aspectos inerentes à realidade externa e interna da empresa. • Esta fase pode ser dividida em 4 etapas básicas: identificação da visão, análise externa, análise interna e análise dos concorrentes. Fase I - Diagnóstico estratégico A - Identificação da visão • Identificam-se quais são as expectativas e os desejos dos acionistas, conselheiros e elementos da alta administração da empresa. • Esses aspectos proporcionam o grande delineamento do planejamento estratégico a ser desenvolvido e implementado. • A visão pode ser considerada como os limites que os principais responsáveis pela empresa conseguem enxergar dentro de um período de tempo mais longo e uma abordagem mais ampla. Fase I - Diagnóstico estratégico A - Identificação da visão Algumas vezes a visão pode configurar-se em uma situação irrealista quanto aos destinos da empresa, que será ajustada quando da análise interativa da empresa diante das oportunidades e ameaças ambientais. Fase I - Diagnóstico estratégico B - Análise externa • Essa etapa verifica as ameaças e oportunidades que estão no ambiente da empresa e as melhores maneira de evitar ou usufruir desses situações. • A empresa deve olhar para fora de si, para o ambiente onde estão as oportunidades e ameaças. • Essa análise deverá ser efetuada pela empresa como um todo, considerando-se uma série de tópicos, entre os quais se podem destacar: Fase I - Diagnóstico estratégico Analise Externa • A análise externa tem por finalidade estudar a relação existente entre a empresa e seu ambiente em termos de oportunidades e ameaças, bem como a sua atual posição produtos versus mercados e, quanto a sua posição produtos versus mercados desejada no futuro. • Neste ponto da análise, devem-se fazer algumas considerações sobre as oportunidades externas da empresa, procurando distingui-las em: – oportunidades ambientais e – oportunidades da empresa. Fase I - Diagnóstico estratégico • O ambiente pode oferecer para a empresa oportunidades e ameaças. Nesse contexto, as empresas devem procurar aproveitar as oportunidades e amortecer ou absorver as ameaças ou, simplesmente, adaptar-se a elas • Deve-se considerar como oportunidade da empresa situações que esta realmente tem condições e/ou interesse de usufruir. Do contrário, a situação pode tornar-se uma ameaça Fase I - Diagnóstico estratégico • A análise ambiental é, geralmente, usada sob dois enfoques: • Para resolver algum problema imediato que exija alguma decisão estratégica e, nesse caso, a interação entre empresa e ambiente é em “tempo real”; e • Para identificar oportunidades ou ameaças que ainda não foram percebidas claramente pela empresa • O executivo pode buscar a informação ambiental de maneira direta ou indiretamente por duas fontes: – Fontes primárias, através de pesquisas realizadas pela empresa diretamente no ambiente; e – Fontes secundárias, sendo que neste caso a empresa obtém as informações do ambiente que já foram coletadas, por exemplo: IBGE, Universidades, Bolsas de Valores, sociedades de classes etc. Fase I - Diagnóstico estratégico • Para Kotler, a chave de oportunidade de uma empresa repousa sobre a questão de se poder fazer mais por essa oportunidade ambiental que os concorrentes, pois: – toda oportunidade ambiental tem algum requisito para o sucesso; – toda empresa tem características especiais, isto é, coisas que pode fazer especialmente bem, e – uma empresa, provavelmente, se aproveitará de uma vantagem diferencial na área de uma oportunidade ambiental, se suas características particulares satisfazem aos requisitos para o sucesso da oportunidade ambiental de forma mais eficaz que sua concorrente potencial Fase I - Diagnóstico estratégico • Para o estabelecimento das oportunidades e ameaças da empresa, os executivos devem analisar uma série de aspectos referentes ao macroambiente e ao ambiente setorial. Roteiro para subsidiar o desenvolvimento da análise externa • I – Quanto às informações que o executivo utilizará, pode-se analisar os seguintes aspectos do macroambiente: • Quanto à tecnologia: – Velocidade das mudanças tecnológicas; – Desenvolvimento tecnológico no país; – Nível de incentivos governamentais; – Vida útil dos equipamentos utilizados; – Custo de capital para empresa entrar ou manter-se no mercado. • Quanto ao governo: – A legislação pertinente; – Os planos governamentais e seus objetivos; – A política econômica e financeira. Fase I - Diagnóstico estratégico • Quanto ao sistema financeiro: – Tipos de instituições financeiras; – Quantidade dessas instituições; – Forma de atuação de cada tipo de instituição; – Condições de operações (prazos de carências, taxas de juros, garantias exigidas e linhas de créditos). • Quanto aos sindicatos: – Os objetivos dos sindicatos; – A estrutura dos sindicatos; – O poder dos sindicatos; – O comportamento em acordos trabalhistas que ocorreram no passado; – Integração entre diferentes sindicatos. Fase I - Diagnóstico estratégico • Quanto a comunidade: – A população (como mercado consumidor e de mão-de-obra), se está aumentando ou diminuindo; – Os valores sociais (padrões de comportamento), culturais e espirituais; – A infra-estrutura existente, quanto à educação, saúde etc. II – Quanto a identificação e análise dos principais ramos de negócios do ambiente setorial no qual a empresa situa-se: • Quanto aos consumidores: – Quem são? – Onde estão? – Como podem ser alcançados? (Estrutura de distribuição); – Qual a renda pessoal? – Qual a renda disponível? – Como compram? – Como se comportam? – Quais são suas tendências? – Quais seus padrões de qualidades? – Estão aumentando ou