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Fraturas do terço médio da face - MAXILA Não é apenas constituída pelo processo alveolar da maxila, lembrar que a maxila se estende mais para outras regiões anatômicas, também é constituída pelo: ramo ascendente da maxila que faz a parede lateral nasal, porção zigomática maxilar e processo orbital. Zona de resistência da maxila (3 min – ta no áudio, não entendi) Quando a maxila recebe um impacto de frente para trás: dissipação posterior e dissipação superior. Pilares superiores, horizontais e verticais acabam se unindo nos arcos de união. Os pilares de reforço estão onde o osso é mais denso e a região mais aerada (seio frontal, seio maxilar, região anterior e as orbitas) são áreas de maior fragilidade onde se colapsam no trauma. Arcos de união: Arco infranasal Arco supranasal Arco infra-orbital = margem infraorbital Arco supra-orbital = arco supraciliar Classificação de fraturas: Fratura vertical paramediana sagital ou lannelongue - Não é uma fratura mediana, é paramediana! (ou ela corre para direita ou corre para esquerda) - Sinal clínico mais evidente: separação entre os incisivos centrais, parecendo um diastema. Mas também pode ser em forma de degrau (um incisivo central mais alto e outro mais baixo) - Por que ela não corre no meio? Pois a área do meio é uma área de reforço, ou seja, maior resistência, onde se uniu a maxila direita e esquerda. (sutura intermaxilar) Fratura alveolar da maxila - Tema da próxima aula Fratura de Huet Definição: Fratura quadrangular, que acomete o rebordo infraorbitário, com uma linha vertical na altura dos incisivos e caninos e outra linha vertical correndo a frente da crista zigomatico maxilar - Pode ser confundida com a fratura orbitária do tipo II. A diferença é que a fratura de Huet desce verticalmente até a região anterior da crista zigomatico maxilar e desce verticalmente até a região de lateral e canino. - Como diferenciar pelo exame clínico? Pela palpação. Fazer movimentos para cima e para baixo, com um dedo no rebordo infraorbitário e a mão na maxila. Se todo conjunto se movimentar: Fratura de Huet. Se o segmento maxilar não se movimentar e no rebordo infraorbitário tiver um segmento: fratura zigomático maxilar. Fratura de Bessareau - Definição: fratura piramidal, com duas linhas verticais paranasais na região de caninos - Pode ser confundida com a fratura de Le Fort 2. A única diferente é que na Bessareau a linha desce na região de caninos enquanto a Le fort 2 esse traço vertical envolve toda maxila, ou seja,desce na região final da maxila. - Como diferenciar pelo exame clínico? Pela palpação. Só move a parte da frente: Bessareau. Maxila inteira fica solta, sobe e desce: Le fort 2 . CLASSIFICAÇÃO DE LE FORT (A classificação não é de acordo com a gravidade e sim de acordo com o desenho) Le Fort I Pode ser chamada também de horizontal da maxila Percorre soalho de fossa nasal, parede anterior de seio maxilar, indo morrer na apófise pterigóide dos dois lados. Clinicamente: como se o paciente tivesse com uma dentadura solta dentro da boca. Na palpação a maxila se move como um todo. OBS: A cirurgia ortognática tem um corte ósseo horizontal que se chama: osteotomia em Le fort 1 (para colocar maxila mais a frente ou mais a trás, é muito comum). Várias vezes usada para tratamento de pacientes classe III de Angle - avanço da maxila. Le Fort II Pode ser chamada também de piramidal da maxila. A linha vertical desce na região final da maxila, ou seja, a maxila toda se movimenta em conjunto. Le Fort III Pode ser chamada também de disjunção crânio facial. Solta a face do crânio. No exame clinico a palpação é a mesma que a Le fort 2. ( só que neste paciente, toda a face se meche, não só a maxila) Aspecto clínico de face mais alongada “cara de cavalo” ou “cara de prato”. Porque a maxila toda desce e a face fica côncava por conta da fratura. Aspecto dentário das fraturas de Le fort I, II e III Maxila é tracionada para trás pelos músculos pterigóides. Do ponto de vista dentário ocorre: toque posterior dos dentes e a arcada apresentará mordida aberta na região anterior. Sempre não, mas na maioria das vezes isso ocorre. Fratura de Whalter - É a junção da fratura de Le fort III + Le fort I + fratura de Lannelongue. - Ocorre quando o impacto é muito intenso. Le fort IV- descrita por Menson em 1986 Fratura frontal. Não é utilizada. Não “pegou” essa classificação. Tratamento de emergência Estabelecimento e manutenção das vias aéreas Supervisionamento de hemorragias Investigação e tratamento de injurias associadas Bloqueio intermaxilar com barra de Erich prévio a cirurgia (não é tão emergencial, porque obstrui as vias aéreas, o mais ideal é apenas odontossintese para impedir que a maxila se mova demais). Só faz bloqueio se o paciente estiver lúcido, sem risco de vomitar. Ou depois que ele sai da fase aguda do trauma, depois de 48h, está lúcido e orientado, faz então o tratamento com BMM. Diagnóstico Exame clínico Exame de imagem (incidências mentonaso e oclusal, TC principalmente) Exame Clínico: Inspeção: Alongamento do 1/3 médio da face Equimose e edema periorbital bilateral Respiração oral por obliteração da passagem aérea, soalho da face nasal fraturada. Maloclusão (mordida aberda anterior). Pergunta: quais são as fraturas que podem gerar mordida aberta anterior? - fratura bilateral do colo de côndilo (porque há um encurtamento do ramo da mandíbula) - fraturas de maxila (porque a maxila é tracionada para trás e ocorre toque prematuro nos molares) Palpação: Mobilidade do terço médio da face Disjunção em nível de sutura: fronto malar ou zigomatico maxilar Outros: Rinorréia – sangramento nasal Exame de imagem Radiográfico Projeção de Waters Perfil de face Tomográfico Corte Axial Corte Coronal (mais indicado para fraturas de Le fort) TRATAMENTO: Le fort I Pilar anterior e médio Fixação com miniplaca em L e Y, sistema 2.0 ou 1.5 Acesso intra-oral Suspensão esquelética com barra de Erich suspendida por fio de aço e amarrada no rebordo infra orbitário ou no osso zigomático. (no passado ou lugares com poucos recursos) OBS: Fraturas maxilares impactadas (desimpactação com fórceps de.... para tracionar a maxila) Le fort II Fixação na região nasal, rebordo infraorbitário e crista zigomatico maxilar Le fort III Fixação da região fronto zigomática e fronto nasal bilateral. Sequelas das fraturas de maxila: Parestesia do nervo infraorbitário (principalmente Le fort II e Bessareau) Enoftalmo (maior índice em Le fort II e III) Infecção Exposição da placa (essas sequelas também serão vistas nas fraturas nasais) Desvio de septo Obstrução nasal Outras Visão alterada – enxergar dobrado Não união da fratura – não consolidação Maloclusão Epífora (complicação pela obstrução do saco lacrimal, por alguma espícula óssea, por exemplo, pode gerar xeroftalmia – olho seco e vermelhão) Reações de corpo estranho Cicatrizes Sinusite (devido invasão por corpo estranho no seio maxilar, como sangue, pode ser aguda ou crônica) OBS- diferença: Enoftalmo – olho entra (blow out) Exoftalmo – olho sai (blow in) Distopia – Níveis diferentes dos globos oculares
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