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ONLINE---DIREITO-ADMINISTRATIVO---11-06-2018

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www.gustavobrigido.com.br Colégio Lourenço Filho - Centro - 4009.6066 / 4009.6022 
 
 
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SUMÁRIO 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
1. ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ......................................................... 5 
2. DIREITO ADMINISTRATIVO ................................................................................................. 9 
3. ATOS ADMINISTRATIVOS .................................................................................................. 11 
 LEI Nº 9.784 , DE 29 DE JANEIRO DE 1999 ...................................................................... 18 
4. AGENTES PÚBLICOS ......................................................................................................... 23 
5. PODERES ADMINISTRATIVOS .......................................................................................... 31 
6. PRINCÍPIOS BÁSICOS DA ADMINISTRAÇÃO .................................................................. 36 
 LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992 ............................................................................. 42 
7. SERVIÇOS PÚBLICOS ........................................................................................................ 49 
8. ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA: Administração Direta e Indireta ............................ 54 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA 
 
O estudo da Administração Pública em geral deve partir da definição de 
Estado no seu sentido amplo, sobre o qual repousa toda a concepção 
moderna de organização e funcionamento dos serviços públicos a 
serem prestadores aos administrados. 
 
O objetivo desse tópico não é aprofundar o estudo sobre o Estado, o 
que é objeto do Direito Constitucional, mas estabelecer premissas para 
melhor compreender os institutos do Direito Administrativo. 
 
1.1. Conceitos 
 
O Estado, sob o prisma constitucional, é pessoa jurídica territorial 
soberana; é uma nação politicamente organizada, dotada de 
personalidade jurídica própria, sendo pessoa jurídica de direito público 
que contém seus elementos e três Poderes. Como ente personalizado, 
o Estado tanto pode atuar no campo do direito público quanto no direito 
privado, mantendo sempre sua personalidade de direito público. 
 
O Estado brasileiro consiste em uma federação. Disto extrai-se que no 
território nacional coexistem diversos entes autônomos: União, estados, 
municípios e Distrito Federal. 
 
Esta autonomia política é traduzida pela capacidade de auto-
organização e pela possibilidade de legislar. 
 
O conceito de Estado está relacionado com o modo de exercício do 
poder político em função do território de um dado Estado. A existência 
ou não da repartição regional de poderes autônomos é, pois, o núcleo 
caracterizador do conceito de forma de Estado. O Estado será federado 
(federal, composto ou complexo) se o poder político estiver repartido 
entre diferentes entidades governamentais autônomas, gerando uma 
multiplicidade de organizações governamentais que coexistem em um 
mesmo território. 
 
Desse modo, o Estado surgiu no intuito de auxiliar e cuidar dos objetivos 
da sociedade, sendo que no Brasil as atividades foram distribuídas 
constitucionalmente entre os entes federativos, daí que não somos um 
Estado unitário, e sim um Estado Federativo. 
 
A figura do Governo surge a partir da necessidade de organização 
desse Estado. O conceito de Governo refere-se à maneira como se dá 
a instituição do poder na sociedade, e como se dá a relação entre 
governantes e governados. 
 
Caso a instituição do poder se dê por meio de eleições, diretas ou 
indiretas, por um período certo de tempo, e o governante represente o 
povo, bem como tenha o dever de prestar contas de seus atos, teremos 
a forma de governo republicana. 
 
Monarquia é o nome dado ao regime político comandado por 
um monarca (rei, imperador, príncipe, etc.) que exerce de modo 
hereditário e vitalício, sem qualquer consulta ao povo. O local 
onde o monarca vive e trabalha é chamada corte, e os cidadãos 
de uma monarquia são referidos como súditos. Tal sistema de 
governo predominou em todas as sociedades humanas até o final 
do século XIX, momento em que o regime republicano passa a 
ser preferido pela maioria dos países. 
 
A Administração Pública surge para exteriorizar as necessidades de 
perseguição do bem público e dos serviços pela sociedade. Atualmente, 
divide-se em direta (composta pelos entes federativos) e indireta 
(composta por autarquias, fundações, sociedades de economia mista e 
empresas públicas). 
 
Cumpre esclarecer ainda que o Estado é composto de três elementos 
originários e indissociáveis: o povo, que representa o componente 
humano; o território, que é a sua base física, e o governo soberano, que 
é o elementos condutor do Estado, que detém e exerce o poder absoluto 
de autodeterminação e auto-organização, emanado pelo povo. Não se 
admite Estado independente sem soberania, isto é, sem esse poder 
absoluto, indivisível e incontrastável de organizar-se e de conduzir-se, 
segundo a vontade livre de seu povo e de fazer cumprir as suas 
decisões, inclusive pela força, se necessário. 
 
1.2. Elementos: Direito Público e Direito Privado 
 
O Direito é dividido de forma clássica em Direito Público e Direito 
Privado. Tal classificação é considerada equívoca por alguns 
doutrinadores. Analisando que em muitos casos não é possível 
identificar a natureza jurídica do interesse em questão, uma vez 
que todos estão interligados. 
A clássica divisão do Direito em Público e Privado, tal como reconhecida 
por Hely Lopes Meirelles, pauta-se no interesse tutelado. O Direito 
Público interno é aquele destinado a regular, precipuamente, os 
interesses estatais e sociais, subdividindo-se em Direito Constitucional, 
Direito Administrativo, Direito Tributário, Direito Penal, Direito 
Processual, Direito do Trabalho, Direito Eleitoral e Direito Municipal. O 
Direito Público externo regulamenta as relações entre os Estados 
Soberanos (Direito Internacional Público) e entre cidadãos de um 
Estado com Estados diversos (Direito Internacional Privado). Por fim, o 
Direito Privado tutela preponderantemente os interesses individuais, 
bipartindo-se em Direito Civil e Direito Comercial. 
 
Essa nova corrente busca o elemento diferenciador no titular da relação 
jurídica (sujeito). A par disso, o Direito Público é aquele que regula as 
relações das quais o Estado participa, enquanto que o Direito Privado 
disciplina as relações entre particulares. 
 
Nesse diapasão, o Direito do Trabalho é considerado ramo do Direito 
Privado. É relevante ressaltar entendimento de Celso Antônio Bandeira 
de Mello, no sentido de que a Administração (Estado) quando pratica 
atos próprios dos particulares, com a locação de um imóvel, submete-
se ao regime jurídico de direito privado e não de direito público, pois, 
neste caso, “o direito administrativo só lhes regula as condições de 
emanação, mas não lhes disciplina o conteúdo e correspondentes 
efeitos”, que são disciplinados pelo direito privado. 
 
Para ambas as classificações, o Direito Administrativo é um ramo do 
Direito Público Interno. 
 
1.3. Estado de Direito: Origem, Princípios e Fins 
Estado de Direito é o que se subordina ao Direito, vale dizer, que se 
sujeita a normas jurídicas reguladoras de sua ação. 
 
Sua origem histórica possui como marcos mais notáveis as RevoluçõesFrancesa e Americana (fins do século XVIII), que puseram termo ao 
regime absolutista (Estado Absolutista), próprio da Idade Média, em que 
todos os poderes governamentais estavam concentrados nas mãos do 
Soberano e eram exercidos sem limitações jurídicas. Somente com o 
Estado Moderno ou Estado de Direito é que se cogitou de normas 
limitadoras do poder político, resguardando-se direitos e garantias dos 
indivíduos. 
 
 
 
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A finalidade do Estado resume-se na busca do bem comum, da garantia 
do fornecimento das necessidades de toda a coletividade. A 
Administração Pública passa a ser a limitadora das liberdades 
individuais em prol dos interesses coletivos. 
 
Destarte, podemos afirmar que o Estado de Direito está estruturado nos 
seguintes princípios: 
 
a) legalidade – que submete os indivíduos e o próprio Estado ao império 
da lei, principalmente, à lei fundamental, que é a Constituição definidora 
da própria estrutura do Estado e da esfera de liberdade dos indivíduos. 
 
b) garantia dos direitos individuais – arrolados na Carta Magna, de 
modo a não poderem ser suprimidos pelo Estado. Relaciona-se à ideia 
de direito público subjetivo que podem ser exigidos em face do Estado. 
 
c) separação dos poderes – significando o desdobramento do poder 
estatal, que é “uno, indivisível e indelegável” em três (3) funções: 
legislativa, administrativa (executiva) e jurisdicional, atribuíveis a órgãos 
(poderes) diferentes (Legislativo, Executivo e Judiciário), independentes 
e harmônicos entre si, havendo entre esses poderes relação de 
colaboração e controle recíproco, que integra o mecanismo de “freios e 
contrapesos” e é essencial para manter o Estado subordinado ao 
ordenamento jurídico, pois “o poder freia o poder, evitando a tirania”. 
 
1.4. Formação do Direito Administrativo 
 
A formação do Direito Administrativo, como ramo autônomo, teve início 
com as Revoluções do final do século XVIII (Francesa e Americana), 
que resultaram no Estado de Direito, juntamente com o Direito 
Constitucional e outros ramos do Direito Público. 
De fato, a ideia de Direito Público não se coadunava com o Estado 
Absolutista, que não reconhecia ordenamento jurídico disciplinador sua 
atividade, e, tampouco, a separação dos poderes, que eram 
concentrados nas mãos do Soberano. 
 
1.5. Princípios Gerais do Direito Público 
 
O ordenamento jurídico é composto de duas espécies de normas: 
princípios e regras. Princípios são as normas basilares de um sistema 
jurídico, de hierarquia superior às regras e determinantes do alcance e 
sentido destas. Os princípios condicionam a interpretação das regras 
(preceitos de comportamento). 
 
