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EXAME FÍSICO GERAL ESTADO GERAL Avaliação subjetiva do que aparenta o paciente em sua totalidade. Classificação: • Bom estado geral (BEG) • Regular estado geral (REG) • Mau estado geral (MEG) NÍVEL E CONTEÚDO DE CONSCIÊNCIA Avaliação do comportamento do paciente durante todo o atendimento. Leva em conta cognição e orientação no tempo e no espaço. NÍVEL – CLASSIFICAÇÃO: • Alerta/vígil: acordado, com respostas adequadas • Sonolento: acorda ao chamado, respostas adequadas • Obnulado: sonolência profunda, só responde a voz alta e estímulo moderado • Torporoso/Letárgico: só responde a estímulos dolorosos • Coma: paciente não responde a estímulos. Quando há algum grau de perda de consciência, quantifica-se pela escala de Glasglow, que avalia a abertura ocular e as respostas verbal e motora. Nessa escala, o paciente pode pontuar de 3 a 15 pontos. 13 – 15: bom estado de consciência 9 – 12: moderado estado de consciência Menor ou igual a 8 = risco neurológico. Por exemplo, o paciente corre risco de broncoaspiração. Existe, nesse caso, indicação de intubação. CONTEÚDO – CLASSIFICAÇÃO: Através de perguntas como “que dia é hoje?”, “onde vc está?” • LOTE • Desorientado no tempo e no espaço CARACTERÍSTICAS DE FÁSCIES Avaliação dos traços faciais e da expressão fisionômica. • Fáscies atípicas: normal, sem traços de uma doença específica • Fáscies hipocrática: pacientes terminais. Olhos fundos, parados e inexpressivos, afilamento do nariz e lábios adelgados, rosto suado e pálido, lábio cianótico. • Fáscies renal: edema periorbital matinal e palidez cutânea (devido a anemia). • Fáscies Leonina: Hanseníase. Pele espessa, nariz espesso e largo, aparecimento de nódulos que deformam o rosto nas bochechas e na região mentual, pelos caem. • Fáscies adenoideana: Pessoas muito alérgicas, crianças com hipertrofia de adenoide, palato ogival. Nariz pequeno, boca entreaberta. • Fáscies parkinsoniana: Doença de Parkinson. Cabeça inclinada p/ frente e imóvel nessa posição. Expressão de espanto, pele oleosa. • Fáscies Basedowniana: Hipertireoidismo (Basedow- graves). Exoftalmia, rosto emagrecido com aspecto de espanto e ansiedade. Pode haver bócio. • Fáscies Mixedematosa: Hipotireoidismo. Rosto arredondado, nariz e lábios grossos, pele seca, espeçada e com acentuação dos sulcos. Supercílios escassos e sem brilho. Expressão de desanimo. • Fáscies Acromegálica: distúrbio de GH, principalmente tumor. Proeminência das maçãs do rosto, maior desenvolvimento do maxilar inferior, aumento do nariz, lábios e orelhas. Olhos parecem pequenos. As epífises já fecharam, mas o aumento de GH faz crescer extremidades distais. A mudança é lenta. Pedir foto antiga, perguntar de aliança ou tamanho do sapato. • Fáscies Cushingoide (em lua cheia): Distúrbios da suprarrenal (Cushing e uso prolongado de corticoides). Rosto arredondado, atenuação dos traços faciais, bochechas avermelhadas e acne. Doença da hipófise ou da adenoide. Se for exógeno, lembrar que asmático por exemplo PRESCISA de corticoide. • Fáscies Mongoloide: síndrome de down. Olhos oblíquos e distantes um do outro. Rosto redondo. Boca entreaberta (macroglossia) com expressão fisionômica completa de idiota. • Fáscies da paralisia facial periférica: assimetria da face com impossibilidade de fechar as pálpebras. Repuxamento da boca e apagamento do sulco nasolabial. • Fáscies miastênica (de Hutchinson): Miastenia. Ptose palpebral bilateral que obriga o pct a franzir a testa e levantar a cabeça. • Fáscies etílica: olhos avermelhados, ruborização facial, hálito etílico, voz pastosa. • Fáscies esclerodérmica (De múmia): pele endurecida e aderente, repuxamento dos lábios, afilamento do nariz, fisionomia inexpressiva, parada, imutável. ATITUDE Posição adotada pelo paciente no leito ou fora dele. Pode ser voluntária (por comodidade, hábito ou posição antálgica) ou involuntária. Anna Laura Lima Delphino POSIÇÕES VOLUNTÁRIAS • Ortopneica: Insuficiência cardíaca, asma brônquica, DPOC, ascites volumosas. Para aliviar a falta de ar, o pct senta à beira do leito com os pés no chão e as mãos no colchão. • Genupeitoral: derrame pericárdico. De joelhos com o tronco fletido sobre as coxas, com o peito em contato com o solo. O rosto descansa sobre as mãos. Facilita o enchimento do coração. • Cócoras: crianças com cardiopatia congênita cianótica, diminui o retorno venoso e alivia a hipóxia. • Parkinsoniana: semiflexão da cabeça, tronco e membros inferiores. Marcha a passos curtos arrastando os pés. Tremor de repouso e dificuldade de iniciar movimentos. • Decúbito lateral: Dor pleurítica. O pct prefere ficar de lado sobre o lado da dor. Reduz a movimentação dos folhetos pleurais. • Decúbito dorsal: processos inflamatórios pelviperitoneais. Deitado dorsalmente com as pernas fletidas sobre as coxas. • Decúbito ventral: cólicas intestinais intensas. POSIÇÕES INVOLUNTÁRIAS • Passiva: Pacientes em coma. Fica na posição que coloca ele. • Opistótono: Meningite e tétano. Contratura da musculatura lombar. • Posição em gatilho: Meningite e irritações meníngeas. Hiperextensão da cabeça, flexão das pernas e encurvamento do tronco. PELE, MUCOSA E FÂNEROS COLORAÇÃO Locais de exame: conjuntiva e mucosa oral. Deve-se considerar nuances. Alterações podem ser locais. • Corado: NORMAL • Descorado: Palidez. Classifica em ++++. Palidez generalizada: diminuição de hemácias circulantes, que pode ser por VC generalizada ou anemia, diminuição real de hemácias. Palidez localizada: isquemia. • Vermelhidão/eritrose: paciente mais vermelho que o comum. Eritrose generalizada: VD generalizada, policitemias Eritrose localizada: fenômeno vasomotor ou inflamação localizada • Cianose: Olhar a unha. Se estiver azulada, o sangue pode estar rico em hemoglobina sem oxigênio. Distinguir central, periférica ou mista. • Icterícia: olhar parte superior da esclera. O normal é anictérico. Se estiver amarelado, classificar em ++++. • Albinismo: coloração branco-leite da pele, síntese defeituosa de melanina. GRAU DE HIDRATAÇÃO Locais de exame: mucosa oral e língua. Turgor da pele. Classifica em ++++. Sinais de desidratação: sede, perda de peso pele seca com elasticidade e turgor diminuídos, mucosas secas, olhos afundados, fontanelas deprimidas em crianças, excitação psíquica ou abatimento, oligúria, urina concentrada e aumento da frequência cardíaca (Devido a hipovolemia). LINFONODOS Principais para avaliação: cervical, submandibular, submental, tonsilar, periauricular, axilar, supra clavicular e inguinal. O normal é ausência de linfonodos palpáveis. Quando palpáveis, analisar: localização, tamanho, consistência, mobilidade, sensibilidade ao toque, sinais flogisticos e tempo de evolução (agudo – dias / subagudo – semanas / crônico – meses) Linfonodos inflamatórios Linfonodos neoplásicos Evolução rápida Evolução insidiosa Sinais flogísticos (dor, calor e hiperemia) Sem inflamação aguda, indolor Múltiplos desde o inicio Únicos na fase inicial Superfície regular, lisa Superfície irregular Elásticos Endurecidos < 2cm >2cm Móveis Aderidos a planos profundos EXAME FÍSICO QUANTITATIVO SINAIS VITAIS • PA: Normotenso = >90x60mmHg e <130x85mmHg • Pulso: normal – entre 60 e 100 bpm • FR: normal – entre 12 e 20 iRpm • Temperatura: hipotermia, afebril, febril e o valor encontrado. PESO/ ALTURA/IMC IMC <20: baixo peso IMC entre 20 e 24,9:normal IMC entre 25 e 29,9: sobrepeso IMC entre 30 e 39,9: obesidade IMC >40: obesidade mórbida CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL Indicador de gordura visceral e risco de síndrome metabólica. Homem: até 102cm Mulher: até 88cm Relação cintura quadril no homem é até 0,9 e na mulher até 0,8. SEMIOLOGIA CARDÍACA CICLO CARDÍACO Sangue oxigenado no VE → artéria aorta → circulação sistêmica → uso do oxigênio pelos tecidos → sangue desoxigenado → veias cavas → átrio direito → ventrículo direito → artéria pulmonar → hematose no pulmão → veias pulmonares → AE → Sangue oxigenado no VE ❖ Diástole: relaxamento (musculo polarizado) → enchimento ❖ Sístole: contração (musculo despolarizado) → esvaziamento ❖ O ciclo cardíaco é considerado o intervalo entre um batimento cardíaco completo, até que um novo batimento ocorra. ❖ Tum – 1ª bulha cardíaca (b1): formado pelo fechamento das valvas AV ❖ Tá – 2ª bulha (b2): fechamento das valvas semilunares Pode-se começar a analisar o ciclo cardíaco a partir de qualquer ponto, afinal, ele se repete. Analisando a partir do momento de sístole ventricular: 1) Ventrículos cheios de sangue → sístole ventricular A pressão de contração miocárdica faz com que as valvas AV se fechem (mecanismo antirrefluxo): B1 – TUM!! A sístole ventricular se divide em 3 fases: 1. Fase de contração isovolumétrica: as valvas AV se fecharam e as semilunares ainda não se abriram – o volume sanguíneo ventricular continua o mesmo enquanto a pressão aumenta – momento de silêncio 2. Fase de ejeção cardíaca: quando a pressão ultrapassa 8mmHg no VD e 80mmHg no VE as valvas semilunares se abrem e permitem a saída de +/- 60% sangue que estava represado nos ventrículos. Essa