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CULTURA CLÁSSICA - AULA 1–Localização e povoamento da Grécia
Entre os anos 1100 e 800 a.C – Época homérica: período em que os poemas Ilíada e Odisseia, atribuídos ao poeta Homero teriam aparecido.
Entre os anos 800 e 500 a.C – Época arcaica: período de formação da cidade-Estado grega, a pólis.
Entre os séculos V e IV a.C – Época clássica: período de consolidação da cidade Estado (polis) e do apogeu da cultura grega.
Entre os anos 336 e 146 a.C – Época helenística: período de decadência da pólis grega, que inclui os domínios macedônio e romano sobre a Grécia.
O mundo grego antigo, ou Hélade, como era chamado pelos próprios gregos (Grécia é uma nomenclatura romana), ocupava a parte sul da península balcânica, as ilhas do mar Egeu, as costas da Ásia Menor e o sul da Itália.
A Grécia setentrional tinha 3 importantes regiões: Tessália, Fócida e Etólia. Na Grécia peninsular, ligada à central pela faixa de terra chamada Corinto, estavam a Lacônia e a Messênia. Na Grécia central, encontravam-se Beócia e a Ática. Fora do continente, havia a Grécia insular. Ao final do período Neolítico, a região já era habitada por povos sedentários de língua não grega, chamados pelasgos. A partir de 2000 a.C, aproximadamente, povos de origem indo-europeia, chamados helenos, começaram a chegar à região. 
O mundo Grego Antigo, ou Hélade, como era chamado pelos gregos, ocupava a parte sul da península balcânica, as ilhas do mar Egeu, as costas da Ásia Menor e o sul da Itália.
Os primeiros helenos a alcançar a Grécia foram os aqueus (1950 a.C, originários das estepes russas, que, em busca de melhores pastagens para seus rebanhos, espalharam-se por quase toda a Grécia, parte da Ásia Menor e pelo sul da Itália.
O contato dos aqueus com os cretenses deu origem à civilização micênica. A seguir, chegaram os jônios e os eólios, que se estabeleceram na Ática e na Ásia Menor. A última leva foi a dos dórios (1200 a.C, que se estabeleceram no Peloponeso, destruindo parte da civilização micênica. A invasão dórica não chegou a atingir a região da Ática.
Entre 2500 e 1400 a.C, desenvolveu-se no Mediterrâneo uma cultura bastante importante para a História, cujo principal centro era a ilha de Creta. Essa civilização expandiu-se, chegando à costa da Ásia Menor, às ilhas do mar Egeu e parte da península balcânica (Grécia).
A civilização cretense distinguiu-se por sua intensa produção artesanal, de caráter luxuoso, o que indica que já dominava técnicas de fabricação mais sofisticadas. Essa produção era comercializada através de estradas que ligavam suas cidades-palácios e também era exportada ao Oriente Médio.
Na civilização cretense, as cidades-palácios que mais se destacaram foram Cnossos e Faestos, que eram governadas por reis e funcionavam como se fossem pequenos Estados independentes. Foi do contato dos aqueus com os cretenses que surgiu a civilização micênica.
Os aqueus estabeleceram-se em pequenos Estados independentes, governados por príncipes ou chefes militares religiosos. Esses governantes tinham suas “cortes” de nobres guerreiros e eram sustentados pelo trabalho dos camponeses servis. Construíram castelos fortificados em locais bastante altos, para facilitar a defesa. Eram as acrópoles – cidades altas. As mais famosas dessas cidades foram Tirinto e Micenas, esta quase inacessível. Por volta de 1400 a.C, os micênicos invadiram Creta e destruíram Cnossos. Micenas passou a ocupar o lugar de Creta no comércio e na produção artesanal. 
A civilização micênica tinha várias características da civilização grega: sua língua era semelhante ao grego.
No entanto, a existência de uma forte burocracia e de um poder central que controlava a economia dava à civilização micênica características das civilizações orientais. A religião micênica era uma fusão de deuses indoeuropeus com deuses cretenses. Alguns transformaram-se em deuses gregos. Zeus e Posêidon são exemplos. Mesmo com o desaparecimento da civilização micênica, notamos que os gregos preservaram várias raízes dessa cultura: a língua, os principais deuses e a herança dos feitos históricos da Guerra de Troia. 
O período Homérico: A importância das obras de Homero –A principal fonte histórica para o estudo da Grécia nos períodos anterior e posterior à invasão dórica tem sido os poemas épicos Ilíada e Odisseia, ambos atribuídos a Homero.
As duas obras parecem ter sido produzidas em épocas diferentes, pois na Odisseia há muitas menções a armas, ferramentas e instrumentos de ferro, enquanto na Ilíada não se faz referência a esse material. Isso indica que a Odisseia é mais recente que Ilíada.
A Ilíada descreve a Guerra de Troia, cidade que representada parte de uma civilização pré-helênica que entrou em choque com os aqueus (chamados gregos).
Já a Odisseia descreve as peripécias de Ulisses, nobre grego, com suas viagens de volta para Ítaca, na Grécia, através do Mediterrâneo. Foi o estudo da Odisseia que forneceu as mais ricas informações para a compreensão da sociedade e da economia da Grécia do período homérico.
Com a invasão dos dórios, a ascendente civilização micênica sofreu violento impacto. Seguiu-se um período de acentuado declínio da produção material e intelectual que ficou conhecido como a Idade Média Grega ou Idade das Trevas.
Nesse período, a sociedade retrocedeu para um tipo de organização política e econômica relativamente simples. Formaram-se os clãs ougénos: grupos de parentes consaguíneos, descendentes de um mesmo antepassado. Formavam uma aristocracia que controlava os meios de produção (melhores terras, escravos e ferramentas). Toda a produção era fruto do trabalho dos escravos e dos servidores. Esses escravos gozavam da proteção de seus senhores e não eram submetidos a maus-tratos. Também os membros do génos trabalhavam junto a seus escravos.
Período Arcaico–A Grécia antiga não era um “país” centralizado e unificado como o de hoje. Era formada por um grande nº de pequenos Estados independentes entre si, que ficaram conhecidos com o nome de cidades-Estados ou, em grego, pólis. Depois da invasão dos dórios, a Grécia foi aos poucos se transformando.
Surgiram construções no alto dos morros para melhor defesa de possíveis ataques. As casas e templos se aglomeravam e formaram o que ficou conhecido como pólis, que se pode ser grosseiramente traduzida por cidade.
Nas cidades-estados da Grécia antiga, na parte mais alta, habitava a aristocracia liderada pelo basileu, espécie de rei-sacerdote. Nas partes mais baixas, localizava-se o mercado e nelas moravam os comerciantes, artesãos e trabalhadores em geral.
A acrópole era a parte da pólis onde ficavam as fortificações militares e os templos religiosos – exemplo famoso desse tipo de construção é a Acrópole de Atenas.
A consolidação da cidade-Estado iniciou-se no século XIII. Mas a sociedade grega já apresentava problemas:
O aumento da população, a escassez de terras férteis e o monopólio das maiores e melhores terras pela aristocracia, que enriquecia sempre mais. O pequeno camponês tinha que recorrer ao grande proprietário para obter empréstimos de sementes e alimentos que sua propriedade não produzia (por ser pequena); em troca, tinha que dar uma parte do que produzisse ao rico proprietário.
Nessa relação, o camponês era conhecido como hectemoro e o grande proprietário era chamado eupátrida. Quando o hectemoro não conseguia pagar suas dívidas ao eupátrida, tinhas suas terras confiscadas por este e, o próprio camponês era vendido como escravo.
Na Grécia, início do século VIII, não havia terra para todos e os alimentos eram escassos para uma população crescente. As melhores terras ficavam em mãos de poucos, que também eram os donos do poder político.
Entre os séculos VIII e VII a.C, os gregos saíram em busca de terras fora da Grécia. Ocuparam várias regiões do Mediterrâneo, como o sul da Itália e a Sicília. A organização dessas colônias era semelhante à das cidades-Estados, com as quais mantinham estreitos vínculos culturais e religiosos. A colonização ajudou adiminuir um pouco as tensões na Grécia, mas não resolveu as questões principais.
Para suprir o problema da falta de alimentos, foram criadas colônias nas regiões férteis do mar Negro, que produziam o trigo. Para pagar a importação, desenvolveu-se na Grécia a cultura da uva e da oliveira para produzir vinho e azeite que, eram trocados pelo trigo. Para o armazenamento e transporte desses produtos, eram utilizados potes e vasos produzidos por uma dinâmica manufatura de cerâmica.
Surgiu então uma nova camada na sociedade grega: a dos proprietários de terra que produziam e comercializavam o azeite e o vinho. Essa nova camada social, embora rapidamente enriquecida, era impedida de qualquer participação política. A situação dos camponeses pobres continuava a mesma, enquanto a aristocracia mantinha seus privilégios e aumentava suas propriedades, oprimindo os pobres. 
O período clássico: A Pólis de Atenas - A região da Ática havia sido pouco atingida pelas invasões dóricas. Isso contribuiu para que as pequenas aldeias que formavam essa região se agrupassem pacificamente sob a hegemonia de uma delas: Atenas. A esse processo de união as aldeias deu-se o nome de sinecismo. E foi desse fenômeno que se formou a cidade-Estado de Atenas.
As transformações econômicas trouxeram também transformações sociais à Grécia. Atenas tornou-se um dos principais centros exportadores de vinho e azeite e grande produtora de cerâmica. As diferenças entre as classes sociais se acentuavam.
Com o surgimento de duas novas classes – a dos ricos, proprietários que se beneficiavam da expansão econômica; e a dos escravos, que aumentavam em nº. Os eupátridas oprimiam os camponeses pequenos proprietários, enquanto aumentavam sua riqueza e monopolizavam o poder político. A aristocracia propôs, então, uma reforma na sociedade, que foi planejada sucessivamente por dois legisladores:
Drácon limitou-se a escrever as leis, que até então eram orais, tirando a justiça das mãos dos eupátridas e passando-a para o Estado. Mesmo assim, a situação dos pobres era aflitiva.