Vejamos alguns princípios que não estão previstos no texto 
constitucional, mas que são utilizados para solucionar conflitos que a 
Administração Pública: 
 
a) Autoridade pública – o Estado existe em função dos interesses 
públicos ou coletivos, que tem prevalência sobre os interesses privados. 
Destarte, possui o poder de autoridade que se manifesta, basicamente, 
impondo unilateralmente comportamentos e atribuindo direitos aos 
particulares. 
 
b) Submissão do Estado à ordem jurídica – significa que o Estado 
apenas pode agir quando autorizado pela lei. 
 
c) Função – o exercício do poder jurídico se traduz em verdadeiro dever 
jurídico (poder-dever) e é finalístico, isto é, busca satisfazer o interesse 
público. 
d) Igualdade dos particulares perante o Estado – insculpido no art. 5º, 
da CF/88. O tratamento desigual entre os particulares apenas é possível 
quando possua causa justificadora, isto é, na medida de suas 
desigualdades. 
 
e) Devido processo – implica em garantia aos indivíduos em relação ao 
processo legislativo, judicial e, também, ao processo administrativo, que 
devem guardar observância com as regras constitucionais e 
infraconstitucionais. 
 
f) Publicidade – princípio essencial do Estado Democrático de Direito, 
que favorece o indispensável controle dos atos estatais pelo titular do 
poder estatal, o povo. 
 
g) Responsabilidade objetiva – A Administração Pública será 
responsável pelos prejuízos que seus agentes causarem a terceiros, 
independente de dolo ou culpa. O único caso que a administração pode 
se eximir de responsabilizar será a culpa exclusiva da vítima. Após o 
pagamento da indenização a terceiros, a administração poderá 
ingressar com ação regressiva contra o servidor, visando receber os 
valores pagos com a indenização. 
 
h) Igualdade das pessoas políticas – sendo o Estado Brasileiro 
federado e não unitário, as funções administrativas e políticas estão 
divididas entre as pessoas políticas (União, Estados, Municípios e 
Distrito Federal), que, sob a ótica jurídica são iguais entre si, 
encontrando suas competências diretamente no texto constitucional. 
Não há hierarquia entre União e Estados ou Estados e Municípios, todos 
merecem tratamento isonômico. 
 
i) Supremacia do interesse público sobre o privado – A Constituição 
Federal garante os direitos de liberdade e propriedade aos indivíduos, 
entretanto, a Administração Pública cuida dos interesses de toda a 
sociedade, de modo que, nos casos em que houver conflito entre 
particular e Poder Público, os interesses deste último sempre 
prevalecem. Determina privilégios jurídicos e um patamar de 
superioridade do interesse público sobre o particular. Em razão desse 
interesse público, a Administração terá posição privilegiada em face dos 
administrados, além de prerrogativas e obrigações que não são 
extensíveis aos particulares. Entretanto, sua utilização só será legítima 
quando aplicada para alcance de interesses coletivos, jamais para 
satisfazer interesses ou conveniências pessoais ou de terceiros. 
 
j) Continuidade do serviço público – Diz respeito ao fornecimento dos 
serviços essenciais à população, ou seja, indispensáveis à coletividade. 
Tais serviços são de competência da Administração Pública e suas 
autarquias, concessionárias ou permissionárias, de maneira 
ininterrupta, para que o interesse da coletividade não venha a ser 
prejudicado. É relevante lembrar que há limites à greve na 
Administração Pública, justamente devido ao princípio da continuidade. 
Vejamos alguns serviços essenciais: tratamento e abastecimento de 
água; produção e distribuição de energia elétrica, gás e combustíveis; 
assistência médica e hospitalar; distribuição e comercialização de 
medicamentos e alimentos; serviços funerários e transporte coletivo; 
captação e tratamento de esgoto e lixo; telecomunicações e a guarda, 
uso e controle de substâncias radioativas, equipamentos e materiais 
nucleares; processamento de dados ligados a serviços essenciais; 
controle de tráfego aéreo e compensação bancária. 
 
k) Indisponibilidade do interesse público – Serve para limitar a atuação 
do agente público, revelando-se um contrapeso à superioridade descrita 
no princípio da supremacia, podendo se afirmar que, em nome da 
supremacia do interesse público o Administrador pode muito, pode 
quase tudo, mas não pode abrir mão do interesse público. Os bens, 
direitos e interesses públicos são confiados ao administrador para 
gestão, nunca para sua disposição. 
 
 
 
 
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l) Finalidade – Pode ser explicitada como a ideia que a lei traz contida 
em seu texto. É o fator que proporciona compreendê-la dentro do seu 
contexto legal. 
 
m) Isonomia – Significa tratar os iguais de forma igual e os desiguais de 
forma desigual, na medida de suas desigualdades. Todavia, a 
dificuldade é fixar quais os parâmetros e definir quem são os iguais ou 
os desiguais e, o que é pior ainda, qual é a medida da desigualdade. 
 
n) Contraditório e Ampla Defesa – A Administração Pública está 
obrigada a dar ciência da existência de processo e de seu conteúdo ao 
interessado, para garantiro seu direito de apresentar sua versão dos 
fatos e as provas que entender cabíveis. A ampla defesa compreende o 
direito de defender-se, independentemente de usar ou não o prazo que 
lhe é concedido, utilizando todos os meios de prova possíveis. 
 
o) Razoabilidade – Proíbe a atuação do administrador de forma 
despropositada quando, com a desculpa de cumprir a lei, age de forma 
arbitrária e sem qualquer bom-senso. Trata-se do princípio da proibição 
de excessos. Desse modo, as decisões que violarem a razoabilidade 
não serão inconvenientes, e sim ilegais e ilegítimas, porque ofenderão 
a finalidade da lei, admitindo correção inclusive pelo Poder Judiciário. 
 
p) Proporcionalidade – Para a maioria dos autores, inclusive Hely Lopes 
Meirelles e Maria Silvia Zanella di Pietro, este princípio está contido no 
da razoabilidade. O princípio da proporcionalidade exige o equilíbrio 
entre os meios de que se utiliza a Administração e os fins que ela tem 
que alcançar, segundo padrões comuns da sociedade em que vive, 
analisando sempre cada caso concreto. 
 
q) Autotutela – Esclarece que a Administração Pública pode controlar 
os seus próprios atos, seja para anulá-los, quando ilegais, ou revogá-
los, quando inconvenientes ou inoportunos, independente de revisão 
pelo Poder Judiciário. 
 
r) Especialidade – Decorre dos princípios da indisponibilidade e da 
legalidade. Surgiu com base na ideia de descentralização 
administrativa, apesar de a doutrina também admitir a sua aplicação 
pela própria Administração Direta. 
 
s) Motivação – Implica para a Administração Pública o dever de 
justificar seus atos, apontando-lhes o fundamentos de direito e de fato, 
assim como a correlação lógica entre os eventos e situações que lhes 
deram causa, a providência tomada, a sua compatibilidade com a 
previsão legal e, quando necessário, o juízo de valor, as razões de 
conveniência e oportunidade que justificaram a prática desses atos. 
 
1.6. Elementos e organização 
No dizer de Hely Lopes Meirelles o Estado se manifesta por seus órgãos 
que são supremos (constitucionais) ou dependentes (administrativos). 
Àqueles incumbe o exercício do poder político, cujo conjunto se 
denomina governo ou órgão governamentais. 
Os outros estão em plano hierárquico inferior, cujo conjunto forma a 
Administração pública que encontra suas bases na Constituição quer 
quando estrutura o Poder Executivo, referido às várias esferas de 
governo, quer quando, nos arts. 37 a 43, define os fundamentos de sua 
organização, seus princípios e o regime do pessoal administrativo e civil 
e militar. 
A Administração Pública é o conjunto de meios institucionais, materiais, 
financeiros e humanos preordenados à execução de decisões políticas. 
Esta noção destaca a subordinação da Administração Pública ao Poder 
Político bem assim como o seu caráter instrumental, ou seja, de algo 
que serve para o atingimento de determinados fins. 
Da noção, extrai-se, ainda, os dois aspectos da Administração: um 
conjunto de órgãos a serviço do poder político e as operações e 
atividades administrativas. 
 
1.6.1. Conceito de Administração Pública 
Administração é todo o aparelhamento do Estado pré-ordenado à 
realização de serviços, visando à satisfação das necessidades 
coletivas. Não pratica atos de governo, pratica atos de execução, com 
maior ou menor autonomia funcional. Conforme a competência dos 
órgãos ou de seus agentes, é o instrumento de que dispõe o Estado 
para colocar em prática as opções políticas de Governo. 
Há dois (2) sentidos mais comuns dados à expressão Administração 
Pública, consoante lição de Maria Sylvia Zanella di Pietro. 
1) sentido subjetivo, formal ou orgânico: designa os entes que exercem 
a atividade administrativa: compreende pessoas jurídicas, órgãos e 
agentes públicos. É o conjunto de órgãos e de pessoas jurídicas, aos 
quais a lei atribui o exercício da função administrativa do Estado. Alguns 
autores até admitem como sinônimo de Estado, quando pensando no 
aspecto físico, estrutural. Nesse sentido, conforme convenciona parte 
da doutrina, a expressão Administração Pública deve ser grafada com 
as primeiras letras maiúsculas. 
2) sentido objetivo, material ou funcional: designa a própria função 
administrativa, que incumbe, predominantemente, ao Poder Executivo. 
É a atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve sob regime 
jurídico de direito público, para a consecução dos interesses coletivos. 
Nessa aplicação, a expressão administração pública deve ser grafada 
com as letras iniciais minúsculas. 
 
