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1 1 Resumo de Endocrinologia – A2 Lucas Silva – FCMSJF 1/2019 Aula 1 – Obesidade, Dislipidemia e Síndrome Metabólica Obesidade 1.0 Introdução -- Obesidade - A obesidade é uma epidemia mundial: o 603 milhões de adultos obesos – prevalência dobrou entre 1980 – 2015 o 2/3 dos obesos morrem por doenças cardiovasculares o Em 2015, havia 107 milhões de crianças obesas; - Doença Crônica e Grave - Alta taxa de Morbimortalidade - Etiologia Multifatorial - Excesso de tecido adiposo – classificada pelo IMC - Participa da gênese e/ou agravamento de várias comorbidades - Definição: o Excesso de tecido adiposo corporal = descontrole entre a ingesta alimentar e o gasto energético (80% metabolismo basal + 20% de atividades físicas diárias). o Diagnóstico Feito pelo Índice de massa corporal (IMC ou BMI) e medida da cintura o IMC = Peso (kg)/(altura (m))2 o Circunferência da cintura: maior relação com DCV (Doença cardiovascular) ♀ = 80 - 88 cm ♂ = 94 - 102 cm o IMC está relacionado com a mortalidade; 2.0 Etiologia - Sociocultural; - Susceptibilidade genética (30%); - Regulação metabólica; - Ambiente; - Comportamento Obeso Saudável x Não-saudável - Saudável (metabolicamente) sem diabetes, sem DCV; sem dislipidemia; o O acúmulo de gordura é mais subcutâneo o De 30-40% torna-se não saudável em 6 anos - Não-saudávelacúmulo de gordura visceral e presença de comorbidades; 3.0 IMC - Abaixo de 18,5 baixo peso, mas abaixo de 16,5 está associado a patologias graves; - Entre 30 e 39,9 caracteriza obesidade e acima de 40, obesidade mórbida; 2 2 4.0 Comorbidades - Hipertensão arterial sistêmica, doenças cardiovasculares; - Câncer, depressão, artralgia, doenças do TGI, apneia do sono, diabetes, dislipidemias; 5.0 Tratamento - É um tratamento complexo e multidisciplinar; - Envolve dieta, exercícios, terapia cognitiva comportamental, tratamento medicamentoso, tratamento cirúrgico nenhum tratamento para a obesidade deixa de envolver mudanças no estilo de vida; - Mudança no estilo de vida é difícil e difícil de manter a longo prazo. É necessário fazer seguimentos a longo prazo 2 a 3 anos - Diferença entre Atividade Física e Exercício físico: o Atividade física é o que é feito ao longo do dia como caminhar, subir escadas (acima de 10 minutos); o Exercício físico é programado. O indivíduo sai para caminhar, malhar, etc (150 minutos por semana se for leve/moderado e 75 minutos por semana se for intenso); - 56% dos bebês tomam refrigerante frequentemente antes do primeiro ano de vida; - Dieta*Importante* o 20-30% gordura; o 45-55% carboidratos; o 15-20% proteína; Totalizando de 1000 a 1500 kcal/dia para mulheres e de 1200 a 1800 kcal/dia para homens; - Valor Energético Total (VET) o É o que mede o gasto metabólico; o VET = ((Alt(cm) – 100) – biotipo%) x AF Biotipo: longilíneo (5%); normolíneo (10%); brevilíneo (15%); AF grau de atividade física (sedentário, leve/moderado, intenso); Indivíduos magros tem auto-regulação de apetite boa; 5.1 Dieta - Dieta do Mediterrâneo Demonstrou capacidade de reduzir peso e incidência de DCV; - Jejum intermitente não pode compensar no momento da refeição. É contraindicada em casos de transtornos alimentares. Provoca acidose; 5.2 Intervenção medicamentosa - Critérios: o 1) IMC ≥ 30 kg/m2ou2) >25 ou 27 kg/m2 na presença de comorbidades o 3) Falha em perder peso com o tratamento não farmacológico - Critérios de sucesso terapêutico: o Habilidade de atingir e manter uma perda de peso clinicamente ÚTIL o Meta inicial: Perda de 5 a 10 % nos primeiros 6 meses a partir de 10% já melhora muito a condição metabólica 3 3 Tipos de Fármacos - Análogos de GLP1 o Liraglutida (Saxenda®): Tem atividade periférica e central (diminuindo o apetite) Diminuindo a carga de trabalho das células β e melhorando a resposta das células β, o GLP-1 é um importante regulador da hemóstase da glicose. Após a ingestão de alimentos, o GLP-1 é secretado na circulação. O GLP-1 aumenta a resposta das células β intensificando a secreção de insulina dependente da glicose. Dose: 03 mg/dia - Subcutâneo Efeitos colaterais: Nauseas Azia Refluxo gastroesofágico - Anorexígenos o Tem efeito central o São inibidores da recaptação da serotonina e/ou noradrenalina o Noradrenérgicos:Dietilpropiona, Fenproporex, Mazindol o Noradrenérgicos e serotoninérgicos:sibutramina contraindicada em pacientes com alto risco de DCV, diabetes (mais um fator de risco) ou doenças cerebrovasculares; o Serotoninérgicos: locarserina; - Fármacos que afetam a absorção o Orlistate - Medicamentos Off-label (não são aprovados para tratar obesidade) o Fluoxetina: ajuda na compulsão (perda de peso nos 3 primeiros meses apenas) o Topiramato: aumenta a sensibiliadde a lectina o Bupropiona +naltrexona: não tem no brasil perda de peso o Lisdexanfetamina: transtornos alimentares, ajuda na compulsão. Não deve ser usado em paciente em mania; Tratamento farmacológico - Indicações: o Resposta inadequada ao tratamento clínico por no mínimo de 2 anos. o IMC: 35 a 40 kg/m2 associado a comorbidades o IMC: > 40 kg/m2 - Restritivos: o Balão