diminuindo? II – Quanto a identificação e análise dos principais ramos de negócios do ambiente setorial no qual a empresa situa-se: • Quanto a identificação do mercado: – Qual a competição que existe por outros produtos? – Qual a segmentação de mercado? – Qual nível de padronização do produto e se existe potencial para diferenciação do produto? – Qual a importância do serviço ou manutenção ou outras funções de operação na competição? – Quais são os nichos mais atrativos no mercado e quão bem protegidos estão (por região geográfica,por nível de serviço, por canal de distribuição etc)? – Qual a velocidade de mudança no produto? II – Quanto a identificação e análise dos principais ramos de negócios do ambiente setorial no qual a empresa situa-se: • Quanto aos aspectos básicos do mercado: – Tamanho; – Tendências e perspectivas; – Tipos de produtos; – Causas de crescimento e possíveis conseqüências; – Oportunidades de que a empresa poderá usufruir. II – Quanto a identificação e análise dos principais ramos de negócios do ambiente setorial no qual a empresa situa-se: • Quanto aos concorrentes: – Quantos e quais são? – Qual o seu poder de negociação? – Qual a tecnologia básica que cada concorrente utiliza? – Qual a participação de cada concorrente no mercado? – Qual o seu faturamento, volume de vendas, lucro e tendências? – Qual o tipo e nível de promoção dos concorrentes, verificando o orçamento global, de publicidade e de pesquisa de mercado? – Qual o tipo e nível da força de venda dos concorrentes, verificando o processo e os critérios de seleção, treinamento, supervisão, salários e prêmios, capacitação, desempenho, e o nível de reputação de seus vendedores, promotores e distribuidores? – Qual sua linha de produtos, analisando seus tipos, vendas e participação no mercado, preços, qualidades e as respectivas tendências? II – Quanto a identificação e análise dos principais ramos de negócios do ambiente setorial no qual a empresa situa-se: • Quanto aos fornecedores; – Quem são? – Quantos são? – Onde estão? – Qual sua política de negociação? – Como são seus preços? – Seus prazos de venda e entrega? – A qualidade de seus produtos? Fase I - Diagnóstico estratégico • Em relação ao ambiente setorial, destacam-se as cinco forças de Porter como ferramentas essenciais para o diagnóstico estratégico, Macroambiente e ambiente setorial Fatores ou variáveis ambientais e seus componentes Taxa de inflação Situação socioeconômica de cada segmento da população Monetárias Densidade Nível de alfabetização Área tributária Aquisição tecnológica pelo País Nível de desenvolvimento ecológico Taxa de juros Situação sindical (organização, participação e ideologias) Tributárias Mobilidade Nível de escolaridade Área trabalhista Desenvolvimento tecnológico pelo País Índices de poluição Mercado de capitais Situação político- partidária (org., patic. e ideologias) De distribuição de rendas Taxa de crescimento Veículo de comunicação de massa (estrutura, níveis de audiência e de concentração) Área criminalista Transferência de tecnologia pelo País Legislações existentes Nível do produto nacional bruto De relações internacionais Composição e distribuição da população Área comercial Proteção de marca e patentes Balanço de pagamentos Legislativa (federal, estadual e municipal) Processo migratório Velocidade das mudanças tecnológicas Nível de reservas cambiais De estatização ou de privatização Nível de orçamento de pesquisa e desenvolvimento do País Nível de distribuição de rendas De estrutura do poder Nível de incentivos governamentais Econômicas Sociais Políticas Demográficas Culturais Legais Tecnológicas Ecológicas Fatores ou variáveis ambientais Fase I - Diagnóstico estratégico • O executivo deve identificar todas as oportunidades, e é analisar cada uma, em termos de sua contribuição efetiva para a empresa e, em seguida, elencar as melhores para a formação de uma “carteira estratégica” de oportunidades. • Para tanto, alguns aspectos devem ser considerados: – os objetivos da empresa devem ser usados como critérios para avaliar e classificar as oportunidades, e – procurar ter alguma garantia de que, praticamente, todas as oportunidades atraentes possíveis foram indicadas, descritas e analisadas. (Ansoff) Fase I - Diagnóstico estratégico • É possível predizer que empresas de um mesmo ramo econômico, área geográfica, amplitude de atuação - nacional e multinacional - e de, aproximadamente, mesmo porte terão diferentes graus de receptividade ou repulsão ao fatores ambientais, dependendo da amplitude relativa de seus insumos e resultados. Fase I - Diagnóstico estratégico Outro aspecto a considerar na análise externa é a divisão do ambiente da empresa em duas partes: ambiente direto e ambiente indireto. • Ambiente direto - representa o conjunto de fatores através dos quais a empresa tem condições não só de identificar, mas também de avaliar e medir, de forma mais efetiva e adequada, o grau de influência recebido e/ou proporcionado. • Ambiente indireto - representa o conjunto de fatores através dos quais a empresa identificou, mas não tem condições, no momento, de avaliar, medir o grau de influência entre as partes. Pode ser, por exemplo, o caso de algumas variáveis culturais, demográficas ou sociais. Fase I - Diagnóstico estratégico • Naturalmente, o executivo deve saber trabalhar com essas variáveis, pois, a partir do momento em que tem melhor conhecimento da influência de uma variável que esteja no ambiente indireto, deve ser tentada a transferência dessa para o ambiente direto. • Portanto, é um processo evolutivo e questionador de