1.6.2. Divisão da Administração Pública 
 
A atividade administrativa consiste na gestão de bens e interesses 
qualificados da comunidade, de âmbito federal, estadual ou municipal, 
segundo os preceitos do Direito e da Moral, visando ao bem comum. 
 
Representa toda atividade desenvolvida pela Administração, 
protegendo os interesses da coletividade e decorre do fato de o Brasil 
ser uma República, em que toda atividade desenvolvida deve privilegiar 
a coisa pública. Desse modo, a atuação da Administração Pública 
divide-se em direta e indireta. 
 
a) Administração Direta: Formada por entidades políticas (também 
conhecidas por entidades federativas) que recebem as suas atribuições 
da própria Constituição Federal. São consideradas pessoas jurídicas de 
direito público interno (possuem poderes políticos). São elas: União, 
Estados, DF e Municípios. 
 
b) Administração Indireta: Formada por entidades administrativas que 
exercem suas competências conforme estabelecida na lei que as 
instituiu (elas não detêm poderes políticos e nem legislam). São elas: 
Autarquias, Fundações, Sociedades de Economia Mista e Empresas 
Públicas. 
 
1.6.3. Formas de prestação da atividade administrativa: 
 
 Centralizada: Atividade prestada pela Administração Direta, 
composta por entes políticos. Ocorre sempre que a titularidade e 
execução do serviço for realizada pelo próprio ente federativo sem 
passar por interposta pessoa. 
 
 
 
 
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 Descentralizada: Ao contrário do que ocorre com a centralização, 
entre a pessoa federativa competente (União, Estados, Municípios e 
Distrito Federal) e o cidadão beneficiário da atuação estatal haverá uma 
pessoa interposta, qual seja, a entidade descentralizada. Retira a 
atividade do núcleo e transfere para outra pessoa jurídica, seja da 
administração indireta ou particular. As concessionárias, 
permissionárias, SESC, SESI, SENAI e outros, não compõem a 
administração indireta, pois se tratam de particulares, até mesmo se 
enquadrando como paraestatais. Ex: INSS; FUNASA, FUNAI, Banco do 
Brasil, Caixa Econômica Federal, Petrobrás. 
 
 Desconcentrada: Divisão de atividades dentro da mesma pessoa 
jurídica, por meio do poder hierárquico. Existe hierarquia dentro da 
pessoa jurídica, diferente da descentralização, em que só há 
fiscalização. Ex: Ministros e Ministérios; Secretários e Secretarias; 
Procuradores e Procuradorias. 
 
1.6.5. Modalidades de Descentralização: 
 
a) Outorga: Transferência de titularidade, que só é possível através de 
lei. A doutrina majoritária entende que só pode ser transferida à 
Administração Indireta de Direito Público (autarquias e fundações 
públicas). 
 
b) Delegação: Transferência apenas da execução da obra ou serviço. 
A Administração detém a titularidade. Pode ser feita por lei (para as 
pessoas jurídicas de direito privado) ou por contrato (para os 
particulares, como concessões e permissões de serviço público). 
Também é possível a delegação através de convênios ou por ato 
unilateral (autorização de serviço). 
 
QUESTÕES DE CONCURSOS 
 
01. Pedro e Antônio travaram intenso debate a respeito dos 
princípios fundamentais encampados pela Constituição de 1988, 
dentre os quais, a forma de Estado adotada.Após intensas reflexões a esse respeito, chegaram à única conclusão 
constitucionalmente correta: a de que a forma de Estado prevista na 
Constituição é a 
a) federativa, caracterizada pela união indissolúvel dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios. 
b) republicana, caracterizada pela outorga do poder ao povo e pelo 
exercício direto ou por meio de representantes eleitos. 
c) federativa, caracterizada pela união indissolúvel dos Estados, do 
Distrito Federal, dos Municípios e dos Territórios. 
d) presidencial, em que o Chefe do Poder Executivo é eleito pelo povo, 
não sendo escolhido entre os parlamentares. 
e) federativa, caracterizada pela união dissolúvel dos Estados, do 
Distrito Federal, dos Municípios e dos Territórios. 
 
02. A Forma Federal de Estado, modernamente, nasceu nos 
Estados Unidos da América, após sua independência da Inglaterra, 
sendo formalizada quando da sua Constituição, em 1787 e 
ratificada em 1788. Uma das características marcantes do Estado 
Federal é a coexistência de ordens ou esferas internas político-
jurídico-territoriais dotadas de autonomias próprias, sendo esse 
todo vinculado ao Estado Federal, ente soberano que possui 
personalidade jurídica internacional. O Brasil adota a Forma 
Federal de Estado, desde a Constituição de 1988. Em nossa atual 
Lei Maior, há um traço diferenciador do nosso Pacto Federativo em 
relação aos demais existentes no mundo. Desta feita, aponte a 
assertiva que melhor indica essa característica federativa especial 
do Brasil. 
a) Haver permitido que haja a constituição dos Poderes Executivo, 
Legislativo e Judiciário em cada um de seus entes federativos. 
b) A forma federal ter sido instituída por meio de um Tratado 
Internacional, de maneira análoga ao que é processado na criação de 
uma Confederação. 
c) Não haver uma repartição de competências para as esferas 
federativas no texto da nossa Carta Magna, sendo essa distribuição de 
funções explicitamente verificada em leis ordinárias e complementares. 
d) Ter disposta expressamente a possibilidade de secessão de seus 
entes internos, caso estes não concordem mais em estarem federados. 
e) Instituir uma organização política interna composta de União, 
Estados-membros, Distrito Federal e Municípios, todos dotados de 
autonomia e competências próprias. 
 
03. O Estado é formado pela união de três elementos originários e 
indissociáveis. Esses elementos são 
a) o território, o povo e o soberania. 
b) o povo, a Constituição Federal e o território. 
c) o território, a autonomia e a Constituição Federal. 
d) a autonomia, o povo e o governo. 
e) a Constituição Federal, o governo e a autonomia. 
 
04. Não se enquadra na subdivisão de "Público" o direito: 
a) Constitucional b) Administrativo. 
c) Judiciário / processual. d) Penal. 
e) Comercial. 
 
05. Nos termos da CF, um ente federativo terá o direito de 
secessão, isto é, de desagregar-se da Federação, seja em caso de 
crise institucional, seja por decisão da população diretamente 
interessada, mediante plebiscito. ( ) 
 
06. O Brasil é uma república federativa presidencialista, uma vez 
que o seu chefe de Estado e de governo, o presidente da República, 
é eleito democraticamente e por tempo limitado. ( ) 
 
07. O Brasil adota a forma de Estado unitário puro, em que as 
competências estatais são exercidas de maneira centralizada pela 
unidade que concentra o poder político. ( ) 
 
08. A República Federativa do Brasil classifica-se como federação 
por desagregação. ( ) 
 
09. A forma federativa de Estado adotada pela CF consiste na 
descentralização política e na soberania dos estados-membros, os 
quais são capazes de se auto-organizar mediante a elaboração de 
constituições estaduais. ( ) 
 
10. São formas de governo a federação, a confederação e o 
governo único. ( ) 
 
 
GABARITO 
01 02 03 04 05 
A E A E F 
06 07 08 09 10 
V F F F F 
 
 
 
 
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2. DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
2.1. Conceito 
 
O direito administrativo sofre por não possuir uma codificação própria. 
Desse modo, são muitos os doutrinadores que buscam definições para 
o estudo desse ramo do direito público. 
 
Assim, cumpre registrar que não existe uniformidade nos conceitos 
apresentados pela doutrina para o direito administrativo, especialmente 
porque são distintos os critérios adotados pelos diversos autores para a 
demarcação de seu alcance. 
 
Apresentamos, portanto, a definição utilizada por Vicente Paulo e 
Marcelo Alexandrino, no livro “Direito Administrativo Descomplicado”: 
 
“conjunto de regras e princípios aplicáveis à estruturação e ao 
funcionamento das pessoas e órgãos integrantes da administração 
pública, às relações entre esta e seus agentes, ao exercício da função 
administrativa, especialmente as relações com os administrados, e à 
gestão dos bens públicos, tendo em conta a finalidade geral de bem 
atender ao interesse público.” 
 
O Direito Administrativo pode ser conceituado, em sentido amplo, como 
um ramo do Direito Público Interno que tem como objeto a busca pelo 
bem da coletividade e pelo interesse público. 
 
A coletividade deve ser compreendida como uma entidade dotada de 
interesses, de deveres e direitos, de pretensões e obrigações. Daí por 
que se fala em direitos difusos e coletivos, ações públicas, interesse 
público, utilidade pública e outros. 
 
Alguns doutrinadores brasileiros conceituaram o Direito Administrativo 
como o conjunto dos princípios que regulam a atividade jurídica não 
contenciosa do Estado e a constituição dos órgãos e meios de sua ação 
em geral. 
 
Para Hely Lopes Meirelles, o Direito Administrativo brasileiro sintetiza 
um conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, ao 
agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e 
imediatamente os fins desejados pelo Estado. 
 
2.2. Fontes 
 
Consideram-se fontes de uma determinada disciplina aquelas regras ou 
comportamentos que provocam o surgimento de uma norma posta. Para 
o Direito Administrativo a enumeração das fontes que provocaram a sua 
definição representa um assunto que causa alguma divergência na 
doutrina. 
 
Por não se encontrar codificado, o direito administrativo apresenta 
dificuldades de identificação de suas fontes. Temos quatro fontes 
principais: a lei, a jurisprudência, a doutrina e os costumes. 
 