gástrico – EDA o Gastrectomia Vertical (Sleeve ou Cirugia Metabólica) - Restritivos-disabsortivos: o Gastroplastia com derivação intestinal em Y de Roux o Duodenal Switch 4 4 - Cirurgia metabólica: o É a mais utilizada indicada para pacientes com DM2 de difícil controle com sobrepeso ou obesidade o BRASIL: indicações tradicionais IMC ≥ 40 kg / M2 / sc IMC ≥ 35 kg / M2 / sc com comorbidades de difícil controle Considerações importantes - Verificar sempre as comorbidades mais frequentes como: o DM: glicemia o Dislipidemia (DLP): lípedes, transaminases o HAS o Outras doenças de acordo com os achados clínicos: TSH, cortisol... Dislipidemias 1.0 Introdução – Dislipidemias - O excesso de lípides é resultado do acúmulo de uma ou mais classes de lipoproteínas em razão da menor remoção do plasma, da maior produção ou da associação de ambas; - Lipoproteínas são agregados de moléculas com conteúdo hidrofóbico no seu interior (colesterol esterificado e triglicérides, vitaminas lipossolúveis) e com moléculas periféricas menos hidrofóbicas (fosfolípides e colesterol não esterificado) servem para carregar moléculas hidrofóbicas (como lipídios no sangue); o As liproteínas tem proteínas chamadas Apolipoproteínas em meio aos lipídeos, que são importantes no transporte dessas lipoproteínas. Por isso, são também importantes na patogênese das dislipidemias; 2.0 Tipos de Dislipidemia a) Hipercolesterolemia (Aumento do LDL): 1. Primárias: A familiar é a mais comum, relacionada com a Apolipoproteina B 2. Secundárias:Hipotireoidismo, síndrome nefrótica; b) Mistas (Aumento do LDL e Triglicérides): 1. Primárias: Hiperlipidemia familiar combinada; 2. Secundárias: Hipotireoidismo c) Hipertrigliceridemia: 1. Primária: Familiar: 2. Secundária: Diabetes, estrogênio (anticoncepcional), d) Relacionadas ao HDL 1. Primária Mutações em APOA1 ou ACA1; 5 5 3.0 Diretriz Brasileira atualizada em 2017 4.0 Categorias de Risco - Risco Muito alto: o Doença aterosclerótica significativa com ou sem evento clínico ou obstrução ≥ 50% em qualquer território arterial Coronária Cerebrovascular Vascular periférica - Risco Alto o Portador de aterosclerose na forma subclínica documentada: USG de carótida com placa; Índice tornozelo-braquial < 0,9 angioCT de coronárias o Aneurisma de aorta abdominal o DRC (TFG<60mL/min) em fase não dialítica o LDL-c ≥ 190 mg/dL o DM 2 com LDL-c entre 70 – 189 mg/dL com estratificador de risco / DASC o Homens com ER > 20% o Mulhres com ER > 10% - Intermediário o Homens com ER (escore de risco) ≥ 5% e ≤ 20% o Mulheres com ER ≥ 5% e ≤ 10% o DM2 com LDL-c 70 – 189 mg/dL sem estratificador de risco ou DASC 6 6 5.0 Indicação de Estatinas e metas - Indicação de Estatinas - Metas - Intensidade da terapia - Trigliceridemia muito alta pode causar pancreatite 6.0 Hipercolesterolemia Familiar - Caracterizada por: o Adultos com CT ≥ 310 mg/dL o 1-19 anos CT ≥ 230 mg/dL o Excluindo causas secundárias - Sinais: o Xantoma tendinoso; o Arco corenano 7 7 7.0 Terapêutica - Mudança de estilo de vida: o Exercícios: 150 minutos/semana = 30 minutos – 5 x semana – essa atividade com intensidade moderada por ser fracionada ao longo do dia com efetividade equivalente 60 minutos/dia – perda de peso - Perda de peso - Dieta: o ↓ Colesterol (<200mg/dL), gorduras saturadas e trans (7 – 10 % calorias) o Monoinsaturados (até 20% calorias), poliinsaturadas (até 10% calorias) o Carboidratos: 45 a 55% - complexos o Proteínas (até 20% calorias) o ↑ Fibras solúveis (20 a 30 g/d), fitosterois, omega-3 (EPA, DHA e ALA) - Fármacos: o Inibidores da Hememetilglutaril coenzina A redutase (HMG-CoA redutase) –Estatinas Inibe biossíntese colesterol * Aumento dos receptores LDL Reduzem os níveis de CT e LDL em 20-55% (Duplicação da dose redução adicional 6%) Triglicérides > 250 (redução 35-40%) Aumentam HDL em 5%-10% Redução de eventos Cardiovasculares Efeitos colaterais: náuseas, fadiga, distúrbios do sono, neuropatia periférica, hepatoxicidade, miopatia (mioglobinúria e IR), principalmente se associado com niacina, fibrato ou fármacos (ciclosporina, eritromicina, cetoconazol, itraconazol, verapamil, inibidores da protease, barbitúricos) ou portadores de insuf. Hepática, renal, hipotireoidismo, DM. Monitorizar CK (até 10x), Transaminases (até 3x): 3/3m Contra Indicações: gestantes, hepatopatia crônica ativa o Sequestrantes de ácidos biliares o Niacina o Fibratos hipertrigliceridemias severas >500 ou 1000 Ativação do receptor PPAR (fígado e outros tecidos) Redução da secreção hepática de VLDL e TG Reduzem os triglicérides em até 40% (mais eficaz) Aumentam HDL em 10% Pouco efeito no LDL ( partículas pequenas e densas) Diminui oxidação das LDL, ações anti-trombóticas e anti-inflamatórias ( PCR, IL-1 e 6, PAI-1) Aumentam a expressão da óxido nítrico sintetase no endotélio vascular Efeitos Colaterais: litíase biliar, náuseas, diarréia, redução da libido, dores musculares, astenia, prurido, cefaléia e insônia. Raro: hepatite, rabdomiólise (associado estatina) Interação medicamentosa: gemfibrozil potencializa estatina, rosiglitazona, repaglinida, ezetimiba Contra