fase tem 2 partes: ✓ Ejeção rápida: ejeção de cerca de 70% desses 60% de sg ejetado ✓ Ejeção lenta: ejeção do sangue restante 3. Fase de relaxamento isovolumétrico: A contração acaba e o relaxamento do musculo cardíaco ventricular faz com que a pressão no ventrículo passe a ser menor que a pressão da artéria que está recebendo o sangue, o que causa o fechamento das valvas semilunares (mecanismo antirrefluxo): B2 – TÁ!! 2) A pressão se torna progressivamente menor no interior dos ventrículos, enquanto está chegando sangue nos átrios (diástole atrial), onde ocorre aumento da pressão 3) Abertura das valvas AV → enchimento dos ventrículos (diástole ventricular) A diástole ventricular se divide em: 1. Fase de enchimento rápido: a abertura das valvas AV permite o desabamento de todo o sangue acumulado nos átrios até então. Corresponde a passagem +-70% do volume sanguíneo no 1º terço do tempo 2. Fase de enchimento lento: passagem do sangue que continua chegando no átrio nesse meio tempo, corresponde a +- 10% do volume sanguíneo, que passa no segundo terço; 3. Sístole atrial: a despolarização do musculo cardíaco dos átrios causa a contração da musculatura, causando a passagem dos 20% do volume sanguíneo restantes no ultimo terço do enchimento 4) Os ventrículos voltam a estar cheios de sangue → sístole ventricular CONCEITOS IMPORTANTE S ❖ Volume diastólico final: volume total de sangue no ventrículo após a diástole ventricular (+-120ml) ❖ Débito sistólico: volume de sangue ejetado para o corpo durante a sístole (+-70ml) ❖ Volume sistólico final: volume de sangue que sobra em cada ventrículo dps da sístole (+-50ml) ❖ Fração de ejeção: porcentagem do sangue do ventrículo ejetada (+-60%) ❖ Pré carga: máxima pressão na parede do ventrículo cheio de sangue – mt influenciada pelo retorno venoso ❖ Pós carga: carga contra qual o musculo cardíaco ventricular exerce sua força contrátil de ejeção – mt influenciada pela RVP. Quanto maior a PA, maior a pós carga. OBS: durante o aumento da FC (Ex. exercício físico) o ciclo cardíaco fica mais curto. A duração do potencial de ação e do período de contração (sístole) diminuem, e a diástole diminui muito mais que a sístole. Na FC normal, a sístole equivale a +- 40% do tempo. Em FCs muito elevadas, o coração não permanece em diástole tempo o suficiente para permitir seu enchimento antes da sístole → volume sistólico final e debito sistólico são baixos, mas fração de ejeção é normal. CURVA DE PRESSÃO AÓRTICA Sístole ventricular → entrada de sangue nas artérias → aumento da PA (+-120mmHg – pressão arterial sistólica). Fim da sístole ventricular → fechamento da valva aórtica → diminuição da pressão arterial durante a diástole (+-80mmHg – pressão arterial diastólica) EXCITAÇÃO RÍTMICA DO CORAÇÃO O musculo cardíaco funciona como um sincício. As células miocárdicas são interligadas por gap junctions, e são capazes de conduzir e transmitir os impulsos para as células vizinhas rapidamente. Além disso, as fibras cardíacas são capazes de gerar estimulo espontaneamente, sem necessidade de inervação extrínseca. O potencial de ação é gerado no NÓ SINUSAL → parede atrial → feixe atrioventricular (Retardo de até 0,1s na transmissão do impulso → fibras de purkinje nos ventrículos) ELETROCARDIOGRAMA (ECG) O ECG é a representação gráfica do fenómeno elétrico do coração de acordo com um ponto de observação (derivação). As derivações são geradas pelo posicionamento de elétrodos em posições específicas. No ECG normal, são geradas 12 derivações: • Derivações unipolares dos membros: AVR. AVL e AVF • Derivações bipolares dos membros: D1, D2 e D3 • Derivações torácicas (precordiais): D2 – é a derivação que está no eixo elétrico cardíaco (bem de frente pro impulso cardíaco) – é a mais fidedigna. As outras derivações são usadas p ver outros pontos do coração. Em D2, o traçado normal do ECG é: Quando o impulso elétrico se aproxima de D2, a onda é positiva; quando se afasta, é negativa; quando é isoelétrica, o galvanômetro fica reto. Portanto: ❖ Onda P: gerada pela despolarização atrial. Em D2: baixa amplitude (max. 2,5mm), sempre positiva e de curta duração (max 0,1s). ❖ Complexo QRS: gerado pela despolarização ventricular. Em D2: alta amplitude, curta duração (0,06 a 0,11s) ❖ Onda T: gerada pela repolarização ventricular. ❖ Segmento ST: intervalo entre o fim da despolarização do ventrículo até o início da repolarização. Normalmente é isoelétrico. Desnivelamentos maiores que 1,5mm indicam distúrbios de repolarização, hipertrofia ventricular ou alterações isquémicas (IAM). ANÁLISE DO RITMO ❖ Ritmo regular: a distância entre os intervalos QRS (sístoles) são iguais; cada um dos ciclos repetidos dura o mesmo tempo que o precedente. ❖ Ritmo irregular: irregularidade entre a distância dos intervalos QRS ANÁLISE DA FREQUÊNCIA FC>100 bpm com ritmo normal: taquicardia sinusal (taquicardia que se origina no nó SA) FC<60bpm com ritmo normal: bradicardia sinusal → embora os complexos estejam bastante separados, as ondas P, QRS e T permanecem próximas – pausas mais longas entre os ciclos ❖ Quando o ritmo é regular: Escolher uma onda R → a partir da próxima linha mais escura do quadriculado, contar 30 – 150 – 100 – 75 – 60 – 50. A linha mais escura onde a próxima onda R cair, determina a frequência. OBS: 1 quadradão = 5 quadradinhos. 1 quadradinho = 1mm= 0,04s. 1 quadradão = 0,2s. ❖ Quando o ritmo é irregular: No “QRS” em 30 quadradões X 10 = FC Na parte de cima do traçado eletrocardiográfico, há pequenas marcas verticais que dão intervalos de 3 segundos – cada um tem 15 quadradões. Contar o número de QRS em 6 segundos (30 quadradões) e multiplicar por 10 (6 segundos x 10 = 1 minuto) No caso da imagem acima: 8 QRS em 6 segundos → ±80bpm ONDA P SINUSAL X ONDA P NÃO SINUSAL A onda P, gerada pela despolarização atrial, é geralmente positiva em V1, V2 e V3 (pode ser bifásica em V1 e V2 e negativa em V1). Em V4, V5, v6, D1, D2 e aVF é sempre positiva e em AVR é sempre negativa. FIBRILAÇÃO ATRIAL: múltiplos focos de despolarização atrial com pequenas ondas em todas as direções → as ondas P possuem polaridades opostas e se anulam eletricamente. No EC, frequentemente, não se vê as ondas P, ou apenas aparece um registro ondulado, fino, de voltagem muito baixa e alta frequência. O complexo QRS é normal, porém com ritmo irregular. ANÁLISE DO COMPLEXO QRS Gerado pela despolarização ventricular. Em condições normais, a direção da onda QRS é da base do ventrículo para o ápice. Em D1 e D2 sempre positiva e em aVR sempre negativa. ANÁLISE DO SEGMENTO ST Representa o tempo que decorre do fim da despolarização ventricular até o começo da repolarização. E condições normais, o segmento ST é isoelétrico (apesar de poder ter pequenos desnivelamentos – menores que 1mm). ❖ Supradesnivelamento de ST: indica, na maioria das vezes, uma isquemia – IAM (também pode estar relacionado a distúrbio de despolarização ou a hipertrofia ventricular). Para se caracterizar IAM deve-se ter, no mínimo, 2 supradesnivelamentos sequenciais com amplitude considerável (mais de 2 quadradinhos). ❖ Infradesnivelamento de ST: pode estar tb relacionado com quadro isquémico, porém de menor gravidade. ANÁLISE DA ONDA T Gerada pela repolarização ventricular. Fisiologicamente arredondada, assimétrica, com ramo ascendente lento e descendente rápido. Dura cerca de 0,15s. É positiva em D1, D2 e D3, assim como o QRS. ❖ Onda T invertida: Indica condução lentificada no VE → a despolarização e a repolarização no VD acontecem antes do que no VE e a onda T fica desviada para a direita, oposta ao eixo elétrico médio do QRS. ❖ Onda T apiculada: característica de hipercalemia ❖ Onda T simétrica: isquemia aguda ALTERAÇÕES EELTROCARDIOGRÁFICAS MAIS COMUNS ❖ FIBRILAÇÃO ATRIAL (FA) a atividade do nó SA é substituída por estímulos difusos oriundos da musculatura atrial. Vários pontos do átrio se contraem ao mesmo tempo com frequência muito alta. A FC fica entre 125 e 150 bpm. No ecg: não há onda P identificável (as múltiplas ondas P tem sentidos opostos e se neutralizam). Pode haver um registro ondulado de pequena amplitude (“ondas f”). o complexo QRS-T é normal, porém com sequencia temporal irregular e alta frequência. Pulso: alternante com amplitude variável. Quanto maior a FC menor a amplitude do pulso, podendo haver deficit de pulso em casos de FC muito alta. O nó AV é estimulado de forma irregular, de modo que a resposta ventricular é, em geral, irregular, o que justifica a irregularidade do pulso. ❖ EXTRA-SÍSTOLE (contração prematura): são sístoles extras, que resultam da descarga prematura de vários focos ectópicos, que surgem mais cedo que o habitual no ciclo. Possíveis causas de focos ectópicos: áreas localizadas de isquemia, áreas de calcificação em pontos distintos do miocárdio, irritação tóxica por nicotina ou cafeína do nó AV/do sistema de purkinje/do miocárdio, cateterização cardíaca. São classificadas conforme a origem do foco ectópico: • Extrassístole supraventricular: atriais (origem no átrio) ou juncionais (origem na junção AV) • Extrassístole ventricular: origem no