conhecimento da influência de cada uma das variáveis ou fatores considerados. Fase I - Diagnóstico estratégico A EMPRESA AMBIENTE DIRETO AMBIENTE INDIRETO Influência identificada Influência não identificável Fase I - Diagnóstico estratégico • O ambiente está fora do controle da empresa, mas afeta seu comportamento e vice-versa. • O executivo deve atentar para as falhas mais freqüentes na consideração do ambiente de uma empresa que são: – não considerar fatores ambientais que exerçam influência sobre a empresa; – não considerar o grau de influência da empresa sobre os fatores considerados no ambiente; e – não atuar de forma adequada sobre os fatores identificados no ambiente. Fase I - Diagnóstico estratégico • O ambiente está fora do controle da empresa, mas afeta seu comportamento e vice-versa. • O executivo deve atentar para as falhas mais freqüentes na consideração do ambiente de uma empresa que são: – não considerar fatores ambientais que exerçam influência sobre a empresa; – não considerar o grau de influência da empresa sobre os fatores considerados no ambiente; e – não atuar de forma adequada sobre os fatores identificados no ambiente. Fase I - Diagnóstico estratégico C - Análise interna • Esta etapa verifica os pontos fortes, fracos e neutros da empresa. • Os pontos neutros devem ser considerados na análise interna, pois, muitas vezes, não há condições de estabelecer se determinada atividade ou aspecto está beneficiando ou prejudicando a empresa. • Ponto neutro é uma variável identificada pela empresa; todavia, no momento, não existem critérios ou parâmetros de avaliação para sua classificação como ponto forte ou fraco. Fase I - Diagnóstico estratégico Pontos fortes • É fundamental para o sucesso da estratégia que a área de atuação da empresa seja escolhida considerando o que ela melhor pode fazer, ou seja, a empresa deve ser puxada por suas principais capacidades. • No caso da empresa ter de realizar atividades em áreas em que não haja pontos fortes, o reconhecimento dessa fraqueza torna mais fácil o processo corretivo. • A análise dos pontos fortes, francos e neutros deveenvolver a preparação de um estudo dos principais concorrentes na relação produtos versus mercados, para facilitar o estabelecimento de estratégias da empresa no mercado. Fase I - Diagnóstico estratégico • produtos e serviços atuais; • novos produtos e serviços; • promoção; • imagem institucional; • comercialização; • sistema de informações • estrutura organizacional tecnologia; suprimentos; parque industrial; recursos humanos; estilo de administração; resultados empresariais; recursos financeiros; e controle e avaliação Os fatores a serem considerados na análise interna são: Fase I - Diagnóstico estratégico É importante salientar a necessidade de considerar, tanto na análise externa como análise interna da empresa, a identificação e conseqüente utilização dos recursos intangíveis. Exemplo: potencial de desenvolvimento tecnológico, marca registrada. Fase I - Diagnóstico estratégico D - Análise dos concorrentes • Esta etapa decompõe um aspecto da etapa da análise externa. • Seu tratamento deve ser detalhado, pois seu resultado irá influenciar a identificação das vantagens competitivas da própria empresa e a dos concorrentes. • Nessa etapa, evidencia-se a necessidade de uma avaliação da qualidade da informação para uma avaliação preliminar do nível de risco que a empresa está adotando. Fase I - Diagnóstico estratégico D - Análise dos concorrentes • Deve ser feita uma análise interna e externa dos próprios concorrentes. • O resumo das sugestões deve ser tratado de forma que despersonalize as idéias individuais e estabeleça as idéias da empresa. • Um debate dirigido deve proporcionar o bom senso e o consenso geral. Fase II - Missão da empresa Neste ponto deve ser estabelecida a razão de ser da empresa, bem como seu posicionamento estratégico. A - Estabelecimento da missão da empresa • A missão é a determinação do motivo central do planejamento estratégico, ou seja, a determinação de “onde a empresa quer ir”. • Corresponde a um horizonte dentro do qual a empresa atua ou poderá atuar. Fase II - Missão da empresa “A missão deve ser definida em termos de satisfazer alguma necessidade do ambiente externo, e não em termos de oferecer algum produto ou serviço ao mercado”. (Kotler) • Salienta-se que essa missão não está, diretamente, relacionada com o estatuto social da empresa, e é, na realidade, muito mais ampla, e envolve, inclusive, expectativas. Fase II - Missão da empresa B - Estabelecimento dos propósitos atuais e potenciais – Dentro da missão, o executivo deve estabelecer os propósitos da empresa. – Propósitos - correspondem à explicação dos setores de atuação dentro da missão que a empresa já atua ou está analisando a possibilidade de entrada no setor, ainda que esteja numa situação de possibilidade reduzida. Fase II - Missão da empresa • Estes setores de atuação referem-se tanto a produtos e serviços como a segmentos de mercado. • A empresa deve armazenar todos os dados e informações referentes a seu propósitos atuais e futuros. Fase II - Missão da empresa C - Estruturação e debate de cenários • Cenários representam critérios e medidas para a preparação do futuro da empresa. • Esses cenários devem ser montados com base nos dados e informações fornecidas pelo sistema de informações estratégicas. • O executivo pode desenvolver cenários que retratem determinado momento no futuro ou que detalhem a evolução e a seqüência de eventos, desde o momento atual até determinado momento no futuro. Fase II - Missão da empresa • Por