Indicação: litíase biliar, hepato/nefropatia, gestantes o Inibidor da absorção do colesterol 8 8 - Terapia com Anticorpos monoclonais: o Efeitos Colaterais: Infecções de vias aéreas superiores o Potência: redução em até 62% de LDL o Indicações: Hipercolesterolemia familiar heterozigota; intolerantes à estatinas e hipercolesterolemia com alto risco de DCV e AVC sem resposta adequada à estatina o Dose Praluent: 75 – 150 mg – 15/15 dias – subcutânea o Nome comercial: Praluent® (Alirocumab – Sanofi) e Repatha ® (Evolocumab – PBM (Pharmacy Benefit management)) Síndrome Metabólica 1.0 Introdução – Síndrome Metabólica - Grupo de fatores de riscos modificáveis associado ao desenvolvimento de doença cardiovascular e Diabetes Mellitus tipo 2 - Aumento de 1,5 de risco de morte e 2,5 de risco de morte por doença cardiovascular; - NOS EUA RISCO ATRIBUÍVEL DE DOENÇA CORONARIANA Á SM SEM DM2 É DE 37,4% E QUANDO PRESENTE SM + DM 2 O RISCO AUMENTA PARA 57,7%. Resistência Insulínica - Presença de resposta biológica diminuída à insulina exógena ou endógena no metabolismo da glicose nos tecidos alvo. o Hiperinsulinemia - Manifestações: o Hiperglicemia – Diabetes Mellitus o Outras: Obesidade Dislipidemia HAS SOP o Esteatose hepática não alcoolica o Estado Inflamatório crônico e Pró-aterosclerótico Diagnóstico de Síndrome Metabólica - Presença de 3 dos 5 fatores: o Glicemia alterada: GJ ≥ 100mg/dL ou tratamento o Dislipidemia: TG≥150 mg/dL; HDL < 40 (M) / 50 mg/dL (F) ou tratamento o Composição corporal: Cintura acima de 90 em homens ou 80 em mulheres o HAS:PAS ≥ 130 e / ou PAD ≥ 85 mmHg ou tratamento Tratamento - Tratamento intensivo de cada uma das alterações apresentadas pelo paciente o Obesidade: mudança de estilo de vida o Alteração glicêmica: metformina o DLP: estatinas o HAS: IECA, BRA 9 9 Aula 2 –Doenças das Suprarrenais 1.0 Introdução - Hipotâlamo liberação de CRH no sistema porta-hipofisário Hipófise ACTH liberado no sangue Estímulo sobre as adrenais; o Atividade sobre o metabolismo: gliconeogênese, proteólise, lipólise o Atividade sobre o sistema cardiovascular: aumento da contratilidade cardíaca, aumento do débito cardíaco, efeito vasopressor; - Hormônios produzidos no córtex da suprarrenal: o Mineralocorticoides: aldosterona regulado principalmente pelo sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona o Glicocorticóides: hidrocortisol/cortisol o Esteróides sexuais: andrógenos; estrógenos; - Receptor de ACTH (GPCR): o Receptor acoplados a proteína G ativação da proteína G: Faz com que o éster de colesterol entre na célula; Ativa lipase que quebra o éster de colesterol libera colesterol que é levado a mitocôndria; Ativação de fatores de transcrição que ativam a produção do CYP responsável pela produção da pregnolona (precursor esteroide do cortisol); o Cortisol na célula alvo ativa receptor nuclear, atua diretamente no núcleo, alterando a expressão de diversos genes, responsáveis pelas ações do hormônio. As funções são principalmente sobre o metabolismo energético (gliconeogênese, glicogenólise, proteólise, lipólise); 2.0 Insuficiência da Suprarrenal - Manifestações clínicas da falta de hormônios da adrenal. A incidência é de 4 a 6/100000 indivíduos (provavelmente há subdiagnóstico); 10 10 - Sintomas: o Fraqueza, fadiga fácil o Anorexia, náuseas, vômitos o Hipotensão arterial (tonteiras, lipotímia) o Hipoglicemia o Dor abdominal vaga e constipação o Fome de sal o Diminuição da memória, irritabilidade e psicose o Artralgias e mialgias; - Sinais: o Exaltação de nevus e sardas o Hiperpigmentação o Vitiligo o Perda de peso o Queda de pelos axilares o Hipotensão ortostática - Classificação quanto à causa: o Primária: Causas afetando diretamente a glândula a principal causa é a resposta autoimune contra a adrenal; *Indivíduo com vitiligo pensar em doenças da adrenal e autoimunidade** Nesses casos há queda de cortisol (hormônio adrenal) e aumento de ACTH**; o Secundária: Causas afetando a hipófise tumores; metástases; aneurismas; traumas (TCE); o Terciária: Causas afetando o hipotálamo uso crônico de glicocorticoides; tumores; radioterapia; - Diagnóstico: o Dosagem de ACTH e Cortisol plasmáticos: ACTH (entre 4 e 45 é normal); Doença secundária ACTH baixo (limite inferior) e cortisol muito baixo; Na doença primária o ACTH pode estar aumentado com diminuição de cortisol; o Dosagem de Na+, K+: A falta de aldosterona leva a redução de Na+ e aumento de K+; o Glicose: Há tendência a hipoglicemia; o Anemia discreta, eosinofiliae linfocitose; 11 11 o Padrão ouro: Teste com estímulo de ACTH administra-se 250 microgramas de cortrosina (ACTH sintético) no indivíduo normal deve haver um aumento de 18 a 20 de cortisol. Na insuficiência adrenal, não ocorre aumento; o Tomografia de Abdomen; o Teste de tolerância a insulina: A insulina estimula o hipotálamo a liberar CRH testa-se a insuficiência dele; - Tratamento: o Insuficiência Aguda: Reposição de glicocorticoide Hidrocortisona(50 a100 mg IV 6/6h por 24h) Reposição Hidroeletrolítica: Solução salina e glicose Corrigir infecção e outros fatores precipitantes o