ventrículo No ECG: aparecem QRS prematuros, anteriores a uma sístole normal. Os QRS são regulares com ritmo sinusal, exceto o QRS extra, que normalmente é seguido por uma pausa compensatória devido ao período refratário do musculo cardíaco. Imagem A: extrassístole ventricular: QRS anómalo e prolongado. Não se observa onda P (não há despolarização atrial – o impulso da extrassístole foi gerado no ventrículo). A onda T é invertida após a extrassístole. ESV geralmente ocorrem em condições tóxicas, isquemias ou em estado pré fibrilação ventricular. Imagem B: extrassístole atrial: QRS de formato típico, onda P encurtada, onda T normal. A estimulação atrial prematura produz uma onda P anormal antes do tempo previsto, que despolariza os ventrículos do mesmo modo que o impulso normal. Assim, o nó AV capta e transmite o impulso exatamente como se fosse uma onda P normal. ESA podem acontecer em atletas ou em condições toxicas (fumo, cafeína, alcoolismo, falta de sono, uso de drogas). OBS: QRS extras agrupados Bigeminismo → uma extrassístole após cada sístole normal Trigeminismo → uma extrassístole após cada 2 sístoles normais Em salva → 3 extrassístoles sucessiva Pulso: variável em ritmo e amplitude. O pulso da extrassístole é bem mais fino que o subsequente, que é amplo devido a pausa compensatória. OBS: o pulso da FA é muito mais irregular que o da extrassístole OBS2: pulso bigeminado: 2 pulsações bem próximas seguidas de um intervalo diastólico longo (pausa compensatória após um batimento normal seguido de uma extrassístole, depois mais duas pulsações e assim sucessivamente) ❖ BLOQUEIO DE RAMO: retardo (incompleto) ou impossibilidade (completo) de condução do estímulo elétrico no ramo direito ou esquerdo do feixe de Hits. No bloqueio de ramo, um ventrículo se despolariza pouco depois do outro, fazendo com que 2 QRS se juntem. O QRS é alargado (3 quadradinhos ou mais – 0,12seg) e observam-se duas ondas R. O BRD é visto na derivação V1 – QRS alargado e deformado (orelhinha de coelho); O BRE é visto na derivação V6 (QRS alargado e deformado, ausência de onda Q e onda T invertida). ❖ BLOQUEIO ATRIOVENTRICULAR: dificuldade ou impossibilidade da condução do estímulo nascido no nó sinusal alcançar os ventrículos. Pode ser causado por isquemia das fibras do nó AV, compressão do feixe AV por tecido cicatricial ou calcificação, estimulação externa do coração pelo nervo vago. • Bloqueio AV de 1º grau: atraso na condução AV (porém, todos os estímulos sinusais chegam ao ventrículo). No ECG, o intervalo PR é prolongado (maior que um quadradão), mas as ondas P são conduzidas com intervalo 1:1 (1 onda P para cada QRS). • Bloqueio AV de 2º grau: os átrios se contraem com frequência maior que os ventrículos (nem todos os estímulos conseguem passar pelo nó AV), assim, existem batimentos falhos nos ventrículos. No ECG, para cada QRS e uma onda T existem duas ondas P. • Bloqueio AV de 3º grau: nenhum estímulo sinusal ultrapassa o nó AV. Assim, existem dois centros de estímulos: o nó sinusal que ativa os átrios e outro centro localizado no nó AV ou no próprio ventrículo que ativa os ventrículos. No ECG a frequência da contração atrial – ondas P – é normal, enquanto a frequência da contração ventricular (os QRS) é mais retardada. Não há nenhuma relação/regularidade entre as ondas P e os QRS. O pulso é lento (30-50bpm) e regular. ❖ SOBRECARGA DE VENTRÍCULO ESQUERDO: crescimento da massa ventricular esquerda e mudança da posição anatómica do coração, normalmente causada por HAS. No ECG: ondas R mais altas nasderivações esquerdas (D1, aVL, v5 e v6) indicando que a depolarização do ventrículo é mais intensa devido a hipertrofia do musculo. As ondas S são negativas e muito profundas nas derivações direitas (V1 e V2) – “espelho”. ❖ SOBRECARGA DE VENTRÍCULO DIREITO: crescimento da massa do ventrículo direito e mudança da posição do coração. As mudanças do ECG só aparecem quando as forças elétricas no VD ultrapassam as do VE (que são fisiologicamente maiores). Causa mais comum: DPOC (aumento da pressão pulmonar e consequente sobrecarga do VD) No ECG: Onda P alta e apiculada (“P pulmonare” > típica onda P no DPOC com repercussão cardíaca). Onda S mais profunda no lado esquerdo, avR muito positivo, aVF negativo, D3 negativo e aVL isoelétrico. ❖ TAQUICARDIA SUPRAVENTRICULAR (TSV): aumento do número de bpm, com frequência superior a 100 bpm (chega a 150 em adultos e 180 em crianças). No ECG: QRS muito próximos um do outro, porém normais, típicos e iguais entre si. Pulso: a) Taquicardico e fino: o tempo de diástole é pequeno. Comum na ICC e outras doenças que cursam com alteração do coração. b) Taquicardico e amplo: pulso com ritmo regular, alta frequência e alta amplitude. O coração está hígido, mas há aumento da demanda metabólica → circulação hipercinética (febre, anemia, hipertireoidismo, gravidez, crianças) ❖ FIBRILAÇÃO VENTRICULAR: É A ARRITMIA MAIS GRAVE! Se não tratada instantaneamente é fatal: movimentos ventriculares incoordenados, irregulares e, portanto, ineficazes → PARADA CARDÍACA! No ECG: bizarro! QRS alargados, anómalos e diferentes uns dos outros; ritmo irregular. Em um primeiro momento as ondas possuem alta amplitude e depois de alguns instantes, baixíssima amplitude. ❖ ASSISTOLIA: ausência de despolarização do ventrículo → parada cardíaca. Equivale à FV. Não há QRS no ECG. AUSCULTA CARDÍACA – OS SONS DO CORAÇÃO Objetivos: avaliar FC, ritmo cardíaco, identificar fenómenos do ciclo cardíaco e reconhecer alterações estruturais (de musculo ou valva) do coração pela mudança do som por elas produzidas. FOCOS DE AUSCULTA Os clássicos focos de ausculta não correspondem às localizações anatómicas das valvas que lhes emprestam os nomes. • Foco pulmonar (FP): 2º ECI esquerdo junto ao esterno • Foco aórtico (FA): 2º ECI direito junto ao esterno • Foco aórtico acessório (FAA): 3º ECI esquerdo, junto ao esterno • Foco Tricúspide (FT): base do apêndice • xifoide, ligeiramente à esquerda • Foco mitral (FM): 4º ou 5º ECI esquerdo da linha hemiclavicular (ictus cordis) OBS: pcts com cardiomegalia acentuada tem deslocamento lateral do ictus na direção da linha axilar anterior 00 antes da ausculta deve-se localizar pela palpação BULHAS CARDÍACAS – “TUM TÁ” Contração ventricular → ejeção ventricular → relaxamento ventricular = B1 → Pulso → B2 Os sons cardíacos normais são B1 e B2. De acordo com sua intensidade, são classificados como em: normofonese, hipofonese e hiperfonese. ❖ 1ª bulha (B1) – “TUM”: fechamento das valvas AV (tricúspide e mitral). Despolarização do musculo cardíaco ventricular → sístole ventricular → aumento da pressão intraventricular → fechamento das valvas AV. É melhor audível em FT e FM, sendo mais intensa no FM. B1 coincide com o ictus cordis e o pulso carotídeo, e ocorre instantes antes do pulso periférico. ❖ 2ª bulha (B2) – “TÁ”: fechamento das valvas aórtica e pulmonar. Final da sístole ventricular → repolarização do musculo cardíaco ventricular → relaxamento → diminuição da pressão intraventricular, que quando fica menor que da artéria aorta e da artéria pulmonar → fechamento das valvas semilunares. É melhor audível nos focos da base (FA e FP). Vem depois do “pequeno silêncio”. O componente aórtico, em situações normais, precede o pulmonar e pode ser ouvido em toda a região precordial. Já o componente pulmonar, só pode ser ouvido em FP e na borda esternal esquerda. Durante a expiração, ambas as valvas se fecham simultaneamente → som único. Na inspiração o componente pulmonar sofre um retardo (sístole do VD se prolonga) que, em alguns pcts, é suficiente para ouvir nitidamente os dois componentes separados – desdobramento fisiológico de B2 (TLÁ). OUTROS SONS CARDÍACOS Bulhas extranumerárias (B3 e B4), desdobramentos de bulhas, ruídos e estalidos, sopros. Quando se notam outros sons, cumpre localizá-los exatamente na revolução cardíaca: ➢ Protosístole/protodiástole: terço inicial ➢ Mesossístole/mesodiéstole: terço médio ➢ Telessístole/Telediástole: terço final ➢ Holossístole/Holodiástole: período inteiro de sístole ou diástole ❖ B3: ruído protodiastólico (logo após B2) de baixa frequência. É originado na parede ventricular distendida pela corrente sanguínea que penetra na cavidade durante o enchimento ventricular rápido ou devido a um fluxo sanguíneo normal, porém com um ventrículo insuficiente em relaxamento. Melhor audível em decúbito lateral esquerdo, com a campânula do estetoscópio nos focos do ápice. B3 fisiológica → circulação hiperdinamica (gravidez, anemia, hipertireoidismo..) B3 patológica (galope ventricular) → circulação normal, ventrículo insuficiente (diminuição da complacência e sobrecarga ventricular) – IAM, ICC, Insuficiência mitral, tricúspide ou aórtica. B3 em pessoas com mais de 40 anos normalmente é patológica. ❖ B4: terceiro som imediatamente antes de B1(telediastólico ou pré sistólico), sempre patológica. Ocorre durante a sístole atrial, quando o ventrículo não é capaz de acomodar mais sangue – por deficiência de relaxamento do ventrículo (ICC com hipertrofia ventricular) ou por muito resíduo