Em 594 a.C, Sólon iniciou-se as seguintes reformas: nenhum cidadão grego poderia ser vendido como escravo; assim, os hectemoros que haviam sido vendidos como escravos puderam voltar às suas terras; realizou uma reforma social, dividindo a sociedade em 4 classes:
Classe I e II: As duas primeiras classes eram as que tinham renda anual entre 300 e 500 medidas de trigo, azeite ou vinho e participavam dos cargos mais importantes do governo;
Classe III: Era a dos guerreiros de infantaria (zeugitas), cuja renda tinha que ser suficiente para a compra de um escudo e uma lança;
Classe IV: Era a dos thétas, camponeses e artesão pobres, que somente participavam da assembléia popular; criou a eclésia, assembléia popular que opinava sobre os assuntos de interesse geral; estabeleceu o bule, conselho de 400 membros formado por 100 representantes de cada uma das quatro tribos que existiam na Ática; o poder executivo estava nas mãos do Areópago, que era monopólio das duas camadas mais ricas.
ATIVIDADE - A civilização minóica, com seu aparecimento situado no 12º séc. a.C, com sua língua, população, religiões e diversas tradições, está na origem da cultura grega. Qual o nome da região na qual se desenvolveu a cultura grega?
Creta.
História de Roma – Da Monarquia à República – Principais períodos da história de Roma. Situada na planície do Lácio, às margens do rio Tibre e próxima ao litoral (mar Tirreno), a cidade de Roma originou-se a partir da fusão de dois povos:
Latinos+ Sabinos = Cidade de Roma
Inicialmente, uma aldeia pequena e pobre, Roma foi conquistada pelos seus vizinhos do norte, os etruscos, que dela fizeram uma verdadeira cidade. Os romanos eram também vizinhos dos gregos, que, ao sul, haviam criado a chamada Magna Grécia, onde habitavam desde a época da fundação de Roma. Dos etruscos e dos gregos, os romanos receberam importantes influências e, com base nelas, elaboraram a sua própria civilização.
A sociedade romana, como a grega, é exemplo de sociedade escravista, embora difira em alguns aspectos. O processo de concentração de terras pela aristocracia patrícia jamais foi bloqueado, e o poder e a influência daquela camada social permaneceram praticamente inalterados até o fim.
O elemento central da grande estabilidade desfrutada por Roma foi a instituição do latifúndio escravista, que, estabelecido ali numa escada desconhecida pelos gregos, proporcionou aos patrícios o controle sobre os rumos da sociedade.
À solidez econômica e política da situação dos patrícios somou-se o talento militar dos romanos, que fez de Roma, uma cidade-Estado, sede de um poderoso império.
Os gregos e os romanos iniciaram sua história sob o regime monárquico (fundado por Rômulo, segundo a lenda), experimentaram a república e terminaram os seus dias sob o domínio de um império universal despótico e muito parecido com os modelos orientais. 
São os 3 períodos em que se costuma dividir a história de Roma: Monarquia -> República -> Império – Subdividido em Alto Império e Baixo Império -> O Alto Império é a fase em que esteve em vigor o regime político do principado -> O Baixo Império é o regime político do dominato.
Monarquia – Patrícios e plebeus: Desde o tempo da Monarquia, a sociedade romana encontrava-se dividida em patrícios e plebeus. Os patrícios pertenciam à camada superior da sociedade, e os plebeus, à camada inferior. O que distinguia a ambos era a gens, uma instituição análoga ao genos grego. Somente os patrícios pertenciam às gentes(plural de gens). Uma gens congregava os indivíduos que descendiam, pela linha masculina, de um antepassado comum. Portanto, a gens nada mais era do que família em sentido amplo.
Gens era o nome que os romanos davam àquilo que conhecemos como clã. E a gens, era composta de várias famílias individuais. Uma gens distinguia-se de outro pelo nome: gens Lívia, gens Fábia, etc, e todos os seus membros traziam o nome da gens. O nome dos patrícios era composto de três elementos: o prenome, o nome gentílico, ou da gens, e o cognome ou designação especial, uma espécie de apelido. 
Ex: Lúcio Cornélio Sila, Caio Júlio César, etc. Quer dizer: Sila era membro da gens Cornélia, e César, da gens Júlia.
A palavra senado deriva do latim senex, que significa “velho”. O Senado era, um conselho de anciãos, uma instituição muito comum na Antiguidade. Seu equivalente, na Grécia, era a Gerúsia, em Esparta. Inicialmente composto de cem membros, o Senado passou a ter, 300, e mais tarde, 600 membros.
Os que não pertenciam a nenhuma gens eram plebeus e, por esse motivo, estavam excluídos da vida política. Sem direitos políticos, eram considerados cidadãos de segunda classe. Ser plebeu não significava ter uma condição econômica inferior ou de pobreza.
Sérvio Túlio, o segundo rei etrusco, é tido como o realizador de diversas reformas que favoreceram os plebeus.
Ele criou várias gentes, promovendo famílias plebéias à condição de nobres, organizou assembléias militares, os comícios centuriatos, e estimulou o comércio e o artesanato visando fortalecer economicamente os plebeus.
Essas medidas, que a tradição atribuiu a Sérvio Túlio, ficaram conhecidas como reformas servianas. O objetivo do rei, entretanto, não era propriamente beneficiar os plebeus, mas fortalecer o poder monárquico.
A criação de uma classe plebeia vigorosa tinha por fim a neutralização do poder dos patrícios, ou seja, algo semelhando ao pretendido pelos tiranos, como Pisístrato, na Grécia. Mas em Roma, essa política não teve o mesmo efeito.
A queda da Monarquia – Foi um movimento dos patrícios desejosos de manter seus privilégios contra a política “popular” de Sérvio Túlio. Tarquínio, chamado de “O Soberbo”, deu continuidade à política de seu antecessor. Os patrícios reagiram em 509 a.C contra aquela política, destronando Tarquínio e dando fim à Monarquia. Para a felicidade dos patrícios, o êxito do movimento foi assegurado em boa parte pelo declínio da civilização etrusca,que não conseguiu realizar uma intervenção pronta e eficaz em Roma. Assim nasceu a República romana.
A reorganização dos poderes na República – Vitoriosos, os patrícios fizeram algumas modificações nas instituições de poder. O Senado e os comícios curiatos e centuriatos permaneceram como estavam. Mas o poder antes exercido pelo rei foi dividido e entregue a dois cônsules, que permaneciam apenas um ano no cargo. Desse modo, os patrícios tentaram eliminar o risco de retorno da Monarquia.
Nos anos que se seguiram à vitória contra Marco Antônio, Otávio, através de títulos e mudanças no próprio nome, foi cumulado de honrarias, a última delas como fundador do Império. 
Em 40 a.C, ele recebeu do exército o título de Imperator, que transformou em seu prenome. E, para ressaltar a sua relação de parentesco com César, divinizado após a morte, e para significar que dele havia adquirido o direito de comando do exército, Otávio conservou para si a denominação César. O nome que adotou, foi então, Imperator Caesar Divi Filius, significando Imperador Filho de César Divino.
Depois de ter exercido o governo com poderes excepcionais desde a guerra contra Marco Antônio, Otávio executou, em 27 a.C, uma manobra política bem-sucedida: renunciou aos seus poderes numa sessão do Senado e declarou restaurada a República. Nessa mesma reunião, o Senado não apenas reafirmou seus poderes, como concedeu-lhe novos títulos, como princeps, que significava “primeiro cidadão romano”.
Além disso, conferiu-lhe o título Augusto, dado apenas aos deuses. Otávio, que daí em diante passou a ser conhecido por Augusto, saiu, portanto, mais fortalecido desse episódio.
Os 4 primeiros imperadores que sucederam augusto eram todos parentes entre si e fizeram parte da dinastia conhecida como Júlio-Cláudia, e foi sucedida pelas dinastias:
Júlio-Claudiana (27 a.C – 69 d.C) -> Faviana (70 – 96) -> Antonina ( 96 -193) – Severiana (193 – 235)
A crescente influencia do exército na vida política foi a principal característica do Principado. Sua primeira intervenção ocorreu no reinado de Calígula, um imperador cujo comportamento mostrava claros sinais de desequilíbrio mental, morto em decorrência de um complô dirigido contra ele pelos oficiais da guarda pretoriana.
Apesar dessa tendência, o Principado conheceu uma fase de grande estabilidade com a dinastia Antonina, durante a qual vigorou a chamada Pax Romana (paz romana), que perdurou por quase cem anos.
Com a chegada dos Severos ao poder imperial, teve início outro período de turbulência, que chegou ao auge em 235 d.C. Esse foi o ano em que começou a mais profunda crise do Império Romano, da qual ele saiu completamente transformado 50 anos depois. Nesse conturbado período conhecido como “anarquia militar”, de 235 a 285, Roma conheceu uma rápida sucessão de mais de 20 imperadores, dos quais apenas um morreu de morte natural. Em constantes motins, o exército romano estava dividido em facções rivais, que proclamavam os imperadores com a mesma facilidade com que os assassinavam.
As duas fases do Império – O principado e o Dominato constituem as duas fases do Império, separada uma da outra por um período conhecido como “Anarquia militar”.O primeiro período é também chamado de Alto Império e o segundo, de Baixo Império.
O Império começou com Augusto tendo nas mãos os poderes civil, militar e religioso. Ele vinculou a posição social do indivíduo à renda e restringiu a competência do Senado e das magistraturas aos assuntos civis relativos a Roma e à Itália. Por fim, reorganizou o exército profissional tornou-o permanente. A intervenção dos militares na política foi o traço marcante do Principado e continuou a sê-lo ainda mais no Baixo Império. 
ATIVIDADE
1) Na Antiguidade Clássica, houve uma formação territorial e política muito comum, em Atenas, Esparta e Roma se encaixavam. Trata-se de formas de governo e de organização sócio-política dos povos destas cidades. Qual o nome da formação em que os povos da Grécia viviam? Cidade-Estado.
2) A principal fonte histórica para o estudo da Grécia nos períodos anterior e posterior à invasão dórica tem sido os poemas épicos ilíada e Odisseia. As duas obras parecem ter sido produzidas em épocas diferentes... Quais são os argumentos de cada umas dessas obras?
A Ilíada descreve a Guerra de Tróia e a Odisseia descreve as peripécias de Ulisses, nobre grego, em suas viagens de volta para Ítaca, na Grécia.