Insuficiência crônica: Reposição de glicocorticóide: hidrocortisona / prednisona Reposição de mineralocorticóide: fludrocortisona Reposição androgênica: DHEA 3.0 Hipercortisolismo (Síndrome de Cushing) - Síndrome de Cushing sinais e sintomas causados pelo hipercortisolismo (aumento dos níveis de cortisol) que ocorra por qualquer motivo; o Pode ser Endógena ou Exógena (iatrogênico); - Doença de Cushing Quadro que causa sintomas específicos do hipercortisolismo causado, especificamente, por tumor hipofisário produtor de ACTH é uma doença ACTH dependente; - Pseudo-cushing: o Obesidade; alcoolismo crônico; desnutrição; depressão paradoxal - ACTH-dependente (80-85% em adultos): o Adenoma hipofisário – Doença de Cushingprincipal causa em adultos A maior parte são microprolactinomas o Neoplasia não-hipofisária – ACTH ou CRH ectópico - ACTH-independente ( > 60% em crianças)principais causas em crianças: o Adenoma de SR ou Adenocarcinoma de SR o Adenoma de SR associado ao NEM 1 o Hiperplasia SR micronodular pigmentada (Complexo de Carney) o Hiperplasia SR macronodular - Quadro Clínico: o Obesidade de tronco; fácies em lua cheia; diabetes ou Intolerância à Glicose; disfunção gonadal; hirsutismo / acne; HAS; fraqueza muscular; atrofia cutânea; transtorno de humor; fragilidade capilar; osteoporose; 12 12 - Diagnóstico: o Confirma-se o cortisolismo, inicialmente: Cortisol livre na urina de 24 horas é o padrão ouro (pois a dosagem do cortisol no plasma altera muito ao longo do dia). Devem ser realizadas 2 a 3 coletas para confirmação; Cortisol salivar deve ser coletado próximo da meia noite o Teste de depressão de cortisol com dexametasona: Administrado 1 mg às 23h Cortisol plasmático às 8h normal é1.8µg/dL (exclui o hipercortisolismo); Acima de 5 µg/dL confirma, mas entre 1,8 e 5 µg/dL o resultado deixa dúvida, sendo necessário confirmar com urina de 24 horas. o Teste de supressão com baixas doses de dexa: 2 mg 0.5 mg de 6/6h por 48h o ACTH plasmático (quando está elevado, é mais provável que trate- se da doença de cushing). Pode ser feita a dosagem por cateterismo no seio petroso inferior; o RM hipófise o TC tórax, mediastino, abdome, pelve - Tratamento: o Cirúrgico: Transesfenoidal Doença de Cushing Exerese dos tumores secretores ectópicos Adrenalectomia unilateral para Adenomas e adenocarcinomas de SR Adrenalectomia bilateral Hiperplasia micro e macronodular o Farmacológico: Cetoconazol inibe síntese de esteroides; Mitodane adrenolítico em CA adrenal; Mefepristona abortivo, antagonista do receptor de cortisol; o Radioterapia pode ser feita na impossibilidade de retirar todo o tumor 4.0 Hipertensão Arterial Secundária 13 13 - Cerca de 15% da população americana tem HAS secundária, com causa no parênquima renal, renovascular e de causas endócrinas; o Dentre as endócrinas Feocromocitoma e Cushing - Há várias causas para hipertensão arterial, dentre elas as adrenocorticais e a medular; - Causas adrenocorticais para hipertensão arterial (não medulares): o Renina baixa e aldosterona alta é um hiperaldosteronismo primário, que causa redução dos níveis de renina por feedback negativo. Pode ocorrer por: Adenoma produtor de aldosterona (30%) Hiperplasia bilateral idiopática (60%); Outras causas direto na glândula; o Renina baixa e aldosterona baixa: Mais rara. Outro hormônio mineralocorticoide gera a hipertensão (deoxicorticosterona, DOCA) hiperplasia congênica de adrenal, tumor produtor de deoxicorticosterona; o Síndrome de Cushing: Exógena ou endógena - Causas medulares (feocromocitoma e paragangliomas): o Tumores da medula adrenal (feocromocitoma) e do gânglio simpático (paraganglioma); 25% malignos; 25% extra-adrenais; 40% hereditários; o Esses tumores elevam a quantidade de catecolaminas circulante hipertensão instável com hipotensão ortostática; o Sintomas: dor de cabeça; diaforese; palpitações; ansiedade; o Sinais: Taquicardia; hipertensão arterial; hiperglicemia o Diagnóstico: Laboratorial: Metanefrinas (metabólitos da epinefrina) livres plasmáticas e urinárias fraccionadas Catecolaminas livres fracionadas (Adrenalina, noradrenalina e dopamina) Acetaminofen, antidepressivos e beta e alfa bloqueadores interferem nas dosagens Imagem TC; RM; e cintilografia o Tratamento: Clinico antes de operar primeira linha: alfa bloqueadores (fenoxibenzamina evita o choque pós operatório); segunda linha: alfa bloqueadores (doxazosin ou anlodipino). Beta-bloqueador (metoprolol) utilizado após bloqueador alfa. 14 14 Aula 3 – Tumores Hipofisários e Hipopituitarismo 1.0 Introdução - Hipotálamo ligado à hipófise pela a haste hipofisária: o Divisão da hipófise: anterior, média e posterior; Hipófise anterior localizada na sela túrcica relação próxima com o quiasma óptico; Eixo Hipotálamo Hipófise: 2.0 Tumores Hipofisários - São adenomas Hipofisários; - Diagnóstico clínico, laboratorial e imagem, feito com: o Dosagens hormonais basais, testes dinâmicos e cateterismo do seio cavernoso; o Ressonância Nuclear Magnética de hipófise o CT: óssea o Rx de sela turcica: macroadenomas e craniofaringiomas (calcificações) - Diagnóstico: o