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RESUMO TEÓRICO DAS PRINCIPAIS PARASITOSES HUMANAS VLAUDIA COSTA PARASITOS DO TRATO GASTRO INTESTINAL HUMANO PROTOZOÁRIOS INTESTINAIS Introdução Os tipos de relacionamento entre os diversos tipos de seres vivos são extremamente amplos e variáveis com a formação de interações e interdependências dinâmicas. Pode-se afirmar que nenhum ser vivo é capaz de sobreviver independentemente de outro. No meio ambiente, os seres vivos estão em contínuo processo de adaptação mútua, ou seja, de co-evolução. O relacionamento entre seres vivos visa dois aspectos fundamentais: abrigo e obtenção de nutrientes. Os níveis de relacionamento variam do benefício mútuo a desenvolvimento de uma patologia.. Entende-se por parasitas intestinais organismos que têm como habitat o trato gastrintestinal humano provocando ou não doença. Os organismos parasitas intestinais obrigatórios são classificados em dois grandes grupos: Os Protozoários, que compreendem organismos unicelulares eucariontes. Os Metazoários (helmintos), que compreendem organismos pluricelulares. AMEBÍASE A amebíase é uma infecção do intestino grosso, produzida pela Entamoeba histolytica. Sua importância decorre de uma distribuição geográfica de amplitude mundial, elevada incidência e acompanhar-se, em certa proporção dos casos, de quadros patológicos graves, eventualmente fatais. A palavra Amebíase costuma ser usada para designar a presença da Entamoeba histolytica no organismo de qualquer hospedeiro vertebrado, com ou sem manifestações clínicas. Na maioria dos casos humanos, o parasitismo por essa ameba não produz sintomatologia, sendo em geral devida a estirpes (cepas) não-patogênicas do parasito. Falamos, então, da amebíase intestinal não-invasiva, pois os parasitas não penetram na mucosa intestinal. Os casos sintomáticos são os de amebíase intestinal invasiva, que apresenta grande variedade de quadros clínicos e complicações, inclusive com localizações extra – intestinais. Das espécies de amebas que parasitam naturalmente a boca e o intestino dos seres humanos, apenas a Entamoeba histolytica provoca doença. MORFOLOGIA O cisto é a forma de perpetuação da espécie e responsável pela transmissão da doença. O cisto de Entamoeba histolytica, apresenta no seu interior de 1 a 4 núcleos. Ocupando a posição central do núcleo, há uma granulação punctiforme, denominada de cariossoma. Além disso, é envolvido por uma parede de quitina que o torna altamente resistente às alterações ambientais, a determinadas concentrações de cloro e ao suco gástrico. O trofozoíto é a forma ativa do parasita, habita principalmente o intestino grosso, vive na luz intestinal e podem invadir as criptas da mucosa, onde se alimentam de glóbulos vermelhos e formam úlceras. CICLO BIOLÓGICO O ciclo parasitário se inicia com a ingestão de cistos, em geral com água ou alimentos contaminados, passam pelo estômago, resistindo à ação do suco gástrico, ao chegar no final do intestino delgado ou início do intestino grosso, ocorre o desencistamento, com a saída do conteúdo do cisto, chamado de metacisto, que dará origem a 8 (oito)pequenos trofozoítos, que migram par o intestino grosso onde se colonizam. Em geral , ficam aderidos à mucosa, vivendo como comensal, se alimentando de detritos e bactérias. Sob certas circunstâncias ainda não muito bem conhecidas, pode desprender-se da parede e, na luz do intestino grosso, principalmente no cólon e transformar-se em cisto, inicialmente mononucleado e depois em tetra nucleado e então eliminado juntamente com as fezes. O ciclo patogênico da Entamoeba histolytica inicia quando o equilíbrio parasita hospedeiro pode ser rompido e os trofozoítos invadem a mucosa intestinal, formando úlceras e podem, através da circulação porta, atingir outros órgãos como o fígado e, posteriormente, pulmão, rim, cérebro ou pele, causando a amebíase extra- intestinal. O trofozoíto presente nestas úlceras desenvolve a forma invasiva ou virulenta. Na integridade tissular observamos que não há formação de cistos e os trofozoítos são hematófagos e muito ativos. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Formas sintomáticas: Colites não disentéricas: É uma das formas clínicas mais freqüentes no nosso meio. A colite não disentérica se manifesta por evacuação diarréica ou não, com 2 (duas) a 4 (quatro) evacuações por dia, com fezes moles ou pastosas. Pode apresentar desconforto abdominal ou cólicas, raramente há manifestação febril. O que caracteriza esta forma no nosso meio é a alternância entre as manifestações clínicas e períodos silenciosos, com funcionamento normal do intestino. Forma disentérica: A disenteria amebiana aparece mais freqüentemente de modo agudo, acompanhada de cólicas intestinais e diarréia, com evacuações mucosanguinolentas e febre moderada, acompanhada de cólicas intensas; pode haver oito, dez ou mais evacuações por dia. Casos agudos e fulminantes podem ser encontrados acometendo todo o cólon e são classificados como disenteria amebiana aguda, o paciente apresenta grave disenteria, freqüentemente com perfurações do intestino. Complicações e seqüelas da amebíase intestinal: As complicações da amebíase intestinal são muito variadas e podem atingir até 4% dos casos, interferindo na morbidade e mortalidade. As mais comuns são: perfurações e peritonite, hemorragia, colite pós-disentérica e mais raramente apendicite e ameboma. Amebíase extra-intestinal: O abcesso amebiano do fígado é a forma mais comum da amebíase extra-intestinal. Pode ser encontrada em qualquer faixa etária, com predominância em adultos com 20 a 60 anos. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL EXAME COPROPARASITOLÓGICO 1.identifica trofozoítos e cistos - não diferencia E. histolytica/ E. dispar 2.não caracteriza a patogenicidade, exceto trofozoíto contendo hemácias (característico da amebíase invasiva) 3.depende a competência do microscopista - confusões de cistos com leucócitos polimorfonucleares e trofozoítos com macrófagos em fezes líquidas COPROPARASITOLÓGICO exame à fresco - 20’ To Ambiente ou 4oC até 4 horas •COLORAÇÃO - Tricromo •MÉTODOS DE CONCENTRAÇÃO 1.centrífugo flutuação no sulfato de zinco (Faust) 2.centrifugação em éter - Ritchie 3.sedimentação espontânea •SUBSTÂNCIAS QUE PODEM INTERFERIR NO EXAME: –laxantes c/ óleo mineral –antibióticos EXAMES SOROLÓGICOS •Importante na distinção de espécies •positividade superior a 95% em pacientes com colite amebiana e abscessos hepáticos ••TESTES UTILIZADOS •ELISA •HEMAGLUTINAÇÃO INDIRETA •IMUNODIFUSÃO EM GEL •IMUNOFLUORESCÊNCIA INDIRETA antígenos provenientes de culturas axênicas DESVANTAGENS •Dificuldade no preparo e obtenção do antígeno •persistência dos títulos após a cura TESTES PARA DETECÇÃO DE ANTÍGENOS NAS FEZES PADRÕES ELETROFORÉTICOS DE IZOENZIMAS (ZIMODEMOS) PCR (POLYMERASE CHAIN REACTION) •Amplificação de fragmentos de DNA (1milhão) •DNA proveniente de trofozoítos ou cistos •Há diferença de 5% na sequência de nucleotídeos nas cepas patogênicas e não patogênicas GIARDÍASE A Giardíase é a infecção causada pelo protozoário flagelado Giardia. Há pelo menos 40 espécies de Giardia descrita na literatura. Algumas espécies de Giardia são capazes de infectar mais de uma espécie de hospedeiro. A Giardia do homem, por exemplo, pode infectar várias espécies animais. De acordo com a taxonomia que ainda é controvertida, a espécie de Giardia que tem o homem como hospedeiro, tem várias sinonímias: Giardia lamblia, Giardia duodenalis, Giardia intestinalis e Lamblia intestinalis. MORFOLOGIA O cisto da Giardia lamblia é oval e possui dois ou quatro núcleos. É a forma de resistência no meio ambiente, pois se encontra protegido por uma parede quitinosa, igual ao cisto das amebas, denominada de membrana cística. O cisto, também é a forma infectante. O trofozoíto possui uma forma bem característica – tem formato de pêra. Na sua face ventral, encontramos o disco suctorial, cuja função é fixar o parasita à mucosa intestinal. Tem dois núcleos e possui quatro pares de flagelo. É a forma ativa do parasita – de multiplicação da espécie. CICLO BIOLÓGICO A via de infecção normal no homem é a ingestão de cistos maduros, transmitidos através da ingestão de água e alimentos contaminados. Após a ingestão do cisto, o desencistamento é completado no duodeno e jejuno, onde ocorre a colonização. O ciclo se completa com o encistamento do parasito e sua eliminação para o meio exterior. Tal processo pode se iniciar no ceco. PATOGENIA O parasitismo pela Giardia lamblia é em geral assintomático, mas também pode estar relacionado com quadros clínicos de diarréia aguda ou com forma crônica de diarréia e má –absorção intestinal. Os mecanismos pelos quais a giárdia causa diarréia e má absorção intestinal não são bem conhecidos. No entanto a explicação mais plausível para a alteração morfológica e funcional do epitélio intestinal é dada pelos processos inflamatórios, desencadeados pelo parasita, devido à reação imune do hospedeiro. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS A maioria das infecções por Giardia lamblia é assintomática. Os casos sintomáticos dependem da cepa e o número de cistos ingeridos e deficiência imunitária do paciente. A infecção sintomática pode apresentar-se através de diarréia, acompanhada de dor abdominal. Muco e sangue aparecem raramente nas fezes. Alguns indivíduos se tornam portadores assintomáticos, outros podem apresentar, por períodos breves, recorrência dos sintomas da fase aguda. Em determinados pacientes o estágio agudo pode durar meses levando ao aparecimento da má absorção, esteatorréia, debilidade e perda de peso, esses sintomas são mais característico de crianças menores de sete anos. Vários tipos de má absorção têm sido observados: da xilose, lactose, da vitamina B12 e das vitaminas lipossolúveis (A,D, E, K) e de ferro. O período pré-patente varia de nove a quinze dias e o período de incubação de dez a quinze dias. COCCIDIOSES INTESTINAIS Observamos que nos protozoários existe um grupamento de microorganismos muito homogêneos que constitui a classe Sporozoea (sporozoa). Além de serem todos parasitas obrigatórios e apresentarem ciclo biológico onde se alternam as reproduções sexuadas e assexuadas, caracterizam-se por possuir seu corpo alongado e estruturas celulares especiais que formam o complexo apical, destinado à sua fixação e penetração nas células dos organismos hospedeiros. MORFOLOGIA DOS COCCÍDIOS Esporozoíta, apresentando na porção anterior o complexo apical. Oocisto de Cryptosporidium parvum, formado por apenas um esporocisto, contendo no seu interioa quatro esporozoítas. Oocisto de Isospora belli, formado por dois esporocisto (esporoblasto) contendo no interior de cada quatro esporozoíta. CICLO BIOLÓGICO O ciclo biológico dos coccídios é do tipo monoxênico (único hospedeiro) e inclui um processo de multiplicação assexuada (merogonia) com ocorrência de duas gerações de merontes e outro de multiplicação sexuada (gametogonia) com formação de macro e microgametas que, após a fecundação resultam na formação de oocistos. Alguns oocistos são responsáveis pelos casos de auto-infecção em Cryptosporidium. No caso do Isospora, esta auto-infecção não ocorre, pois o processo de maturação do oocisto é realizado no meio ambiente. Ciclo biológico do Cryptosporidium Ciclo biológico do Isospora belli A infecção inicia-se com a ingestão de oocistos maduros presente na água e alimentos contaminados. O oocisto ao chegar no intestino delgado, a parede cística é rompida e os esporozoítos contidos no seu interior são liberados, estes implantam-se na borda em escova das células epiteliais intestinais (enterócitos). Os esporozoítas multiplicam-se assexuadamente (merogonia) resultando na formação de dois tipos de merontes, o tipo I, que libera seis a oito merozoítos que reinfectam o hospedeiro e reiniciam a merogonia, e o tipo II, que libera quatro merozoítos que iniciam o ciclo sexuado, diferenciando-se em micro e macrogametócito; os microgametócitos (♂) móveis fertilizam os macrogametócitos (♀) que se desenvolvem formando o oocisto maduros e completando o ciclo. A infecção inicia-se com a ingestão de oocistos maduros presente na água e alimentos contaminados. O oocisto ao chegar no intestino delgado, a parede cística é rompida e os esporozoítos liberados, estes, implantam-se na borda em escova das células epiteliais intestinais (enterócitos). Os esporozoítas multiplicam- se assexuadamente resultando na formação de merontes. Depois de um número desconhecido de divisões assexuadas ocorre a diferenciação de gametócitos masculinos e femininos, fertilização e formação de oocisto que contém inicialmente o esporoblasto único, do qual se originam dois esporoblastos, cada um evoluindo no meio exterior para esporocisto, contendo em cada um quatro esporozoítas. Ciclo biológico Cyclospora cayetanensis Os cisto esporulado contendo dois esporocistos e dois esporozoítos cada é ingerido por um indivíduo, via oral através da contaminação direta ou indiretamente da água (a); ocorre a excistação desse oocisto duodeno liberando os esporozoítos (b); estes penetram na célula epitelial da região do jejuno e realizam pelo menos dois ciclos assexuados com a formação de merozoítos dentro dos merontes e um ciclo sexuado com a formação de microgametas e macrogameta; estes SE unem, formam o zigoto e finalmente o oocísto ímaturo (c); oocistos são liberados das células parasitadas, caem na luz intestinal (d) e são; liberados para o meio exterior ainda imaturos (e); no meio exterior sofrem divisões sucessivas (f) pelo processo de esporogonia e foma os oocistos maduros contendo quatro esporozoítos PATOGENIA DOS COCCIDIOS A Isosporose (Isospora belli) e Cryptosporidiose (Cryptosporidium parvum) produzem infecções benignas autolimitadas em indivíduos imunocompetentes, localizadas no intestino delgado. Nos indivíduos imunodeprimidos, o Cryptosporidium e o Isospora podem invadir as células epiteliais de revestimento e das criptas de Lieberkühn provocando reação inflamatória da mucosa. As lesões encontradas em pacientes imunodeprimidos são inespecíficas podendo haver atrofia, lesão ou perda das vilosidades e hiperplasia das criptas. As alterações inflamatórias compreendem infiltração da lâmina própria por linfócitos, neutrófilos, plasmócitos e macrófagos. As alterações provocadas nas células epiteliais da mucosa intestinal interferem nos processos digestivos e resultam na Síndrome da má absorção. SINTOMATOLOGIA No imunocompetente: a doença é autolimitada, os sintomas freqüentemente têm inicio súbito, com diarréia durando de 10 a 14 dias. A excreção nas fezes é intermitente e costuma ser mais prolongada que a fase sintomática da doença. No imunodeprimido: o quadro clássico compõe-se de diarréia aquosa, podendo conter muco, sem sangue ou pus, em grandes volumes (até quinze litros/ dia) acompanhada de cólicas que freqüentemente acentuam-se após a ingestão de alimentos, outros sintomas freqüentes são: náuseas, flatulência, mal-estar, fraqueza, anorexia, podendo ocorrer também vômitos, febre e mialgias. Freqüentemente, observa-se esteatorréia e alterações na absorção de D-xilose, vitamina B12 e intolerância à lactose. Os sintomas da Ciclosporose são semelhantes aos de criptosporidiose incluindo: náusea severa, anorexia, cólicas abdominais e diarréia aquosa. A maioria dos adultos apresenta aproximadamente 5-10% da perda de peso. Diarréia alternada com a constipação também foi descrita. Alguns tiveram dispepsia flatulenta, dor nas juntas e suor à noite. Diarréia sanguinolenta acompanhada de dor abdominal e tenesmo foi observada em uma criança de Bangladeshi. Pacientes com AIDS, baseado em observações histológicas, parecem albergar maior número de parasitos que os indivíduos imunocompetentes. DIAGNÓSTICO: Pesquisa de oocisto nas fezes (métodos de concentração como formol-acetato ou ritchie + coloração por kynioun, ziehl-nielsen, Safranina DIAGNÓSTICO: cryptosporidiose Sorologia: IMF, ELISA HEMOGRAMA: sem leucocitose ou eosinofilia Quadro esteatorréico - alt. Absorção de D-xilose, vit. B, intolerância a lactose Pacientes HIV positivos : isolamento no escarro, lavado brônquico Doença biliar, colecistite. Dor no hipocôndrio direito, febre, náuseas, vômitos Aumento das dosagens de fosfatase alcalina, Gama glutamil transpeptidase, TGO, TGP, Bilirrubina RX: afinamento da