AULA 2 - Entre os gregos, a tradição religiosa era transmitida oralmente por poetas como Homero e Hesíodo, que viveram entre os séculos IX a.C. e VIII a.C., inspirados por divindades ligadas à música e à poesia, as Musas. Seus relatos foram retomados por dramaturgos dos séculos V a.C. e IV a.C.
Os gregos, e a maioria dos povos antigos, desenvolveram um sistema religioso politeísta, ou seja, eles cultivavam a crença simultânea na existência de vários deuses. Esta plêiade de deuses dava origem a diversas crenças, a cultos e práticas religiosas que constituíam a vida pública na Grécia antiga. 
A natureza em sua linguagem ora fascinante, ora aterrorizante era uma das fontes das construções sobre a existência e a função divina dos personagens do “Pantheon” grego. Esta concepção da natureza como fonte da religião foi estudada com sucesso, no século XIX, por Rudolf Otto, um eminente estudioso em religiões comparadas e criador do termo numinou, o qual exprime um importante conceito. Segundo Otto, dois sentimentos dominaram a humanidade diante da Natureza, de um lado, o terror, do outro a fascinação.
A obra que deu destaque a Rudolf Otto foi “o Sagrado – Os aspectos irracionais na noção do divino e sua relação com o racional” e foi publicada em 1917, durante a 1ª Guerra Mundial. Otto entendia o conceito de Sagrado como categoria essencial para compreender as religiões, mesmo não sendo um elemento racionalizável, era o elo da natureza com o divino. O Sagrado era uma idéia ou uma noção complexa, sendo formado por dois aspectos opostos:
- Racional: os elementos passíveis de serem claramente comunicados pela linguagem. Ex: Narrativas, doutrinas, ética e moral religiosa.
- Irracional: o oposto, os elementos que não se dobram à linguagem fugindo a uma apreensão conceitual.
Aqui surge o conceito de NUMINOSO. Esse termo tem sua origem no termo latino Numen, significa deus ou divino. E implica que haja uma manifestação (Téo-fania) divina na experiência do furor ou da beleza da natureza.
O numinoso, entretanto, não se manifesta de uma forma simples, mas, complexa, Otto propôs uma fórmula básica para expressar essa complexidade. Segundo Otto, o numinoso é o 	‘mysterium tremendum et fascinans” (mistério é terrível e fascinante).
O mysterium corresponde à forma como o numinoso se manifesta. É o mistério, o desconhecido, incompreensível  que, quando manifesto, se faz perceber como algo distinto da realidade que experimentamos, é o totalmente Outro. Desta noção temos a noção de mytho, narrativas sobre os deuses e heróis.
O Tremendum é o aspecto negativo ou repulsivo do sagrado, onde a manifestação nos impele para trás, que nos impõem o temor. Ele pode ser percebido sob três formas: Tremendum, majestas e orgé. O Tremendum é o terrível no sagrado; é o que nos faz tremer, que causa calafrios, que traz a sensação de risco à nossa integridade.
O Majestas está relacionado com o poder ou a majestade com a qual a experiência se apresenta. O terceiro aspecto é o Orgê, que é a energia do numinoso. Este se faz manifestar na “vivacidade, paixão, natureza emotiva, vontade, força, comoção” gerados no indivíduo pelo contato com o objeto numinoso. O Fascinans é o aspecto positivo ou atrativo do sagrado, que é formado por dois aspectos, o augustus que impacta o indivíduo com a sensação de pureza, santidade; e o sebastus que se manifesta impondo a prudência, reverência, veneração.
O relâmpago era resultado da ação de Zeus, e por isso os lugares atingidos pelos raios eram considerados sagrados, diferenciados dos outros lugares em que não havia manifestaçãodos deuses, os lugares comuns, ou profanos. Os gregos acreditavam que a água causava os tremores de terra e, como tudo o que se relacionava à água era relativo a Posêidon, então o deus do mar era chamado sacudidos de terra. 
Além da Natureza, outro campo da experiência do sagrado, ou da religião, era a memória dos mortos. As almas dos antepassados também eram cultuadas pelas famílias, através de uma série de rituais que ficavam a cargo das mulheres.
Havia ainda os seres imortais, com poderes extraordinários e considerados deuses; alguns inclusive eram ‘estrangeiros’, originários de tradições de outros povos, com os quais os gregos tiveram algum contato. Alguns exemplos: Deméter: deusa da terra. 
Era semelhante às antigas deusas da fertilidade, muito comuns no período Neolítico. Afrodite: deusa do amor. Era uma deusa da tradição mesopotâmica, Astarté. Dioniso e Hefesto. Deuses do vinho e da técnica. Seriam originários do Oriente, talvez da Índia. Acreditava-se que esses deuses habitavam o monte Olimpo, na Tessália, embora algumas versões localizassem sua morada no céu. São doze os principais:
1. Hermes, o deus mensageiro; 2. Zeus, deus do trovão, o mais poderoso dos deuses, o que voa;
3. Hera, esposa de Zeus; 4. Poseidon, deus dos mares, o que treme a terra.
5. Héstia, deusa dos lares; 6. Deméter, deusa da fertilidade da terra.
7. Apolo, deus da música 8. Atena, deusa da sabedoria
9. Afrodite, deusa do amor 10. Hefesto, deus do fogo e da metalurgia
11. Ares, deus da guerra
Havia outros deuses tão importantes quanto esses, e que às vezes figuravam entre os doze deuses do Olimpo: 
1) Plutão ou Hades, senhor do reino dos mortos; 2) Dioniso, deus do vinho, da euforia; 3) Hebe, deusa da juventude.
‘Os mitos são relatos aceitos, entendidos e sentidos como tais. Comportam assim, em sua origem, uma dimensão de ‘fictício’, demonstrada pela evolução semântica do termo ‘mythos’, que acabou por designar, em oposição ao que é da ordem do real por um lado, e da demonstração argumentada por outro, o que é do domínio da ficção pura: a fábula. Este aspecto relaciona o mito grego ao que chamamos religião’.
O teatro do mundo ordenado pelo relato mítico está pronto para a entrada em cena de atores divinos de tipos diferentes. Com a descendência de Urano (céu) e Gaia (a terra), estão dados os atores que desempenharão o último episódio do processo cosmogônico. 
Nesta gênesis, percebe-se o mundo que se organiza pela mescla dos contrários, num universo de mistos em conflito para além das linhas divisórias do bem e do mal. De fato, Homero ouve o canto das musas. Elas cantam a verdade, isto é, na análise da linguagem mítica para além dos sistemas religiosos, a ‘alétheia’ defini-se como uma potência, solidária de todo um sistema de entidades religiosas que lhe são ao mesmo tempo associadas e opostas.
A formulação do verdadeiro envolve uma instauração ou restauração da ordem. Como palavra pronunciada por personagens que têm o poder e a função de dizer o verdadeiro, a palavra reta é um aspecto ou um momento do jogo das forças que compõem e ordenam o mundo humano. Mas qual seria então o lugar do erro, da ilusão, da palavra ineficaz? Em outras palavras, se a palavra e o ser coincidem de certa forma, se o dito de verdade é criador do que enuncia, por onde se pode insinuar entre as palavras e as coisas esta distância que permite à linguagem dizer tanto o falso como o verdadeiro?
Léthê e Alétheia, em vez de se excluírem, constituem os dois polos complementares de uma única potência religiosa, onde a negatividade arremata a verdade, é sua sombra inseparável. Porque detém a potência ambígua da persuasão, sem a qual a palavra seria ineficaz, os profetas e os poetas são mestres da verdade e do logro.
Assim não tanto o falso que vale, mas a mentira e o fingimento. Para mentir, é também preciso, antes de mais nada, saber a verdade; para enganar, é preciso saber mais do aquele que é enganado.
O domínio de Zeus marca a terceira geração de deuses. Ele repartiu o mundo com seus irmãos. Posêidon ficou com os mares, Hades com o mundo subterrâneo, e a ele próprio coube o céu. Essa geração também teve muitos filhos. De Zeus e Deméter nasceu Perséfone: de sua união com Memória nasceram as Musas; com Leto, Apolo e Ártemis; com Hera, Ares, Hebe e Ílitia; com Maia, Hermes; com Sêmele, Dioniso. Mas a primeira esposa de Zeus, Métis, a astúcia, foi engolida por ele, porque estava destinada a dar à luz dois filhos: um era Atena, e o outro seria aquele que destronaria seu pai. Zeus engoliu Métis e ficou astucioso, e gerou Palas Atena, que nasceu de sua cabeça. (Hesíodo, Teogonia)
Assim como a do mundo, a origem do homem é relatada por inúmeros mitos que falam de seus antepassados: em algumas regiões eram considerados filhos da Terra, em outras eram formigas transformadas, ou seres feitos a partir do barro ou da areia. Num fragmento atribuído a Hesíodo, encontra-se uma história sobre a origem dos habitantes da ilha de Egina, segundo a qual a deusa Egina teve um filho com Zeus, Éaco, que ficou inteiramente só na ilha. Ao tornar-se adulto, a solidão o aborrecia. Para acabar com essa solidão, Zeus converteu as formigas da ilha em homens e mulheres, concedendo a Éaco um povo chamado urirmidões.
Havia também mitos sobre relações entre pais e filhos. Um exemplo é o mito de Édipo, que foi tratado pelo dramaturgo Sófocles na tragédia Édipo-Rei. Édipo era filho do rei de Tebas, Laio, e sem saber matou seu próprio pai, casando-se com sua mãe, Jocasta, que ele não conhecia. Tudo isso aconteceu porque quando Édipo nasceu, seus pais foram informados de uma profecia que relatava seu destino. Para evitá-lo, ordenaram a um criado que matasse o menino. Porém, penalizado com a sorte de Édipo, ele o entregou a um casal de camponeses que morava longe de Tebas para que o criassem. Édipo soube da profecia quando se tornou adulto.
Saiu então da casa de seus pais adotivos para evitar a tragédia, ignorando que aqueles não eram seus legítimos genitores. Eis que, perambulando pelos caminhos da Grécia, encontrou-se com Laio e seu séquito, que, insolentemente, ordenou que saísse da estrada. Édipo reagiu e matou os integrantes do grupo, sem saber que estava matando seu verdadeiro pai. 