da sístole anterior no ventrículo (estenose aórtica) TEMPOS DO RÍTMO CARDÍACO • Em 2 tempos: B1 + B2 – ritmo normal (TUM TÁ) RCR 2T BNF (ritmo cardíaco regular em dois tempos, bulhas normofonéticas) • Em 3 tempos: B1 + B2 + B3 (TUM TRÁ) ou B1+B2+B4 (TUM TUM TÁ) RCR 3T (B3) OU RCR 3T (B4) • Em 4 tempos: B1 + B2 + B3 + B4 (TUM TUM TRÁ) – ritmo em galope de soma OBS: ritmo em galope = bulha extra (B3, B4 OU B3+B4) + taquicardia RITMO ❖ Taquicardia sinusal: ritmo invariável + pulso fino. aumento do número de batimentos cardíacos (>100bpm), a intensidade de B1 não se modifica ❖ Bradicardia sinusal: redução do número de batimentos cardíacos (<60bpm), ocorre alongamento do ciclo cardíaco a expensas da fase diastólica ❖ Extrassístole: Ritmo variável (batimento precoce) + pulso alternante (extrafino e subsequente – amplo) ❖ Fibrilação atrial: ritmo variável + pulso alternante RUÍDOS VALVULARES – SOPROS DO CORAÇÃO Sopros são sons gerados por vibrações decorrentes de alterações valvares, que alteram o fluxo sanguíneo, que passa a ser feito em turbilhões. Sopro após B1 → sopro sistólico Sopro após b2 → sopro diastólico Deve-se sempre palpar o pulso junto com a ausculta para identificar o tipo de sopro (o pulso sempre vem entre B1 e B2). ❖ Sopro sistólico: é auscultado no mesmo momento em que se percebe o pulso (entre B1 e B2). Característico da estenose aórtica, estenose pulmonar, insuficiência mitral e insuficiência tricúspide. ❖ Sopro diastólico: auscultado entre um pulso e outro (entre B2 e B1). Estenose mitral e tricúspide, insuficiência aórtica e pulmonar. São mais fracos que os sistólicos.INSUFICIENCIA MITRAL Fechamento incompleto da valva mitral com refluxo de sangue para o AE durante a sístole ventricular – regurgitação do fluxo AV ➔ Características do sopro: ❖ Localização: FM ❖ Irradiação: axila ❖ Sopro hololistico: entre B1 e B2. Aparece junto com a primeira bulha, recobrindo-a e mascarando-a, terminando imediatamente antes de B2 ou podendo ainda recobri-la também. ❖ Som de alta frequência, sibilante O sopro da insuf. Mitral pode vir acompanhado de B3 (na fase de enchimento rápido há muito sangue vindo do átrio p/ o ventrículo devido a regurgitação ocorrida no ciclo anterior devido a lesão valvar → maior impacto → B3) ❖ Causas: febre reumática, cardiomiopatias, miocardioesclerose com dilatação do VE, IAM ❖ Manifestação clínica: a maioria é assintomática. ↓DC leva a ↓ perfusão sistémica. Congestão pulmonar (o átrio tem que abrigar o fluxo que vem do pulmão + o que volta do ventrículo) -- pode causar dispneia, tosse, em casos graves EAP. ESTENOSE AÓRITCA Redução do orifício da valva aórtica, que causa alterações na via de saída do VE e, portanto, o sangue não é ejetado adequadamente para o corpo. ➔ Características do sopro: ❖ Localização: FA e FAA ❖ Irradiação: fúrcula esternal e carótidas ❖ Sopro mesossistólico: começa alguns centésimos de segundos após B1 e vai se intensificando até o ápice na mesossístole, quando começa a decrescer e termina antes de B2 ❖ Som de alta frequência, áspero É gerado por uma grande pressão de sangue no interior do ventrículo tentando ejetar o sangue pelo pequeno orifício na aorta. ❖ Causas: malformação congénita, febre reumática, degeneração senil com deposição de cálcio ❖ Manifestação clínica: baixa perfusão sistémica, síncope (↓fluxo SNC – principalmente em esforço), angina (↓fluxo nas coronarianas), evolução para insuficiência de ventrículo esquerdo (Ventrículo tem que fazer mt força pra ejetar o sangue na valva estenosada e se torna insuficiente com o tempo) Observa-se no exame físico, alem do sopro mesossistólico, um pulso radial e baixa amplitude e longo (devido ao hipofluxo) – pulso parvus e tarus, e a PA tende a ser convergente (a sistólica é baixa) e e hipofonese de B2. INSUFICIENCIA AÓRTICA Incapacidade de fechamento da valva aórtica, tornando possível o refluxo de certa quantidade de sangue para o VE durante a diástole. ➔ Características do sopro ❖ Localização: FA e FAA ❖ Irradiação: borda esternal e ápice ❖ Sopro protodiastólico: início imediato após B2, podendo ficar restrito a primeira parte da diástole ou ocupar também, em casos mais graves, a mesodiastole e a telediastole. ❖ Som de alta frequência, decrescente e de caráter “aspirativo” ❖ Causas: febre reumática, LUES, aterosclerose ❖ Manifestação clínica: desconforto torácico agravado em decúbito lateral (devido à distensão do ventrículo durante a diástole), angina, evolução para insuficiência de ventrículo esquerdo (fica cada vez mais distendido) No exame físico: pulso radial de alta amplitude e curto –em martelo d’agua. PA divergente (sistólica muito alta, diastólica muito baixa) e pode haver sinal de Musset (oscilações da cabeça acompanhando o batimento cardíaco). Pulso de Quincke (compressão da unha forma uma linha de transição fixa entre a área de capilar cheio e capilar vazio. No paciente com insuf aórtica, essa linha move) ESTENOSE MITRAL Estreitamento do orifício AV esquerdo, devido ao espessamento e fibrose das cúspides valvares com fusão de suas comissuras, impedindo a abertura completa. Alteração de fluxo AV na diástole. ➔ Características do sopro: ❖ Localização: FM ❖ Não irradia ❖ Sopro diastólico: parte media da diástole (momento de enchimento rápido dos ventrículos); algumas vezes se prolonga podendo haver um reforço na parte final da diástole. Existe um nítido intervalo entre B2 e o início do sopro. Possui uma fase protodiastólica (enchimento rápido) e uma telediastólica (sístole atrial) ❖ Causas: febre reumática, síndrome carcinoide, artrite reumatoide, lúpus eritematoso ❖ Manifestação clínica: inicialmente é assintomática. Congestão pulmonar (o sangue fica no átrio, dilatando-o. A drenagem do pulmão fica difícil). Pode haver dispneia, tosse seca, ortopneia, hemoptíase, crepitações pulmonares e pode evoluir para EAP), evolução para insuficiência de VD, arritmias atriais (a dilatação do AD pode gerar fibrilação atrial, descoordenação do nó sinusal) OBS: fibrilação atrial descompensa a HAS. Na estenose mitral, a sístole é responsável pela maior parte da ejeção. Na fibrilação, a sístole não é efetiva, ou seja: ↓volume de ejeção. Na estenose mitral, B3 é comum (A valva estenosada permite a volta de sangue para o átrio, que fica mais cheio que o normal. Na sístole atrial subsequente, o fluxo é maior) OBS: SOPRO INOCENTE > sopros mesossistólicos de baixa intensidade, suaves, sem irradiação, mais audíveis no FP com nítidas variações com a mudança de posição do pct. Não há alterações de bulhas, frémito e alterações em cavidades cardíacas. É comum em crianças com febre ou anemias e em grávidas. OBS2: Intensidade de sopros Grau 1: muito suave Grau 2: baixo Grau 3: moderadamente intenso Grau 4: intenso, com frêmito Grau 5: muito intenso Grau 6: audível antes de tocar a pele PRINCIPAIS SÍNDROMES CARDIOVASCULARES HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (HAS) Síndrome caracterizada pelo aumento dos níveis pressóricos (tanto sistólico como diastólico). É responsável por grande parte das doenças CV que causam muitas mortes no Brasil – IAM e HAS. Promove lesão de órgãos-alvo (SNC, miocárdio, rins, retina, …) Pode ser: a) Primária/essencial (maior parte dos casos): relacionada à história familiar e hábitos b) Secundária: Causa renal: doença renal parenquimatosa (rim filtra mal > hipervolemia) ou hipertensão renovascular (ativação do SRAA > maior retenção de líquido > VC > HAS) Causa endócrina (tumores que secretam hormônios adrenais): hiperaldosteronismo primário, síndrome de Cushing, feocromocitoma Coarctação da aorta (doença anatómica com estreitamento da aorta que causa hipofluxo p/ MMII) DHEG (risco de se tornar hipertensa!!! Normalmente causada por hormônios placentários que causam alteração da volemia) ❖ Diagnóstico: 1) História clínica: raça (+ comum em negros) e idade (↑ velho ↑ chance) 2) HDA: normalmente assintomática, não tem sintomas específicos. Em crise, cefaleia occipital. Buscar sinais e sintomas relacionados à lesão de órgão-alvo (insuf coronariana, insuf cardíaca, AVE, tontura, visão turva, insuficiência renal) OBS: Paciente que se torna hipertenso progressivamente é assintomático. Deve-se ter cuidado ao tratar pq está adaptado e ↓PA pode causar sintomas. 