mucosa, dilatação do delgado AIDS : LINFÓCITOS CD4+ < 140 –não respondem aos tratamentos, mantendo a infecção até restabelecimento dos níveis de CD4+ acima de 140 REPOSIÇÃO DE LÍQUIDOS, MEDICAMENTOS (Espiramicina, ) HELMÍNTÍASES Ascaris lumbricoides Ascaris lumbricoides - ASCARIDÍASE MORFOLOGIA OVOS: cor castanho, grandes, ovais, 50 µm, membrana externa mamilonada, citoplasma granuloso MACHOS : 15 -30 cm, cor leitosa, lábios quitinosos, extremidade posterior encurvada para face ventral FÊMEAS: 30 -40 cm, extremidade posterior reta, ovários filiformes e enovelados TRANSMISSÃO Ingestão de ovos contendo L3 CICLO BIOLÓGICO 1) macho e fêmea copulam no intestino delgado eliminando ovos não embrionados 2)ovo não embrionado no exterior; ovo toma-se embrionado (LI rabditóide); 3) embrião passa para L3 rabditóide infectante (dentro do ovo); 4) contaminação de ali- mentos ou mãos veiculando ovos até a boca. Dai chegam ao intestino delgado, onde emergem as larvas que vão ao ceco, chegam ao sistema porta e depois ao figado; ganham veia cava, vão ao coração, pulmões, rompem capilares, chegam aos alvéolos, traquéia, faringe; larvas são então deglutidas e chegam ao intestino delgado,5) transformando-se em vermes adultos, ocorrendo oviposição dois a três meses após a infecção. PATOGENIA LARVAS : lesões pulmonares, hepáticas, sídrome de Löeffler (edema, infiltrado eosinofílico, manifestações alérgicas, febre, bronquite e pneumonia) VERMES ADULTOS: Ação tóxica - reação de hipersensibilidade Ação espoliadora- consumo de proteínas, carboidratos, lipídios, vit A e C Ação mecânica - enovelamento e obstrução na luz intestinal Localizações ectópicas -apêndice cecal; canal colédoco, canal de Wirsung (pancreatite); eliminação pela boca e narinas; etc. DIAGNÓSTICO Método de Hoffman, Pons Janer ou Lutz - pesquisa de ovos Kato Katz - < 5000 ovos / g de fezes ( 1-4 vermes) 5000 -10000 ovos/ g (5 - 10 vermes) � 10000 ( mais de 10 vermes) Strongyloides stercoralis – ESTRONGILOIDÍASE O S.stercoralis é um pequeno nemátodeo fusiforme (é o nematodeo “anão”), com a fêmea apenas ligeiramente, se de todo, maior que o macho, ambos com apenas 3 mm. Só fêmeas podem ser parasitas, os machos vivem sempre livres no solo, alimentando-se de detritos orgânicos por toda a vida. No ciclo parasítico, as fêmeas reproduzem-se assexuadamente por partenogênese (põem ovos-clones, todos do sexo feminino, sem fecundação por espermatozóide); enquanto as formas livres são de reprodução sexual. MORFOLOGIA VERME ADULTO: Fêmea partenogenética: 2 mm; extremidade anterior arredondada; posterior afilada, boca c/ 3 lábios, esôfago filarioide elimina ovos embrionados. Fêmea vida livre: 0,8 - 1,2 mm - esôfago rabditóide, Macho vida livre: 0,7 mm - extremidade posterior recurvada c/ espículo Larva rabditóide : 250 um, primórdio genital nítido, vestíbulo bucal curto Larva filarióide (L3): 500 um, cauda entalhada, ausência de bainha TRANSMISSÃO • Hetero-infecção • Auto-infecção interna ( constipação, imunossupressão, HIV/AIDS; gravidez; desnutrição; corticóides (produzem um metabólito semelhante a hidroxiecdisona, hormônio que aumenta eliminação de larvas pela fêmea) • Auto infecção externa (deficiência na higiene) CICLO BIOLÓGICO Homem elimina larvas rabditóides nas fezes; sendo que: 3n evoluirá para larva filarióide infectante no cilo direto; 2n evoluirá para fêmea de vida livre e 1 n para macho de vida livre, que após a cópula originarão ovos, larvas rabditóides e filarióides infectantes através do ciclo indireto no solo. Larvas infectantes (L3) penetram ativamente pela pele : mucosa- circulação-coração-pulmões- faringe-intestino-fêmea partenogenética-oviposição; fp - fêmea partenogenética; fvI- fêmea de ,'C! livre; If -larva filarióide; Ir - larva rabditóide; mvl- macho de vida livre; o - ovo. PATOLOGIA Por vezes a penetração das larvas na pele pode provocar reações "alérgicas" como eritema e prurido. A passagem pelos pulmões, principalmente se por muitas larvas, pode levar à irritação com tosse e hemoptise. O período de incubação é de duas ou três semanas. Na fase intestinal, muitos são assintomáticos, mas pode haver dor, diarreia ou esteatorreia, flatulência, e se o número de parasitas é elevado, necrose e edema com má absorção dos nutrientes. Em individuos subnutridos pode levar à perda de peso e sindromes por deficiência de vitaminas lipofílicas. Um problema específico desta parasitose é a autoinfecção, já que ao contrário de quase todos os outros parasitas, que excretam ovos nas fezes, nesta condição são excretadas larvas. Estas podem penetrar na mucosa antes de saírem com as fezes. Em indivíduos com sistema imunitário saudável, a autoinfecção é eficientemente combatida, mas em imunodeprimidos como na SIDA/AIDS e outros, pode causar problemas muito graves devido à multiplicação e constante invasão das larvas. Nestes casos há por essa razão disseminação das larvas causando danos nos órgãos como no pulmão, fígado ou canais biliares. A infecção pode se eternizar devido à auto-infecção, mesmo em indivíduos com sistema imunitário competente LESÕES CUTÂNEAS : reações urticariformes LESÕES PULMONARES : pneumonite difusa, broncopneumonia, dispnéia LESÕES INTESTINAIS: a) Enterite catarral - reação inflamatória, infiltração de eosinófilos b) Enterite edematosa - edema, síndrome de má absorção c) Enterite ulcerosa - ulceração, invasão bacteriana, rigidez da mucosa intestinal, fibrose DISSEMINADA Pulmões, rins, intestino, fígado coração, cérebro, pâncreas, linfonodos Sintomatologia: anemia hipocrômica, eosinofilia, sudorese, palpitações, insônia, emagrecimento, etc. DIAGNÓSTICO CLÍNICO : sugestivo -diarréia, dor abdominal e urticária, eosinofilia Laboratorial: Baermann-Moraes, Rugai - 3-5 amostras em dias alternados Coprocultura - Harada -Mori Obs.: presença de cristais de Charcot-Leyden nas fezes Amostras diarréicas não podem ser utilizadas para estes métodos ELISA Endoscopia digestiva Biopsia intestinal Hemograma _ eosinofilia é um achado comum na estrongiloidíase, no entanto, outras parasitoses ou processos alérgicos também levam a esta alteração Raio X, ultrasonografia - alteração no relevo mucoso duodenojejunal ANCYLOSTOMIDAE – ANCILOSTOMÍASE Ancilostomose é uma helmintíase que pode ser causada tanto pelo Ancylostoma duodenale como pelo Necator americanus. Ambos são vermes nematelminthes, de pequenas dimensões, medindo entre 1 e 1,5 cm. A doença pode também ser conhecida popularmente como "amarelão", "doença do jeca-tatu", "mal-da-terra", "anemia-dos- mineiros, "opilação", etc. As pessoas portadoras desta verminose são pálidas, com a pele amarelada, pois os vermes vivem no intestino delgado e, com suas placas cortantes ou dentes, rasgam as paredes intestinais, sugam o sangue e provocam hemorragias e anemia. MORFOLOGIA Ancylostoma duodenale : capsula bucal c/ 2 pares de dentes , cor róseo, macho - 8-11 mm , bolsa copuladora; Fêmea - 10 -18 mm, ext. posterior afilada c/ processo espiniforme CICLO EVOLUTIVO a) ovo recém-eliminado com as fezes; b) ovo com larva de primeiro estádio; c)eclosão de larva de primeiro estádio; d) larva de primeiro estádio, com tamanho original de 300um; e) formação da larva de segundo estádio, : - 'amanho original de 400um; f) larva de terceiro estádio ou infectante, com tamanho. As linhas tracejadas e setas indicam- as vias de penetração da larva infectante: 1) transcutânea: circulação, cava, coração, pulmão, traquéia, faringe, laringe (ingestão), esôfago: estômago e Necator americanus: extremidade cefálica recurvada, capsula bucal profunda c/ 2 lâminas cortantes. Macho - 5 -9 mm; Fêmea - 9 - 11 mm, sem processo espiniforme. Ovo - oval, 60 -40 µm, casca fina, transparente, 4-8 blastômero Larva rabditóide ; vestíbulo bucal longo (igual ao diâmetro da larva), primórdio genital lenticular, pouco visível. Larva filarióide - bainha, extremidade posterior afilada Geotropismo negativo; hidrotropismo, tigmotropismo, termotropismo. 