outro lado, existem cenários alternativos que, por definição, não são previsões do que deve ocorrer, • Pelo contrário, por questionar premissas, devem explorar possibilidades alternativas do futuro, possibilidades estas inconsistentes entre si em algumas dimensões, mas compatíveis em outras. Fase II - Missão da empresa D - Estabelecimento da postura estratégica • A postura estratégica da empresa é maneira como a empresa posiciona-se diante de seu ambiente. • A postura proporciona um quadro-diagnóstico geral da empresa, resultante do: – confronto entre seus pontos fortes e fracos; – e que a qualifica quanto a sua capacidade de aproveitar oportunidades e – de enfrentar ameaças externas ou não controláveis pela empresa. Fase II - Missão da empresa D - Estabelecimento da postura estratégica • A postura estratégica corresponde à maneira ou a postura mais adequada para a empresa alcançar seus propósitos dentro da missão, respeitando sua situação interna e externa atual, estabelecida no diagnóstico estratégico. Exemplo: intensificar a propaganda na região sudeste, no primeiro semestre. E - Estabelecimento das macroestratégias e macropolíticas • É na fase do delineamento da missão que o executivo deve estabelecer as macroestratégias e as macropolíticas da empresa. Fase II - Missão da empresa Macroestratégias correspondem às grandes ações ou caminhos que a empresa deverá adotar para melhor interagir, usufruir e gerar vantagens competitivas no ambiente. Exemplo: contratar uma agência de propaganda multinacional. Macropolíticas correspondem às grandes orientações que servirão como base de sustentação para as decisões, de caráter geral, que a empresa deverá tomar para melhor interagir com o ambiente. Exemplo: não contratar agência de propaganda que se envolveu nas falcatruas do governo. Fase II - Missão da empresa • É importante que o executivo faça uma revisão das macroestratégias e macropolíticas estabelecidas nessa fase da metodologia, visando a seu enquadramento, de acordo com a postura estratégica. • O estabelecimento de macroestratégias básicas, geralmente em número reduzido, bem como das alternativas, possibilitam ao executivo alterar o rumo da empresa de forma estruturada. Fase II - Missão da empresa • O conjunto das macroestratégias e das macropolíticas corresponde às grandes orientações estratégicas da empresa. Fase III - Instrumentos prescritivos e quantitativos Instrumentos prescritivos Os instrumentos prescritivos do processo de planeja-mento estratégico proporcionam: – a explicitação do que deve ser feito pela empresa para que se direcione ao alcance dos propósitos estabelecidos dentro de sua missão, – de acordo com sua postura estratégica, – respeitando as macropolíticas, – bem como as ações estabelecidas pelas macroestratégias; – e se direcionando para a visão estabelecida, – ou seja, o que a empresa quer ser. Postura estratégica da empresa Oportunidades Crescimento Desenvolvimento Ameaças Sobrevivência Manutenção Pontos fracos Pontos fortes Predominância de Análise Interna P re d o m in ân ci a d e A n ál is e E xt e rn a Fase III - Instrumentos prescritivos e quantitativos O tratamento dos instrumentos prescritivos podem ser realizados através de determinadas etapas: A - Estabelecimento de objetivos, desafios e metas Nessa etapa o executivo deve estabelecer, através de diferentes técnicas (cruzamento dos fatores externos e internos, interação com cenários, administração por objetivos, etc.) os aspectos: – Meta: é o alvo ou situação que se pretende atingir. Aqui se determina para onde a empresa deve dirigir seus esforços. – Objetivo : corresponde aos passos ou etapas, perfeitamente quantificados e com prazo para alcançar os desafios e metas. Fase III - Instrumentos prescritivos e quantitativos– Objetivo funcional: é o objetivo intermediário, relacionado às áreas funcionais, que deve ser atingido com a finalidade de alcançar os objetivos da empresa. – Desafio: é uma realização que dever ser, continuada-mente, perseguida, • perfeitamente quantificável • e com prazo estabelecido, • que exige esforço extra • e representa a modificação de uma situação, • bem como contribui para ser alcançada uma situação desejável identificada pelos objetivos. Fase III - Instrumentos prescritivos e quantitativos B - Estabelecimento das estratégias e políticas funcionais Nessa etapa, os aspectos a serem definidos, utilizando-se diferentes técnicas de análise, são: – Estratégia: é a ação ou caminho mais adequado a ser executado para alcançar o objetivo, o desafio e a meta. • É importante procurar substabelecer estratégias alternativas para facilitar as alterações dos caminhos ou ações de acordo com as necessidades. • As estratégias podem ser estabelecidas por área funcional da empresa. • A partir das estratégias, devem ser desenvolvidos planos de ação, os quais são consolidados através de um conjunto de projetos. Fase III - Instrumentos prescritivos e quantitativos – Política: é a definição dos níveis de delegação, faixas de valores e/ou quantidades limites e abrangência das estratégias e ações para a consecução dos objetivos. • A política fornece parâmetros ou orientações para tomada de decisões. • Corresponde a toda base de sustentação para o planejamento estratégico. • Normalmente, são estabelecidas por área funcional da empresa, embora se ressalte que a política é um parâmetro ou orientação para a tomada de decisões pela empresa como um todo. – Diretrizes: é o conjunto estruturado e interativo dos objetivos, estratégias e políticas da empresa. Fase III - Instrumentos prescritivos e quantitativos C - Estabelecimento dos projetos e planos de ação Nessa etapa, devem ser estabelecidos, a partir das estratégias e respeitando as políticas, os seguintes aspectos: – Projetos: são trabalhos a serem feitos com: • responsabilidade de execução, • resultados esperados com quantificação de benefícios • e prazos para execução preestabelecidos, • considerando os recursos humanos, financeiros, materiais e equipamentos, • bem como as áreas envolvidas necessárias a seu desenvolvimento. Fase III - Instrumentos prescritivos e quantitativos – Programas: são conjuntos de projetos homogêneos quanto ao seu objetivo maior. – Planos de ação: são conjuntos das partes comuns dos diversos projetos quanto ao assunto que está sendo tratado. Fase III - Instrumentos prescritivos e quantitativos • Quando se consideram os instrumentos prescritivos mais precisamente o estabelecimento de objetivos e estratégias, ocorre o momento mais adequado para a definição da estrutura organizacional da empresa, pois somente dessa maneira se pode criar uma estrutura privada de lacunas e de conflitos e contradições entre seus elementos, pois todos estão com seus esforços direcionados para os objetivo estabelecidos. Fase III - Instrumentos prescritivos e quantitativos Intrumentos quantitativos • Consistem nas projeções econômico-financeiras do planejamento orçamentário, • necessárias ao desenvolvimento dos plano de ação, projetos e atividades previstas. • Deve se analisar, nessa etapa, – quais os recursos necessários e – quais expectativas de retorno para atingir os objetivos, desafios e metas da empresa. Fase III - Instrumentos prescritivos e quantitativos • A consideração dos instrumentos quantitativos, representados basicamente pelo planejamento orçamentário, na metodologia de elaboração e implementação do planejamento estratégico , torna-se extremamente importante, pois o executivo deve sempre fazer, de forma estruturada, a interligação do planejamento estratégico com os planejamentos operacionais. Fase III - Instrumentos prescritivos e quantitativos No operacional, o planejamento básico a ser considerado no assunto em questão é o planejamento orçamentário, pois ele: – consolida os aspectos de realizações da empresa, quanto receita, despesas e investimentos; – normalmente, é uma realidade estabelecida em qualquer empresa; e – está inserido no processo decisório do dia-a-dia da empresa. Fase IV - Controle e Avaliação • Nesta fase, verifica-se “como a empresa está indo” para a situação desejada. • O controle pode ser definido como a ação necessária para assegurar a realização dos objetivos, desafios, metas, estratégias e projetos estabelecidos. Fase IV - Controle e Avaliação • Essa função, em sentido amplo, envolve processos de: – avaliação de desempenho; – comparação do desempenho real com os objetivos, desafios, metas e projetos estabelecidos; – análise dos desvios dos objetivos, desafios, metas e projetos estabelecidos; – tomada de ação corretiva provocada pelas análises efetuadas; – acompanhamento para avaliar a eficiência da ação de natureza corretiva; e – adição de informações ao processo de planejamento, para desenvolver os ciclos futuros da atividade administrativa. Fase IV - Controle e Avaliação • Nesta quarta fase, devem-se considerar, entre outros aspectos, os critérios e parâmetros de controle e avaliação, dentro de uma situação adequada de custos versus benefícios. • É aconselhável que o controle e a avaliação sejam realizados passo a passo no desenvolvimento do planejamento estratégico. Processo de planejamento estratégico VISÃO O processo inicia-se a partir da: Algumas vezes irrealistas quanto aos “destinos” da empresa e submetida a uma avaliação racional e criteriosa das OPORTUNIDADES AMEÇAS Em termos de: • mercados a explorar • recursos a aproveitar Que prejudicarão a empresa e suas oportunidades Considerando a realidade da empresa e de seus CONCORRENTES com seus PONTOS FORTES PONTOS FRACOS PONTOS NEUTROS Processo de planejamento estratégico MISSÃO Tudo isso “dentro” do horizonte estabelecido para PROPÓSITOS E que deve conduzir à escolha de CENÁRIOS A partir de detalhes de POSTURA ESTRATÉGICA Respeitando a MACROESTRATÉGIAS MACROPOLÍTICAS Que possibilita o estabelecimento de OBJETIVOS GERAIS OBJETIVOS FUNCIONAIS Que orientarão a formalização de Capazes de: • tirar proveito dos pontos fortes e oportunidades; e • evitar ou eliminar os pontos fracos e ameaças da empresa que devem ser traduzidas em Processo de planejamento estratégico DESAFIOS e METAS ESTRATÉGIA e POLÍTICAS Quantificados, que permitirão o estabelecimento, em nível funcional, de Mais realistas que as expectativas e os desejos, como base para formulação de PROJETOS e PLANOS DE AÇÃO Processo de planejamento estratégico ORÇAMENTO ECONÔMICO-FINANCEIRO Destinados a orientar a operacionalização do plano estratégico através do Missão da empresa • Nesta fase do processo de elaboração e implementação do planejamento estratégico é de elevada criatividade, em que os executivos e profissionais das empresas têm que explicitar seu pensamento estratégico. • A missão é a razão de ser da empresa. • Nesse ponto procura-se determinar: – qual o negócio da empresa, – porque ela existe, – que tipos de atividades a empresa deverá dedicar-se no futuro. • Procura-se responder a pergunta básica: “aonde se quer chegar com a empresa?” Missão da empresa O estabelecimento da missão tem como ponto de partida a análise e interpretação de algumas questões como: – quala razão de ser da empresa? – qual a natureza do(s) negócio(s) da empresa? – quais são os tipos de atividades em que a empresa