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John Locke foi um importante filósofo inglês, representante do empirismo. Nascido em 1623, na Inglaterra, produziu seu conteúdo teórico no contexto conturbado da história Inglesa, período da Guerra Civil Inglesa, da Revolução Puritana e posteriormente da Revolução gloriosa, suas obras principais são: Dois Tratados sobre o governo (1689) e Cartas sobre a tolerância (1689).
 Baseado nas ideias empiristas, Locke afirmava que o conhecimento não era inato mas sim adquirido a partir das experiências e sensações. Em uma de suas obras ele compara o indivíduo a uma tábula rasa, uma folha em branco, a qual o processo das experiências adquiridas iria preencher.
 Segundo Locke, no estado de natureza, todos os indivíduos são racionais e sociáveis. Enquanto para Hobbes o homem era egoísta e havia constante conflito do homem com o próprio homem, para Locke o homem era altruísta, pois ele tinha a necessidade de garantir o necessário sem a finalidade de acumular bens materiais. Ainda para John Locke, no estado de natureza não existe disputa entre os indivíduos, e ele o considera bom principalmente porque existem três direitos naturais aos quais o indivíduo possui, sendo eles: o direito à vida, o direito à liberdade, e o direito à propriedade privada. Um dos principais pontos em Locke é o direito do indivíduo à propriedade privada, pois é ela que vai evitar o conflito de todos contra todos no estado de natureza. É notável que diferente de Hobbes, para Locke o estado de natureza não necessariamente era um estado de caos, o estado de natureza seria um estágio fictício que antecedia a sociedade civil, marcado pela exiguidade de submissão e perfeita liberdade e igualdade entre os indivíduos, onde cada um tem o direito de escolher suas ações e defender sua propriedade.
Devemos dar uma atenção especial à propriedade privada, para Locke esta é fruto do trabalho humano e sua formação, uma vez que é um direito natural, precede a sociedade civil. A compreensão mais genérica diz respeito aos direitos naturais. Enquanto a compreensão mais estrita diz respeito a posse de bens, móveis ou imóveis, ou seja, tudo aquilo que é produzido pelo trabalho humano. 
No estado de natureza, existem leis que são criadas por Deus e as próprias leis da natureza e mesmo a sociedade respeitando estas leis, eventualmente o homem pode cometer um delito, então para a realocação do homem na boa convivência com os demais, seria necessário a criação de um Estado, pois no estado de natureza, embora bom, faltam certos elementos, sendo eles: as leis estabelecidas, conhecidas, recebidas e aprovadas por meio de um comum consentimento, a existência de juízes reconhecidos imparciais criados para terminar com todas as diferenças de acordo com aquelas leis previa e comumente estabelecidas. 
O Estado, portanto, é criado num pacto de associação, para salvaguardar os direitos naturais, especialmente a propriedade privada. O homem então reúne-se e cria seu poder governamental, submisso a determinação da maioria, dando origem a sociedade política, para que este possa regular as relações entre as pessoas e garantir a harmonia. O Estado, para Locke, é limitado pois só faz o que o cidadão permite e o homem não é livre pois ele se submete às leis que ele não criou. Contrário a Hobbes que dizia que o Estado era criado pelo pacto social mas não era submisso a ele, segundo Locke o Estado está submetido ao contrato social, ele só é legítimo quando baseado no consentimento. Caso o corpo de governo não cumpra com a sua função, é permitido o direito à resistência. No processo de formação do Estado, uma vez que é estabelecido o estado de sociedade, os indivíduos continuam sendo titulares dos três direitos naturais. 
Embora muitos afirmarem que a Teoria da Separação dos Poderes veio de Montesquieu, foi Locke quem encaminhou a teoria, dizendo que o poder do Estado não poderia estar concentrado nas mãos de um só. Mediante a isto, foi implementado três poderes objetivados a governar os indivíduos e a sociedade, aos quais são o poder Legislativo, Executivo e Federativo. Locke deu mais importância ao Legislativo e ao Executivo, sendo o primeiro considerado mais importante pois seria ele quem regulamentava as leis a fim de salvaguardar o bem da população e da propriedade privada, já o segundo possibilitava que leis fossem proibidas ou aprovadas a fim de haver um equilíbrio entre ambos. Como Locke era um defensor do liberalismo, ele acreditava que quanto menos o Estado intervisse, mais liberdade individual o homem teria. O Estado não poderia ser alterado pois havia sido firmado através de um contrato social. O que poderia ser alterado seria o Governo através de eleições, já que os indivíduos poderiam se mostrar insatisfeitos com o governo vigente e tinham o direito de escolha.