1 2 3 intestino delgado; 2) oral: ingestão, esôfago, estômago e intestino delgado. PATOLOGIA Pele: hiperemia, prurido, edema Pulmão - tosse Intestinal_ hematofagismo; lesões na mucosa intestinal - dor epigástrica, diminuição do apetite, flatulências Espoliação sanguínea: 100 -1000 vermes - 10 -30 mL sangue ( 5-15mg Fe) 1000 ovos/g de fezes - 2 -3 mL sangue perdido Anemia microcítica e hipocrômica, leucocitose, eosinofilia, hipoalbuminemia, apetite depravado A ancilostomose está diretamente relacionada com o estado nutricional do paciente. Indivíduos com uma alimentação rica em ferro dificilmente desenvolvem sintomatologia embora possa estar infectado com o parasito. DIAGNÓSTICO Hoffmann, Pons e Janer Willis Harada Mori : permite diferenciar a espécie de ancilostomídeo pela observação das larvas. ESQUISTOSSOMOSE MANSÔNICA No Brasil a doença é popularmente conhecida como “xistose”, “barriga d’água” ou “mal do caramujo”. altamente endêmico na faixa de Pernamuco a Minas Gerais. No litoral a infecção tem como hospedeiros intermediários caramujos Biomphalaria glabrata, enquanto nas outras áreas a infecção é mantida por B. stramiínea ou B. tenagophila. FÊMEA: mede cerca de 1,5 cm, cor escura, tegumento liso. Na extremidade anterior encontra-se ventosa oral e acetábulo. A metade posterior é preenchida pelas glândulas vitelinas e o ceco. MACHO: 1cm, cor esbranquiçada, tegumento recoberto por projeções (tubérculos), ventosa oral e ventral, canal ginecóforo. Atrás da ventosa ventral 7 a9 massas testiculares que se abrem no canal ginecóforo, onde fica a fêmea. OVO: 150µm,sem opérculo, oval com espículo lateral voltado p/ trás. Os ovos maduros (encontrado nas fezes) apresentam o miracídio no interior. MIRACÍDIO: 180µM, corpo recorberto de cílios, extremidade anterior apresenta o terebratorium e glãndulas de penetração CERCÁRIA: 500µm, corpo e cauda bifurcada, duas ventosas, glãndula de penetração. CICLO EVOLUTIVO TRANSMISSÃO : Penetração ativa de cercárias na pele ou mucosas. PATOLOGIA A patogenia está ligada a cepa do parasito, carga parasitária, idade, estado nutricional e resposta imune do hospedeiro. Dermatite cercariana: pode ocorrer no local de penetração da cercária, como uma reação de hipersensibilidade imediata. FASE AGUDA Ocorre em torno de 50 dias e dura até 120 dias após infecção., urticárias, reações de hipersensibilidade, eosinofilia, hepatoesplenomegalia, diarréia, etc. Hipertrofia ganglionar; granulomas FASE CRÔNICA Intestino: granulomas, fibrose da alça retossigmóide, constipação Fígado: hepatomegalia, granulomas, fibrose de Symmers , fibrose periportal, obstrução dos ramos intra-hepáticos, hipertensão portal Baço: Esplenomegalia (hiperplasia do Sistema Monocítico Fagocitário) Varizes - anastomoses plexo hemorroidário, umbigo, região inguinal e esôfago Ascite: extravasamento de líquido para cavidade peritoneal em decorrência da hipertensão portal Pulmão: Granulomas pulmonares - insuficiência pulmonar A circulação colateral formada faz com que os ovos alcancem vários órgãos Localizações ectópicas - pâncreas, testículos, ovários, baço Neuroesquistossomose: os ovos podem alcançar a medula ou SNC através das anastomoses do plexo venoso. Este quadro é grave podendo levar o paciente à paraplegia. DIAGNÓSTICO O controle de cura deve ser feito após 3 meses do tratamento Uma fêmea acasalada libera 200 ovos pelas fezes por dia, logo a chance de encontrar positividade pelo método de Kato-katz é de 1/24 Hoffman, Pons Janer Kato-katz Biópsia ou raspagem da mucosa retal Imunológicos : Reação Fixação de Complemento, Hemaglutinação indireta, Reação de imunofluorescência indireta – técnicas “ obsoletas” , ELISA – mais utilizada atualmente PCR – em fase de padronização CONTROLE Tratamento da população; saneamento básico; combate aos caramujos transmissores, educação sanitária TENÍASE A teníase é uma alteração provocada pela presença da forma adulta da Taenia solium ou Taenia saginata no intestino delgado humano. A cisticercose é uma alteração provocada pela presença da larva (cisticerco) nos tecidos dos seus hospedeiros intermediários respectivamente, suinos e bovinos. A cisticercose humana ocorre pela presença da larva de T. solium nos tecidos. MORFOLOGIA OVOS: esférico, 30µM, CASCA protetora chamada de embrióforo, dentro a oncossfera ou embrião hexacanto com 3 pares de acúleos. CISTICERCO: escólex com 4 ventosas, rostelo, colo e uma vesícula memranosa contendo líquido no interior. MORFOLOGIA MORFOLOGIA CICLO EVOLUTIVO TRANSMISSÃO A teníase ocorre pela ingestão de carnes de bovino ou suíno crua ou mal cozido contendo cisticercos de T. saginata e T. solium respectivamente. A cisticercose humana ocorre por ingestão acidental de ovos de T. solium por auto-infecção externa (ingestão de ovos através das mãos contaminadas), auto-infecção interna (vômitos ou movimentos peristálticos do intestino com rompimento das proglotes), hetero-infecção (ingestão de alimentos contaminados com ovos) PATOGENIA Embora sejam chamadas de solitária, na verdade a infecção pode ocorrer com mais de uma Taenia da mesma espécie. Teníase: tonturas astenia, apetite excessivo, náuseas, vômitos, alargamento do abdomem. Cisticercose: depende da localização, número de parasitos e de seu estáio de desenvolvimento. • Neurocisticercose: as localizações mais frequentes são: leptominges e córtex , seguido da medula espinhal e cerebelo. As manifestações clínicas surgem quando os cisticercos morrem, devido ao processo inflamatório que se instala. • Manifestações: delírio, prostação, alucinações, hipertensão intracraniana, ataques epileptiformes. • Cisticercose cardíaca : palpitação, dispnéia • Cisticercose ocular: deslocamento de retina, opacificação do humor vítreo, uveítes ou até pantoftalmias. Perda da visão em estágio extremo. DIAGNÓSTICO Teníase pesquisa de proglotes ou ovos nas fezes, pelos métodos de rotina ou fita gomada (Graham) Para diferenciar as espécies deve-se fazer a tamização do bolo fecal e identificar as proglotes. Cisticercose O diagnóstico é sorológico: Reação de fixação de complemento, hemaglutinação,ELISA CONTROLE: Controle dos abatedoudoros de suínos e bovinos Saneamento básico Tratamento dos humanos Evitar carnes mal cozidas Melhoria no sistema de criação dos animais Enterobius vermicularis - ENTEROBIOSE Este parasito é popularmente conhecido como “oxiúros” . Caracteriza-se clínicamente pelo prurido anal noturno. MORFOLOGIA VERME ADULTO : presença de asas cefálicas na extremidade anterior. Fêmea – 1cm, cauda pontiaguda e longa, e úteros repletos de ovos. Macho- 5mm , cauda recurvada ventralmente com um espículo. OVOS: 50µm, aspecto de D, lado achatado e outro convexo, membrana dupla, lisa e transparente. Apresenta larva no interior CICLO BIOLÓGICO A infecção começa com a ingestão de ovos, no intestino delgado as larvas eclodem e sofrem duas mudas até chegar ao ceco. Transforma-se em vermes adultos. Os vermes copulam, os machos são eliminados junto com as fezes e morrem. As fêmeas migram para o ânus (principalmente a noite). Na região perianal fazem a postura dos ovos ou são rompidas por traumatismos ou ressecamento. TRANSMISSÃO Hetero-infecção: ovos presentes na poeira ou alimentos Auto-infecção externa (ovos levados pelas mãos contaminadas do hospedeiro infectado) Auto infecção interna (eclosão dos ovos no reto) Retroinfecção (larvas eclodem na região perianal, penetram pelo anus e migram pelo intestino grosso até o ceco, evoluido a verme adulto) PATOGENIA Prurido anal ( levando a perda do sono, nervosismo, pode levar a masturbação e erotismo) Nos órgãos enitais femininos podem causar vaginite, metrite, ovarite. DIAGNÓSTICO Pesquisa de ovos na região perianal pelo método de Graham ou fita adesiva. Os métodos de rotina não são úteis no diagnóstico da enterobiose. CONTROLE: Não sacudir as roupas de dormir na cama do hospedeiro infectado Tratamento de toda família qdo há um infectado. Corte rente das unhas, aplicação de pomada mercurial na região perianal ao deitar-se, banho ao levantar, limpeza doméstica com aspirador. Trichuris trichiura – Trichuríase o Trichuris tem distribuição cosmopolita e alta prevalência na população humana, apresentando uma forma típica semelhante a um chicote. MORFOLOGIA OVO: 50µM, formato elíptico, membrana formada por 2 camadas, extremidade posterior com poros salientes (mamelões polares) 1 2 VERME ADULTO Boca sem lábios, esôfago longo, porção anterior fina e posterior (1/3 final) alargado onde localiza-se o aparelho reprodutor 1.Fêmea: maior que o macho, extremidade posterior romba 2.Macho: extremidade posterior recurvada ventralmente apresentando espículo protegido por bainha CICLO BIOLÓGICO CicIo do Trichuris trichiura. a) Machos e femeas no ceco. 1) Eliminar;ao de ovos nas fezes; 2) ovos tomando-se embrionados; 3) ovo infectante contaminando alimentos; ovo segue esôfago e atinge estomago, onde é semidigerido; larva eclode no duodeno e migra para 0 ceco; durante a migrar;ao, sofre tres mudas; cerca de um mês após a infecção, as fêmeas iniciam a postura. TRANSMISSÃO Ingestão de alimentos ou água com ovos larvados de Trichuris PATOLOGIA As lesões estão confinadas ao intestino. Dor abdominal, disenteria, sangramento, prolapso retal (causada pelo esforço na defecação acompanhado de tenesmo), perda de apetite, vômito, esosinofilia, má nutrição. Em infecções maciças pode haver anemia, obstrução do cólon e perfuração intestinal DIAGNÓSTICO Pesquisa de ovos pelos métodos coproparasitologicos de rotina FILARIOSE LINFÁTICA – Wuchereria bancrofti A filariose linfática atinge 120 milhões de infectados, sendo 90% por W. bancrofti e 10% Brugia malayi e Brugia timori (minoria). no Brasil encontramos apenas W. bancrofti. Pernambuco é altamente endêmico destacando-se Olinda e Jaboatão com- 2 - 15 % de prevalência. Não tem animais reservatórios MORFOLOGIA MICROFILÁRIA: 250 -300µm, bainha cuticular lisa, células somáticas VERME ADULTO macho: corpo delgado branco leitoso; 3,5 - 4 cm; extremidade anterior afilada e posterior recurvada; fêmea: delgada branco leitoso, 7 - 10 cm órgãos genitais duplos,exceto a vagina CICLO BIOLÓGICO humanos PERIODICIDADE As microfilárias são encontradas no sangue periférico durante a noite com pico à meia noite, decrescendo no final da madrugada. TRANSMISSÃO Picada do Culex quinquesfasciatus de deposição das larvas L3 na pele lesada, apele estando úmida permite a penetração das larvas MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Agudas: linfangite, linfadenite, febre, mal-estar, funiculite e orquiepidimite Crônicas: linfedema, hidrocele, quilúria e elefantíase A microfilaremia é maior em indivíduos na fase aguda da doença. PATOGENIA AÇÃO MECÂNICA Estase linfática com linfagiectasia Derramamento linfático (edema, ascite, linfocele, linfotórax, quilúria) AÇÃO IRRITATIVA Linfangite Linfadenite EOSINOFILIA PULMONAR TROPICAL: o paciente pode apresentar hiper resposta a antígenos filariais, levando ao aparecimento de abscessos eosinofílicos nos pulmões. Pacientes com alteração pulmonar, elevada IgE total no soro e eosinofilia em área endêmica leva a suspeita de EPT. ELEFANTÍASE - fibrose, hipertrofia do tecido conjuntivo, dilatação dos vasos, edema Linfangite - linfadenite - linfangiectasia - linforragia - linfedema - esclerose da derme - hipertrofia da epiderme - aumento do volume do órgão DIAGNÓSTICO Pesquisa de microfilárias no sangue: esfregaços sanguíneos; filtração, Knott, ultrassonografia : localização de vermes adultos nos vasos linfáticos As microfilárias podemestar ausentes no sangue mas presentes na urina nos casos de quilúria e hematúra causado pelo parasito. Imunológico: pesquisa de anticorpos: tem problema com reações cruzadas e indivíduos curados ou expostos aos antígenos filariais apresentam sorologia positiva pesquisa de antígeno circulante: usa anticorpo monoclonal Og4C3. pode ser feito tanto técnicas de ELISA quanto imunocromatografia em cartão. PROTOZOÁRIOS SANGUÍNEOS E TECIDUAIS DOENÇA DE CHAGAS AENTE ETIOLÓGICO: Trypanosoma cruzi A doença de Chagas é causada por um protozoário da ordem Kinetoplastida da família Trypanosomatidae e gênero Trypanosoma. Foi descrito por Carlos Chagas em 1909 como Trypanosoma cruzi. MORFOLOGIA: MECANISMOS DE TRANSMISSÃO • Transmissão vetorial: o triatomíneo deposita fezes e urina contendo tripomastigotas metacíclicos no local onde realiza repasto sanguíneo. A penetração ocorre em solução de continuidade da pele ou mucosa íntegra • Transfusão sanguínea AMASTIGOTA Intracelular, forma ovóide, núcleo grande, cinetoplasto anterior ao núcleo. Não apresenta flagelo livre. Habita células nucleadas do hospedeiro vertebrado. TRIPOMASTIGOTA Forma extracelular, núcleo central, cinetoplasto na extremidade posterior do corpo. O flagelo forma uma extensa membrana ondulante e torna-se livre na porção anterior do parasita. É a forma infectante. No triatomíneo chama-se tripomastigota metacíclica; Nos hospedeiros vertebrados: tripomastigota sanguíneo EPIMASTIGOTA Forma alongada com cinetoplasto justanuclear e anterior ao núcleo; possui pequena membrana ondulante lateralmente disposta. Habita o tubo digestivo do triatomíneo, onde se divide por divisão binária. • Transmissão congênita: ocorre quando se forma ninhos de amastigotas na placenta • Acidentes de laboratório • Transmissão oral: ingestão de alimentos contaminados com fezes ou urina de barbeiros. A penetração do parasito ocorre através da mucosa íntegra ou lesada. • Transplante de órgãos CICLO EVOLUTIVO PATOLOGIA Formas da doença e sintomas: Descrevem-se na literatura três fases da doença de Chagas, produzida por Trypanosoma cruzi: aguda, indeterminada e crônica. FASE AGUDA: caracterizada por febre, linfadenopatia e hépato-esplenomegalia. Quando a porta de entrada dos tripanosomas é a conjuntiva ocular, pode ocorrer um edema bipalpebral, unilateral, denominado, em homenagem aos pesquisadores que o identificaram inicialmente, "sinal de Romaña-Mazza". Quando o parasita penetra por outros locais da superfície corporal, a lesão produzida recebe o nome de "chagoma de inoculação". Com freqüência, a fase aguda passa despercebida, pois seus sintomas podem confundir-se com os de diversas outras infecções. Entretanto, em alguns pacientes, principalmente crianças ou indivíduos imunodeficientes, quadros meníngeos graves e de insuficiência cardíaca podem estar associados e ocorrer óbito. A gravidade da infecção depende também de outros fatores, entre os quais a virulência do parasita, o tamanho do inóculo e a suscetibilidade do paciente afetado. FASE INDETERMINADA Ciclo do T. cruzi. 1) penetração tripomastigota metacíclica (ou tripomastigota sangüíneo) em uma célula; 2) transformação do tripomastigota em amastigota; 3) essa forma multiplica-se intensamente por divisão binária dentro da célula; 4) rompimento da célula parasitada liberando tripomastigota; 5) forma tripomastigota no sangue circulante que pode penetrar em outra célula (1) ou ser ingerida pelo triatomíneo (6); 6) forma tripomastigota no estômago do triatomíneo; 7) transformação da forma tripomastigota em epimastigota no intestino posterior do inseto; 8) forma epimastigota em multiplicação por divisão binária; 9) forma epimastigota transforma-se em forma tripomastigota metacíclica no reto do inseto; 10) forma tripomastigota metacíclica nas fezes do triatomíneo, apta a penetrar em células do hospedeiro mamífero. Caracteriza-se pela ausência de sintomas e pode durar vários anos. É aceita a idéia de que a maior parte dos chagásicos persiste nessa fase pelo resto de suas vidas. Estes apresentam ninhos de amastigotas nos tecidos e anticorpos específicos. FASE CRÔNICA SINTOMÁTICA Sintomas de comprometimento cardíaco (miocardite grave), com aumento do volume do coração (cardiomegalia) . insuficiência cardíaca congestiva (ICC). O bloqueio do ramo direito do feixe de His é considerado patognomônica da doença de Chagas. A forma digestiva caracteriza-se pelo aumento do diâmetro de regiões do trato digestivo, os "megas": megaesôfago, megacólon, etc. Há, nesta fase, gradativa redução da qualidade de vida e da capacidade de trabalho dos doentes, que passam a necessitar de atenção médica constante. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL : Ao indicar técnicas de diagnóstico laboratorial, devemos levar em consideração, além de suas características de sensibilidade e especificidade, sua adequação a diferentes fases da doença. FASE AGUDA • métodos diretos de esfregaços e gotas espessas de sangues convenientemente corados por meio da técnica de Giemsa ou Leishman. • Cultura de sangue ou material de biópsia em meios como LIT ou NNN • Inoculação do sangue em camundongos jovens • Métodos de concentração: Método de Strout - deixa-se o sangue coagular e retrair o coágulo. Os parasitos concentram-se no soro após retração do coágulo. • Xenodiagnóstico e hemocultura. Este método é altamente sensível, no entanto, pela demora no resultado não é o mais indicado na fase aguda Atualmente, a identificação morfológica dos parasitas por meio de observação visual tende a ser substituída por técnicas moleculares, que permitem revelar a presença de agentes infecciosos (inclusive os da doença de Chagas) mesmo quando presentes no organismo em quantidades extremamente reduzidas. Por exemplo, a reação em cadeia da enzima polimerase (Polymerase Chain Reaction - PCR), permite ampliar frações de moléculas de DNA do parasita, que lhe dão identidade. DIAGNÓSTICO SOROLÓGICO Pesquisa de anticorpos IgM • REAÇÃO DE IMUNOFLUORESCÊNCIA INDIRETA – RIFI • REAÇÃO DE ELISA FASE INDETERMINADA E CRÔNICA SINTOMÁTICA • Pesquisa do Parasito: • XENODIAGNÓSTICO E HEMOCULTURA • PCR DIAGNÓSTICO SOROLÓGICO Pesquisa de anticorpos IgG • Reação de fixação de complemento segundo Guerreiro & Machado. Técnica em desuso ultimamente pela dificuldade de padronização do antígeno. • Reação de hemaglutinação indireta (RHA) • Reação de Imunofluorescência Indireta : os antígenos são homólogos a partir de formas epimastigotas de cultura. • ELISA • Pesquisa de anticorpos antitripomastigotas vivos (AATV) • Lise mediada por complemento (LMCo) Estas duas últimas técnicas utilizam tripomastigotas vivos, o que dificulta sua execução. Considera-se curado o paciente que após terapêutica apresentar negativação parasitológica (xenodiagnóstico, hemocultura, PCR), negativação sorológica convencional (RHA, RIFI, ELISA) e negativação da LMCo e AATV. PROFILAXIA: Os princípios da prevenção da doença de Chagas baseiam-se fundamentalmente em medidas de controle ao barbeiro, dificultando e/ou impedindo a sua proliferação nas residências e em seus arredores. As medidas que devem ser tomadas consistem: o Manter a casa limpa, varrer o chão, limpar atrás dos móveis e dos quadros, expor ao sol os colchões e cobertores onde costuma se esconder os barbeiros; o Retirar ninhos de pássaros dos beirais das casas; o Impedir a permanência de animais e aves dentro da casa. As aves não oferecem perigo, pois nunca apresentam o tripanosoma em seu organismo, mas seu sangue serve de alimento para os barbeiros; o Construir galinheiros, paiol, tulha, chiqueiro, depósito afastados das casas e mantê-los limpos; o Encaminhar insetos suspeitos de serem barbeiros para o serviço de saúde mais próximo. Pessoas sintomáticas – FASE AGUDA Realizar ELISA, IFI e Parasitológico ELISA (+) e IFI para IgM (+) Parasitológico negativo e/ou Parasitológico (+) Tratamento ELISA (+) e ELISA (-) e IFI para IgM (-) IFI para IgM (+) Reavaliar LEISHMANIOSES LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA AGENTES ETIOLÓGICOS NO BRASIL : Leishmania (V) braziliensis L. (V) guyanensis L. (V) lainsoni L. (V) shawi L. (V) naiffi L. (L) amazonensis MORFOLOGIA AMASTIGOTA Intracelular, forma ovóide, núcleo grande, cinetoplasto anterior ao núcleo. Não apresenta flagelo livre. Habita células do sistema monocítico fagocitário PROMASTIGOTA Corpo alongado, núcleo central e cinetoplasto anterior ao núcleo, presença de flagelo livre que se exterioriza na porção anterior do parasito. Habita o tubo digestivo do flebotomíneo. É a forma infectante envolvida na transmissão da leishmaniose pelo vetor. TRANSMISSÃO Inoculação de formas promastigotas por flebotomíneos fêmeas do gênero Lutzomyia CICLO EVOLUTIVO A fêmea do Lutzomyia ao realizar o hematofagismo no hospedeiro vertebrado, inocula formas promastigotas. 2. promastigotas são fagocitadas por células do sistema monocítico fagocitário; 3. promastigotas transformam-se em amastigotas no interior da célula; 4.amastigotas multiplicam-se por divisão binária; 5. rompem os macrófagos e caem no meio para ser fagocitadas por novos macrófagos. O Lutzomyia ao se alimentar de um hospedeiro vertebrado infectado, ingere células contendo amastigotas; no tubo digestivo dos insetos, ocorre a transformação em promastigotas; as promastigotas se dividem e colonizam o tubo digestivo até migrarem para probóscida do inseto. Ao realizar novo repasto sanguíneo estas promastigotas são inoculadas em novo hospedeiro. PATOLOGIA FORMAS CLÍNICAS LEISHMANIOSE CUTÂNEA LOCALIZADA LEISHMANIOSE CUTÂNEO MUCOSA LEISHMANIOSE CUTÃNEO DIFUSA LCL- LEISHMANIOSE CUTÂNEA LOCALIZADA - Forma do hospedeiro resistente. Úlcera única rasa, granulomatosa, centro necrótico e evolução lenta. Parasitos em macrófagos nas bordas da lesão. Cura eventual espontânea em meses ou anos.HTT (HIPERSENSIBILIDADE TARDIA)- Montenegro reativo Linfócitos T- Proliferação a Ag e mitógenos preservada, níveis de IFN-γ e IL-2 mantidos. Quimioterapia eficaz. Pode reicidivar com trauma em outra área do corpo. LCM- LEISHMANIOSE CUTÂNEO MUCOSA -Mucocutânea- forma de hiperreatividade celular HTT- REAÇÃO DE MONTENEGRO - Presente exacerbada. Elevada resposta inflamatória celular Proliferação de linfócitos T: intensa, elevados níveis de IFN-γ e TNF-α� Lesões crônicas, Necróticas, Pouquíssimos parasitos. Lesão agressiva e destrutiva de lenta evolução . Destruição de cartilagem. Quimioterapia. Nesta fase o paciente em geral responde ao tratamento A pesquisa de parasito na lesão é ineficiente devido a escassez destes na lesão. O PCR pode ser uma alternativa ou a Reação de Montenegro LCD- Leishmaniose cutânea difusa- hospedeiro suscetível HTT- Reação de Montenegro negativo Proliferação de linfócitos T a Antígenos de Leishmania inibida Produção de IL-2 e IFN-γ suprimida IL-10 é em alguns pacientes está elevada In vivo: IL-2 e/ou IFN-γ nas lesões acelera a cura e é indicado na resistência à quimioterapia. OBS. Resposta de linfócitos TH1 está relacionado ao estabelecimento de resposta inflamatória e imunidade celular. Resposta de linfócitos TH2 está relacionado à inibição da inflamação, inibição de TH1 e elevada produção de anticorpos. Os anticorpos embora possam opsonizar os parasitos que se encontram fora da célula, não conseguem controlar a infecção, uma vez que o parasitismo é intracelular. Só a resposta TH1 é imprescindível no controle destas infecções. SUSCETÍVEL LCD < TH1 RESISTENTE LCL > TH1 HIPERREATIVO LMC >>> TH1 DIAGNÓSTICO CLÍNICO: deve-se ter atenção ao diagnóstico diferencial com outras patologias como tuberculose cutânea, paracoccidioses, neoplasias, hanseníase, etc. LABORATORIAL: PESQUISA DO PARASITO • Exame direto: o material deve ser coletado sempre nas bordas das lesões. Lesões antigas costumam ser pobres em parasitos. O material de biópsia ou curetagem são colocados em lâminas por aposição e corados por guiemsa ou leishman • Exame histopatológico: pesquisa de amastigotas ou análise do infiltrado inflamatório característico da lesão. • Cultura (NNN , LIT) • Inóculo em animais • Pesquisa de DNA- PCR MÉTODOS IMUNOLÓGICOS • Reação de Montenegro: a resposta de hipersensibilidade tardia é a mais utilizada, exceto na forma cutâneo-difusa, na qual os pacientes são anérgicos. Após tratamento o teste continua positivo durante anos. • RIFI : os testes sorológicos têm sensibilidade elevada mas podem ter reações cruzadas com outros tripanossomídeos (doença de Chagas e Calazar) • ELISA LEISHMANIOSE VISCERAL AGENTE ETIOLÓGICO Leishmania (L.)donovani (Índia) Leishmania (L) infantum / Leishmania (L) chagasi (região do Mar Mediterrâneo; Europa, áfrica, China / América Latina) PORTA DE ENTRADA E DISSEMINAÇÃO PORTA DE ENTRADA: pele e subcutâneo A) Macrófagos da derme e células de Langerhans, entrada silenciosa receptor CR1, CR3 fagossoma è divisão binária simples como amastigotas. B) Reação inflamatória local è aporte de monócitos pouco ativáveis è mais células a serem infectadas (alvo seguro) DISSEMINAÇÃO C) Metastatização- Langerhans → LN regionais→ multiplicação →células mononucleares fagocitárias infectadas na linfa → sangue →disseminação sistêmica para o fígado, baço e outros orgãos. HABITAT: SMF –(sistema monocítico fagocitário ) de ÓRGÃOS LINFÓIDES (Medula óssea .;baço; linfonodos) Fígado, Rins, Intestino CICLO BIOLÓGICO: o mesmo ciclo das tegumentares, exceto que a infecção não fica confinada à derme, visceraliza HOSPEDEIRO INVERTEBRADO: Lutzomyia longipalpis HOSPEDEIRO VERTEBRADO: cães, raposas e homem; alguns roedores TRANSMISSÃO: inoculação de promastigotas por Lutzomyia longipalpis fêmeas SUSCETIBILIDADE À LEISHMANIOSE VISCERAL 70 % RESISTENTES •Imunidade celular estimulada •Reação de Montenegro positiva Produção de IFN-γ NORMAL Produção de IL-2 NORMAL 30 % SUSCETÍVEIS evoluem para a síndrome da leishmaniose visceral (CALAZAR) Perda de peso, febre, hepatoesplenomegalia. Parasitos abundantes na medula óssea, baço e fígado. Neutropenia, anemia e trombocitopenia. Diminuição de albumina e de Complemento (síntese hepática) ANORMALIDADES DO SISTEMA IMUNE NA LEISHMANIOSE VISCERAL 1.resposta imune celular intensamente deprimida com anergia nos pacientes graves IN VIVO: DIMINUIÇÃO ACENTUADA OU AUSÊNCIA DE TESTE DE HIPERSENSIBILIDADE TARDIA ESPECÍFICO PARA LEISHMANIA ( TESTE DE MONTENEGRO) DIMINUIÇÃO DE TESTES GERAIS DE IMUNIDADE CELULAR ( CANDIDINA E PPD) ANORMALIDADES DA RESPOSTA IMUNE HUMORAL COMO A L. donovani PROMOVE A SUA SOBREVIDA E INDUZ SUPRESSÃO ? 