3) HPP: em mulheres, DHEG. Distúrbios metabólicos que ↑RVP, como diabetes, obesidade, dislipidemia. Estresse emocional (normalmente é causa de pico hipertensivo, não é suficiente para sustentar uma HAS), medicações (anticoncepcional, anti- inflamatórios, descongestionante nasal, antidepressivos tricíclicos) – muitas vezes o paciente nem lembra do uso dos medicamentos, deve-se perguntar ativamente 4) H. Familiar: pesquisar parentes hipertensos. Se o paciente é jovem e sem história familiar, buscar causa secundária 5) Hábitos: tabagismo (ação imediata de VC e ação cronica de endurecimento do vaso), etilismo, cocaína (jovem, hipertenso, arritmias → pesquisar), alimentação (↑sódio, suplementação…),sedentarismo ❖ Diagnóstico final – medida da PA!! • Normal: < 120 x 80 mmHg • PA elevada: 120-129 x 80 mmHg • HAS estágio 1: 130-139 x 80-89 mmHg • HAS estágio 2: > 140 x 90 mmHg De acordo com a 7ª diretriz brasileira de hipertensão arterial: Se o paciente chegar em crise hipertensiva → encaminhar para o serviço de urgência Se chegar com PA ≥140/90 com risco CV baixo ou médio, assegurar que não é “pressão de consultório” e considerar possibilidade de mapeamento (MAPA ou MRPA) Se chegar com PA PA ≥140/90 com risco CV alto ou PA ≥180/110 com risco CV → diagnóstico de hipertensão ❖ No exame físico: • ↑PA • Hiperfonese de B2 (A2) em FA (fechamento da valva aórtica em ↑PA tem maior impacto) • B3 e B4, arritmias (coração não é capaz de acomodar o fluxo que vem do átrio. B3—fluxo de enchimento rápido, B4—sístole atrial), edema (alteração renal – ativação de SRAA), alteração de fundo de olho ❖ Complicações: • Doenças cardíacas: Insuficiência cardíaca (hipertrofia ventricular esquerda → miocardiopatia dilatada) Insuficiência coronariana → IAM Arritmias • Doenças neurológicas: AVE (hemorrágico ou isquémico), AIT Encefalopatia hipertensiva (durante crise hipertensiva! Edema cerebral, hipertensão intracraniana → Emergência!!!!) • Doenças renais: Nefroesclerose benigna (estreitamento da luz das arteríolas renais por esclerose hialina das paredes) Nefroesclerose maligna (fase acelerada da doença. É uma “via de mão dupla” pq a HAS está lesando o rim, mas o rim começa a causar edema → hipervolemia → piora a HAS) Sintomas mais precoces: nictúria e poliúria. Casos mais avançados: uremia. • Retinopatia hipertensiva (↓diâmetro das arteríolas, hemorragias, edema de papila, descolamento de retina) Corpos algodonosos: o hipofluxo já está fazendo a retina sofrer (isquemia) Edema de papila: hipertensão intracraniana, ocorre mesmo sem lesão de artéria ❖ Tratamento: Farmacológico Não farmacológico – MEV (deve ser aconselhado em todas as consultas) INSUFICIÊNCIA CORONARIANA – DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA (DAC) Desproporção entre a oferta e o consumo de oxigénio no nível da fibra miocárdica, seja por diminuição da oferta ou por aumento do consumo, cursando com um processo de isquemia do miocárdio. ❖ Doença aguda → infarto e angina • IAM: oclusão do fluxo arterial do coração causa morte celular. Sintomas: dor intensa, constritiva, duradoura (>30min), a irradiação depende da área isquemiada do coração. Pode ocorrer em repouso. Manifestações neurovegetativas (náuseas, vômitos, sudorese). IAM grave → dispneia (necrose extensa gera insuficiência da bomba e congestão pulmonar No exame físico: fascies de dor, palidez, sudorese, taquicardia, B4, alteração de PA (hipotensão > infarto extenso; infarto menor > estresse > hipertensão), crepitação pulmonar (infarto do ventrículo esquerdo), hipofonese de B1 • Angina: o fluxo diminui, mas preserva as células. Piora ao esforço (↑trabalho cardíaco, o sangue é insuficiente). Dor por hipofluxo temporário para a demanda daquele momento. Sintomas: dor intensa retrosternal, irradia para membro superior esquerdo, em aperto. Dura de 5 a 20 min, desencadeada por esforço. Fatores atenuantes: repouso e vasodilatador (nitrato) No exame físico: ansiedade, ↑PA e FC, B4 (↓capacidade de relaxamento, ventrículo perde a capacidade de acomodar o sangue que vem do átrio. ❖ Doença cronica → miocardiopatia isquémica. A lesão miocárdica é progressiva e pode ocorrer sem isquemia aguda. As áreas de isquemia vão sofrendo fibrose. ❖ Etiologias: • Aterosclerose • Vasoespasmo (pacientes com artéria muito híper-reativa > espasmos vasculares frequentes > períodos de hipofluxo > angina > infarto) – comum em jovem e atleta • Compressão (pontes miocárdicas) ❖ Fatores de risco: • Mutáveis (HAS, componentes de síndrome metabólica – DM, dislipidemia—, tabagismo, sedentarismo • Imutáveis (idade, homem ou mulher pós menopausa, história familiar) ❖ Fisiopatologia da IC crônica: ❖ Fisiopatologia da IC aguda: O IAM causado pela forma aguda é mais letal porque a área de isquemia é maior que a área isquemiada por um IAM de causa cronica em que a circulação colateral teve tempo de ser formada. Na crônica, é possível visualizar alterações no ECG e o paciente dizer que nunca infartou → infartos pequenos, assintomáticos INSUFICIÊNCIA CARDÍACA (MIOCARDIOPATIAS) Distúrbio do desempenho miocárdico que gera ativação progressiva do sistema neuroendócrino – insuficiência circulatória e congestão. O músculo não consegue bombear adequadamente sangue e, consequentemente, há congestão e acumulo de sangue no sistema venoso. Incapacidade de manter DC adequado → perfusão periférica inadequada. A causa não é necessariamente muscular, mas quando é: • Miocardiopatia dilatada – disfunção sistólica: o coração perde a eficácia da bomba devido ao acumulo de sangue e sofre uma dilatação. A fração de ejeção é baixa. ETIOLOGIA: Isquêmica (parede sofre uma isquemia intensa e dá lugar a colágeno no lugar do musculo, fica + mole), sobrecarga (HAS + valvulopatias – insuficiência ou estenose aórtica) • Miocardiopatia restritiva – disfunção diastólica: coração hipertrófico, espessa concentricamente. O volume do coração é o mesmo, mas a cavidade ventricular diminui – não há relaxamento diastólico para encher o ventrículo. A fração de ejeção é normal, mas o volume é pouco. ETIOLOGIA: isquémica (fibrose progressiva hiperemiada, formação de pequenas áreas cicatriciais), HAS, estenose aórtica, outras… ❖ Fatores de risco: Insuficiência coronariana (principal), HAS, tabagismo, sedentarismo, sexo masculino, sobrepeso, diabetes, doença valvar ❖ Fisiopatologia – tentativas de compensação: A diminuição do volume circulatório efetivo decido ao deficit sistólico pode: 1. Estimular barorreceptores que aumentarão o aumento global do trabalho cardíaco, levando a falência miocárdica 2. Diminuir a perfusão glomerular, ativar o SRAA, aumentar a retenção hídrica, levando a edema e congestão Inicialmente, os mecanismos fisiológicos de compensação são eficientes (fase de insuficiência cardíaca compensada), mas quando são extrapolados → fase de insuficiência cardíaca descompensada ❖ Insuficiência cardíaca esquerda: INSUFICIENCIA CARDÍACA miocardiopatia isquemica (crônico) fibrose remodelagem do miocárdio (processo lento) isquemia crônica assintomática estreitamento progressivo da luz do vaso (processo lento) artéria com placa aterosclerótica angina/IAM isquemia do miocárdio oclusão da artéria (agudamente) formação e crescimento de trombo exposição da irregularidade subendotelial, agregação plaquetária, formação de rede de fibrina fissura da superfície da placa artéria com placa aterosclerótica O coração esquerdo se torna incapaz de ejetar sangue o suficiente para o corpo. • Sintomas: Relacionados ao déficit de ejeção: fadiga, astenia, irritabilidade, confusão, extremidades frias, diaforese, palidez, edema periférico gravitacional discreto, oligúria, nictúria Relacionados à congestão pulmonar: dispneia aos esforços progressiva, dispneia de repouso, tosse seca, hemoptise, em casos graves respiração de Cheyne Strokes, EAP e sobrecarga do ventrículo direito → ICC • Sinais (exame físico): Taquicardia, desvio do ictus para baixo e para a esquerda (miocardiopatia dilatada), ritmo em galope (B3/B4 + taquicardia), arritmia, pulso alternante, PA convergente,taquipneia e crepitação nas bases pulmonares, extremidades frias, cianose central/mista, edema de membros inferiores ascendente, vespertino, mole, frio e indolor ❖ Insuficiência cardíaca direita: Alteração na função do ventrículo direito, na maioria dos casos causada por hipertensão pulmonar em consequência a doença pulmonar (ex. DPOC). • Sintomas: Edema ascendente vespertino, mole, frio, indolor (MUITO pronunciado!), dor em hipocôndrio direito (hepatomegalia dolorosa devido a congestão sistémica), anorexia, plenitude pós-prandial, náuseas, vómitos, aumento de peso devido ao edema, nictúria • Sinais (exame físico): Turgência jugular, hepatomegalia dolorosa à palpação, derrame cavitário devido a congestão do sistema venoso (extravasamento de líquido no peritónio, pleura e pericárdio), taquicardia, edema mole inelástico e indolor, cianose ❖ A principal causa da insuficiência cardíaca direita é a insuficiência cardíaca esquerda!!!! → ICC!!!!! ❖ Fatores de descompensação: agudização da doença de base (isquemia, crise hipertensiva, arritmia), dieta inadequada, tratamento inadequado, esforço físico exagerado, comorbidades (hemorragias, anemias, infecções, …) SEMIOLOGIA DE PULMÃO E VIAS AÉREAS VIAS AÉREAS SUPERIORES E ORELHAS ORELHAS ❖ SINTOMAS COMUNS: • Otalgia: “dor de ouvido”. Pode indicar lesões na orelha externa ou média, ou ser dor referida de dentes ou garganta (amigdalite, faringite, sinusite) • Otorreia: saída de líquido pelo ouvido (translucido = fratura na base do crânio; sanguinolento = pólipo neoplásico, otite externa ou média, traumatismo) • Otorragia: saída de sangue pelo ouvido. Traumatismo do meato acústico externo, rutura da membrana timpânica ou fraturas na base do crânio. • Disacusias: deficiência de audição. Leve/moderada: hipoacusia; acentuada: surdez; perda total: anacusia. Pode ser disacusia de transmissão (lesão de orelha e