- A Lei , que em sentido amplo, é a fonte primária do Direito 
Administrativo, abrangendo esta expressão desde a Constituição até os 
regulamentos executivos. E compreende-se que assim seja, porque tais 
atos, impondo o seu poder normativo aos indivíduos e ao próprio 
Estado, estabelecem relações de administração de interesse direto e 
imediato do Direito Administrativo; 
 
- A Doutrina, formando o sistema teórico de princípios aplicáveis ao 
Direito Positivo, é elemento construtivo da Ciência jurídica à qual 
pertence a disciplina em causa. Influi ela não só na elaboração da lei 
como nas decisões contenciosas e não contenciosas, ordenando, 
assim, o próprio Direito Administrativo; 
 
- A Jurisprudência, traduzindo a reiteração dos julgamentos num 
mesmo sentido, influencia poderosamente a construção do Direito, e 
especialmente a do Direito Administrativo, que se ressente de 
sistematização doutrinária e de codificação legal. A jurisprudência tem 
um caráter mais prático, mais objetivo, mas nem por isso se aparta de 
princípios teóricos que, por sua persistência nos julgados, acabam por 
penetrar e integrar a própria Ciência Jurídica; 
- O Costume, no Direito Administrativo brasileiro, exerce ainda 
influência, em razão da deficiência da legislação. A prática 
administrativa vem suprindo o texto escrito, e, sedimentada na 
consciência dos administradorese administrados, a praxe burocrática 
passa a suprir a lei, ou atua como elemento informativo da doutrina. 
 
2.3. Princípios administrativos constitucionais 
 
Estabelecidas as noções introdutórias do Direito Administrativo, é 
possível partir para a análise dos princípios que embasam o estudo 
desta disciplina. 
 
Inicialmente, para o reconhecimento do Direito Administrativo como 
disciplina autônoma, esses princípios não podem ser escolhidos de 
forma aleatória e também não podem ser considerados de forma 
isolada; é necessária a fixação de um conjunto sistematizado de 
princípios e normas que lhe ofereça identidade, tornando possível 
diferenciá-lo dos demais ramos do direito. 
Os princípios escolhidos para compor esse conjunto devem ser 
peculiares aos seus objetivos e devem especialmente guardar entre si 
uma correlação lógica, uma relação de coerência e unidade, um ponto 
de coincidência, compondo um sistema ou regime: o regime jurídico 
administrativo. 
 
A Constituição Federal de 1988 definiu em seu artigo 37 os princípios 
administrativos constitucionais. Tais princípios constituem a base das 
regras administrativas no País. 
Enfatizamos que a existência destes princípios explícitos na lei não 
afastam em momento algum os princípios implícitos, já estudados no 
capítulo anterior e conhecidos como princípios gerais do direito público, 
haja vista que o Direito Administrativo consiste em uma ciência 
composta por normas esparsas, fazendo uso constante da doutrina e 
da jurisprudência. 
 
a) Legalidade: Para a Administração Pública tal princípio Indica que os 
agentes públicos só podem fazer o que a lei determina ou o autoriza. É 
a base do Estado Democrático de Direito e garante que todos os 
conflitos sejam resolvidos pela lei. É agir apenas secundum legis, nunca 
contra legem ou praeter legem. Para os particulares, a legalidade possui 
um perfil diverso, com uma maior incidência de liberdade, que pode ser 
sintetizada nos seguintes termos: as partes poderão fazer tudo o que a 
lei não proíbe. É a autonomia das vontades. Entretanto, é possível 
apontar três restrições excepcionais ao princípio da legalidade: as 
medidas provisórias, o estado de defesa e o estado de sítio. 
 
b) Impessoalidade: A atuação impessoal da Administração Pública é 
imperativo que funciona como uma via de mão dupla, pois se aplica em 
relação ao administrado e aos administrados. Desse modo, a função 
 
 
 
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administrativa deve ser uma atividade destinada a satisfazer a todos e 
por isso a Administração Pública não poderá atuar discriminando 
pessoas determinadas de forma gratuita, a não ser que esteja presente 
o interesse público. Do mesmo modo a responsabilidade dos atos 
praticados não deve ser imputada ao agente e sim à pessoa jurídica. 
Sob esse prima, se veda a promoção pessoal de autoridades. O 
princípio deve, portanto, ser analisado sob dois aspectos diferentes: 
primeiro, quanto ao dever de atendimento ao interesse público, tendo o 
administrador o dever de agir de forma impessoal, abstrata, genérica, 
protegendo sempre a coletividade; segundo, que a atividade 
administrativa exercida por um agente público seja imputada ao órgão 
ou entidade e não ao próprio agente. 
c) Moralidade: Consiste no conjunto de regras de conduta retirada da 
disciplina interna da Administração. Assim, não basta que o agente 
público afirme que praticou o ato de acordo com a permissão da lei. É 
preciso indagar se o ato praticado é também honesto e obedece aos 
demais preceitos éticos. O princípio da moralidade administrativa não 
se confunde com a moralidade comum, pois enquanto esta última 
preocupa-se com a distinção entre o bem e o mal, a primeira é composta 
não só por correção de atitudes, mas também pelas regras da boa 
administração. 
 
d) Publicidade: Traz a ideia de transparência ou visibilidade de toda a 
atuação administrativa, permitindo o controle dos atos praticados. 
Possui exceções, haja vista a necessidade de segurança público e 
respeito à intimidade das pessoas. A publicidade também representa 
condição de eficácia para os atos administrativos, marcando o início da 
produção de seus efeitos externos, já que ninguém está obrigado a 
cumprir um ato administrativo se desconhece a sua existência. 
 
e) Eficiência: Inserido pela Emenda Constitucional nº 19/98, visa 
aperfeiçoar os serviços e as atividades prestadas, buscando otimizar os 
resultados e atender o interesse público com maiores índices de rapidez 
(ausência de burocracia e presença de celeridade e dinâmica), 
perfeição (serviço satisfatório e completo) e rendimento (mais 
economicidade e produtividade). 
 
ANOTAÇÕES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3. ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
3.1. Conceito: 
 
É toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública 
que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, 
resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor 
obrigações aos administrados ou a si própria. 
 
- Quem edita: a Administração Pública; 
 
- Como: debaixo de regras de Direito Público; 
 
- Para que: preservação dos interesses da coletividade. 
 
Celso Antônio Bandeira de Mello conceitua ato administrativo como toda 
“declaração do Estado, ou de quem lhe faças as vezes, no exercício de 
prerrogativas públicas, manifestada mediante providências jurídicas 
complementares da lei, a título de lhe dar cumprimento, sujeito a 
controle de legitimidade por órgão jurisdicional”. 
 
Para Hely Lopes Meirelles ato administrativo consiste em “toda 
manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, 
agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, 
transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações 
aos administrados ou a si própria”. 
 
Maria Sylvia Zanella Di Pietro entende o ato como uma “declaração do 
Estado ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos imediatos, 
com observância da Lei, sob regime jurídico de direito público e sujeita 
a controle pelo Poder Judiciário”. 
As regras que comandam a edição desses atos são de Direito Público, 
logo, não são as mesmas que comandam os atos dos particulares. As 
regras de Direito Público conferem atributos e requisitos de validade que 
não se estendem aos particulares. 
 
Os atos administrativos podem ser: típicos e atípicos; unilateral ou 
bilateral; vinculado e discricionário. Os atos típicos são aqueles 
praticados pela administração no uso de seus poderes estatais. Os atos 
atípicos, também chamados de ato da administração, são os que não 
envolvem esses poderes; sendo regidos pelo direito civil e comercial e 
pelas normas usuais de direito público. 
 
3.2. Requisitos ou elementos do Ato Administrativo: 
 
Todo ato administrativo é formado por requisitos ou elementos. 
Prevalece o entendimento que os requisitos ou elementos do ato 
administrativo são: 
 
- Competência: 
 
Competência é o conjunto de atribuições das pessoas jurídicas, órgãos 
e agentes, fixados pelo direito positivo. Desse modo, nenhum ato pode 
ser realizado validamente sem que o agente disponha de poder legal 
para praticá-lo. 
 
É importante destacar que os poderes são conferidos aos agentes 
públicos na medida de suas atribuições e cada agente público possui 
poderes específicos definidos por lei. Assim, a competência decorre 
sempre da lei, não podendo o próprio órgão estabelecer, por si, suas 
atribuições. É também inderrogável, seja pela vontade da Administração 
ou por acordocom terceiros. 
 
Por fim, temos que esclarecer que a competência pode ser objeto de 
delegação (transferência de atribuições) ou de avocação (atrair 
atribuição de outrem), desde que não se trate de competência conferida 
a determinado órgão ou agente, com exclusividade, pela Lei. 
 
Destacamos ainda o disposto no art. 13 da Lei nº 9.784/99, que trata de 
matérias impossibilitadas de delegação: a edição de atos de caráter 
normativo; a decisão de recursos administrativos; as matérias de 
competência exclusiva do órgão ou autoridade. 
 
- Finalidade: 
 
É o objetivo do interesse público a atingir (sentido amplo). É o resultado, 
definido em lei, que o ato produzir (sentido restrito). Se o ato 
administrativo for praticado com outro objeto, que não seja o interesse 
público, o agente incidirá em desvio de poder, e o ato será considerado 
nulo. 
 
- Forma: 
 
É o meio pelo qual se exterioriza a vontade do agente. A Administração 
Pública exige a forma escrita e solene para seus atos, o que possui 
exceções, como na Lei de Processo Administrativo. 
 