Continuou a viagem até chegar a Tebas, dominada por uma Esfinge, que devorava as pessoas que não decifrassem seu enigma: “Qual o animal que anda com quatro patas ao amanhecer, duas ao meio dia e três ao entardecer?”. Édipo decifrou o enigma, respondendo: o homem. A Esfinge morreu, Édipo tornou-se herói de Tebas e casou-se com a rainha, Jocasta, a mãe que desconhecia.
Prometeu era um titã, portanto, descendente de Urano, como Cronos, e derrotado por Zeus, conforme a história de Hesíodo. Titãs, segundo o mesmo Hesíodo, seriam “aqueles que por presunção teriam tentado realizar uma grande obra porém foram punidos”. Essa grande obra foi partilhar a audácia do plano divino com os homens. O que aconteceu da seguinte maneira:
O titã Jápeto, irmão de Cronos, tinha dois filhos que se tornaram o elo entre os deuses e os humanos: Prometeu (que quer dizer “o astuto”) e Epimeteu (que quer dizer “o que só aprende depois do erro”). Segundo Platão, depois que os deuses fizeram as criaturas com uma mistura de terra e fogo, deram aos irmãos Prometeu e Epimeteu a incumbência de dar a cada uma delas a capacidade que lhe fosse mais adequada. Para essa tarefa eles tinham um certo prazo, ao fim do qual as criaturas sairiam das trevas do centro da terra para a luz.
Eles combinaram que Epimeteu faria o serviço e Prometeu o verificaria. E assim foi feito. Epimeteu distribuiu força, alimentos, velocidade, proteção a todos, de tal forma que as criaturas pudessem sobreviver; no entanto, deixou o homem nu, sem nenhum atributo que o protegesse. 
Quando Prometeu foi verificar o trabalho de seu irmão, percebeu perplexo a situação do homem. Resolveuroubar as artes de Hefesto e Atena - a metalurgia e a tecelagem - e o fogo, que deram ao homem a sabedoria e as condições para enfrentar os problemas da vida cotidiana. Por isso os homens têm uma maior proximidade com os deuses do que as outras criaturas. Mas também por isso Prometeu foi castigado.
Ficou acorrentado por trinta mil anos no pico mais alto do Cáucaso, tendo o fígado picado por um pássaro, até que Hércules, o semideus filho de Zeus, o libertou. Segundo alguns, sua libertação deveu-se ao fato de Zeus querer tornar seu filho famoso, porém outros interpretam-na como recompensa por Prometeu ter guardado o segredo da deposição de Zeus. 
Segundo as várias versões da história de Prometeu, sua libertação exigiu que ele deixasse um outro imortal sofrendo em seu lugar. Quem tomou para si o sofrimento de Prometeu foi o centauro Quíron, que fora ferido acidentalmente por Hércules. Quíron passou a ser identificado com a invenção da arte de curar.
B) O mito da criação da mulher–A primeira mulher como uma represália de Zeus contra o roubo do fogo por Prometeu, segundo o relato de Hesíodo.
“Filho de Jápeto, sobre todos hábil em tuas tramas, apraz-te furtar o fogo fraudando-me as entranhas; grande praga para ti e para os homens vindouros! Para esses em lugar do fogo eu darei um mal e, todos se alegrarão no ânimo, mimando muito este mal.
Disse assim e gargalhou o pai dos homens e dos deuses; ordenou então ao ínclito Hefesto muito velozmente terra á água misturar... E a esta mulher chamou Pandora porque todos os que tem olímpica morada, deram-lhe um dom, um mal aos homens que comem pão.” (Hesíodo)
Essa mulher foi dada de presente ao irmão de Promoteu, Epimeteu, e trouxe consigo, em uma caixa, todos os dons maléficos que os deuses lhe deram. Proibiu-lhe abri-la, mas ele, cada vez mais curioso, não agüentou e, vendo-se sozinho, abriu-a. De dentro saíram as doenças, as infelicidades, todos os males que os homens não conheciam até então. Desde esse dia os homens passaram a sofrer, e os longos e despreocupados festins que tinham com os deuses nunca mais aconteceram. 
Exercício – De acordo com as histórias mitológicas antigas, podemos conhecer o modo de viver dos deuses. Nestas narrações fantásticas o autor se utiliza de uma analogia entre as virtudes e os defeitos da vida humana para aclarar o ‘modus vivendi’ do Olimpo. De acordo com estas mitologias, como se poderia descrever a vida cotidiana dos deuses?
Resp: Os deuses tinham uma disputa entre si para que não perdessem o trono. Lembre-se, o pai de Zeus devorava todos os seus filhos temendo perder o seu reinado.
As divindades gregas, como as de todas as religiões, são consideradas seres dotados de consciência como o homem, porém com poderes superiores aos humanos. Uma vez que as divindades são seres conscientes, os homens pretendem relacionar-se com tal poder superior atingindo suas consciências da mesma forma como fazem entre si: através de laços afetivos e de trocas, que se realizam por sacrifícios, preces, oferendas e por sistemas de consultas, - os oráculos -, que muitas vezes são realizadas nos templos.
A) Os sacrifícios: Os sacrifícios eram uma forma de repetir os banquetes dos deuses com os homens, quando ambos partilhavam da vítima do sacrifício, seguindo um ritual no qual um animal doméstico era conduzido em procissão, ao som de flautas, até o altar exterior do templo; os participantes e o animal eram ornados com coroas de flores. A solenidade acontecia no exterior do templo, e poucos podiam nele entrar, pois era a casa do deus. Acreditavam que o deus efetivamente morava ali, senão sempre, pelo menos de vez em quando.
Os oráculos: Entre os gregos havia templos dedicados aos vários deuses, e em alguns deles existiam oráculos, sistemas de interpretação da sabedoria dos deuses, que se comunicavam com os homens que vinham pedir conselhos ou saber do futuro. 
Um exemplo disso era o que ocorria no oráculo de Zeus, em Dodona, onde sacerdotes interpretavam o balançar das folhas dos carvalhos sagrados como a fala do deus. A consulta ao oráculo era uma ocasião solene, como uma visita ao próprio deus, e exigia vários rituais, como podemos ler neste relato de Pausânias, que descreveu, em suas viagens pela Grécia, como era o oráculo de Trofônio, uma divindade local absorvida por Zeus.
Muitas vezes a consulta não era pessoal, envolvia uma cidade inteira, sobretudo em épocas de guerra ou de peste. As maneiras de os deuses responderem às perguntas variavam. Por exemplo, em Delfos, no oráculo de Apolo, o deus respondia pela boca de uma sacerdotisa, a Pítia ou Pitonisa, que entrava em transe e incorporava o deus. Em outros templos, o homem podia ocupar a função de intermediário entre os homens e os deuses.
O que acontece no oráculo é o seguinte: quando uma pessoa está decidida a descer ao oráculo de Trofônio, deve se alojar num certo lugar por alguns dias. Nos sacrifícios, um adivinho está presente, e olha nas entranhas da vítima para ver se Trofônio vai receber a pessoa que desce.
Agamedes, parceiro de Trofônio. Se as entranhas da ovelha indicarem, ele pode ir. Primeiro ele é levado ao rio Hercyna por dois meninos de treze anos, que o banham. Depois é levado por sacerdotes até algumas fontes, das quais ele deve beber a água do esquecimento e da memória, para se livrar de seus pensamentos e para se lembrar do que aconteceu durante sua descida ao oráculo. Há uma imagem que só é mostrada aos que vão visitar o deus, que é então reverenciada. Daí se pode entrar no oráculo, que fica numa caverna na montanha, na qual se entra por uma escada. Lá dentro, o suplicante encontra um buraco, no qual deve entrar passando primeiro os pés.
Depois que seus joelhos passam ele é puxado como que por um fio. Lá dentro fica sabendo do futuro, ouvindo ou vendo, conforme o caso. Quando volta, é levado pela mão dos sacerdotes até a cadeira da memória, onde conta tudo aquilo que soube pelo oráculo. Depois é levado ao alojamento, paralisado pelo terror. Gradualmente vai melhorando, e recupera a faculdade de rir. [...] O que eu conto não é de ouvir dizer; eu mesmo consultei o oráculo de Trofônio.  Além dos oráculos, os gregos acreditavam em presságios, sinais significativos que eram interpretados como um aviso dos deuses, como o voo das aves, que em certas ocasiões eram identificados como bons ou maus.
Na Guerra de Troia, por exemplo, os troianos foram intimidados por uma águia que voava com uma serpente nas suas garras, ensanguentada, ainda viva, que picou a ave perto do pescoço, e eles acreditaram que era um presságio de Zeus.
As festas eram sempre ocasiões de relação com os deuses - As Panateneias, festas em homenagem a Atena, realizadas todos os anos, começavam com uma procissão que partia do bairro dos ceramistas (o Cerâmico) e atravessavam o centro de Atenas para levar solenemente à Acrópole o peplo (manto), bordado todos os anos por jovens previamente escolhidas. Ele se destinava a vestir a estátua do culto de Atena.
Ou festas das sementeiras celebradas em honra de Apolo. Nesta ocasião, se ofereciam um prato de favas e vários outros legumes, misturados com farinha de trigo a Apolo. Depois levavam em procissão um ramo de oliveira envolvido em lã e carregado de frutos da primeira safra, o que consideravam um talismã de fertilidade. Neste período, os gregos desenvolveram, por causa das festas, uma gama de diversidades de atividades culturais e cívicas. Daí se entende que o sistema religioso não pode ser divorciado do conjunto da vida social.
As festas eram pretexto para o exercício de ‘areté’ (educação) dos jovens e das crianças nas atividades: atlética, lírica, musical, dramática (tragédia ou comédia). Os festivais eram as únicas ocasiões em que havia representações dramáticas, que tinham sempre o intuito de mostrar a conduta humana e refletir sobre ela. Havia três gêneros de espetáculos teatrais: as tragédias, as sátiras e as comédias.
As tragédias apontavam as consequências terríveis de um comportamento desmedido, ao qual davamo nome de hybris. As sátiras e as comédias também tinham função educativa, apontando o ridículo da condição humana através de personagens estereotipados e ridículos. Falaremos mais detalhadamente sobre os três gêneros literários gregos (a poesia épica, lírica e a tragédia).
Religião e Mitologia Romana - Primeiramente, deve-se dizer que a cultura latina, destarte, as suas características próprias, sua língua, suas manifestações artístico-literárias, sua mentalidade, nunca negou sua vinculação e fascínio que eles devotavam à cultura denominada: a grega. 