deve concentrar seus esforços no futuro? Quando a alta administração de uma empresa responde a essas perguntas, provoca a seguinte situação: – a definição das áreas de atuação prioritárias em que devem ser aplicados os recursos disponíveis; e – o consenso de uma opinião de que os esforços e os recursos dirigidos ao alvos estabelecidos no horizonte da missão serão bem-sucedidos. Isso fica de fácil entendimento na análise da situação de uma empresa fabricante de microcomputadores que venha como missão: “vender microcomputadores para as empresas”; enquanto outra empresa, do mesmo ramo tenha como missão: “atender às necessidades das empresas na facilitação do processo decisório”. • É importante lembrar que a alteração da missão da empresa pode provocar conseqüências positivas ou negativas em toda sua estrutura organizacional. • A missão da empresa exerce uma função orientadora e delimitadora da ação empresarial, e isto dentro de um período de tempo, normalmente, longo, em que ficam comprometidos valores, crenças, expectativas, conceitos e recursos • No sentido figurado: – a missão empresarial estabelece “qual vai ser o jogo”, – e “em que campo vai ser jogado”. • As regras do jogo serão estabelecidas na fase seguinte (instrumentos prescritivos). • A missão da empresa, representa um horizonte no qual a empresa vai atuar e vai, realmente, entrar em cada um dos negócios que aparecem nesse horizonte, desde que seja viável sobre os vários aspectos considerados. • Esses negócios identificados no horizonte, uma vez considerados viáveis e interessantes para a empresa, passam a ser denominados propósitos da empresa. Empresa M I S S Ã O Amplitude para estudo de viabilidade Empresa M I S S Ã O Propósitos • Propósitos são compromissos que a empresa se impõe no sentido de cumprir a missão. • Representam grandes áreas de atuação selecionadas no contexto da missão estabelecida. • Correspondem à explicitação de posições ou áreas de atuação projetadas para toda a empresa, devidamente aceitas por seus acionistas e executivos como desejáveis e possíveis. • A identificação dos propósitos torna-se interessante à medida que a missão é um negócio extremamente amplo e, dificilmente, será alcançado em sua totalidade. • Esses propósitos são compromissos que a empresa se impõe no sentido de cumprir sua missão. Representam grandes áreas de atuação selecionadas no contexto da missão estabelecida. Correspondem à explicitação de posições ou áreas de atuação projetadas para toda a empresa, devidamente aceitas por seus acionistas e executivos como desejáveis e possíveis. • A empresa bem sucedida tem uma visão do que pretende; e essa visão trabalhada quanto a seus propósitos e a seu modelo de gestão constitui a missão que fornece à empresa seu impulso e sua direção. • A definição da missão da empresa é importante, porque é nesse ponto que se procura descrever as habilidades essenciais da empresa. Essas habilidades são, tipicamente, mais amplas do que dimensões genéricas do produto ou serviço. • Para facilitar o entendimento, pode se comparar a determinação da missão de uma empresa à utilização de uma bússola (definição da missão) pela qual se orienta o navio (empresa). • A missão deve ser entendida como uma identificação a ser seguida, mas nunca como algo específico a ser alcançado. Empresa Navio Definição da missão Bússula Pode precisar desviar seu rumo provocado por ameaças ambientais; diminuir o ritmo de avanço a um resultado devido a determinados pontos fracos, ou parar de atuar num mercado em virtude de uma ação do mercado consumidor. Pode desviar da rota para fugir da tempestade; diminuir a marcha num nevoeiro ou parar diante de um terrível furacão. Empresa Navio A empresa pode usufruir de oportunidades que aparecem inesperadamente, ou apresentar problema grave em alguma área funcional (produção, recursos humanos, finanças, marketing) O navio pode parar num porto para vender sua carga durante um percurso ou mesmo por causa de um defeito em suas máquinas Empresa Navio A empresa com todas as suas oportunidades e ameaças ambientais, bem como sua situação interna, tem um campo de atuação definido, representado por sua missão, assim como por setores de atuação atuais e potenciais, representados pelo propósitos. Apesar de todos os problemas e sucessos, acaba navegando dentro do mar ou oceano estabelecido e atracando no porto de destino. • A definição da missão da empresa é importante porque é nesse ponto que se procura descrever as habilidades essenciais da empresa. • Essas habilidades são, tipicamente, mais amplas do que as dimensões genéricas do produto ou serviço. • As habilidades secundárias são críticas, pois afetam o que a empresa pode vender e a quem. • A definição da missão da empresa é o ponto inicial para as macroestratégias e macropolíticas a serem estabelecidas; • Fornece a direção em que a empresa vai implementar-se e determina os limites dentro dos quais será escolhida a postura estratégica relevante. A definição da missão deve satisfazer a critérios racionais e sensatos que devem ser: • suficientemente empreendedores para terem impacto sobre o comportamento da empresa; • mais focalizados no sentido da satisfação das necessidades do cliente do que nas características do produto fabricado; • capazes de refletir as habilidades essenciais da empresa; • entendíveis; • flexíveis; • realistas; e • motivadores. • A missão da empresa deve ser definida em termos amplos, tal como de satisfazer alguma necessidade do ambiente externo, e não ser colocada em termos de oferecer algum produto ou serviço. (Kotler, 1980) • O mais