Excepcionalmente, admitem-se formas não-escritas, como as verbais 
(ordens dadas pelo chefe ao seu subordinado), gestuais (guarda de 
trânsito gesticulando para automóveis seguirem no fluxo do trânsito), 
placas etc. 
 
- Motivo: 
 
É o pressuposto de fato e de direito que fundamenta o ato 
administrativo. A análise dos motivos mostra-se relevante para se 
constatar a aplicação do princípio da impessoalidade e da moralidade 
administrativa. 
 
A ausência de motivo em um ato ou mesmo a indicação de um motivo 
falso faz surgir o vício. Trata-se da Teoria dos Motivos Determinantes, 
em que a obrigatoriedade da existência dos motivos alegados é que 
determinam a prática do ato administrativo. Só é válido o ato, se os 
motivos acontecerem. Mesmo nos atos discricionários, onde o motivo é 
facultativo, se o agente decidir motivar, este deverá ser verdadeiro, sob 
pena de nulidade do ato. 
Objeto: 
 
É o efeito jurídico imediato do ato administrativo, que cria, modifica ou 
extingue uma relação jurídica. Trata-se do resultado prático do ato e 
consiste na própria alteração no mundo jurídico a que o ato se propõe. 
OBS.: Diferenças entre Ato Jurídico e Ato Administrativo: 
 
O primeiro requisito do ato administrativo é a competência (equivalente 
ao agente capaz do Código Civil). O ato será inválido se for praticado 
por quem não tem legitimidade para tal. 
 
O segundo requisito do ato administrativo é o objeto. Para a 
Administração objeto lícito é aquele que a lei expressamente determina. 
Para o particular objeto lícito é todo aquele que a lei não proíbe. 
 
 
 
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O terceiro requisito de validade é a forma. Para a Administração a forma 
é somente aquela expressamente prevista em lei. Para os particulares 
é a não proibida por lei. 
 
Geralmente a forma utilizada pela Administração é a escrita, existindo 
exceções. 
 
Exemplo: os apitos e gestos de um guarda de trânsito. 
 
3.3. Atributos do Ato Administrativo 
 
Não aparecem de forma gratuita, pois a Administração preserva os 
interesses da coletividade. 
 
- Presunção de legitimidade/veracidade: 
 
Todos os atos administrativos nascem com a presunção de legitimidade, 
ou seja, a presunção de que nasceram de acordo com as devidas 
normas legais. A presunção não é absoluta, admitindo prova em 
contrário (“juris tantum”). Até que essa prova apareça, os atos 
pressupõem-se legítimos e são de cumprimento obrigatório. Ex.: 
Execução de Dívida Ativa – cabe ao particular o ônus de provar que não 
deve ou que o valor está errado. 
 
Alguns doutrinadores utilizam a expressão presunção de legitimidade 
como sinônima de veracidade. Entretanto, outros fazem uma distinção 
sutil, tal como Maria Sylvia Zanella Di Pietro e Celso Antônio Bandeira 
de Mello: presunção de legitimidade diz respeito à conformidade do ato 
com a lei, enquanto que a veracidade diz respeito aos fatos. 
 
- Imperatividade: 
 
É o atributo pelo qual os atos administrativos se impõem a terceiros, 
independentemente de sua concordância. Ex.: Secretário de Saúde 
quando dita normas de higiene – decorre do exercício do Poder de 
Polícia – pode impor obrigação para o administrado. É o denominado 
poder extroverso da Administração. 
 
Destacamos que a qualidade da imperatividade do ato administrativo o 
distancia dos atos privados, vez que nesses, alguém só estará obrigado 
a fazer algo se concordar com essa determinação. Exceção a esta regra 
são os atos negociais, como a licença, a permissão e a autorização, que 
só podem ser praticados se existir um encontro de vontades entre 
particular e Administração. 
 
- Auto-executoriedade: 
 
Consiste na possibilidade que certos atos administrativos poderem ser 
postos em execução pela própria Administração, sem necessidade de 
intervenção do Poder Judiciário. 
 
A justificativa de existência desse atributo reside no Princípio da 
Separação dos Poderes (art. 2º da CF/88), autorizando o Poder 
Executivo (Administração Pública) a praticar suas ações sem precisar 
de manifestação ou autorização do Poder Judiciário. 
 
Ex.: para lavrar um auto de infração em uma discoteca tocando músicas 
acima do volume permitido, o fiscal não precisa de nenhuma 
autorização, nem mesmo judicial. 
 
Vale lembrar que o único controle que o Judiciário pode fazer dos atos 
da Administração é o controle de legalidade, ou seja, esse controle só 
pode existir quando o ato é ilícito. 
 
Observações: 
 
Para Marçal Justen Filho só deve ser aplicada em situações 
excepcionais e observados os princípios da legalidade e da 
proporcionalidade. Não há auto-executoriedade sem lei que a preveja, 
e mesmo assim a auto-executoriedade só deverá ser aplicada quando 
não existir outra alternativa menos lesiva. 
 
José dos Santos Carvalho Filho cita como exemplo do exercício da auto-
executoriedade, a destruição de bens impróprios para o consumo 
público, a demolição de obra que apresenta risco iminente de 
desabamento. A vigente Constituição traça limites à executoriedade em 
seu art. 5º, LV, contudo mencionada restrição constitucional não 
suprime o atributo da auto-executoriedade do ato administrativo, até 
porque, sem ele, dificilmente poderia a Administração em certos 
momentos concluir seus projetos administrativos. 
 
- Tipicidade: 
 
É o atributo do ato administrativo que determina que o ato deve 
corresponder a uma das figuras definidas previamente pela lei, como 
aptas a produzir determinados resultados, sendo corolário, portanto, do 
princípio da legalidade. 
 
A sua função é impossibilitar que a Administração venha a praticar de 
atos inominados, representando, pois, uma garantia ao administrado, já 
que impede que a Administração pratique um ato unilateral e coercitivo 
sem a prévia previsão legal. Representa, também, a segurança de que 
o ato administrativo não pode ser totalmente discricionário, pois a lei 
define os limites em que a discricionariedade poderá ser exercida. 
 
Esses atributos só existem nos atos unilaterais, não sendo encontrados 
nos contratos. 
 
Obs.: Não confundir exigibilidade com tipicidade. 
 
A exigibilidade é um dos aspectos da auto-executoriedade, referindo-se 
aos meios à disposição da Administração para fazer valer o seu 
"império", mas com a utilização, em todo caso, de meios indiretos de 
coerção. 
 
Em síntese, ao ultrapassar um sinal no vermelho, além da infração, em 
vermelho ficará a conta, em face da aplicação de multa pela 
Administração, enfim, a Administração pode aplicar diretamente a multa, 
visando ao seu reenquadramento às normas vigentes, sob pena de 
dissolução da sociedade. 
 
Todavia, observe que a multa não pode ser, via de regra, cobrada 
diretamente,ou seja, não possui EXECUTORIEDADE quanto à 
cobrança, dependendo da ajuda do Judiciário para a devida execução. 
A multa é exigível, mas não auto-executável. Mas, com certeza, 
empurra-nos ao cumprimento da obrigação imposta, pois, em 
determinados casos, não podemos sequer renovar a licença anual, 
existe forma mais "INDIRETA". 
 
 
 
 
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Por sua vez, a tipicidade, atributo pertinente aos ATOS UNILATERAIS, 
diz respeito ao fato de para cada objetivo traçado pela Administração 
existe instrumento adequado para o seu alcance. Exemplo: se é 
demissão, faz-se por Decreto; se é nomeação de comissão de 
sindicância, faz-se por Portaria; se é desapropriação, faz-se por 
Decreto; se visa diligência a outros órgãos, faz-se Ofício; e assim em 
diante. Em suma, para cada finalidade, existe um instrumento próprio. 
 
Di Pietro, acertadamente, assevera que a tipicidade garante maior 
segurança jurídica aos administrados, atendendo ainda ao princípio da 
legalidade. 
 
3.3. Discricionariedade e Vinculação 
 
Para melhor estudar o ato administrativo e suas consequências, 
principalmente ressaltando as diferenças entre os atos vinculados e os 
discricionários, parte-se da premissa de que o regime de direito público 
objetiva, em sua grande parte, impedir que o sujeito que atua no órgão 
público seja orientado para satisfação de suas vontades individuais, 
mas sim, que busque resultados favoráveis a toda coletividade. 
 
Desse modo, um ato administrativo pode se apresentar como 
discricionário ou vinculado, de acordo com a sua origem e extensão. 
Vejamos: 
 
a) Vinculado ou Regrado 
 
É aquele que o administrador não tem liberdade de escolha, estando a 
sua vontade adstrita exclusivamente à lei. Ex: concessão de 
aposentadoria quando preenchidos os requisitos legais. 
A lei determina os elementos e requisitos necessários à sua 
formalização, ou seja, já estabelece um único modo de agir pelo 
administrador diante do caso concreto. Com efeito, a lei regulou o ato 
de tal forma que não há espaços para juízos de conveniência e 
oportunidade. 
 
b) Discricionário 
 
A Administração concede ao administrador a liberdade de escolha de 
conveniência, oportunidade e conteúdo, possibilitando um juízo de valor 
que deve ser exercido dentro dos limites da lei e de forma que melhor 
atenda ao interesse público. Ex: permissão de uso de bem público 
(colocar mesas na calçada); exoneração de ocupantes de cargo 
comissionado. 
 