Em outras palavras, os romanos tiveram vida própria e identidade, que na verdade correspondem à recepção criativa da cultura e da identidade dos gregos. No campo da Religião, Roma Antiga, capital do Império, caracterizou-se como uma sociedade na qual as pessoas seguiam uma religião politeísta, ou seja, acreditavam em vários deuses.
	Nome do deus
	O que representava
	Nome do deus
	O que representava
	Júpiter 
	rei de td os deuses, representante do dia
	Baco
	Vinho, festas
	Apolo
	Sol e patrono da verdade
	Febo
	Luz do Sol, poesia, música, beleza masculina
	Vênus
	Amor e beleza
	Diana
	Caça, castidade, animais selvagens e luz
	Marte
	Guerra
	Ceres
	Colheita, agricultura
	Minerva
	Sabedoria, conhecimento
	Cupido
	Amor
	Plutão
	Mortos, mundo subterrâneo
	Mercúrio
	Mensageiro dos deuses, protetor dos comerciantes
	Netuno
	Mares e oceanos
	Vulcano
	Metais, metalurgia,fogo
	Juno
	Mares e oceanos
	Saturno
	Tempo
	
	
	Psique
	alma
A mitologia romana pode ser dividida em duas partes: A primeira, tardia e mais literária, consiste na quase total apropriação da mitologia grega.
Foi antiga e ritualística. Nesta fase, percebem-se mudanças em relação ao modelo grego. Neste período, segundo os estudiosos, os romanos desenvolvem dois conceitos religiosos: uma cultura religiosa pública e social, a ‘Pax deorum’ (A paz dos deuses) e outra privada, doméstica, um respeito escrupuloso pelo rito religioso — o Pax deorum — que consistia muitas vezes em danças, invocações ou sacrifícios. Ao lado dos deuses domésticos, os romanos possuíam diversas tríades divinas, adaptadas várias vezes ao longo das várias fases da História de Roma.
Sinopse da mitologia greco-romana
	Deuses gregos
	Deuses correspondentes em Roma
	Zeus
	Júpiter
	Hera
	Juno
	Poseidon
	Netuno
	Atena
	Minerva
	Ares
	Marte
	Artemis
	Diana
	Hermes
	Mercúrio 
	Dionisio
	Baco
Atividade – 1. Nas sociedades antigas, já encontramos diversos meios de difusão do conhecimento, da arte e da ciência. Como se dava a difusão dos mitos na Antiguidade? Através de poetas e escritores de todo tipo
2. Na Grécia antiga, encontram-se textos lendários sobre a ‘genealogia’ dos deuses. Uma tentativa antiga de ordenar, como os humanos, a existência dos deuses no tempo mítico. A que se referem estes textos genealógicos? Um conjunto de gerações divinas que se sucedem
AULA 3 - Os gregos são os criadores dos modelos literários que ainda se desenvolvem no Ocidente: a poesia épica e lírica e a tragédia. Em prosa e verso, os gregos possuem o mérito de ter influenciado os rumos das letras ocidentais.
Nesta aula, surge o nome de Homero, pai das letras gregas e ocidentais, com suas famosíssimas obras, a Odisseia e a Ilíada, que chegarão a Roma, inaugurando a arte latina, com o mestre Virgílio, em Eneida.
Segundo Jorge Piqué, para entendermos a importância capital da obra homérica é preciso contextualizar as características mais relevantes das sociedades greco-latinas do período clássico:
O Legado Clássico ou Herança Clássica, que recebemos da Antiguidade greco-latina poderia ser sintetizado em 4 grandes temas:
- Os gregos e romanos criaram e aperfeiçoaram os maiores gêneros da literatura ocidental e influenciaram fortemente muitas literaturas posteriores, especialmente a partir do Renascimento.
- Criaram sistemas políticos e jurídicos que desenvolveram os princípios da justiça, liberdade política e democracia.
- A filosofia grega é o fundamento do pensamento ocidental; especialmente por meio de Platão e Aristóteles.
- Suas artes plásticas (pintura, cerâmica, escultura) e arquitetura continuam a atrair a admiração depois de mais de 2.000 anos.
A obra “homeriana” da Odisseia e da Ilíada é o parâmetro do poema épico antigo, por causa de sua vinculação ás raízes primitivas e populares da Grécia arcaica.
Os gregos narraram suas memórias ao longo dos tempos, de modo anônimo, até que o poeta e cantador Homero as colecionasse e as compendiasse, fazendo também com que elas, citadas por filósofos e poetas, se tornassem obra escrita.
Os poemas homéricos possuem tom eloqüente em seus versos (hexametros) e duração das vogais, como se tivessem sido feitos para serem falados em voz alta. Pois até o período helenístico, a ritmação própria da poesia indicava que estavam associados à literatura e música.
Nos festivais religiosos e nos folgedos populares estariam escondidas as suas raízes? Pela alta qualidade literária, Odisseia e Ilíada representavam a culminância de uma longa tradição de composições poéticas orais.
E, mesmo referindo-se em linhas gerais aos traços da sociedade micênica, estes poemas foram, provavelmente, compostos durante o século -VIII, no fim da Idade das Trevas. Para os gregos e também para nós, os dois mais importantes autores de epopeias (poemas em versos épicos) foram Homeroe Hesíodo.
Segundo Piquet, pode-se dividir em três períodos o desenvolvimento literário na Grécia.
As obras da literatura grega antiga são datadas entre o séc. VIII a.C. e o séc. IV d. C., ou seja, aproximadamente 1200 anos de tradição literária ininterrupta. No curso nos concentraremos especificamente no período arcaico, quando foi composta a Ilíada.
No período Arcaico (VIII – VI a.C) da história grega, surgem dois importantes gêneros literários, que terão continuidade até os dias de hoje, a poesia épica e a poesia lírica.
A Poesia Épica (séc. VIII a.C): se conservam nela reminiscências que remontam à Guerra de Troia e à época micênica (séc. XII a.C.). É poesia épica a epopeia homérica, representada nos dois poemas, a Ilíada e Odisseia. Tradicionalmente vinculada à poesia épica está também a Teogonia, de Hesíodo, e seu poema didático, Os Trabalhos e os Dias.
A poesia "Lírica" (séc. VII e VI a.C.): Representada por autores como Alceu, Safo, Estesícoro, Alcmano, etc... Surge junto com a filosofia dos pré-socráticos (Tales, Heráclito, Parmênides, Demócrito, etc...). Estas são as primeiras obras em prosa, embora alguns filósofos também utilizassem a poesia. A poesia era a única forma de expressão literária.
Período Clássico (V - IV a.C): Tradicionalmente, o período é delimitado por dois acontecimentos marcantes. - Se inicia em 480 a.C., com a vitória dos gregos sobre os persas. - E finaliza em 338 a.C., com Filipe da Macedônia, o pai de Alexandre, conquistando Atenas.
O chamado "Século de Péricles", quando Atenas é a mais importante cidade e grande centro cultural da Grécia. Temos nas letras o desenvolvimento do Teatro (tragédia), com os três grandes autores, Ésquilo, Sófocles, Eurípides, e da História, com Heródoto e Tucídides.
O séc. IV a.C: É quando surge a filosofia de Platão e Aristóteles, a Comédia chega ao seu ápice com Aristófanes e a Oratória ganha destaque com Ésquines e Demóstenes.
Período Helenístico (338 a.C – 30 a.C) e grego-romano: Inicia-se com a hegemonia macedônica sobre a Grécia, devido às conquistas de Alexandre, o Grande. Outros centros de atividade, como Alexandria e Pérgamo, substituem Atenas.
Novos gêneros são criados, como a novela. Roma conquista a Grécia e recebe sua influência, que retransmite para o mundo, especialmente nas regiões orientais. Autores como Apolodoro (mitógrafo), Menandro (comediógrafo), Calímaco (poeta lírico), são representativos dessa época.
A épica ressurge com Apolônio de Rodes, autor da Argonautica. É nesse período que, primeiro, o Velho Testamentoé traduzido do hebraico para o grego e, mais tarde, o Novo Testamento é escrito em grego koiné, um dialeto derivado do grego ático.
Sobre o nome de Homero, não há consenso de que ele tenha realmente existido ou de que tenha escrito qualquer uma das duas epopeias, tradicionalmente chamadas de poemas homéricos. Para o historiólogo Heródoto (484-425 a.C.), Homero teria vivido 400 anos antes dele.
Os estudos recentes, porém, situam a data de composição da Ilíada e da Odisseia no fim da Idade das Trevas ou no início do Período Arcaico.
O uso predominante do dialeto iônico sugere que o autor dos poemas veio provavelmente da Iônia. Que ele era um aedo cego nascido especificamente em Quios ou em outro lugar da região e se chamava Homero, porém, não tem qualquer comprovação histórica.  
A autoria dos poemas homéricos que permanece discussão irresoluta, desde o Período Helenístico, pode ser resumida assim:Seria "Homero" o nome atribuído a algum poeta anônimo que organizou uma extensa e antiga tradição oral? Teria sido "Homero" um poeta genial que simplesmente se baseou em temas da tradição oral de diversas épocas? Seriam os dois poemas, como os conhecemos, modificações tardias dos poemas originalmente compostos?
Seriam a Ilíada e a Odisseia obras de um só poeta? Teriam sido criadas a partir da união de vários poemas isolados? 
Qual dos poemas é o mais antigo?
É indiscutível sua influência sobre toda a literatura ocidental. A Eneida, de Virgílio, Os Lusíadas, de Camões e o Ulisses, de Joyce (1921) são apenas alguns dos exemplos de influência direta.
Poesia Épica - Cantada por gerações inumeráveis de poetas cantores, os ‘aedos’, discutida por Filósofos como Platão, a obra homérica representa uma potente memória da nação grega. 
Naquele momento, a poesia grega não era o que atualmente chamamos de "poesia". Não havia rimas e sim uma estruturação do verso em sílabas longas e breves, de tal modo que a declamação adquiria uma musicalidade muito própria à língua grega.
E os versos eram sempre acompanhados de música, pois para os gregos a poesia e a música andavam sempre juntas.