adequado é a empresa encarar sua missão, genericamente quanto à necessidade, tal como o missão da IBM é “satisfazer às necessidades de resolução de problemas de negócios”. • A missão da empresa pode ser traduzida em áreas específicas de empenho que correspondem aos seus propósitos. Por exemplo a missão da BIC é “produzir e comercializar produtos descartáveis”. Essa missão propiciou a ela entrar em linhas de produtos distintos, tais como canetas, isqueiros, calcinhas. • A missão que estabelece uma satisfação genérica do ambiente, sem indicar os produtos e/ou serviços, pode se chamar missão aberta. • A missão que indica o produto ou serviço em que a empresa atua é chamada missão fechada. Alguns exemplo de missão, sendo que algumas frases são interagentes com a visão das empresas: • 3M: resolver problemas não solucionados de forma inovadora; • Escoteiros dos Estados Unidos: ajudar um jovem a alcançar seu potencial máximo; • Hewlett-Packard: oferecer contribuições técnicas para o progresso e bem-estar da humanidade; • Merck Sharp & Dhome: preservar melhor a vida humana; • Nike: experimentar a emoção da competição, da vitória e de vencer os adversários; • Sony: experimentar a satisfação de progredir e aplicar a tecnologia em benefício da população; • Wal-Mart: dar às pessoas simples a oportunidade de comprar as mesmas coisas que as pessoas ricas; • Walt Disney: fazer as pessoas felizes; e • Ford: ser a empresa de consumo líder mundial no fornecimento de serviços e produtos automobilísticos. CENÁRIOS ESTRATÉGICOS• Como o futuro em geral é incerto, os cenários constituem uma importante ferramenta de planejamento, um apoio fundamental para a tomada de decisões estratégicas. De acordo com Fernando Serra, os cenários são diferentes das pesquisas de mercado e da simples extrapolação das tendências, pois constituem uma possibilidade mais ampla do futuro elaborada segundo uma configuração predeterminada do ambiente. Para Djalma Rebouças, cenários são pensamentos estratégicos com a idealização de situações futuras possíveis que não necessariamente tenham alguma interligação com o presente e o passado. CENÁRIOS ESTRATÉGICOS • A criação de cenários, etapa essencial do planejamento estratégico, é a resposta a perguntas: – Onde estamos agora? – Onde gostaríamos de estar daqui a 15 anos? – Quais direcionadores podem afetar os cenários? – Devemos corrigir nosso rumo para que possamos alcançar nossos objetivos ou podemos simplesmente nos adaptar? CENÁRIOS ESTRATÉGICOS • Cenário não é previsão, nem objetivo ou visão, e não garante a certeza. Construir cenários é imaginar possíveis futuros, modelos do que pode vir a acontecer. Consiste na elaboração de quadros divergentes que possibilitam adiantar como as diversas forças e os diferentes fatores externos podem influenciar o futuro. • Os principais objetivos dos cenários são: – Estimular e treinar a capacidade criativa dos executivos; – Proporcionar meios para reflexões sobre as alternativas de evolução do ambiente; – Auxiliar a organização na tomada de decisões que possam contribuir para conquistar uma vantagem competitiva. CENÁRIOS ESTRATÉGICOS Cenários: representam critérios e medidas para a preparação do futuro da empresa. – Devem ser montados com base nos dados e informações fornecidas pelo sistema de informações estratégicas. – a elaboração dos cenários estratégicos é a culminação de um processo que deve considerar todos os executivos- chaves da empresa que, normalmente, são envolvidos no planejamento estratégico. – os cenários são composições consistentes entre projeções variadas de tendências históricas e as postulações de eventos específicos. – à medida que o ambiente fica mais turbulento, os cenários tornam-se mais importantes para o processo decisório estratégico. CENÁRIOS ESTRATÉGICOS Cenários: • os cenários podem ser analisados em suas situações de: • mais provável; • otimista; e • pessimista. • para cada variável identificada e analisada, deve-se estabelecer a capacidade de interpretação, bem como o tempo de reação. • Naturalmente, esses aspectos estão relacionados à diferentes técnicas de desenvolvimento de cenários estratégicos (dedução, indução, lógica intuitiva, análise de tendência de impacto, etc.) CENÁRIOS ESTRATÉGICOS A elaboração de cenários pode ter como fundamentação: – o pensamento estratégico com a idealização de situações futuras possíveis que não necessariamente tenham alguma interligação com o presente e o passado; – o estabelecimento de dados socioeconômicos e de infra- estrutura; – debates com o setor empresarial e estreita interação com a comunidade técnico-científica; – uma abordagem sistemática e multidisciplinar; e – uma metodologia estruturada e especialmente desenvolvida para o debate e estabelecimento de cenários. CENÁRIOS ESTRATÉGICOS Com referência às formas básicas de desenvolvimento de cenários, o executivo pode considerar 2 abordagens: • a abordagem projetiva; e • a abordagem prospectiva. Dada a aceleração das mudanças, o executivo defronta-se com a situação de que a abordagem projetiva mostra-se, na maior parte das vezes, insuficiente para direcionar, adequadamente, a ação da empresa no futuro. ABORDAGEM PROJETIVA CARACTERIZA-SE A abordagem projetiva caracteriza-se, basicamente, por: • restringir-se a fatores e variáveis quantitativos, objetivos e conhecidos; • explicar o futuro pelo passado; • considerar o futuro único e certo; e • utilizar-se de modelos deterministas e quantitativos. Abordagem projetiva de cenários abordagem prospectiva A abordagem prospectiva, criando futuro desejáveis e viáveis e estruturando as