líquido labiríntico) ou disacusia neurossensorial (lesão no SNC – órgão de corti, nervo acústico, receptores da onda sonora) • Vertigem: tonteira • Zumbido ❖ EXAME FÍSICO: • Inspeção: processos inflamatórios e neoplásicos do pavilhão, corpos estranhos, rolhas, pólipos • Palpação: pontos dolorosos (mastoidite e otite externa), linfonodomegalia • Otoscopia: exame do meato acústico externo e da membrana do tímpano Membrana timpânica normal → translúcida, fina, brilhosa. Dá pra ver ossículos. Membrana opaca/edemaciada = processo inflamatório! Conduto auditivo perineado cheio de vasos com buraquinho pequeno → otite externa Membrana timpânica vermelha abaulada por aumento de secreção no ouvido interno → otite média, pode evoluir para meningite NARIZ E SEIOS PARANASAIS ❖ SINTOMAS COMUNS: • Obstrução nasal • Rinorreia (corrimento nasal) • Espirro (característico de rinopatias alérgicas) • Alterações de olfato: hiposmia, anosmia, cacosmia (subjetiva – típica da sinusite purulenta cronica; objetiva – pessoas que se aproximam sentem, típica de sífilis nasal, tumores e corpos estranhos) • Dor: processo inflamatório das cavidades sinusais • Alteração na fonação: rinolalia (voz anasalada) • Dispneia • Ronco: criança com hipertrofia de adenoide ou obstrução ppd • Epistaxe: sangramento nasal ❖ EXAME FÍSICO: • Inspeção e palpação • Rinoscopia: abertura do óstio nasal para avaliar presença de secreção OROFARINGE ❖ SINTOMAS COMUNS: • Odinofagia: dor de garganta, principalmente ao engolir. Pode provocar dor referida no ouvido • Disfagia: dificuldade de deglutição • Tosse seca • Halitose (amígdalas e caseo amigdaliano) • Dispneia (pouco comum) SINUSITE • AGUDA: agressão inflamatória das cavidades sinusal, mais comum nos seios anteriores (maxilar, frontal e etmoide). Etiologias: microrganismos. Dor no seio afetado, eliminação de secreção pelo nariz ou pela rinofaringe. Não é comum cacosmia. • CRÔNICA: quadro característico de pacientes com sinusites agudas de repetição ou imunossuprimidos. Sintomas: drenagem crônica de secreção pela narina/nasofaringe mais abundante pela manhã. A dor é pouco comum. Sensação de peso na face ou tensão supraorbitária acompanhada da cacosmia. ❖ EXAME FÍSICO: • Inspeção e palpação Mononucleose → viral. Mas pode ter placa amarela que acomete toda a amígdala. Uso de penicilina piora o quadro, tem que saber diferenciar de bacteriana a partir da linfonodomegalia, que na bacteriana é generalizada e na mononucleose é localizada. Candidíase orofaríngea → típica de pacientes imunodeprimidos. Placas brancacentas removíveis, por baixo das quais há inflamação intensa. Aftas orais → avaliar a localização. Na amígdala significa processo inflamatório ou infeccioso. Raramente a causa é TGI. Leucoplasia pilosa → Lesões na língua. Processo inflamatório relacionado a infecção viral em imunodeprimidos. Mancha de koplic → manchas brancas na mucosa perto dos molares, patognomônico de sarampo. LARINGE ❖ SINTOMAS COCMUNS • Dor (de garganta mais baixa) • Disfonia (Edema de corda vocal → rouquidão) • Tosse • Pigarro • Dispneia • Disfagia • DRGE (a acidez do suco gástrico causa laringite irritativa → tosse seca) ❖ EXAME FÍSICO: • Laringoscopia direta ou indireta. EXAME FÍSICO DOS PULMÕES Os objetivos são avaliar a frequência e o ritmo respiratórios, identificar sons respiratórios e reconhecer alterações do parênquima pulmonar. O exame é feito de maneira comparativa, na seguinte ordem: inspeção, palpação, percussão, ausculta. INSPEÇÃO ❖ Estática geral: cianose (central ou periférica), baqueteamento digital (hipoxemia crônica) ❖ Estática específica: • Tórax em tonel/globoso: aumento do diâmetro anteroposterior, típico de fases avançadas de enfisema pulmonar • Tórax em peito escavado: congénito, não gera prejuízo • Tórax em peito de pomba/cariniforme: esterno proeminente e costelas horizontalizadas. Origem congénita ou no raquitismo na infância, não gera prejuízo • Tórax cifótico: pode gerar repercussão na expansibilidade torácica; tem origem congénita, postural, por tuberculose óssea ou osteomielite • Tórax retraído: pode ocorrer por: a. Atelectasia: retração do hemitorax lesado. Todo o mediastino (incluindo traqueia e coração) são puxados para o lado da atelectasia (maior pressão negativa) b. Derrame pleural: pressão mais positiva em um dos pulmões devido a líquido do derame pleural leva a maior expansão desse hemitorax e retração do hemitorax oposto ❖ Inspeção dinâmica: 1) Frequência respiratória: normal: 16 a 20IRPM 2) Tiragem intercostal: retração da musculatura intercostal durante a inspiração (aumento da pressão negativa naquela área pulmonar devido a obstrução brônquica gera retração dos espaços intercostais) AMIGDALITE/FARINGITE Etiologias: bactérias, vírus, fungos e alergias Sintomas: febre, linfonodomegalia, eritema, odinofagia, halitose Amigdalite viral Amigdalite bacteriana Febre baixa (<38,2ºC) Febre alta (>38,2ºC) Sem placa Com placa Linfonodomegalia generalizada Linfonodomegalia localizada Se tiver abcesso tem que drenar → não é irrigado, antibiótico não atinge. Pontinhos vermelhos no palato: infecção por estreptococcus.Mesmo sem placa significa que é bacteriano → iniciar antibioticoterapia A formação de caseos por restos alimentares + proliferação bacteriana gera halitose, que continua depois da infecção 3) Uso de musculatura acessória: ocorre na dispneia intensa. Os músculos são o trapézio, esternocleidomastóideo e escaleno. 4) Altura da proeminência laríngea: distancia entre a proeminência laríngea e a fúrcula esternal, que aumenta na expiração e diminui na inspiração. Quando menor que 4cm ao final da expiração, sugere hiperinflação pulmonar causada por doenças obstrutivas brônquicas (principalmente DPOC). 5) Padrões respiratórios anormais: a. Respiração de Kussmaul: aumento da frequência e da amplitude das incursões, não há doença pulmonar. Principal causa: acidose metabólica (o pulmão tenta compensar eliminando exageradamente CO2) b. Respiração de Cheyne Stokes: aumento progressivo da amplitude até um ponto máximo, com posterior redução progressiva até um período de apneia. Causa mais comuns: lesão cerebral (AVE, tumor, TCE) e distúrbios metabólicos (ICC, uremia) Apneia → aumento da concentração de CO2 → aumento do estímulo respiratório bulbar → envio de estímulos mais intensos progressivos → aumento da amplitude nos movimentos respiratórios → aumento da eliminação de CO2 → diminuição da concentração de CO2 no sangue → diminuição do estímulo bulbar → diminuição da amplitude respiratória c. Respiração de Biot (Atáxia): fase de apneia seguida por movimentos respiratórios anárquicos quanto ao ritmo e amplitude. Causas mais comuns: comprometimento cerebral grave que atinge o centro respiratório (AVE, TCE, Meningites). Geralmente precede parada respiratória e morte. PALPAÇÃO • Expansibilidade: o tórax hiperexpandido cronicamente (ex. tórax em tonel no DPOC) tem a expansibilidade diminuída pois já está hiperinsulflado • Frêmito toracovocal (FTV): corresponde às vibrações das cordas vocais transmitidas à parede torácica. A propagação do som é meio sólido > meio líquido > ar. Portanto, afecções pleurais diminuem o FTV (o derrame pleural afasta o pulmão da parede). Já nas afecções do parênquima pulmonar, como pneumonia, há aumento do FTV (o parênquima consolidado facilita a transmissão do FTV). Em situações em que o parênquima é obstruído (atelectasias, enfisema) o FTV diminui ou é abolido (não tem onde se propagar) PERCUSSÃO: Nota Doença Timpanismo (hipersonoridade) DPOC, pneumotórax Atimpanico (som claro pulmonar) - Submacicez e macicez Pneumonia, atelectasia, derrame pleural AUSCULTA: • Sons normais: 1) Som laringo-traqueal/bronquial: audível na região da traqueia (pescoço e esterno). Há uma pausa entre a inspiração e a expiração. 2) Som bronquiovesicular: é o som traqueal audível nas zonas apicais do pulmão, não há pausa entre a inspiração e a expiração. 3) Murmúrio vesicular (MV): é audível no resto do tórax, produzido pelo ar circulante ao passar pelas bifurcações brônquicas, bronquíolos e alvéolos. Componente ins mais intenso, duradouro e alto que o ex. não há intervalo entre ins e ex. é mais suave que o som bronquial. • Sons anormais – INTENSIDADE: a. Em áreas de consolidação do parênquima (Ex. pneumonia), atelectasias ou em regiões próximas de cavernas, a respiração brônquica pode substituir o MV. b. Aumento do MV: após esforço, em crianças, pessoas magras e em pessoas com afecções unilaterais o MV torna-se mais intenso do lado não afetado (sobrecarregado) c. Diminuição do MV: casos de obstrução brônquica (atelectasias), barreira a transmissão do som (pneumotórax, hidrotórax, espessamento pleural) ou em casos de obstrução do fluxo com lesão alveolar (DPOC). d. Prolongamento do componente expiratório: dificuldade do ar em sair do pulmão (asma, enfisema pulmonar, bronquite) • Sons anormais – RUÍDOS ADVENTÍCIOS: 1) Crepitações (estertores): ruídos anormais descontínuos. Audíveis na inspiração e na expiração, superpondo-se aos sons normais. Crepitações finas: ocorre no final da ins. Tem frequência alta, som agudo e curta duração. É gerado pela abertura de vias aéreas terminas colabadas devido a presença de líquido no parênquima pulmonar (pneumonias, edema pulmonar, inflamações, fase inicial da ICC) ou devido a alterações no tecido elástico das paredes brônquicas (DPOC e fibrose intersticial) Crepitações grossas: ocorre no início da ins e durante toda a ex. menor frequência e maior duração que a crepitação fina. O som sofre nítida alteração com a tosse. A origem é na abertura e fechamento de vias aéreas contendo secreção viscosa e espessa ou em lesões estruturais das paredes brônquicas. Comum na bronquite cronica, mas tb ocorre em EAP, asma e pneumonias. 