1. Não ativa “burst” respiratório ao entrar nos macrófagos 2. Não ativa produção de TNF 3. Bloqueia a produção de IFN-g PELAS CÉLULAS NK 4. Infecta e replica preferencialmente em monócitos jovens recém-emigrados “safe targets” menos ativáveis 5. Supressão mediada parcialmente por IL-10 PATOGENIA: PERÍODO DE INCUBAÇÃO: 2-7 MESES ALTERAÇÕES ESPLÊNICAS ; ESPLENOMEGALIA- hiperplasia e hipertrofia do SMF; ALTERAÇÕES HEPÁTICAS: HEPATOMEGALIA – hiperplasia das células do SMF, infiltrado intraparenquimal de plasmócito, linfócitos; fibrose moderada ALTERAÇÕES MEDULA ÓSSEA a)Hiperplasia histiocitária b)Hipoplasia do setor formador de sangue c)Aplasia Anemia normocítica normocrômica;Leucopenia;Plasmocitose;Trombocitopenia ALTERAÇÕES RENAIS – glomerulonefrite proliferativa (mesangioproliferativas); albuminúria ALTERAÇÕES PULMONARES – Pneumonite intersticial ALTERAÇÕES NOS LINFONODOS – Linfonodos aumentados , ¯ linfócitos. T diminuídos e aumento de -plasmócitos COMPLICAÇÕES: pneumonia, tuberculose; otite; gengivite; estomatite e infecções concomitantes DIAGNÓSTICO PESQUISA DO PARASITO • Punção de medula óssea , baço, ou fígado, preparação de esfregaços sanguíneos e coloração por Guiemsa ou Leishman • Semeadura em meio de cultura NNN • PCR MÉTODOS IMUNOLÓGICOS • REAÇÃO DE FIXAÇÃO DO COMPLEMENTO. Reação cruzada com a doença de Chagas, sífilis e blastomicoses. • REAÇÃO DE IMUNOFLUORESCÊNCIA INDIRETA • ELISA MÉTODOS AUXILIARES • ELETROFORESE DAS PROTEÍNAS SÉRICAS: inversão da relação Albumina/Globulina→ aumento das globulinas e diminuição de albumina • SUMÁRIO DE URINA: pode-se observar em pacientes com comprometimento renal pela infecção o aparecimento de albuminúria • HEMOGRAMA: anemia normocítica normocrômica; leucopenia, linfocitose relativa, plaquetopenia; plasmocitose; neutropenia FATORES ECOLÓGICOS DA DISTRIBUIÇÃO • CLIMA Climas equatoriais , tropicais e subtropicais, temperados Umidade elevada ( ocorrem preferencialmente em vales, margens de rios, lagos etc. Maior prevalência após as estações chuvosas • MEIO AMBIENTE Observado em altitudes abaixo de 500 m Áreas rurais ou bairros periféricos com características similares Habitações próximas às matas + animais domésticos PLANEJAMENTO E ESTUDOS PRELIMINARES - CONTROLE • Levantamento das áreas endêmicas e a prevalência da doença na população humana • Inquéritos sorológicos em cães • Estudo da fauna flebotomica da região para conhecer a frequência da espécie vetora, dentro e fora das casas • Estudo sobre os reservatórios silvestres • Recrutamento e formação adequada do pessoal • COMBATE AOS FLEBOTOMÍNEOS Uso de inseticidas nas casas (DTT) • Construção de casas longe de matas ou desmatamento em torno dos povoados + utilização de inseticidas • Telas (tramas finas) e mosqueteiros • TRATAMENTO DOS DOENTES • ELIMINAÇÃO DOS CÃES INFECTADOS MALÁRIA Espécies: P. falciparum, P. malariae, P. vivax, P. ovale 300-500 milhões de infectados 1,5 milhões de mortes 500 mil - Brasil Transmitido pelo Anopheles CICLO EVOLUTIVO Ciclo do Plasmodium: No homem: esporozoitos infectantes são inoculados no homem pelo inseto vetor (1), permanecendo na circulação por pouco tempo. Após invadir o hepatócito, os esporozoitos se diferenciam em trofozoitos pré-eritrociticos (2) que se multiplicam por reprodução assexuada do tipo esquizogonia, dando origem aos esquizontes teciduais (3) e posteriormente a milhares de merozoitos (4) que invadirão os eritrócitos. Após invadir os eritrócitos, estes transformando-se em trofozoitos jovens (5) e posteriormente em trofozoitos maduros (6). O desenvolvimento intra- eritrocitico do parasito se dá por esquizogonia, com conseqüente formação de esquizontes (7 e 8) dando origem aos merozoitos (9) que invadirão novos eritrócitos. Depois de algumas gerações de merozoitos sangüineos, ocorre a diferenciação em estágios sexuados, os gametócitos (10). No vetor: somente os gametócitos serão capazes de evoluir no inseto, dando origem ao ciclo sexuado ou esporogônico. O gametócito masculino, por um processo denominado exflagelação, dá origem a oito microgametas (11) e o gametócito feminino transforma-se em macrogameta (12). Cada microgameta fecundará um macrogameta, formando o ovo ou zigoto que é móvel e atinge a parede do intestino médio, se encistando na camada epitelial do órgão, passando a ser chamado oocisto (13). Inicia-se então o processo de divisão esporogônica e, após a ruptura da parede do oocisto, os esporozoitos formados são liberados e atingirão as células das glândulas salivares do mosquito (14). (Desenho de Andrea Alves de Azevedo, monitora de parasitologia da Faculdade de Medicina da UFMG-1999.) RESISTÊNCIA INATA Fatores genéticos : ausência doe antígeno sanguíneo Duffy (FyFy) - resistência ao P. vivax Anemia falciforme - resistência ao P. falciparum - baixo nível de K+ leva o parasito à morte Deficiência de glicose-6-fosfato-desidrogenase - formação de metemoglobina- tóxica para o Plasmodium PATOGENIA • DESTRUIÇÃO DE ERITRÓCITOS PARASITADOS ANEMIA - destruição de eritrócitos não parasitados, auto-anticorpos e diminuição de produção de eritrócitos pela M.O. • SEQUESTRO DOS ERITRÓCITOS PARASITADOS NA REDE CAPILAR Citoaderência endotelial e formação de rosetas - obstrução da microcirculação - redução do fluxo de oxigênio - acidose láctica (órgãos-alvo:cérebro, rins e fígado) • LESÃO CAPILAR POR DEPOSIÇÃO DE IMUNOCOMPLEXOS • TOXICIDADE RESULTANTE DA LIBERAÇÃO DE CITOCINAS FEBRE: resultado da liberação de pirogênio endógeno pelos monócitos e macrófagos.Indução de citocinas inflamatórias (IL-1, IL6, IL-8 e TNFα) estão associadas aos sintomas de mal estar e febre. TNF - Lesão endoltelial (extravasamento de líquido p/ espaço intersticial dos alvéolos e glomérulos); inibição da gliconeogênese (hipoglicemia); elevação de NO. QUADRO CLÍNICO 12 dias P. falciparum 13-17 dias P. vivax 28-30 dias P. malariae Mal estar, cefaléia, cansaço, mialgia Acesso malárico: - calfrio e sudorese, febre Malária grave : adultos não imunes, crianças e gestantes podem apresentar infecções graves ou mesmo fatal no caso de P. falciparum. Formas clínicas: malária cerebral, insuficiência renal aguda, edema pulmonar, hipoglicemia, icterícia, hemoglobinúria DIAGNÓSTICO Gota espessa ou esfregaço sanguíneo corado por Giemsa, azul de metileno + = 1 parasito/campo ++ = 2-20 /campo +++ = 21-200/campo ++++ = Mais de 200 / campo Trofozoítos e gametócitos - P. falciparum Todos os estágios - P. malariae e P. vivax QBC ( quantitative buffy coat) – concentação e coloração do DNA e RNA do parasito por laranja de acridina ParaSight-F e ICT Malaria Pf - fita de nitrocelulose com anticorpo anti-PfHRP2 (proteína 2 rica em histidina P. falciparum) + gota de sangue lisado com detergente → anticorpo anti-HRP2 conjugado hipossomas e corante suforodamine B ParaSight-F+V e ICT Malaria Pf/Pv - P. falciparum + P. vivax CONTROLE Proteção individual;Quimioprofilaxia ?;Combate ao vetor;Saneamento Básico;Vacinação; TOXOPLASMOSE AGENTE ETIOLÓGICO. Toxoplasma gondii Doença Cosmopolita – 90% dos adultos tem sorologia positiva para Toxoplasmose Brasil – distribuição regional: Norte 75% Nordeste 50% Centro-Oeste 54% Sudeste 42% Sul 80% Em Pernambuco estima-se uma prevalência de 70% MORFOLOGIA TAQUIZOÍTO Forma de banana ou meia-lua, extremidade afilada e a outra arredondada, mede 2 x 6 µm, núcleo central. Forma móvel de multiplicação rápida. Presente na fase ativa da infecção CISTOS COM BRADIZOÍTOS Parede do cisto é resistente e elástica, tamanho variado podendo atingir 200µm. Os bradizoítos ficam no interior, tem multiplicação lenta, morfologicamente similar ao taquizoíto. Encontrado na fase crônica da infecção OOCISTO Forma de resistência CICLO EVOLUTIVO 1. Gatos e outros felídeos são hospedeiros completos e quando infectados, eliminam oocistos nas fezes. 