O poder discricionário é exercido sempre que a atividade administrativa 
resultar da opção, permitida pela lei, realizada pelo administrador; a 
discricionariedade não é absoluta, pois estará sempre vinculada ao fim 
que se destina. 
 
Não se confunde com a arbitrariedade, que é a ação contrária ou 
excedente da lei. 
O ato praticado com discricionariedade (motivo e forma) pode ser 
modificado pelo Judiciário? A justiça somente anula atos ilegais, não 
podendo revogar atos Inconvenientes ou inoportunos, mas formal e 
substancialmente legítimos. 
 
3.5. Classificação dos Atos 
 
a) Quanto aos Destinatários: 
 
- Gerais: Destinam-se a uma parcela grande de sujeitos 
indeterminados e todos aqueles que se vêem abrangidos pelos seus 
preceitos. Exemplos: edital, regulamentos, instruções. 
 
- Individuais: Destina-se a uma pessoa em particular ou a um grupo 
de pessoas determinadas. Exemplos: demissão, exoneração e outorga 
de licença. 
 
b) Quanto ao Alcance: 
 
- Internos: Os destinatários são os órgãos e agentes da 
Administração, não se dirigindo a terceiros. Exemplos: circulares, 
portarias, instruções. 
 
- Externos: Alcançam os administrados de modo geral (só entram em 
vigor depois de publicados). Exemplos: Admissão, licença. 
 
c) Quanto ao objeto: 
 
- Império: Aquele que a Administração pratica no gozo de suas 
prerrogativas, em posição de supremacia perante o administrado. 
Exemplos: desapropriação, interdição, requisição. 
- Gestão: São os praticados pela Administração em situação de 
igualdade com os particulares, sem usar a sua supremacia. Exemplos: 
alienação e aquisição de bens, certidões. 
 
- Expediente: Aqueles praticados por agentes subalternos, 
consistentes em atos de rotina interna. Exemplo: protocolo. 
 
d) Quanto ao regramento: 
 
- Vinculado: Quando não há, para o agente, liberdade de escolham 
devendo este se sujeitar às determinações da lei. Exemplos: liceça, 
pedido de aposentadoria. 
 
- Discricionário: Quando há liberdade de escolha (na lei) para o 
agente, no que diz respeito ao mérito (conveniência e oportunidade). 
Exemplo: autorização. 
 
e) Quanto à forma: 
 
- Simples: Produzido por um único órgão e decorrente de uma única 
manifestação de vontade. Podem ser simples singulares ou simples 
colegiais. Exemplo: despacho; exoneração de servidor ocupante de 
cargo em comissão; ato que altera o horário de atendimento da 
repartição pública, emitido por uma única pessoa; direção das Agências 
Reguladoras. 
 
- Composto: Produzido por um órgão, mas dependente da ratificação 
de outro órgão para se tornar exequível. Exemplo: dispensa de licitação; 
autorização; visto; homologação. 
 
- Complexo: Resultam da soma de vontade de 2 ou mais órgãos. Não 
deve ser confundido com procedimento administrativo. Exemplo: 
escolha em lista tríplice; a nomeação de Ministro do STF, feita pelo 
Presidente da República, após aprovação da maioria absoluta do 
Senado. 
 
f) Quanto à apresentação 
 
- Ato válido: É aquele que está em total conformidade com o 
ordenamento jurídico. 
 
 
 
 
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- Ato nulo: Nasce com vício insanável. 
 
- Ato inexistente: Possui apenas aparência de manifestação de 
vontade da Administração Pública, mas na verdade não se origina de 
um agente público, mas por alguém que se passa por tal condição. 
 
- Ato anulável: Contém vício sanável, podendo ser objeto de 
convalidação. 
- Ato perfeito: Seu processo de formação está concluído. 
 
- Ato eficaz: Já está disponível para a produção de seus efeitos 
próprios. A produção de efeitos não depende de evento posterior. 
 
- Ato pendente: É um ato perfeito, mas ineficaz, ou seja, está 
concluído (perfeito), mas ainda não pode produzir efeitos (ineficaz), 
porque depende de autorização, aprovação etc. 
- Ato exaurido (consumado): Já produziu todos os efeitos que poderia. 
Está finalizado. 
 
3.6. Invalidação 
 
Dentre as várias formas de extinção dos atos administrativos duas se 
destacam especialmente: 
 
a) Anulação: 
 
Consiste na supressão do ato administrativo, com efeito retroativo 
(efeito ex tunc), por razões de legalidade e legitimidade. Pode ser 
examinado tanto pelo Poder Judiciário como pela Administração 
Pública. 
 
- Fundamento: Razões de ilegalidade, o ato é ilícito. 
 
- Legitimidade: Administração Pública e Poder Judiciário. 
 
- Efeitos: “Ex tunc”, a anulação retroage até a data de publicação, os 
efeitos são anulados e não se pode invocar direito adquirido. O efeito 
retroage para eliminar todos os efeitos por ele gerados. 
 
- Prazo: Estabelecido pela Lei 9784/99, é de 5 anos. É importante esse 
prazo para privilegiar o princípio da segurança das relações jurídicas. 
 
 
b) Revogação: 
 
É a extinção de um ato administrativo legal e perfeito, por razões de 
conveniência e oportunidade, pela Administração, no exercício do poder 
discricionário. 
 
O ato revogado conserva os efeitos produzidos durante o tempo em que 
se operou. A partir da data da revogação é que cessa a produção de 
efeitos do ato até então perfeito e legal. A revogação não pode atingir 
os direitos adquiridos, em razão de sua proteção constitucional. 
 
Não admite revogação: atos consumados; atos vinculados; atos que 
geraramdireitos adquiridos; meros “atos administrativos” (que 
simplesmente declararam situação existente, como certidões e 
atestados). 
 
- Fundamento: Conveniência e oportunidade, o ato é lícito. 
 
- Legitimidade: Somente a Administração Pública. 
- Efeitos: “Ex nunc”, a revogação é válida daquele momento em diante; 
os efeitos anteriores serão mantidos e se pode invocar direito adquirido. 
 
- Prazo: Não há prazo, as razões podem ser alteradas a qualquer 
momento. 
 
Observações: 
 
A auto tutela, princípio não expresso do Direito Administrativo, vem do 
fato da Administração poder anular seus atos por razões de ilegalidade. 
Para o Poder Judiciário anular um ato ele deve ser provocado por 
terceiros. 
Estamos falando aqui de controle de legalidade. 
 
Pergunta: Pode existir direito adquirido em relação à anulação de ato? 
 
Resposta: Não, pois se trata de efeito “ex tunc”, retroagindo até quando 
o ato foi editado. Como eliminamos os efeitos do ato não se pode falar 
em direito adquirido. 
 
A Súmula 473 súmula do STF contempla anulações e revogações: 
 
Súmula 473 STF 
 
A administração pode anular seus próprios atos quando eivados de 
vícios que os tornam ilegais porque deles não se originam direitos ou 
revogá-los por motivos de conveniência e oportunidade respeitados os 
direitos adquiridos e ressalvada em todos os casos a apreciação judicial. 
 
A Súmula inicialmente trata de anulação e na seqüência de revogação. 
O trecho final também é importante, garantindo que se direitos 
adquiridos de terceiros não forem respeitados o Judiciário poderá ser 
acionado. O artigo 5° inciso XXXV da CF diz: 
 
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou 
ameaça a direito; 
 
Convalidação: convalidar é tornar válido o que inicialmente não era. 
Um ato editado inicialmente viciado que posteriormente tem seu vício 
sanado pode tornar-se válido. 
 
Pergunta: É possível a convalidação de atos administrativos? 
 
Resposta: O artigo 55 da Lei 9784/99 admite a convalidação dizendo 
que será possível se e somente se o vício inicialmente apresentado pelo 
ato puder ser corrigido. 
 
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao 
interesse público nem prejuízo a terceiros, os atosque apresentarem 
defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração. 
 
c) Convalidação: Ocorre nos casos em que o ato apresenta- se viciado 
na sua origem, entretanto, o vício apresentado consiste em vício 
sanável, podendo ser validado pela Administração Pública. 
 
 
 
 
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Quanto aos requisitos de validade dos atos administrativos, a 
convalidação é possível quando o vício for de: 
 
- Competência: basta modificar quem editou o ato; 
 
- Forma: o ato permanece o mesmo, bastando modificar sua forma; 
 
- Motivo: pode existir convalidação, bastando modificar o motivo. 
 
Os vícios nos requisitos de finalidade e objetivo não podem ser 
convalidados pois modificariam a estrutura do ato: 
 
- Vício de finalidade: não se pode falar em convalidação, já que a 
finalidade não seria pública; 
 
- Vício no objeto: se o objeto for alterado, o ato não é mais o mesmo 
e a convalidação não pode ocorrer. 
 
d) Cassação: É a extinção do ato quando o seu beneficiário deixa de 
cumprir os requisitos que deveria permanecer atendendo. 
 
e) Caducidade: Ocorre quando uma nova legislação impede a 
permanência da situação anteriormente consentida pelo poder público. 
Exemplo: Permissão consentida, mas que a lei impede o uso pelo 
particular. 
 
f) Contraposição: Um ato, emitido com fundamento em uma 
determinada competência, extingue outro ato, anterior, editado com 
base em competência diversa, ocorrendo a extinção porque os efeitos 
daqueles são opostos aos deste. Exemplo: exoneração, que tem efeitos 
contrapostos à nomeação. 
 
3.7. Espécies de Atos 
 
A) ATOS NORMATIVOS: são aqueles que contêm um comando geral, 
visando à correta aplicação da lei. O objetivo imediato de tais atos é 
explicitar a norma legal a ser observada pela administração. Exemplos: 
Decretos, deliberações. 
 