Clínico Laboratorial Imagem; Na imagem, pode-se já suspeitar se há alongamento da haste hipofisária no Rx de seios da face; Microadenoma - São Intra-selares: o São menores que 1 cm. Sintomatologia relacionado ao excesso de produção hormonal, sem extensão extra-selar ou aumento selar. Não leva ao hipopituitárismo. Terapêutica com maior sucesso. Macroadenoma - > 1 cm de diâmetro. - 1 a 2 cm limitados a sela com bom prognóstico e comportamento semelhante aos microadenomas. - Extensão supra-selar, para seio esfenóidal ou lateral 15 15 - Sintomatologia da massaobservar para onde o tumor está crescendo: o Cefaléia frontal o Comprometimento visual: Perda de campo visual Hemianopsia bitemporal Amaurose o III, IV, VI e ramo oftálmico e maxilar do V par: Diplopia Oftalmoplegia Ptose palpebral Diminuição de sensibilidade facial o Obstruição nasofaringea, infecções o Convulsões, disturbios de personalidade e anosmia 2.1 Tipos de Adenomas Hipofisários - Funcionantes: o Prolactinomas – 29% mais frequente, em mulheres, causam irregularidade menstrual e galactorreia. Em homens, causa disfunção erétil; o GH – 15% o ACTH – 16% o TSH – 0,9% o Pluri-hormonal (GH/PRL/GLICOP) – 12% - Não funcionantes (LH, FSH 7 a 15%) – 27% 3.0 Prolactinomas - Em sua maioria, são microadenomas; - Clínica varia com idade, sexo, duração da hiperprolactinemia e o tamanho do tumor; - Disfunção gonadal: 42% o Em mulhres: Amenorréia e oligomenorréia Galactorréia: 80% - < com a hiperprolactinemia prolongada o ♂: disfunção erétil e oligospermiao Diminuição da libido o Impotência sexual o Infertilidade - Crianças: o Atraso de crescimento o Atraso puberal o Efeito de massa 16 16 - Diagnóstico diferencial o Gravidez o Distúrbios hipotálamo-hipofisário o Diminuição de secreção de dopamina o Secção de haste traumática ou cirúrgica o Hipotiroidismo o Drogas (anovulatórios, antidepressivos, anti-hipertensivos, bloqueadores de receptor H2) o Insuficiência Hepática e Renal o Doenças da mama o Trauma torácico ou medular o Ruptura da haste hipofisária - Diagnóstico específico: o História clínica e exame físico para exclusão das hiperprolactinemias fisiológicas e medicamentosas o O valor normal de PRL é entre 30 e 35 ng/mL Suspeita-se de hiperprolactinemia fisiológica quando PRL está ainda abaixo de 100ng/mL o Se PRL está < 200 e >100 ng/mL pode sercompressão de haste por tumor não produtor, Prolactinoma, o SePRL está> 200 ng/mL (200ng/mL) + RNM (adenoma hipofisário) prolactinoma - Possibilidades terapêuticas: o Ao contrário dos outros tumores, pode ser tratado sem cirurgia, já que os neurônios nessa região expressam receptores dopaminérgicos (D2) e, por isso, pode ser tratado com medicamentos: Medicamentoso: agonista dopaminérgicos (“receptor D2”= bromocriptina, cabergolina) Bromocriptina e cabergolina liga-se ao receptor D2 e diminui a produção de prolactina, além de diminuir o tamanho do tumor; A cabergolina é a primeira opção fora do SUS, no SUS, prescreve-se primeiro a bromocriptina e a cabergolina em casos de intolerância a bromocriptina; o Em casos de tumores que não respondam a terapia farmacológica: Cirurgia Radioterapia o **É um tumor benigno (do ponto de vista histológico e de invasão); 4.0 Acromegalia e Gigantismo - Acromegalia ocorre na vida adulta, após o fechamento das epífises; - Gigantismo quando ocorre antes do fechamento das epífises; - Hipersecreção crônica de GH e conseqüente IGF-I aumentado o A produção aumentada de GH ocasiona hipertensão e cardiomegalia 17 17 - Macroadenoma em 80% o Casos raros de tumor ectópico produtores de CRH - 14% secretam PRL - Prevalência igual entre os sexos - Idade de diagnóstico: 40 anos - Clínica: o Aumento de extremidades (crânio e membros) Antes do fechamento das epífises (gigantismo) crescimento linear; Depois do fechamento das epífises (acromegalia) crescimento apenas das extremidades o Supercrescimento de tecidos moles o Queixas: Sapato não serve mais/ aumentou de número; Aliança não serve mais o Hiperidrose o Letargia e fadiga o Ganho ponderal o Dor articular o Hipertensão, cardiomegalia. o Diabetes ou Intolerância a glicose o Bócio e hipotireoidismo - Diagnóstico: o Laboratorial: Teste de supressão de GH com Glicose (TOTG) Normal = GH< 0,4 ng/mL em pelo menos uma das dosagens Alterado = não supressão do GH abaixo de 0,4 em nenhum dos tempos do TOTG Se houver pelo menos uma das dosagens abaixo de 0,4ng/mL exclui tumor produtor de GH Dosagem de IGF-1 elevado Suspeita clínica Dosagem de IGF-1 se aumentado Supressão de GH Supressão de GH: Fisiologicamente, quando há aumento na concentração sérica de glicose, há diminuição nos níveis de GH. Quando há um tumor, não há essa diminuição, de forma que pode haver alta concentração de glicose e de GH. o Imagem: RNM de hipófise - Tratamento: o É sempre cirúrgico; Feito transfenoidal preferencialmente; Para tumores muito grandes transcraniana 18 18 5.0 Doença de Cushing - Caracterizada pelo excesso de secreção de ACTH pelo adenoma corticotrófico hipofisário, resultando na secreção supra fisiológica de cortisol pelas adrenais. - 80% microadenomas o 70% dos