2) Sibilos: ruídos anormais contínuos. Aparecem na ins e na ex, difusos por todo o tórax. Comuns na asma e na DPOC. Quando são localizados, indicam semiobstrução por neoplasia ou corpo estranho. É característico de doenças obstrutivas baicas e obstruções parciais (asma, DPOC e ICC) 3) Roncos: ruídos anormais contínuos. graves com onda de baixa frequência. Ocorre quando o ar flui por vias calibrosas obstruídas (obstrução alta – brônquio primário ou secundário). Aparece na ins e na ex. característico da asma brônquica, do DPOC, bronquiectasias, obstruções localizadas de grandes vias 4) Estridor: ruídos anormais contínuos. Obstrução da laringe ou traqueia. Inspiratório e mais audível no pescoço. Laringite aguda, câncer de laringe e estenose de traqueia. 5) Atrito pleural: ruídos irregulares, descontínuos, mais intensos na ins. Pleurites SÍNDROMES OBSTRUTIVAS PULMONARES ASMA Doença inflamatória crônica. Ocorre estreitamento difuso reversível, com limitação do fluxo aéreo, devido à resposta brônquica exacerbada a substâncias estranhas, envolvendo mediadores inflamatórios, aumento de secreção nas vias respiratórias e broncoconstrição. Fatores desencadeantes: infecções de VAS, mudança climática, poluição ambiental, cigarro, drogas, exercício, DRGE, estresse. Normalmente o paciente antes vivia em ambiente sem estímulo e agora está em ambiente com estímulo (ex. mudança do interior p/ cidade grande). Normalmente tem história de broncoespasmo. Forte disposição genética, associado a atopia. ❖ Sintomas gerais: • Agitação, confusão, sonolência (caso haja hipoxia cerebral) • Taquicardia (compensatória à hipoxia) • Pulso paradoxal (na crise de asma, a pressão negativa intratorácica é maior. A pressão sistémica na inspiração é fisiologicamente mais baixa que na expiração. No paciente com asma, é menor ainda! A variação de ins para ex é de mais de 10mmHg) ❖ Sintomas AR: • Expansibilidade ↓ • FTV ↓ • Hipersonoridade • MV ↓ • Presença de RA – sibilos são mais comuns. Podem haver crepitações grossas e/ou ronco. • Taquidispneia • Uso de musculatura acessória e tiragem intercostal. CASO CLÍNICO: ♀, 10 anos, chega para avaliação médica com queixa de crises periódicas de dispneia que se iniciaram nos últimos 6 meses, quando se mudou de Recife para Juiz de Fora. A dispneia agrava-se à noite e costuma vir acompanhada de tosse seca, desconforto torácico e chiado respiratório. Os sintomas pioraram nos últimos 4 dias, quando passou a apresentar também febre e tosse tornou-se produtiva. Ao exame físico: Ansiosa e taquidispneica, TAx: 38oC, FR=36 irpm, expansibilidade diminuída, Uso de musculatura acessória com tiragem intercostal e dificuldade expiratória, MV globalmente diminuído, comsibilos finos difusos associados a roncos discretos difusos. Hipersonoridade difusa à percussão. DPOC Obstrução cronica e progressiva do fluxo expiratório, associada a resposta inflamatória anómala das vias respiratórias e do parênquima pulmonar a partículas e gases tóxicos. resposta brônquica exacerbada a mediadores inflamatórios edema na parede dos brônquios espasmos da musculatura bronquiolar broncoconstrição obrtrução brônquica Diferente da asma, no DPOC a limitação do fluxo aéreo não é totalmente reversível e tende a ser progressiva. Ocorrem surtos de agudização, principalmente em situações de infecção. É uma associação de bronquite crônica com enfisema pulmonar, com predomínio de um ou do outro. BRONQUITE CRONICA: Hipersecreção de muco e desordens de pequenas vias aéreas ENFISEMA: do espaço aéreo distal ao bronquíolo terminal com destruição da parede O quadro mais comum é individuo >40 anos, com dispneia progressiva, persistente, que piora com o exercício, tosse crônica e/ou infecção recorrente de vias aéreas. Paciente com fator de risco + uma tosse não muito exacerbada e dispneia, já deve ser investigado. Outros sinais só aparecem quando a doença já está muito grave (cianose, baqueteamento digital, edema periférico, tórax em tonel com expansibilidade, FTV e MV ↓, expiração longa, roncos, sibilos, crepitações grossas, hipersonoridade). ❖ FATORES DE RISCO: Principal: TABAGISMO! (>20 anos/maço) Genética, PIG, infecções respiratórias na infância, fumaça de fogão e óleos combustíveis, história familiar. ❖ SINTOMAS – predomínio bronquite: • Tosse produtiva intensa cronica principalmente matinal • Dispneia discreta aos esforços • Sobrepeso • Fascies pletórica (hipoxia cronica → hiperglobumia) • Hipoxia com hipercapenia (cianose) • Infecções associadas (pneumonias frequentes) • Insuficiência cardíaca ❖ SINTOMAS – predomínio enfisema: • Dispneia cronica intensa e progressiva (inicia a grandes esforços, mas evolui para dispneia de repouso) • Emagrecimento • Evolução lenta (anos) • Pouca tosse • Hipoxia sem cianose CASO CLÍNICO: ♂, 55 anos, tabagista de 40 cigarros por dia há 35 anos (70 anos/maço), apresenta há 5 anos dispneia contínua e tosse produtiva mucoide esporádica, evoluindo com piora progressiva nesses últimos anos. Ao exame físico: Face pletórica. FR= 26 irpm, com expansibilidade diminuída Utilização de musculatura acessória. MV globalmente diminuído com sibilos e roncos. DOENÇAS INTERSTICIAIS PULMONARES Levam à fibrose do interstício. Na maioria das vezes, tem origem idiopática – infiltração de colágeno no parênquima que prejudica a troca alvéolo-capilar. ❖ Fibrose pulmonar idiopática: Infiltração anormal e disseminada de células, líquido e colágeno dos espaços intersticiais entre os alvéolos. Sintomas e sinais semelhantes ao DPOC. ❖ Pneumoconiose: Fibrose pulmonar secundária à inalação de partículas inertes em exposição profissional (carvão, asbesto, sílica). Sintomas e sinais semelhantes ao DPOC. SÍNDROMES DE CONSOLIDAÇÃO ALVEOLAR PNEUMONIA Processo inflamatório agudo do trato respiratório inferior (bronquíolos e alvéolos). ❖ FATORES DE RISCO: Infecção de VAS precursora, doenças pulmonares crônicas, hospitalização, DM, imunodepressão, alcoolismo (pneumonia de aspiração), drogas injetáveis. ❖ SINTOMAS: ❖ Tríade principal: tosse produtiva ou piossanguinolenta (menos comum, pode ser seca), dispneia aguda, dor pleurítica ao respirar e tossir ❖ Desconforto torácico ❖ Dor abdominal ❖ Febre ou hipotermia ❖ Adinamia, mialgia, sudorese, calafrios ❖ Fadiga, anorexia, astenia ❖ PNEUMONIA DE CONSOLIDAÇÃO: alvéolo 100% tomado por secreção, comum de infecção por Pneumococco. Inspeção dinâmica: dispneia. Som bronquial, expansibilidade , FTV , submacicez ou macicez. ❖ BRONCOPNEUMONIA: o alvéolo não está 100% tomado por infecção Inspeção dinâmica: dispneia. MV fisiológico – diminuído. Crepitação, sibilo, ronco. FTV fisiológico – aumentado. Som claro pulmonar – submacicez ❖ PNEUMONIA INTERSTICIAL: inflamação difusa entre os alvéolos com vias aéreas livres. Inspeção dinâmica: dispneia. MV fisiológico, crepitação. FTV fisiológico. Som claro pulmonar. • OBS: PNEUMONIA GRAVE: Cianose, TAx: < 35oC ou > 40oC, PAS <90 mmHg, FC >125 bpm, FR >30 ipm (respiração superficial). Síndrome de resposta inflamatória grave. Se houver disfunção de órgãos, está evoluindo para sepse. CASO CLÍNICO: ♂, 42 anos, há 3 dias com tosse produtiva com escarro purulento associado a febre e queda progressiva do estado geral. TUBERCULOSE Infecção cronica pulmonar específica pelo Mycobacterium tuberculosis. Pode ser infecção primária ou reativação. O órgão mais acometido é o pulmão, mas pode se disseminar e atingir linfonodos, pleura, rins, SNC e ossos. Formam-se cavidades (“cavernas”) no parênquima pulmonar, com áreas de necrose caseosa. Pode ser focal ou miliar. A miliar é mais intersticial, a tosse é seca e é comum em imunossuprimidos. ❖ SINTOMAS: ❖ Constitucionais (perda de peso sem causa aparente, febre, sudorese noturna, …), tosse cronica (geralmente produtiva com hemoptise), dispneia ❖ Exame do AR: (expansibilidade ↓, FTV ↑, macicez, som bronquial, crepitações) + sopro tubário CASO CLÍNICO: ♂, 38 anos, tosse persistente há 3 meses com expectoração de pouco volume com hemoptoicos frequentes na evolução do quadro. Apresenta ainda fadiga, astenia, febre e sudorese preferencialmente noturna e emagrecimento de 15% do seu peso. ATELECTASIA Desaparecimento do ar dos alvéolos, que fica murcho, colabado. É típica de paciente acamado com pneumonia. Pode ser por: 1. Reabsorção: entupimento do brônquio leva à retração. Se for de brônquio principal leva a atelectasia do pulmão inteiro. 