- DECRETOS: são atos administrativos, da competência exclusiva 
dos Chefes do Executivo, destinados a prover situações gerais ou 
individuais, abstratamente previstas de modo expresso, explícito ou 
implícito, pela legislação. 
O decreto pode se enquadrar na categoria dos atos normativos (gerais), 
mas também pode ter caráter 
individual, quando for para especificar uma situação determinada, como 
ocorre com o decreto expropriatório. 
 
- INSTRUÇÃO NORMATIVA: são atos administrativos expedidos 
pelos Ministros de Estado para a execução de leis, decretos e 
regulamentos, mas são também utilizados por outros órgãos superiores 
para o mesmo fim. 
 
- REGIMENTOS: são atos administrativos normativos de atuação 
interna. Destinam-se a reger o funcionamento de órgãos colegiados e 
de corporações legislativas. Não obrigam os particulares em geral, 
atingindo unicamente as pessoas vinculadas à atividade regimental. 
 
- RESOLUÇÕES: são atos administrativos normativos expedidos 
pelas altas autoridades do Executivo (mas não pelo Chefe do Poder 
Executivo, que expede decretos) ou pelos presidentes de tribunais, 
órgãos legislativos e colegiados administrativos, para disciplinar matéria 
de sua competência específica. 
 
Não se deve confundir a resolução editada em sede administrativa com 
a resolução prevista no art. 59, VII da CF. Esta equivale, sob o aspecto 
formal, à lei, pois é compreendida no processo de elaboração das leis, 
previsto no Texto Constitucional. 
 
B) ATOS ORDINATÓRIOS: são atos que visam a disciplinar o 
funcionamento da Administração e a conduta funcional de seus agentes. 
São provimentos, determinações ou esclarecimentos que se endereçam 
aos servidores públicos, a fim de orientá-los no desempenho de suas 
funções. 
 
Tais atos só atuam no âmbito interno das repartições e só alcançam os 
servidores hierarquizados à chefia que os expediu. Não obrigam os 
particulares, nem os funcionários submetidos a outras chefias. Não 
criam, normalmente, direitos ou obrigações para os administrados, mas 
geram deveres e prerrogativas para os agentes administrativos a que 
se dirigem. Assim, não podem disciplinar o comportamento de 
particulares por constituírem determinações internas. Exemplos: 
instruções e portarias. 
 
- INSTRUÇÕES: são ordens escritas e gerais a respeito do modo e da 
forma de execução de determinado serviço público, expedidas pelo 
superior hierárquico, com a finalidade de orientar os subalternos no 
desempenho das atribuições que lhes estão destinadas e assegurar a 
unidade de ação no organismo administrativo. As instruções não são 
utilizadas somente no âmbito interno; por vezes, são utilizadas para 
decisões de repercussão externa, sobretudo nos órgãos que tratam de 
assuntos financeiros e econômicos. Às circulares se aplica a mesma 
regra. 
 
- CIRCULARES: são ordens escritas, de caráter uniforme, expedidas 
a determinados funcionários ou agentes administrativos, incumbidos de 
certo serviço ou do desempenho de certas atribuições, em 
circunstâncias especiais. PORTARIAS: são atos internos pelos quais os 
chefes de órgãos, repartições ou serviços expedem determinações 
gerais ou especiais a seus subordinados, ou designam servidores para 
funções e cargos secundários. Também dão início a sindicâncias e a 
processos administrativos. 
 
- AVISOS: são atos emanados dos Ministros de Estado a respeito de 
assuntos referentes aos respectivos ministérios. 
 
- ORDENS DE SERVIÇO: são determinações especiais dirigidas aos 
responsáveis por obras ou serviços públicos autorizando seu início, ou 
contendo imposições de caráter administrativo ou especificaçõestécnicas sobre o modo de sua realização. 
 
- OFÍCIOS: são comunicações escritas que as autoridades fazem 
entre si, entre subalternos e superiores e entre a Administração e 
particulares, em caráter oficial. 
 
- DESPACHOS: são decisões que as autoridades executivas (ou 
legislativas e judiciárias, em função administrativa) proferem em papéis, 
requerimentos e processos sujeitos à sua apreciação. Despacho 
normativo é aquele que, embora proferido em caso individual, a 
autoridade competente determina que se aplique aos casos idênticos, 
passando a vigorar como norma interna da Administração para 
situações análogas subsequentes. 
 
 
 
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C) ATOS NEGOCIAIS: são atos praticados contendo uma declaração 
de vontade do Poder Público, coincidente com a pretensão particular. 
Tais atos, embora unilaterais, encerram um conteúdo tipicamente 
negocial, de interesse recíproco da Administração e do administrado, 
mas não adentram na esfera contratual. São e continuam sendo atos 
administrativos (e não contratos administrativos), mas de uma categoria 
diferenciada dos demais, porque geram direitos e obrigações para as 
partes e as sujeitam aos pressupostos conceituais do ato, a que o 
particular se subordina incondicionalmente. 
 
Tais atos podem ser: 
 
1) VINCULADOS: quando a lei estabelecer os requisitos para sua 
formação e se o interessado preencher as condições fixadas na lei, 
surgirá o direito à pretensão solicitada. 
 
2) DISCRICIONÁRIOS: quando sua expedição ficar a critério da 
autoridade competente; 
 
3) DEFINITIVOS: quando embasar-se num direito individual do 
requerente e não couber a revogação com base em critérios de 
conveniência e oportunidade por parte da Administração. 
 
4) PRECÁRIOS: quando couber revogação por parte da Administração. 
 
Os atos negociais são específicos, só ocasionando efeitos jurídicos 
entre as partes, Administração e Administrado, impondo a ambos a 
observância das condições de execução, sob pena de cassação do ato. 
 
- LICENÇA: é o ato administrativo vinculado e definitivo, por meio do 
qual o Poder Público, verificando que o interessado atendeu a todas as 
exigências legais, possibilita o desempenho de determinada atividade, 
que não poderia ser realizada sem consentimento prévio da 
Administração, como, por exemplo, o exercício de uma profissão ou o 
direito de construir. 
 
A licença resulta de um direito subjetivo do administrado, razão pela 
qual a Administração não pode negá-la quando o requerente satisfaz a 
todos os requisitos legais para sua obtenção. 
O direito do requerente é anterior à licença, mas o desempenho da 
atividade somente se legitima se o Poder Público exprimir o seu 
consentimento favorável ao administrado. Por essa razão, o ato é de 
natureza declaratória. 
 
Quanto à licença para construir, doutrina e jurisprudência a têm 
considerado como mera faculdade de agir e, por conseguinte, suscetível 
de revogação enquanto não iniciada a obra licenciada, ressalvando-se 
ao prejudicado o direito à indenização pelos prejuízos causado. 
 
- AUTORIZAÇÃO: é o ato administrativo discricionário e precário pelo 
qual o Poder Público torna possível ao pretendente a realização de certa 
atividade ou utilização de determinados bens particulares ou públicos. 
 
Na autorização, assim como ocorre com a licença, o particular necessita 
do consentimento estatal para que possa realizar a atividade pretendida, 
na medida em que estará praticando conduta ilícita se não possuir 
anuência prévia da Administração. 
 
São exemplos: o uso especial de bem público, como ruas e praças, 
autorização para estacionamento de veículos particulares em terreno 
público, autorização para porte de armas. 
A autorização é ato constitutivo, uma vez que estará estabelecendo uma 
nova situação jurídica, sendo a licença ato declaratório, na media em 
que o Estado apenas reconhece um direito do particular de realizar a 
atividade. 
 
- PERMISSÃO: é o ato administrativo discricionário e precário, pelo 
qual o Poder Público faculta ao particular o uso especial de bens 
públicos, a título gratuito ou remunerado, visando ao interesse da 
coletividade ou à prestação de serviços públicos. 
 
A permissão e a autorização também podem se confundir, uma vez que 
os dois atos podem ter por objeto a utilização de bens públicos. Na 
autorização, a utilização do bem público ocorre para o interesse privado 
(predominante) do particular, como, por exemplo, a autorização para 
colocação de mesas de bar na calçada. Por outro lado, na permissão, 
faculta-se a utilização privativa de bem público com finalidade de 
interesse público, a exemplo do que se dá com a utilização de praça 
para feira ou festa de uma igreja que visa à arrecadação de alimentos e 
verbas para pessoas necessitadas. 
 
- APROVAÇÃO: é o ato administrativo pelo qual o Poder Público 
verifica a legalidade e o mérito de outro ato ou de situações e 
realizações materiais de seus próprios órgãos, de outras entidades ou 
de particulares, dependentes de seu controle, e consente na sua 
execução ou manutenção. Pode ser prévia ou subsequente, 
discricionária consoante os termos em que é instituída, pois, em certos 
casos, limita- se à confrontação de requisitos específicos na norma legal 
e, noutros, estende-se à apreciação de oportunidade e conveniência. 
 
- ADMISSÃO: é ato administrativo vinculado, por meio do qual o Poder 
Público, verificando a satisfação de todos os requisitos legais pelo 
particular, defere-lhe determinada situação jurídica de seu exclusivo ou 
predominante interesse, como ocorre no ingresso aos estabelecimentos 
de ensino mediante concurso de habilitação. 
 
- VISTO: é ato administrativo pelo qual o Poder Público controla outro 
ato da própria administração ou do administrado, aferindo sua 
legitimidade formal, para dar- lhe exequibilidade. Incide sempre sobre 
um ato anterior e não alcança seu conteúdo. É ato vinculado. 
 