casos de Sindrome de Cushing nos adultos. o Síndrome de Cushing quadro causado pela hipercortisolemia por qualquer causa (como medicamentosa ou por motivo específico da adrenal); o Normalmente, em criança a Síndromeé causada por tumores adrenais e em adultos por tumores hipofisários; - Proporção de 8 Mulheres : 1 homem - 20 a 40 anos - 50% de mortalidade em 5 anos principais causas: o Infecções bacterianas (46%) imunossupressão o Doença Cardiovascular (40%) - Clínica: o Excesso de glicorticoides e androgênios adrenais o Fácies cushingóide: lua cheia com pletora facial o Estrias violáceas e largas o Hisurtismo, acne o Ecmoses, fragilidade capilar o Obesidade central o Hipertensão arterial o Intolerância à glicose o Disfunção gonadal (amenorréia, impotência); Diabetes e HAS suspeitar de Cushing - Diagnóstico: o Confirmação do hipercortisolismo o Cortisol urinário 2 a 3 coletas de urina de 24h padrão ouro para determinar o hipercortisolismo, uma vez que o cortisol tem um padrão “pulsátil” no plasma; o Teste de depressão com 1 mg Dexametasona overnight é aplicado 1mg de dexametasona às 23h e coleta de Cortsol as 8h; < 1,8 μg/dL = exclui hipercortisolismo Entre 1,8 e 5 μg/dL = duvidoso – continuar investigação ≥ 5 μg/dL = confirma hipercortisolismo 19 19 o Dosagem do ACTH elevado Após confirmação do hipercortisolismo (com o teste de depressão) é feita a dosagem de ACTH. A dosagem elevada diz que é mais provável que se trate de Doença de Cushing (ou tumor ectópico produtor de ACTH) o RNM hipófise; o Situações que podem levar ao “pseudo-cushing” gravidez; obesidade; anorexia; alcoolismo; - Tratamento: o O tratamento preferencial é o cirúrgico retirada do tumor por meio transesfenoidal; o Quando não há cura associar a radioterapia; o Adrenalectomia é pouco utilizada hoje; o O tratamento medicamentoso é pouco eficaz e utilizado apenas paliativamente; 6.0 Adenomas Hipofisãrios não funcionantes - Representam uma porcentagem grande dos tumores de hipófise, mas só geram sintomas quando tem a forma de macroadenomas, uma vez que comprimem estruturas vizinhas; - Normalmente são “incidentalomas”, achados de exames de imagem feitos por outros motivos; - Adenomas cromófabos (27%) – dosagens hormonais normais ou diminuídos por efeito compressivo, exceto prolactina. Diagnóstico por Imunohistoquímica -7 a 15% são produtores de LH e FSH. - Diagnóstico por efeito de massa, hipopituitarismo e hiperprolactinemia - Tratamento cirúrgico e radioterápico feito quando necessário, quando há sintomas quando necessário, o tratamento deve ser cirúrgico e radioterápico, pois não responde bem a terapia medicamentosa; 7.0 Hipopituitarismo - Trata-se da diminuição ou ausência de um ou mais hormônios hipofisários. o Pode ocorrer por uma doença primária ou sequela de cirurgia de hipófise; o Primário pela destruição da hipófise anterior o Secundário pela ausência dos fatores estimulantes (inibidores) hipotalâmicos; - Desenvolvimento lento e insidioso - Evolução clássica: GH – LH e FSH – TSH – ACTH - PRL - Etiologia: o Invasivo: macroadenomas, craniofaringiomas, TU primários do SNC (meningioma, cordoma, glioma), aneurisma carotídeo o Infarto pós parto da glândula (Síndrome de Sheehan); 20 20 o Apoplexia tumores sangramento Hipopituitarismo por destruição e inflamação Clínica clássica de hipertensão intra- craniana; o Lesão traumática o Infeccioso: micoses, tuberculose, sífilis o Outras: Infiltrativo, Imunológica, Iatrogênica (cirúrgica, por exemplo), Idiopático; - Clínica: o Ligeiramente acima do peso o Pele fina, pálida e lisa, com enrugamento da face o Pêlos corporais e pubianos deficientes ou ausentes o Hipotensão postural, bradicardia o Fraqueza muscular com diminuição de reflexos o Amenorréia, infertilidade, impotência sexual; - Diagnóstico:o Hipofunção endócrina com diminuição dos hormônios hipofisários; o Exemplo hipotireoidismo com baixo T4 e TAMBÉM baixo TSH (ou no limite); o Hipoglicemia normalmente deve desencadear aumento de GH para diagnóstico do hipopituitarismo relacionado com GH, deve-se administrar Insulina e medir o GH normalmente deveria haver um pico (devido a hipoglicemia causada pela insulina); em pacientes com deficiência de GH, não haverá um aumento do GH; - *Síndrome de Sheehan: o Gravidez no pós parto a hipófise pode ficar muito vascularizada e quando perde a irrigação de forma súbita, há uma necrose (infarto) Hipopituitarismo; Aula 4 – Regulação do Metabolismo do Cálcio e do Fósforo 1.0 Introdução - O metabolismo normal do cálcio depende da ingestão de cálcio para regulação no organismo; o A ingesta de cálcio considerada normal é de 1000mg por dia; o A maior parte desse cálcio não é absorvida há uma troca entre o resto do organismo e o intestino (125mg são excretados do organismo para o intestino e 300mg são absorvidos) de forma que a absorção é de 175mg. o Na urina, são excretados cerca de 175mg de cálcio (é filtrada uma grande quantidade, 10000mg, mas quase toda reabsorvida); o O líquido extracelular é responsável por manter uma reserva de cálcio de cerca de 900mg, que é de onde sai o cálcio eliminado na