• Homero (séc. VIII a.C.) - Ilíada, Odisseia. /• Hesíodo (c. 700 a.C.) - Teogonia, Os Trabalhos e os Dias.
A Odisséia - Segundo Janko, 1982, a Odisseia foi composta, possivelmente, entre 743 e 713 a.C., alguns anos depois da Ilíada. O título do Poema deriva do nome do principal protagonista, Odisseu, herói grego mais conhecido entre nós pelo nome romano, Ulisses.
Enquanto a Ilíada é uma história de guerra, a Odisseia é basicamente uma história de viagens fantásticas. Nela, [Homero] relata as aventuras de Odisseu após a Guerra de Troia. Durante dez anos o herói tenta retornar a Ítaca, seu reino, onde o aguardam ansiosos o pai Laerte, a esposa Penélope e o filho Telêmaco; numerosas aventuras, porém, retardam sua volta. Em Ítaca, a esposa (Penélope) e o filho (Telêmaco) são constantemente pressionados por pretendentes ao trono e à esposa de Odisseu, tido como desaparecido.
O poema começa no vigésimo ano de sua partida para Troia (dez anos de guerra, mais dez anos de viagens), e as aventuras dos anos anteriores são contadas pelo próprio Odisseu. No final, é claro, Odisseu consegue retornar ao lar e à família, matar todos os pretendentes e recuperar seu reino.
Poesia lírica - Esta forma literária nasceu da fusão do poema épico com o instrumento que a acompanhava, a lira. As formas foram então se diversificando; variedades e novas técnicas surgiram, como: a ode, a elegia, os epitáfios, as canções, as baladas e outras mais que se desenvolveriam posteriormente como o soneto e o madrigal. 
A 1ª característica da poesia lírica é a maior liberdade quanto ao nº de sílabas dos versos. Ela também foi de grande influência sobre a poesia dramática, que se apresentava com duplo caráter: épico e lírico (objetivo/subjetivo).
Hesíodo é o mais antigo poeta grego no início do Período Arcaico. A sua obra poética pode ser considerada como poesia épica. Na Antiguidade, Hesíodo era tão considerado quanto Homero. 
Através de “Os Trabalhos e os Dias”, sabe-se que ele viveu em Ascra, na Beócia, no final do século - VIII ou início do século - VII (c. -700), período de crise agrícola e social. Filho de um imigrante de Cime, na Ásia Menor, que se tornou agricultor e vivia com dificuldade em uma pequena propriedade rural próxima do Monte Hélicon.
A exemplo do pai, Hesíodo viveu de sua pequena propriedade rural, mas parece ter recebido treinamento de rapsodo e, certamente, conhecia os poemas homéricos. Como os poemas homéricos, sua obra parece ser uma coletânea de mitos e tradições conservados oralmente — no caso, tradições da Beócia, região em que viveu. Hesíodo foi, no entanto, o primeiro a utilizar suas próprias experiências como tema de poesia e a cantar a vida simples do homem do campo.
Rapsodo é o nome dado a um artista popular ou cantor que, na antiga Grécia, ia de cidade em cidade recitando poemas (principalmente epopeias). 
As características da Poesia Épica Latina – Virgílio / Uma epopeia por encomenda
Bucólicas (poema pastoril) e Geórgicas (poema agrícola) haviam dado fama a Virgílio. Por isso, o imperador Augusto encomendou-lhe a composição de um poema épico que cantasse a glória e o poder de Roma. Um poema que rivalizasse e, quiçá, superasse Homero, e também que cantasse, indiretamente, a grandeza de César Augusto. 
Assim, Virgílio elaborou um trabalho que, além de labor linguístico e conteúdo poético, é também propaganda política.
Muitos dos episódios na Eneida, que narra um tempo mítico, tem uma correspondência síncrona com a atualidade de Augusto. Por exemplo, o escudo de Eneias, simbolizando a batalha do Ácio, quando Otávio Augusto derrotou Marco Antonio em 36 a.C e a previsão de Anquises, no Hades, sobre as glórias de Marcelo, filho de Otávia, irmã do imperador.
Virgílio concluiu a Eneida em 19 a.C. A obra está “completa, mas não está ainda pronta, segundo o seu criador. Virgílio gostaria ainda de visitar os lugares que aparecem no poema e revisar os versos dos cantos finais. Mas adoeceu e, às portas da morte, pediu a dois amigos que queimassem a obra por não estar ainda perfeita. Mas não foi destruída. Sem a epopéia virgiliana, não haveria “Orlando Furioso”, “O Paraíso Perdido”, “Os Lusíadas”, dentre outros grandes clássicos da literatura mundial. 
Composta por 12 cantos, num total de 9826 versos, a Eneida, a maior obra do poeta Virgílio é considerada, simultaneamente, uma obra de tom mitológico e histórico.
Mitológico, porque narra a história do herói Eneias, utilizando-se de lendas tradicionais do povo romano.
Histórico, porque utiliza este argumento para exaltar Roma e Augusto, procurando valorizar tanto os feitos do imperador quanto os feitos mais remotos do seu povo.
Desta forma, o poeta conseguiu realizar a tarefa que Augusto lhe incumbira, compondo a epopeia latina por excelência, capaz de equiparar-se à Ilíada e à Odisseia, consagradas epopeias homéricas.
Todavia, esta não era a única preocupação da Eneida: Virgílio procurou retratar, também, os valores e virtudes que fundamentavam a sociedade latina, fazendo, assim, uma síntese das correntes de pensamento em difusão em Roma, e as práticas religiosas que prevaleceram de 44 a.C. a 14 d. C., época de Augusto, considerada a de maior prosperidade para a religião romana.
A poesia lírica - introdução: A poesia lírica foi a expressão literária mais marcante do Período Arcaico, ligada diretamente ao desenvolvimento social da pólis e ao florescimento cultural que acompanhou o processo de migração grega para a Ásia Ocidental e para as ilhas do Egeu.
A qualificação "lírica", usada até hoje, foi criada durante o Período Helenístico; na época clássica era correntemente usada a palavra "mélica", que vem de "canto acompanhado de música", de onde se formou a palavra portuguesa melodia.
Recorria-se também com frequência à palavra "ode", que significa canto. Havia dois tipos principais: a lírica monódica, declamada em geral pelo própriopoeta acompanhado pela música de um só instrumento (a lira, por exemplo); e a lírica coral, apresentada por um coro, com ou sem acompanhamento musical.
Os mais importantes viveram entre a primeira metade do século -VII e a primeira metade do século -V, nas primeiras décadas do Período Clássico. Segundo os eruditos alexandrinos, havia um cânone de nove poetas líricos, cujos nomes foram conservados pela Antologia Palatina: Íbico, Anacreonte, Simônides, Baquílides, Píndaro, Estesícoro, Safo, Alceu, Álcman.
Muitos outros poetas importantes têm sido estudados e divulgados nos últimos anos, graças a descobertas papirológicas. Com exceção das odes triunfais de Píndaro e de Baquílides, no entanto, somente uns poucos poemas completos e outros tantos fragmentos chegaram até nós.
É uma das formas mais antigas. Conservou fortes ligações com a poesia épica, sua antecessora, e deve ter sido em sua origem um canto litúrgico acompanhado de música para, entre outras coisas, enterros e banquetes fúnebres. O metro utilizado era o dístico elegíaco. 
Havia vários tipos de poesia elegíaca: -> a elegia guerreira, -> a elegia amorosa, -> a elegia moral e filosófica, -> e a elegia gnômica.
O declamador era, em geral, acompanhado por um tocador de aulos. Entre os principais representantes estão Calino de Éfeso, Tirteu de Esparta, Mimnermo de Cólofon, Sólon de Atenas e Teógnis de Mégara.
O lambo - A poesia iâmbica é também bastante antiga e se caracterizava pelo tom pessoal, pela alegria de viver e pela sátira, o que a distancia significativamente da poesia épica. O acompanhamento habitual era também o aulos; esse gênero, no entanto, nem sempre era apresentado com acompanhamento musical.
O metro mais usado era o trímetro iâmbico, embora nas sátiras em geral também se usasse o dístico elegíaco com certa frequência. Principais representantes: Arquíloco de Paros, Semônides de Amorgos e Hipônax de Éfeso. O mais antigo e o mais considerado pelos antigos foi Arquíloco.
A canção - A poesia cantada com acompanhamento musical, também conhecida por ode ligeira e mélica, muitas vezes se confunde com a própria denominação genérica "lírica monódica".
Os poetas mélicos cantavam principalmente o amor e os prazeres da vida e, além de cantar, tocavam geralmente também o bárbitos, instrumento semelhante à lira, mas com sete cordas ao invés de quatro.
A métrica desses poemas era muito variada e habitualmente característica de cada autor. Os versos eram agrupados em estrofes e cada tipo de estrofe recebeu, o nome do poeta que a utilizava: sáfica (Safo de Lesbos), alcaica (Alceu de Mitilene), e anacreôntica (Anacreonte de Teos).
Elementos Essenciais da Tragédia Grega 
Hybris - Sentimento que conduz os heróis da tragédia à violação da ordem estabelecida através de uma ação ou comportamento que se assume como um desafio aos poderes instituídos (leis dos deuses, leis da cidade, leis da família, leis da natureza).
Pathos - Sofrimento, progressivo, do(s) protagonista(s), imposto pelo Destino (Anankê) e executado pelas Parcas (Cloto, que presidia ao nascimento e sustinha o fuso na mão; Láquesis, que fiava os dias da vida e os seus acontecimentos; Átropos, a mais velha das três irmãs, que, com a sua tesoura fatal, cortava o fio da vida), como consequência da sua ousadia.
Ágon - Conflito (a alma da tragédia) que decorre da hybris desencadeada pelo(s) protagonista(s) e que se manifesta na luta contra os que zelam pela ordem estabelecida.
Anankê - É o Destino. Preside às Parcas e encontra-se acima dos próprios deuses, aos quais não é permitido desobedecer-lhe.
Peripécia - Segundo Aristóteles, "Peripécia é a mutação dos sucessos no contrário". Assim, poderemos considerar um acontecimento imprevisível que altera o normal rumo dos acontecimentos da ação dramática, ao contrário do que a situação até então poderia fazer esperar.  