- HOMOLOGAÇÃO: é ato administrativo de controle, pelo qual a 
autoridade superior examina a legalidade e a conveniência, ou somente 
aspectos de legalidade de ato anterior da própria Administração, de 
outra entidade ou de particular, para dar-lhe eficácia. Não admite 
alteração no ato controlado pela autoridade homologante, que apenas 
pode confirmá-lo ou rejeitá-lo, para que a irregularidade seja corrigida 
por quem a praticou. 
 
- DISPENSA: é o ato administrativo que exime o particular do 
cumprimento de determinada obrigação até então exigida por lei, como, 
por exemplo, a dispensa do serviço militar. É ato discricionário. 
 
- RENÚNCIA: é ato pelo qual o Poder Público extingue 
unilateralmente um crédito ou um direito próprio, liberando, 
definitivamente, a pessoa obrigada perante a Administração. A renúncia 
não admite condição e é irreversível, uma vez consumada. Tratando-se 
de renúncia por parte da Administração, há dependência, sempre, de lei 
autorizadora. 
 
- PROTOCOLO ADMINISTRATIVO: é o ato pelo qual o Poder Público 
acerta com o particular a realização de determinado empreendimento 
ou atividade ou a abstenção de certa conduta, no interesse recíproco da 
Administração e do administrado signatário do instrumento protocolar. 
 
 
 
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Esse ato é vinculante para todos que o subscrevem, pois gera 
alterações e direitos entre as partes. 
 
D) ATOS ENUNCIATIVOS: são todos aqueles em que a Administração 
se limita a certificar ou a atestar fato, ou emitir uma opinião sobre 
determinado assunto, sem se vincular ao seu enunciado. 
 
Também chamados atos de pronúncia, certificam ou atestam uma 
situação existente, não contendo manifestação de vontade da 
Administração Pública. 
 
- CERTIDÕES: são cópias ou fotocópias fiéis e autenticadas de atos 
ou fatos constantes de processo, livro ou documentoque se encontre 
em repartições públicas. Podem ser de inteiro teor, ou resumidas, desde 
que expressem fielmente o que se contém no original de onde foram 
extraídas. Em tais atos o Poder Público não manifesta sua vontade, 
limitando-se a trasladar para o documento a ser fornecido ao 
interessado o que consta de seus arquivos. 
 
- ATESTADOS: são atos pelos quais a Administração comprova um 
fato ou uma situação de que tenha conhecimento por seus órgãos 
competentes. Difere da certidão porque o atestado comprova um fato 
ou uma situação existente, mas não constante de livros, papéis ou 
documentos em poder da Administração. 
 
- PARECERES: são manifestações de órgãos técnicos sobre 
assuntos submetidos à sua consideração. Tem caráter meramente 
opinativo, salvo quando tiver caráter vinculante. 
 
- APOSTILAS: são atos enunciativos ou declaratórios de uma 
situação anterior criada por lei. Equivale à averbação. 
 
E) ATOS PUNITIVOS: constituem uma sanção imposta pela 
administração em relação àquele que infringe as disposições legais, 
sejam servidores ou particulares. Visam a punir e reprimir as infrações 
administrativas ou a conduta irregular de seus servidores ou dos 
particulares, perante a administração. Ex: multa, interdição, demolição 
e etc. 
 
 
QUESTÕES DE CONCURSOS 
01. (FUNDEP-Assistente Administrativo-CODEMIG-2018) 
Não constitui ato administrativo: 
a) licença dada a particular, por secretaria municipal de obras, para 
construir. 
b) nomeação de candidato aprovado em concurso público. 
c) contrato celebrado entre a administração pública estadual e uma 
empresa privada vencedora de procedimento licitatório. 
d) autorização de porte de arma. 
 
02. (IBADE-TÉCNICO TI-RO-2018) O ato administrativo tem como um 
de seus requisitos a Finalidade, que, em sentido amplo, será sempre 
atender ao interesse público, da coletividade. Esse aspecto abordado 
se relaciona mais especificamente com qual dos princípios expressos 
que regem a Administração Pública no Brasil, dentre aqueles expressos 
no texto constitucional? 
a) Impessoalidade 
b) Publicidade 
c) Moralidade 
d) Eficiência 
e) Legalidade 
 
03. (FGV-Câmara de Salvador-2018) Em matéria de elementos do ato 
administrativo, a doutrina de Direito Administrativo destaca o elemento: 
a) da competência, que é a atribuição normativa da legitimação para a 
prática de um ato administrativo; 
b) da finalidade, em que se aplica o princípio da supremacia do interesse 
privado sobre o público; 
c) da forma, segundo o qual todo ato administrativo deve ser publicado 
no prazo de quinze dias no diário oficial; 
d) do motivo, que está inserido no âmbito da íntima convicção do 
administrador com finalidade privada; 
e) da capacidade, que, em regra, é discricionária, não havendo margem 
de liberdade para o administrador. 
 
04. (FCC-TRE-PB-Técnico Judiciário-Área Administrativa-2007) A 
ideia segundo a qual a Administração Pública pode atuar sozinha, 
conforme o caso, mediante coação, sem a necessidade do 
consentimento do Poder Judiciário, refere-se ao atributo do ato 
administrativo conhecido como 
a) presunção de legitimidade. 
b) presunção de veracidade. 
c) legalidade. 
d) imperatividade. 
e) autoexecutoriedade. 
 
05. (CESPE-STM-2018) A respeito do direito administrativo, dos atos 
administrativos e dos agentes públicos e seu regime, julgue o item a 
seguir. 
A imperatividade é o atributo pelo qual o ato administrativo é presumido 
verídico até que haja prova contrária à sua veracidade. 
 
06. (CESPE-STM-2018) Considerando a doutrina majoritária, 
julgue o próximo item, referente ao poder administrativo, à 
organização administrativa federal e aos princípios básicos da 
administração pública. 
De acordo com o princípio da autoexecutoriedade, os atos 
administrativos podem ser aplicados pela própria administração 
pública, de forma coativa, sem a necessidade de prévio 
consentimento do Poder Judiciário. 
 
07. (FGV-Câmara de Salvador-2018) João estacionou seu carro com 
as quatro rodas em cima da calçada, impedindo que os pedestres 
transitassem por ela, obrigando-os a passar pela via pública. Por tal 
razão, seu veículo foi guinchado por ordem do agente público municipal 
de trânsito. 
Na hipótese em tela, foi aplicado o meio direto de coerção do ato 
administrativo, pelo seu atributo da: 
a) coercitibilidade, com imprescindível recurso prévio ao Poder 
Judiciário; 
b) imperatividade, com anterior processo administrativo para aplicação 
da pena administrativa; 
c) autoexecutoriedade, que prescinde de prévio provimento 
jurisdicional; 
d) presunção de legitimidade absoluta, que vigora em favor dos atos 
administrativos praticados pelo agente público; 
e) autotutela, que autoriza o agente público a praticar atos de urgência 
em prol da coletividade. 
 
 
 
 
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08. (FCC-DPE-AM-2018) Considere que determinado órgão 
administrativo, encarregado da fiscalização das condições de 
segurança de estabelecimentos comerciais, tenha identificado danos na 
estrutura de edifício onde funciona um grande shopping center. Diante 
de tal circunstância, interditou o local, proibindo o acesso ao público. 
Entre os atributos do ato administrativo, o que autoriza a referida 
interdição, independentemente de decisão judicial, é 
a) Motivação. b) Discricionariedade. 
c) Executoriedade. d) Tipicidade. 
e) Legitimidade. 
 
Julgue o item que se segue, a respeito dos atos da 
administração pública. 
 
09. (CESPE-TEC. JUD-STJ-2018) Todos os fatos alegados pela 
administração pública são considerados verdadeiros, bem como todos 
os atos administrativos são considerados emitidos conforme a lei, em 
decorrência das presunções de veracidade e de legitimidade, 
respectivamente. 
 
10. (FUNDATEC-ANAL. LEGISLATIVO-AL-RS-2018) A Súmula nº 473 
do Supremo Tribunal Federal estabelece que a administração pública 
poderá __________ seus próprios atos, quando eivados de vícios que 
os tornem _________, porque deles não se originam direitos; ou 
_________ por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os 
direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação 
judicial. 
 
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as 
lacunas do trecho acima. 
a) revogar – ilegais – anulá-los 
b) anular – ilegais – revogá-los 
c) revogar – inconvenientes – anulá-los 
d) anular – inconvenientes – revogá-los 
e) anular – inoportunos – revogá-los 
 
11. (CESPE-PC-MA-2018) Caracteriza-se como unilateral e vinculado 
o ato da administração denominado 
a) permissão. 
b) aprovação. 
c) parecer. 
d) autorização. 
e) licença. 
 
12. (CESPE-TRF-ANALISTA-2018) A respeito dos atos administrativos, 
julgue o item seguinte, considerando o posicionamento da doutrina 
majoritária. 
Enquanto no ato complexo as manifestações de dois ou mais órgãos se 
fundem para formar um único ato, no ato composto se pratica um ato 
administrativo principal que depende de outro ato para a produção plena 
dos seus efeitos. 
 
GABARITO 
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 
 
 
 
 
LEI Nº 9.784 , DE 29 DE JANEIRO DE 1999. 
 
Regula o processo administrativo 
no âmbito da Administração Pública 
Federal. 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o 
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
CAPÍTULO I 
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS 
Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo 
administrativo no âmbito da Administração Federal direta e indireta, 
visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao 
melhor cumprimento dos fins da Administração. 
§ 1o Os preceitos desta

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