urina, nas fezes e há troca com os ossos de forma que permanecem com quantidade de cálcio estáveis (e pode haver a remodelação óssea); 21 21 - Metabolismo da Vitamina D o Importante vitamina na regulação dos níveis de cálcio; o Há um precursor da vitamina D no endotélio, que, quando exposto a luz solar, é convertido a vitamina D3 e absorvido no fígado, é ainda metabolizado em 25-OH vitamina D (outro precursor); o Nos rins, ocorre o metabolismo final, a 25-OH Vitamina D é convertida em sua forma ativa, o Calcitriol; O Paratormônio (PTH) tem função nos rins, ativando esse metabolismo; - Função do Calcitriol o O calcitriol atua nos ossos, intestino e na própria paratireoide; Intestino: estimulando a absorção de cálcio e fósforo (principalmente de cálcio), sendo imprescindível; O cálcio absorvido calcemia usado na mineralização óssea Ossos: estimula a mineralização óssea; Paratireoide: feedback negativo para produção de PTH o Exemplo: Paciente apresentando hipocalcemia avaliar se há deficiência de PTH. Em pacientes que realizam tireoidectomia, pode ocorrer a retirada das paratiroides também. Se após a cirurgia cursa com dormência, câimbra na boca, entre outros, e o seu nível de cálcio cai abruptamente provavelmente houve a retirada e a causa da hipocalcemia seria um hipoparatireoidismo primário, porque a deficiência está relacionada ao PTH. Esse paciente não terá calcitriol normal (pois não tem estímulo do PTH a nível renal). Não adianta tratar pela boca, tem que dar cálcio venoso e, quando possível, repor calcitriol. - Atuação do Calcitriol no gene alvo: o É uma molécula esteroide, portanto, tem atuação em receptores intracelulares; o Ao entrar na célula, interage com o VDR (receptorpara vitamina D) permite a heterodimerização com o receptor para retinoide RXR juntos vão até o VDRE (elemento de resposta a vitamina D, que é uma sequência específica que responde a esses receptores ligados ao calcitriol) Outras proteínas são recrutadas, de forma que é iniciada a transcrição (produção do RNA) em seguida, são produzidas as proteínas importantes para o metabolismo do cálcio na célula alvo; 22 22 - Adaptação à restrição ou sobrecarga de cálcio: o Diminuição da absorção de cálcio e diminuição da calcemia estímulopara as paratireoides para aumentar a produção de PTH: No intestino, atua aumentando a absorção. Caso a ingesta não seja adequada, ainda não consegue aumentar a calcemia; Nos ossos o PTH aumenta a atividade dos osteoclastos, aumentando a reabsorção óssea; Nos túbulos renais atua aumentando a excreção de fósforo e aumenta a conversão da vitamina D em sua forma ativa; Resumindo, há aumento do PTH; diminuição da calciúria e aumento da fosfatúria o Aumento da disponibilidade do cálcio e aumento da calcemia há inibição da produção de PTH pelas paratireoides: Diminuição da absorção de cálcio no intestino; Diminuiçãoda produção de calcitriol nos rins; Nos ossos, há inibição dos osteoclastos, de forma que há menos reabsorção óssea; Nos rins, há aumento da excreção de cálcio; 1.1 Osteoblastos - Célula de origem mesenquimal, que se diferencia por diversos estímulos, incluindo o PTH, IGF e calcitriol; - Funções: o Produção da matriz óssea, secretando colágeno; o Durante a produção dos ossos, há aumento dos níveis de fosfatase alcalina óssea, o que aumenta os níveis de fosfatase alcalina no sangue; Motivo pelo qual é fisiológico que crianças apresentem mais fosfatase alcalina; o Há aumento também da osteocalcina e osteopontina (envolvidas na osteogênese) 1.2 Osteoclastos - São células de origem hematopoiética (são semelhantes a monócitos); - São bastante abundantes nos óssos; - PROVA: Durante a sua diferenciação, uma molécula chamada ligante de RANK, liga-se ao receptor RANK(nas células que se diferenciarão em osteoclastos) e estimula a diferenciação de osteoclastos Terapias mais recentes, atuam inibindo esse ligante do RANK e, com isso, inibem a diferenciação de osteoclastos - Quando maduros, são ativados e produzem integrinas, catepsina e anidrase carbônica atuam no consumo do osteóide; o Os osteoclastos integram-se no osso necessária a integrina; 23 23 - Remodelação óssea: o Os osteócitos são as células de apoio na osteogênese (fazem parte do tecido ósseo) diferenciam-se a partir dos osteoblastos; o Na remodelação osteoclastos ativados consumem os osteóides, formando cavidades, onde os osteoblastos podem entrar e iniciar o processo de produção da matriz óssea; o Esseprocesso passa por 4 fases: ativação, reversão, formação óssea e mineralização. o Em 3 semanas ocorre ativação e a destruição pelos osteoclastos, mas fazer osso novo demora cerca de 3 meses, podendo demorar muito mais que isso. 2.0 Hipercalcemia - Condições nas quais há aumento dos níveis séricos de Cálcio; - Manifestações clínicas: o Anorexia, boca seca, polidipsia. o Nauseas e vômitos, Constipação Intestinal. o Fraqueza, desânimo e diminuição da força muscular. o HAS, arritmia, bradicardia. o Poliuria, desidratação, Urolitíase/ Nefrolitíase. o Sonolência, confusão mental,Rebaixamento da consciência. o Coma. 2.1 Causas da hipercalcemia - Causas relacionadas a paratireoide: o Adenoma (produtor) PTH fica acima de 800; o Neoplasias endócrinas múltiplas; o Carcinoma; o Genética o Hiperparatireoidismo** - Causas relacionadas a malignidades: o Metástases de outros tumores o Linfomas - Causas relacionadas a vitamina D: o Intoxicação por vitamina D - Causas associadas a alta remodelação óssea: o Hipertireoidismo; o Imobilização; o Tiazídicos - Causas associadas a falência renal: o Hiperparatireoidismo severo secundário (difícil tratamento e deformante); o Falência renal por outros motivos; 24 24 2.2 Hiperparatireoidismo primário - Doenças da própria paratireoide que aumentam a produção do PTH aumento da atividade da glândula; - Sinais e sintomas associados: o Litíase renal, poliúria, polidipsia; o Cistos ósseos, Osteoporose radiológica, artrite;Constipação abdominal; o Hipertensão arterial sistêmica; o Prurido; o Fraqueza; o Perda de memória, letargia, depressão, psicose; - Dosagem dos valores séricos de iPTH (paratormônio intacto) são importantes;2.3 Hipocalemia - Classificação funcional da hipocalemia: o Ausência de PTH: hereditária ou adquirida (no caso de cirurgias, por exemplo). Eventualmente podemos ter hipomagnesia, que impede a secreção de PTH; o Ineficiência de PTH: (a) na vigência de insuficiência renal, os receptores de PTH não respondem adequadamente; (b) falta de vitamina D: gera hipocalcemia por falta, por ingesta, por falta de sol ou por erro metabólico; (c) erros metabólicos; (d) uso de anticoncepcionais; (e) muito raramente vemos o pseudohipoparatireoidismo: é genético, vem da mãe. Típico de pacientes de baixa estatura, com rosto arredondado, PTH alto e ineficiente; o PTH desregulado: ocorre por hiperfosfatase ou por rabdomiólise. - Manifestações clínicas: 25 25 o Sinal de Chvosteck: Percussão da região anterior próxima ao lobo da orelha, pegando o ramo do facial → paciente com ↓Ca²+ irá contrair. o Sinal de Trousseau: Coloca-se o esfigmo no paciente e realiza-se a compressão 10 ou 20mmHg acida da pressão sistólica dele, esperando durante 3 minutos. Nesse tempo, a hipóxia vai irritar a musculatura e o portador de hipocalcemia irá contrair e desenvolver “mão de parteira”; 3.0 Osteoporose - Doença óssea mais comum problema de saúde pública; - É caracterizada por baixa massa óssea, deterioração do tecido ósseo e ruptura da arquitetura do osso, comprometendo sua força e aumentando o risco de fratura. - É definida pela OMS pela DMO (DXA) do quadril ou coluna lombar <= 2,5 SD abaixo da X da DMO de adultos jovens de referência (score T). - A osteoporose pode ser primária ou secundária.P o Primáriaresulta de perda óssea pós-menopausa ou do envelhecimento; o Secundária causada por doenças ou medicamentos que promovem perda óssea. - Epidemiologia: o Alta prevalência em indivíduos com mais de 50 anos: 30% das mulheres e 13 % dos homens; o Alta morbidade Após menopausa, 11,2% de fratura do fêmur; - Doença Silenciosa: o Não há dor da osteoporose; o Em fraturas vertebrais apenas 1/3 dos pacientes sentem dor ou tem sinais clínicos; - Avaliação Clínica o Colheita da história clínica; avaliar se houve fraturas prévias; Sequelas de fraturas prévias; o Alterações na postura - Densitometria Óssea (DXA): o Avalia a densidade dos ossos a partir da absorção de raio-x com dupla energia; o É o método padrão-ouro para o diagnóstico de osteoporose; o A cor verde indica osso normal, a amarela a presença de osteopenia e a vermelha, osteoporose; 26 26 o Score T: avalia os dados encontrados em pessoas com mais de 50 anos em comparação com um adulto jovem forte e hígido (mulher de 30 anos). Um score T menor ou igual a 2,5: indica osteoporose; o Score Z: indica como está o resultado em relação a pessoas da mesma idade; - Avaliação Laboratorial: o Os marcadores de remodelação óssea são: Osteocalcina e fosfatase alcalina óssea; o Marcador de reabsorção n-telopeptídeo (CTX); - FRAX: é um algoritmo da OMS que permite calcular a probabilidade de fraturas ósseas, na fase de osteopenia ou osteoporose; o Essa ferramenta permite verificar e tratar a osteopenia o Indivíduos com risco acima de 13% de fratura devem ser tratados 3.1 Tratamento - Não farmacológico: o Sempre deve ser indicada a prática de atividade física; - Farmacológico: o Inibidores da Reabsorção Óssea inibem a atuação dos osteoclastos: Bisfosfonados (principalmente): O alendronato é o principal desses, é distribuído no sus e permite terapia por via oral; Calcitriol; cálcio e vitamina D; Ácido zelandroico Moduladores seletivos do receptor de estrógeno; Denosumabanticorpo monoclonal que impede a ação do ligante do receptor RANK (RANKL) inibe a diferenciação de osteoclastos; o Estimuladores da Formação Óssea: Teriparatida; Esteróides anabolizantes o Fármacos com ação mista Ranelato de estrôncio o PROVA: na prática damos o cálcio e vitamina D. Se tiver sinal de fratura/fratura prévia: alendronato. Se tiver em fase mais grave: SERM ou denosumab. Se tiver pior e em recuperação de fratura: SERM, que ajuda na osteoclasia e estimula formação óssea.
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