2. Compressão: derrame pleural, pneumotórax 3. Contração: cicatricial, fibrótica, evolui de doença pleural. Tendência do pós tuberculose. ❖ EXAME DO AR: Macicez, expansibilidade e retração do hemitórax para o lado atelectesiado, MV , FTV DOENÇAS PLEURAIS DERRAME PLEURAL Acumulo de líquido no espaço entre as pleuras visceral e parietal. Etiologias: drenagem prejudicada (ex. insuficiência cardíaca direita), produção excessiva de líquido (inflamatório/infeccioso/neoplásico), hemotórax ❖ Sintomas: dor pleurítica, tosse seca, dispneia, sintomas da doença de origem (quanto maior o derrame, menor a dor pq é menor a proximidade e, portanto, o atrito entre as pleuras) ❖ Exame físico: abaulamento do tórax e retração do hemitórax oposto ao derrame, diminuição de expansibilidade, MV e FTV, macicez, presença de RA – crepitações grossas ❖ Raio X: área branca apontando para o derrame, tórax expandido e abaulado com tiragem e desvio contralateral do mediastino e traqueia PNEUMOTÓRAX Acumulo de ar entre as pleuras visceral e parietal. Etiologias: lesão traumática ou rutura de bolhas de ar ❖ Sintomas: dispneia, tosse seca, dor torácica pleurítica ❖ Exame físico: abaulamento dos espaços intercostais e do hemitorax contralateral, expansibilidade, MV e FTV , timpanismo. Não tem RA, exceto possível atrito pleural. ❖ Raio X: o lado não acometido é mais branco que o normal. Desvio do mediastino para o lado contralateral. SEMIOLOGIA VASCULAR O sistema vascular é composto por veias, artérias, capilares e casos linfáticos. SISTEMA ARTERIAL ❖ Composto por artérias de pequeno, médio e grande calibre, além de arteríolas.As de grande calibre tem grande potencial elástico, e as de pequeno são compostas principalmente por tecido muscular. ❖ Controle do fluxo sanguíneo: é feito pelo SNA, por mecanismos humorais, por substancias produzidas pelo próprio endotélio, além de pela demanda funcional dos tecidos. ❖ As principais patologias são: 1. Aterosclerose: processo crônico comum do envelhecimento (>50 anos), que pode ser acentuado por fatores externos 2. Arterites: doenças arteriais inflamatórias comuns em pessoas mais jovens, principalmente em mulheres com doenças autoimunes (ex. tromboangeite obliterante – FR: tabagismo – e Takayasu) ❖ QP: DOR ISQUÊMICA!! A maioria dos sintomas está relacionada ao hipofluxo, que leva à diminuição da oferta de O2 → ocorre acumulo de catabólitos (acido latico) que estimulam as terminações nervosas e causam sintomas como formigamento, queimação, cãibras, peso, fadiga. OBS: claudicação intermitente! (Exercício > dor > repouso > alívio > exercício > dor) OBS2: dor em repouso é sinal de gravidade. ❖ EXAME FÍSICO: Devem ser avaliados: tecido, pulso e fluxo arterial. 1. Tecido: cor, temperatura e alterações tróficas. • COR: a tendência do tecido isquémico é estar pálido. O fluxo lentificado pode causar cianose. Também pode haver Síndrome de Reynauld: hiperatividade arterial ao frio – as artérias se contraem excessivamente: palidez > cianose > hiperemia • TEMPERATURA: o hipofluxo leva à queda de temperatura local, que em quadros agudos costuma ser muito acentuada, o que não é tão evidente em quadros crônicos devido à formação de colateral. • ALTERAÇÕES TRÓFICAS: o hipofluxo leva também à ↓ local de nutrientes, podendo causar atrofia da pele, pelos e unhas. Atrofia → ulceras → bolhas → gangrena seca ou úmida. Gangrena úmida Gangrena seca Dolorosa Dolorosa → indolor (morte de SN) Limites imprecisos Mumificação Desliza sobre planos profundos Delimitada Processo inflamatório Aderido a planos produndos Secreção mal cheirosa Secreção mal cheirosa na transição OBS: como é processo inflamatório, haverá edema. OBS: ulceras ocorrerão em áreas distais (bordas dos pés, polpas digitais, regiões perungueais, calcanhar e regiões maleolares), onde o fluxo já é pouco e, por algum motivo, piora. A dor piora com a perna para cima pq dificulta a chegada do sangue na região distal (importante para diferenciar de venoso!). pode começar a partir de uma feridinha (sem fluxo → sem cicatrização!) OBS: gangrena úmida → amputação de urgência. A presença de processo inflamatório representa risco de sepse. A gangrena seca não é tão urgente, apesar de a amputação também ser necessária. 2. Pulso: deve-se fazer palpação sistematizada e simétrica comparativa de grandes artérias e classificar o pulso de 0 (ausente) a ++++ (cheio) Os pulsos analisados serão: A. Carótida Comum, A. Braquial, A. radial, Aorta, A. Femoral Superficial, A. Poplítea, A. Tibial posterior e A. dorsal do pé. 3. Fluxo arterial; • MANOBRA DA MARCHA: usada para avaliar a claudicação intermitente – medida da distância e o tempo necessários para ocorrer dor nos membros inferiores • MANOBRA DE ISQUEMIA PROVOCADA: avalia a evolução da palidez para hiperemia reacional – coloca-se o paciente deitado com os pés para cima. O pé doente vai ficar mais pálido. Ao retornar os pés para a posição normal, os vasos sanguíneos do pé doente deverão estar mais dilatados (tentativa de compensação do hipofluxo) e o sangue rapidamente ocupará essa rede capilar – o pé, de pálido, ficará vermelho. SÍNDROMES ARTERIAIS SÍNDROMES ISQUÊMICAS Os sintomas irão depender da localização da isquemia. SÍNDROMES ISQUÊMICAS AGUDAS: Interrupção abrupta do fluxo sanguíneo para um segmento. Etiologias: embolia arterial, trombose arterial, traumatismos arteriais, dissecação aguda da aorta, ligadura invertida da aorta. 70% dos casos são causados por embolia arterial. A principal fonte de coágulos é o átrio esquerdo (comum em estase venosa em casos em que não há sístole – FA). Esse embolo pode cair na circulação e causar isquemia cerebral, abdominal e de MMI. Além do AE, o próprio sistema arterial pode gerar êmbolos (fenômeno aterotrombótico) SÍNDROMES ISQUÊMICAS CRÔNICAS:Diminuição progressiva da irrigação sanguínea, aparecimento insidioso. Etiologias: aterosclerose, arterites, shunts arteriovenosos. SÍNDROME ISQUÊMICA DOS MEMBROS QP: DOR!! Essa dor melhora com a perna pendente. Pode ocorrer também claudicação intermitente. ❖ EXAME FÍSICO: • Alterações tróficas • Palidez, hipotermia, ↓ pulso, hiperemia reativa, índice tornozelo/braço <1 (significa insuficiência arterial) • Se houver cianose é evolução para gangrena. ❖ MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: dependerão do 1)grau de comprometimento da artéria, 2)localização da artéria,3) circulação colateral • Crônica: o quadro começa assintomático → claudicação intermitente → dor isquémica de repouso → lesões tróficas (formação de ulcera por isquemia – necrose) • Aguda: sintomas habituais (dor, palidez, ↓ pulso – principalmente distalmente à obstrução), lesão de sistema nervoso, contratura muscular muito dolorosa. Em casos graves, bolhas necróticas (fictenas). OBS: a dor costuma ser constritiva, muito forte, levando a incapacidade funcional. Mas pode estar ausente por exemplo em pacientes DM com sensibilidade reduzida ou quando há muita colateral. Em casos de dor muito intensa → choque neurogénico. ARTERIOSCLEROSE Endurecimento arterial. ❖ Etiologias: Aterosclerose, mediosclerose de Mönckeberg (senil), esclerose senil dos grandes vasos, arteriolosclerose, microangiopatia diabética ARTERITES O acumulo de substancias inflamatórias leva à diminuição do lúmen da artéria. 1. Arterite temporal: cefaléia muito forte 2. Tromboangeíte obliterante: inflamação de artérias de pequeno e médio calibre, levando a formação de um bloco fibroso. Prevalente em homens, jovens, tabagistas. Ocorre inflamação de todas as camadas da artéria. Normalmente é aguda, não tem circulação colateral. Nas lesões mais antigas, pode haver fibrose periarterial, comprometendo, às vezes, veia e nervo adjacentes (causa dor neuropática). ANEURISMAS Dilatação anormal de um vaso sanguíneo, provocado pelo enfraquecimento das paredes do vaso, trauma ou por alguma doença vascular. Podem ser congênitos ou adquiridos (primários – aterosclerótico ou arterite; traumáticos) ❖ MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Dependem da localização do aneurisma. • Aneurismas intracranianos: hemorragias subaracnoídeas • Aneurismas da crossa da aorta: os sintomas dependerão da estrutura que o aneurisma pode comprimir. Nervo recorrente: rouquidão; traqueia ou brônquios: dispneia e tosse; esôfago: disfagia • Aneurismas abdominais: podem ser apenas uma massa pulsátil assintomática. Se sofrerem expansão ou ruptura, podem gerar dor lombar ou abdmonial. Ruptura para o interior de uma viscera oca pode causar hematémese e melena ou choque. • Os aneurismas dissecantes da aorta acontecem principalmente na crossa ou no inicio da decrescente. Ocorre um descolamento longitudinal da túnica intima, formando um duplo canal que leva ao estreitamento da aorta e de seus ramos. FR: HAS > 40 anos. SISTEMA VENOSO ❖ Composto pelo sistema venoso superficial, pelo sistema venoso profundo e pelas veias que fazem a comunicação entre estes. ❖ É um sistema de capacitância → capaz de atuar como reservatório de sague. ❖ Função: retorno do sangue desoxigenado para o coração contra a gravidade, orientado pelas modificações
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