Anagnórise (reconhecimento) - Segundo Aristóteles, "o reconhecimento, como indica o próprio significado da palavra, é a passagem do ignorar ao conhecer, que se faz para a amizade ou inimizade das personagens que estão destinadas para a dita ou a desdita." Aristóteles acrescenta: "A mais bela de todas as formas de reconhecimento é a que se dá juntamente com a peripécia, como, por exemplo, no Édipo." O reconhecimento pode ser a constatação de acontecimentos acidentais, trágicos, mas, quase sempre, se traduz na identificação de uma nova personagem, como acontece com a figura do Romeiro no Frei Luís de Sousa.
Catástrofe - Desenlace trágico, que deve ser indiciado desde o início, uma vez que resulta do conflito entre a hybris (desafio da personagem) e a anankê (destino), conflito que se desenvolve num crescendo de sofrimento (pathos) até ao clímax (ponto culminante). Segundo Aristóteles, a catástrofe "é uma ação perniciosa e dolorosa, como o são as mortes em cena, as dores veementes, os ferimentos e mais casos semelhantes."
Katharsis - Purificação das emoções e paixões (idênticas às das personagens), efeito que se pretende da tragédia, através do terror (phobos) e da piedade (eleos) que deve provocar nos espectadores.
A tragédia, a mais antiga obra literária representada por atores em espaço especializado, o teatro, é um dos mais importantes gêneros literários legados pela Grécia Antiga. Do século -IV em diante, a tragédia entrou em franco declínio e só iria recuperar parte de seu antigo esplendor dois milênios depois - mas as obras de Shakespeare, de Racine e de outros autores são, na realidade, formas evoluídas da tragédia.
O gênero trágico, em sua forma mais pura, só subsiste na obra dos 3 grandes poetas atenienses: 
Ésquilo (-525/-456) / Sófocles (-496/-405) / Eurípides (-485/-406)
Das 80 tragédias compostas por Ésquilo restam-nos, apenas sete; das cento e vinte de Sófocles, temos igualmente apenas sete; dentre as oitenta obras dramáticas de Eurípides, somente dezessete tragédias e um drama satírico sobreviveram.
Ésquilo – “Ésquilo foi o primeiro a elevar de um para dois o número dos atores; diminuiu a importância do coro e fez do diálogo protagonista”. O mais antigo dos poetas trágicos cuja obra chegou até nossos dias. Aristóteles sustentava que foi ele o verdadeiro criador da tragédia ática e, para os atenienses, era uma verdadeira instituição.Embora somente tragédias inéditas fossem habitualmente admitidas nos festivais de Atenas, depois da morte de Ésquilo suas obras eram frequentemente reapresentadas — às custas da cidade — e chegaram a ser premiadas várias vezes nos concursos.
As mais importantes fontes de informações sobre a vida de Ésquilo são a ‘Vita anônima’. Sabe-se de certo apenas que nasceu em -525 em Elêusis, perto de Atenas, e que morreu em -456 na Sicília, em Gela.
Era provavelmente de família aristocrática e seu pai chamava-se Eufórion. Segundo a tradição, lutou contra os persas em Maratona e em Salamina.
Já em vida, seu prestígio era grande. A tradição registra pelo menos duas e talvez três viagens à Sicília, sede de algumas das mais poderosas poleis da época, para apresentar suas peças: a primeira em -476/-475, a segunda provavelmente entre -471 e -456 e, com certeza, lá estava ele em -456, quando morreu.
Seu túmulo tornou-se local de peregrinação e, em meados do século -IV, uma estátua sua foi colocada no centro do teatro de Dioniso, em Atenas.
Ésquilo reduziu a primitiva importância do coro e acrescentou um segundo ator, tornando possível o diálogo entre os personagens e a ação dramática. É provável que tenha também introduzido aperfeiçoamentos no vestuário e nos cenários, a julgar pela dificuldade técnica de algumas de suas encenações.
Em As Rãs, comédia representada em -405, Aristófanes compara Ésquilo e Eurípides, com vantagem para o primeiro. Apesar do tom jocoso, várias características da obra esquiliana são reconhecidas e mencionadas. É um raro testemunho da impressão que o poeta causou naqueles que viveram (quase) em sua época.
Sófocles, o segundo dos poetas trágicos canônicos, foi ainda em vida o mais bem sucedido autor detragédias do século -V. Consta que obteve o maior número de vitórias nos concursos dramáticos de Atenas.
Os atenienses veneravam Ésquilo e compreendiam apenas em parte Eurípides; mas amavam Sófocles apaixonadamente.
Desde sua primeira vitória, aos 28 anos, Sófocles foi festejado e homenageado como o maior dos poetas trágicos. De acordo com a tradição biográfica, participou ativamente da vida pública de Atenas. Nasceu perto de Atenas, em Colono, por volta de -496; era de família abastada, mas não aristocrática; o pai chamava-se Sófilos. Viveu sempre em Atenas e lá morreu, nonagenário, em -406/-405.
Era bem apessoado e afável; consta que foi amigo de Péricles e de Heródoto e que Íofon, seu filho, e Áriston, seu neto, foram tragediógrafos de renome. Diz-se que, meses antes de sua morte, ao saber que Eurípides morrera, vestiu o coro de preto e, em lágrimas, deu ao público a notícia.
A poesia de Sófocles é simples e elegante, nobre mas sem pompa; algumas das mais belas linhas da poesia grega são de sua autoria. O personagem sofocliano é um ser humano ideal, dotado dos mais elevados atributos humanos. Seu caráter, habilmente delineado pelo poeta, frequentemente contrasta com o de outros personagens. Como se costuma dizer, ao teocentrismo de Ésquilo opunha-se o antropocentrismo de Sófocles.
Das tragédias sobreviventes, apenas o Filoctetes pôde ser datado com precisão. Note-se que Édipo Tirano é mais conhecida pela tradução incorreta, Édipo Rei.
Édipo Rei (Édipo Tirano) — de Sófocles é, a mais célebre e a mais representada das tragédias gregas. Tanto o filósofo Aristóteles, na Antiguidade, quanto os dramaturgos franceses do século XVII consideravam-na a mais bem construída das tragédias gregas.
Sabe-se que Sófocles foi contemplado em segundo lugar no concurso dramático e que o primeiro lugar coube a um certo Filocles, possivelmente sobrinho de Ésquilo.
Na poderosa cidade de Tebas reinavam Édipo, o matador da Esfinge, e a rainha Jocasta. Diante de uma grave epidemia, o rei consulta o Oráculo de Delfos e descobre que a causa da peste é a presença na cidade do desconhecido assassino de Laio, rei anterior e primeiro marido de Jocasta.
Ao investigar a morte do antigo rei, ocorrida anos antes, Édipo acaba descobrindo que Laio era seu pai; que ele, Édipo, o havia matado e que estava, portanto, casado com a própria mãe. Jocasta, desesperada, se mata; Édipo cega a si mesmo e parte para o exílio.
Medeia - A tragédia Medeia foi representada pela primeira vez nas Dionísias Urbanas de -431, ano em que começou a Guerra do Peloponeso. Nesta tragédia, Eurípides nos transmitiu um dos mais interessantes e mais emocionantes retratos das forças antagônicas que governam a alma humana.
Medeia, a personagem principal, luta com todas as forças e todas as armas contra as adversidades que a acometem. Jasão e Medeia, expulsos de Iolco após a morte de Pélias, vivem agora em Corinto com seus dois filhos.
O rei de Corinto, Creonte, convence Jasão a abandonar Medeia e se casar com sua filha; para tanto, expulsa Medeia e os dois filhos da cidade. Egeu, rei de Atenas, concede asilo a Medeia, mas a feiticeira decide se vingar de Jasão. Primeiro, através de um ardil, mata Creonte e a filha dele; a seguir, mata os próprios filhos e foge, finalmente, em um carro alado cedido pelo deus Hélio, seu avô.
J.P. Vernant, diz:“situa-se nessa zona fronteiriça em que os atos humanos articulam-se com as potências divinas... pode bem continuar a escrever peças, inventando ele mesmo a trama segundo um modelo que crê conforme às obras de seus grandes predecessores...” , mas não haverá mais o especificamente trágico após essa época.
No século III a.C, Aristóteles, na Poética, texto cuja intenção é expor a essência da tragédia, irá defini-la como uma arte (téchne) entre muitas outras, e sendo a arte, imitação (mímesis), diz:
“... A tragédia é imitação de uma ação nobre e completa (práxeos spoudaías kaì teleías) tendo uma certa grandeza (mégethos)... 
A imitação de uma ação é mito (mýthos). Nomeio mito (mýthos) a síntese de ações (sýnthesin tôn pragmáton); nomeio caráter (éthe) as ações que permitem que qualifiquemos aqueles que agem; e afinal, digo que pensamento (diánoian) é o que nas palavras ditas traz um exposto ou exprime um conhecimento (gnómen)...”.
A palavra teatro tem derivação dos verbos theatrídzo (expor para todos verem, daí, expor em cena) e theáomai (contemplar). O substantivo theatós significa o que é visível, digno de ser contemplado.
1) Virgílio, famoso escritor, foi considerado ainda em vida como o grande poeta romano clássico, e expoente da literatura latina. Seu trabalho foi uma vigorosa expressão das tradições de uma nação que urgia pela afirmação histórica. Entre suas obras “Bucólicas”. Indique a temática prevalecente nesta obra de Virgílio: Expressão campestre
2) A poesia lírica nasceu da fusão do poema épico com o instrumento que a acompanhava, a lira. As formas foram então se diversificando; variedade e novas técnicas surgiram, como: a ode, a elegia, os epitáfios, as canções, as baladas e outras mais que se desenvolveriam posteriormente como o soneto e o madrigal. Nessa perspectiva, em pleno período arcaico grego, encontra-se a poesia “Ode à bem amada”. Quem é o autor? Safo
3) A Ilíada narra uma guerra entre duas cidades gregas. Um conflito de orgulho e de honra de um marido traído pelo rapto de sua esposa. Dentre os personagens da Ilíada, como seria o seu herói máximo? Um guerreiro audacioso: filho de uma deusa com um mortal, entretanto morre com uma flecha no calcanhar.
4) Quais foram os grandes poetas trágicos da Grécia? Ésquilo, Sófocles e Eurípides.