2. qualquer animal ingerindo estes oocistos adquire a infecção. 3.Os esporozoítos penetram nas células do epitélio intestinal, os taquizoítos multiplicam-se por endodiogenia, rompem as células e os taquizoítos livres infectam novas células. A disseminação ocorre via sangue ou linfa. Com o aparecimento da imunidade há o desaparecimento dos taquizoítos e formação dos cistos nos tecidos. Os humanos adquirem a infecção ingerindo oocistos, taquizoítos ou cistos em alimentos contaminados além de outros mecanismos. 2. Nos felinos ocorre a fase coccidiana : os esporozoítos, taquizoítos ou bradizoítos se transformam no epitélio intestinal, após multiplicação, em merozoítos. Os merozi´tos infectam novas células intestinais→alguns transformam-se em micro e macrogametas, que darão origem ao zigoto ou ovo→ este evoluí dentro da célula dando origem a uma parede externa dupla → oocisto MECANISMOS DE ESCAPE DA RESPOSTA IMUNE PELO Toxoplasma gondii • Adesão do parasita à membrana celular através do MICRONEMA • Invasão/Internalização pela secreção das ROPTRIAS- (formação do vacuólo parasitóforo sem a fusão com vesículas lisossomais) Toxoplasma gondii inibe fusão do vacúolo fagocitário com lisossomas no macrófago não ativado • Vacuólos proporcionam crescimento do parasita (APICOPLASTO- Biossíntese de ácidos graxos e aminoácidos (GRÂNULOS DENSOS - Metabolismo parasitário) • Revestimento com LAMINA (proteína da matriz extracelular), cuja ligação com integrina das superfícies celulares não ativa fagocitose PAPEL DOS ANTICORPOS NO CONTROLE DA INFECÇÃO PELO T. gondii 1. Taquizoitas opsonizados por anticorpo perdem a capacidade de inibir fusão lisossoma-fagossoma 2. Anticorpos revestem o parasito e promovem a sua captação preferencial por macrófagos onde serão destruídos, isto é “desviam” o parasitismo de células não fagocíticas para células fagocíticas MANUTENÇÃO DO ESTADO DE EQUILÍBRIO PARASITO-HOSPEDEIRO Para se proteger os toxoplasmas se encistam nos tecidos em células que não sofre ação dos linfócitos T CD4+ e CD8+. As células contendo os cistos apresentam baixa expressão de moléculas de histocompatibilidade (MHC classe I e MHC classe II), necessárias para interação com os linfócitos PATOLOGIA TOXOPLASMOSE CONGÊNITA Alterações conforme o período gestacional 1° trimestre de gestação - aborto 2º trimestre de gestação - aborto / nascimento prematuro. Síndrome ou ´Tétrade de Sabin 3° trimestre de gestação - “nascimento normal”. a criança pode apresentar sintomas após o nascimento, como comprometimento ganglionar generalizado, hepatoesplenomegalia, edema, miocardite, anemia, trombocitopenia e lesões oculares (patognomônicas). Algumas vezes a doença só se instala na fase adulta como toxoplasmose ocular. Síndrome ou Tétrade de Sabin: Corrioretinite 90% dos casos; Calcificações cerebrais 69% dos casos; Perturbações neurológicas 60% dos casos; Alterações do volume craniano 50% dos casos; TOXOPLASMOSE NO ADULTO • Ganglionar ou febril aguda: comprometimento ganglionar, generalizado ou não com febre alta, curso crônico e benigno. • Ocular: responsável por cerca de 60% dos casos de retinocoroidite, podendo levar o paciente a cegueira total ou parcial • Cutânea ou exantemática: lesões generalizadas na pele, raramente encontrada. • Cerebral ou meningoencefálica: rara, freqüente em indivíduos imunodeprimidos. DIAGNÓSTICO DEMONSTRAÇÃO DO PARASITO Pesquisa do Parasito: possível na fase aguda em exsudato, licor, sangue, leite, saliva. Pode-se fazer biópsia de gânglios, pele, fígado, baço. O material é corado por guiemsa; hematoxilina-eosina Cultura do Parasito; PCR Inoculação em camundongos Sorológicos: 1. Reação de Sabin Feldman; Teste do corante ou Reação de Sabin- Feldman (1948) Suspensão de parasitas vivos (exsudato peritoneal de camundongos)+Soro humano normal (livre de toxoplasma)+Corante azul-de-metileno Soro do paciente (diluições seriadas em solução salina 0,85%) Incuba-se em tubo de ensaio a amostra + exsudato--soro humano Adiciona-se o corante e deposita-se uma gota de cada tubo em lâmina e observa-se a presença de parasitos corados e não-corados Alta sensibilidade Necessidade do parasito vivo Consumo de tempo 2. Reação de fixação do complemento; 3. Reação intradérmica ou toxoplasmina; 4. Reação de Imunofluorescência indireta; 5. Hemaglutinação; Não identifica o isótipo IgM ou IgG Competição pelos determinantes antigêncios; Não detecta IgG de baixa avidez, com pouco poder aglutinante. 6. ELISA; 7. Imunoblot 8. Avidez Teste ELISA modificado (ELISA-Uréia) Avaliação da maior ou menor facilidade de dissociação da ligação antígeno-anticorpo Teste ELISA-IgG Etapa de ligação antígeno-anticorpo Lavagem com solução caotrópica de Uréia 6M Prossegue-se a reação pela adição do anticorpo conjugado à enzima e o substrato Baixa avidez: Acentuada diminuição do título em relação ao título original sem tratamento com Uréia Título após uréia / Título original X 100 Na fase aguda há formação de anticorpos IgG de baixa avidez, portanto este constitui importante critério para diferenciação de infecção passada ou recente. INERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS Toxoplasmose Congênita • Título de IgG do recém-nascido, maior que a mãe em duas diluições; • Elevação do título de IgG do recém-nascido em testes sucessivos; • Persistência de reação positiva no lactente após cinco meses; • Identificação de anticorpos IgM. Toxoplasmose no Adulto Imunocompetente: • Sorologia: IgG, IgM e IgA, + AVIDEZ • Avidez. → IgG de alta avidez – infecção passada → IgG de baixa avidez – infecção recente Imunodeprimido: • PCR, • “sorologia”,: os níveis de anticorpos nos imunodeprimidos são baixos, logo nem sempre é possível a sorologia destes pacientes • “radiologia TOXOPLASMOSE OCULAR A sorologia é feita com o humor aquoso e no soro do paciente. Se a alteração ocular for pelo Toxoplasma há mais de 30 dias, a concentração de anticorpos no humor ocular deve ser maior. Ausência de infecção IgG negativa IgM negativa Infecção passada IgG positiva IgM negativa IgA = positiva IgE = postiva Infecção aguda IgA = negativa IgE = negativa Falso positivo IgG negativa IgM positiva Colher nova amostra após uma semana IgG negativa IgM positiva Avidez < 30% infecção aguda Avidez > 30% e < 60% Indeterminado Avidez > 60% Infecção passada Teste de avidez IgG positiva IgM positiva Imunocompetente e Gestantes ORGANOGRAMA: PROFa. Dra. SILVANA FERREIRA DA SILVA (UPE) Parasitológico do sangue venoso PCR 1ª semana até 1 mês após o parto IgM: teste de captura IgA: ELISA A partir da 2ª semana após o parto Reação positiva após cinco meses Elevação do título em testes sucessivos Título, maior que a mãe em duas diluições IgG Recém-nascido Isolamento do parasita em cultura de células Reações imunológicas em liq. orgânicos (LCR) PCR Imunohistoquímica Imunocomprometido REFERÊNCIAS Reni Walter & Claúdia R. Barra. Microbiologia, Imunologia e Parasitologia. Editora Século XXI .Cuiritiba - PR, 2001 Markell & Voge. Parasitologia Médica – 8ª edição– Rio de Janeiro – RJ Editora Guanabara Koogan S.A, 2002 NEVES, David Pereira. Parasitologia Humana. 11a ed. São Paulo: Atheneu, 2004. REY, L Bases da Parasitologia Médica 2ª edição Editora Guanabara Koogan , 2002 • FIGURAS NEVES, David Pereira. Parasitologia Humana. 11a ed. São Paulo: Atheneu, 2004. REY, L Bases da Parasitologia Médica 2ª edição Editora Guanabara Koogan , 2002
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