estratégias a partir do presente, tem-se mostrado como ferramenta útil para suprir, eficientemente, esse aspecto do planejamento estratégico. A abordagem prospectiva, caracteriza-se por levar em consideração outros aspectos, tais como: ABORDAGEM PROSPECTIVA CARACTERIZA-SE • visão global • variações qualitativas, quantificáveis ou não, subjetivas ou não, conhecidas ou não; • ocorrência de futuro múltiplo e incerto; • o futuro atuando como determinante da ação presente; e • uma análise intencional, em que o executivo pode utilizar variáveis de opinião (julgamento, pareceres, probabilidades subjetivas, etc.) analisadas por métodos do tipo de análise estrutural, impactos cruzados, etc. Passado Presente Futuro possível Abordagem prospectiva de cenários Futuro possível Futuro possível CENÁRIOS ESTRATÉGICOS • Para que o planejamento por cenários seja realmente efetivo, é preciso abranger a maior quantidade possível de alternativas. Cenários Alternativos • O conjunto de tais cenários distintos – todos eles modelo do que pode vir a ocorrer – constitui o “retrato” dos futuros possíveis. Assim, antes de apontar para um determinado caminho, o planejamento anteciparia como as diversas forças e os diferentes fatores externos apresentariam as distintas direções do futuro. • Um modelo de processo de formulação de cenários pode ser de acordo com as seis etapas apresentadas na figura a seguir Cenários Alternativos CENÁRIOS ESTRATÉGICOS No desenvolvimento de cenários, os executivos das empresas podem considerar alguns módulos de ação interatuantes, a saber: • Módulo tecnológico: aborda as principais tendências tecnológicas, os potenciais de desenvolvimento de novas aplicações e as respectivas capacitações necessárias. • Módulo político-econômico: estuda as projeções dos objetivos e da realidade da macro e microeconomia, traduzidas nas pressões externas e internas, direta e/ou indiretamente agindo sobre o setor de atuação da empresa CENÁRIOS ESTRATÉGICOS • Módulo produto e prestação de serviços: analisa as tendências do conjunto de produtos e serviços oferecidos no que se refere aos seus múltiplos aspectos de capacitação em infra-estrutura e de operação. • Módulo propósitos atuais e potenciais: estuda a situação futura dos vários segmentos em que a empresa atua e/ou existe a possibilidade de algum dia vir a atuar. • Módulo sociocultural: estuda as evoluções do quadro social e cultural, principalmente, quanto aos valores que apresentam maior interação com os outros módulos. CENÁRIOS ESTRATÉGICOS • Os cenários de valores tratam de aspirações da sociedade, de valores sociais segundo diferentes modelos de desenvolvimento. • Pelo fato de serem cenários de valores, seus aspectos básicos podem ser considerados válidos, mesmo com defasagem de alguns anos em sua análise. • Temos como exemplo 3 cenários de valores que se enquadram nos esquemas anteriormente apresentados. • Os aspectos básicos que cada um dos 3 cenários pode considerar com válido podem ser: CENÁRIOS ESTRATÉGICOS a) Quanto ao cenário de ecodesenvolvimento: • ênfase no desenvolvimento do país contando com suas próprias forças e recursos internos; • busca da integração social e econômica de todas as camadas da população; • predominância dos valores, tais como a igualdade de bem-estar dacoletividade; e • produtos e serviços da empresa que visam atender às necessidades básicas dos segmentos sociais menos privilegiados devem ser vistos como importantes itens voltados para melhorar as condições de vida da população, estendendo- se ao maior número possível de cidadãos CENÁRIOS ESTRATÉGICOS b) Quanto ao cenário de crescimento econômico: • desenvolvimento do país através do rápido crescimento econômico; • ênfase na busca do estilo e nível de vida dos países desenvolvidos; e • produtos e serviços oferecidos pela empresa orientados ao aprimoramento do sistema de produtivo e às aplicações com maior eficiência econômica. CENÁRIOS ESTRATÉGICOS c) Quanto ao cenário de modernização: • desenvolvimento do país através de uma sociedade produtiva e criativa voltada para o aprimoramento e evolução das pessoas; • valores básicos como eficiência, criatividade e diversidade; e • a empresa e seus fatores ambientais procuram gerar e disseminar e conhecimentos ao maior número de agentes sociais e econômicos. CENÁRIOS ESTRATÉGICOS Postura estratégica da empresa • é estabelecida por uma escolha consciente de uma das alternativas de caminho e ação para cumprir sua missão; • objetiva orientar o estabelecimento de todas as estratégias e políticas de médio e longo prazo, principalmente. CENÁRIOS ESTRATÉGICOS O estabelecimento da postura estratégica é limitado por 3 aspectos: • a missão da empresa • a relação – positiva ou negativa – entre as oportunidades e ameaças que a empresa enfrenta no momento específico da escolha; e • a relação – positiva ou negativa – entre os pontos fortes e fracos que ela possui para fazer frente as oportunidades e ameaças do ambiente. Deve-se, também, especificar os recursos de que a empresa dispõe para tirar proveito das oportunidades ambientais. CENÁRIOS ESTRATÉGICOS Aspecto que pode influenciar na postura estratégica da empresa: • o elemento psicológico – valores – atitudes – motivações – anseios dos proprietários – dos executivos que têm poder de decisão. CENÁRIOS ESTRATÉGICOS A empresa pode escolher uma das posturas estratégicas: • a sobrevivência; • a manutenção; • o crescimento; e • o desenvolvimento. Ou então uma combinação dessas posturas, efetivando-se de acordo com as necessidades da empresa.
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