AULA 4 - Na Grécia antiga, nascia uma forma de pensar e agir que modificou a história da humanidade. Trata-se da filosofia grega, originária em Atenas, em contraste com o “pensamento mítico” e suas explicações do universo cósmico e social na Grécia antiga, até então, regras para a convivência social na sociedade arcaica.
Neste sentido, a Filosofia representa a causa das profundas mudanças sociais ocorridas em consequência de sua recepção pela sociedade grega, mas ao mesmo tempo, é a consequência de processos sociais e culturais, verdadeiras metamorfoses na mentalidade grega que abandonava definitivamente a fase arcaica.
“Uma sociedade é um sistema de relações entre homens, atividades práticas que se organizam no plano da produção, da troca, do consumo, em primeiro lugar, e depois em todos os outros níveis e em todos os outros setores. E na concretude de sua existência, os homens também se definem pela rede de práticas que os ligam uns aos outros e da qual eles aparecem, em cada momento da história, ao mesmo tempo como autores e como produtos”.
Entre os estudiosos deste fenômeno está Jean-Pierre Vernant. Ele enfatizou em seus estudos a questão das condições históricas que possibilitaram o nascimento da Filosofia; este ‘milagre’ evolutivo, um fenômeno ímpar entre as sociedades antigas:
Além disso, ele irá influenciar o pensamento moderno, convencido erroneamente de que o pensamento filosófico fora a derrocada do mito e da religião na sociedade grega.
Vernant iniciou suas pesquisas sobre a antiguidade grega buscando reformular as bases sobre quais eram colocadas a questão sobre a emergência do pensamento racional no âmbito da cultura grega antiga.
Até então, ela era colocada sobre o signo do “milagre grego”, no qual a irrupção do pensamento racional era vista como manifestação da genialidade, sendo expressão do espírito, de uma capacidade completamente nova que não possuiria pontos de contato com a materialidade religiosa, mítica, pré-lógica que a teria antecedido. A ideia de milagre reforçava a concepção de mudança abrupta que não guardaria relações com as condições sociais, econômicas e políticas.
Assim, o milagre grego não seria a contrapartida de condições sociais objetivas, mas um fenômeno vindo de fora das relações sociais concretas. Era a racionalidade grega vista como manifestação de um espírito absoluto,existente fora da história, de suas lutas reais e concretas, que se manifestava pelos homens e não como uma criação sua.
Foi essa explicação a-histórica da irrupção do racionalismo grego que Vernant buscou reformular em seu trabalho “As Origens do Pensamento Grego”, pois para ele a história do espírito não seria uma história puramente individual, nem uma história no ar: ela teria raízes na vida material e social dos homens, excluindo tanto o acaso quanto a predestinação.
Segundo Vernant, a racionalidade grega, como se manifestou no período clássico, não poderia ser tomada como obra de um “espírito metafísico” e ‘a-histórico’ que existisse fora das relações humanas, mas sim como uma obra humana.
Neste sentido, a Filosofia como forma de pensamento histórico pode ser objeto de uma investigação material, em forma de cronologia, que estabeleça os passos de seu desenvolvimento e seus principais atores: os filósofos.
1º Período – pré-socrático: O primeiro período (-600/-400) é marcado pela reflexão sobre a estrutura do mundo natural pelo desenvolvimento da argumentação filosófica. Ou cosmologia (cosmos = mundo racionalizado, a natureza entendida como conjunto de leis que regem a realidade. Sua interpretação através dos fenômenos ‘naturais’ é chamada de Filosofia do mundo ou ciência do mundo).  
A reflexão sobre a origem e a organização do universo é denominada Cosmologia.
Os filósofos pré-socráticos, os mais antigos pensadores a lidar com esse tema, procuravam um princípio lógico e racional que explicasse como a s coisas surgem e desaparecem ciclicamente enquanto a Natureza permanece a mesma, e acreditavam que esse "elemento" atuava tanto no mundo físico como nos seres humanos.
A Cosmologia e Civilização Gregas–1) Os gregos antigos começaram a desenvolver o ‘método científico’ de investigação. A ciência passou a ter uma forte conotação experimental e o cientista passou a ser um investigador. 2) Vários fatores culturais e históricos específicos presentes na civilização grega permitiram que o método científico pudesse se instalar entre os filósofos da Grécia antiga.
Podemos destacar alguns destes fatores:1) A estrutura da ‘ecclesia’ que permitia um ‘Fórum’ Social de franca discussão. 2) Economia marítima desenvolvida pelos gregos evitava o isolamento e o provincianismo o tempo todo, assim a sociedade grega dispunha de  influências multiculturais. 3) A difusão da língua grega que propiciava aos eruditos e cientistas gregos grande circulação pelo mundo ao redor.
Embora a filosofia tenha nascido e se desenvolvido nas prósperas ‘Poleis’ (Cidades-Estado), localizadas fora do continente grego, o mais importante personagem da Filosofia Grega foi o ateniense Sócrates (469/-399).
Ele foi contemporâneo do político Péricles, do poeta trágico Eurípides e do médico Hipócrates de Cós. Sua contribuição à Filosofia foi tão importante que é costume dividir historicamente os pensadores gregos em "pré-socráticos" e "pós-socráticos".
Seguem-se os filósofos pré-socráticos mais destacados:
1) Os Pitagóricos: Por ter sido um filósofo da fase não escrita da história da Filosofia grega, Pitágoras e seus seguidores, os pitagóricos, estão envolvidos em tamanha quantidade de lendas que é muito difícil separar a realidade do mito.
-> O pentagrama era o símbolo da Escola Pitagórica.
Independentemente de provarmos ou não a sua existência histórica, destaca-se a importância do "pitagorismo": A doutrina desenvolvida no final do século VI constituída por um complexo amálgama de números, matemática e música, misticismo e cosmologia, e ética.
Nome: Pitágoras de Samos. Nasceu: no V° século a.C o "mais hábil filósofo grego", é considerado o fundador do pitagorismo. Cidade natal: Pitágoras nasceu em Samos, no litoral da Ásia Menor; seu pai era Mnesarco, um mercador fenício, e sua mãe era samiana.Discípulo: de Ferécides de Siros, de acordo com Diógenes Laércio.
Vida: Consta, finalmente, que emigrou entre -540 e -522 para a cidade de Crotona, na península italiana, por discordar da tirania de Polícrates. Dedicação: Dedicou-se também à matemática e à teoria musical.
Morreu:Desentendimentos políticos obrigaram-no a emigrar para Metaponto, ao norte de Crotona, onde morreu por volta de -495.
Ele criou uma confraria ou irmandade em Crotona que reunia cerca de trezentos jovens, que viviam separadamente dos outros cidadãos e mantinham os bens em comum. A irmandade era aparentemente um "clube" de pessoas que cultivavam um estilo de vida particular e exclusivo, com seus rituais e segredos.
Exercícios físicos, música e estudos referentes à teoria musical e à matemática, assim como sua aplicação à natureza do Universo, aparentemente também faziam parte do "currículo".
Atribuía-se aos números um significado místico e, para eles, a τετρακτύς, "número quaternário" (o número 10, formado pela adição dos quatro primeiros números: 1+2+3+4) era o fundamento de todas as coisas.
A despeito de algumas oposições nem sempre pacíficas, os discípulos e seguidores de Pitágoras continuaram difundindo sua doutrina e desenvolvendo atividades políticas em várias cidades do sul da Itália até fins do século -IV, pelo menos. Diversos tratados sob o nome de Pitágoras restaram até os nossos dias, mas sua autenticidade é discutível.
2° Período: Socrático - Este segundo período no desenvolvimento da Filosofia grega é marcado pela descoberta antropológica. Da Natureza Cósmica para a Humana. O princípio de Delphos (“Conhece-te a ti mesmo!”) torna-se uma técnica de conhecimento e de ação ética (a maiêutica) da recuperação do conhecimento (“Sei que nada sei”).
a) Sócrates: Nascido em Atenas, no século V. Na juventude, esteve interessado na Filosofia da Natureza e chegou a estudar algum tempo com Arquelau (séc. -V), discípulo de Anaxágoras de Clazômenas. Lutou bravamente na Guerra do Peloponeso em Potideia, Délio e Anfípolis.
Em 423, com mais de quarenta anos, Sócrates já figura popular em Atenas, tanto que Aristófanes fez sua caricatura em As Nuvens.Feio e de pequena estatura tinha, porém, a mente aguçada, lógica e analítica. Argumentador rigoroso, bem-humorado, costumava submeter todos os que se dispunham a ouvi-lo a uma série de perguntas muito bem dirigidas até chegar a uma conclusão satisfatória que, em geral, punha em relevo a fragilidade das opiniões de seus interlocutores (o método maiêutico).
Em 399, acusado de não cultuar os deuses da cidade e corromper a juventude, foi julgado e condenado à morte. Bebeu cicuta, veneno usado em Atenas nas execuções, diante de amigos e discípulos.
Platão, Xenofonte e a caricatura de Aristófanes são nossas únicas fontes, pois Sócrates nada escreveu.
O princípio socrático era "só sei que nada sei". Ele acreditava que a virtude e os mais altos valores éticos estavam profundamente arraigados no inconsciente das pessoas e comparava seu trabalho de "extrair" as ideias ao de uma parteira (maiêutica socrática).
A Cidade e o Templo de Delphos: Para que seus interlocutores recuperassem o conhecimento "adormecido" e abandonassem as ideias falsas, recorria à ironia: alegando nada saber, conduzia habilmente o interlocutor até que ele mesmo, refletindo, chegasse à conclusão correta. Para Sócrates, o conhecimento conduz naturalmente à sabedoria. 
Mas a injustiça e a maldade eram apenas o resultado da ignorância; o mal nada mais era que a falta de conhecimento do bem (tema retomado séculos depois por Santo Agostinho em “Confissões”). Durante o século -IV, o desenvolvimento e a popularização da filosofia alcançam o seu apogeu.
1) Platão: No século IV surgem as duas maiores figuras do pensamento grego: Platão e Aristóteles. Neste período, a Filosofia se organiza em torno de Instituições escolásticas. Platão funda a Academia e Aristóteles o Liceu, um marco na história da educação. Platão foi, certamente, o mais importante dos discípulos de Sócrates.
Segundo Platão, toda a realidade é mutável, ela "flui". O mundo dos sentidos está sujeito à corrosão do tempo. Ao mesmo tempo, tudo é formado

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