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* “Em dia frio, é comum usarmos agasalhos grossos para nos proteger das temperaturas baixas. Fazemos isso porque o nosso organismo está a uma temperatura maior que o meio ambiente e por isso estamos propensos a ceder calor. O agasalho não permite que isso aconteça, pois ele é feito de materiais que são isolantes térmicos.” - Veja mais em: https://educacao.uol.com.br/disciplinas/fisica/calorimetria-o-estudo-dos-fenomenos-de-transferencia-de-calor.htm?cmpid=copiaecola. * ENERGIA E O PRIMEIRO PRINCÍPIO DA TERMODINÂMICA Termodinâmica: Estuda as propriedades macroscópicas de sistemas materiais, cosiderando diferentes formas de manifestação e interconversão de energia. * sistema: parte do universo sob investigação fronteira vizinhança universo Sistema isolado: não há qualquer interação com as vizinhanças. Sistema fechado: não ocorre troca de massa com as vizinhanças. Sistema aberto: pode haver troca de massa com as vizinhanças. Algumas definições: * ENERGIA (E): Capacidade de realizar trabalho ou transferir calor gravitacional elétrica elástica magnética radiante Temperatura: medida da energia cinética (grau de agitação) das moléculas (ou átomos) * energia interna energia cinética energia potencial translacional rotacional vibracional interações interpartículas ligações químicas Eletrônica interna Apenas para moléculas Não são alteradas se não houver reação química Nula p/ gás ideal Não são alteradas a T ordinárias * Há duas maneiras de um sistema trocar energia com as vizinhanças: - troca de calor através das fronteiras; - realização de trabalho pelo sistema ou sobre o sistema. Calor: energia cinética transmitida do meio com T mais elevada (que tem maior energia cinética) para o meio com menor T. A troca de calor pode ser identificada pela variação de T nas vizinhanças. Trabalho: é a energia necessária para transportar um corpo contra a ação de uma força. Particularmente, em termodinâmica o trabalho representa a energia gasta por um sistema para elevar uma massa nas vizinhanças ou vice-versa. * Por exemplo, a temperatura (energia cinética translacional) de determinado volume de água pode ser aumentado pela: (a) transferência de calor mergulhando-se o sistema em um meio com T mais elevada. * 1º Lei da Termodinâmica: É válido reforçar que, nas definições utilizadas: Para expansão, dV 0 e então W 0; para compressão, dV < 0 e então W > 0. O trabalho é positivo se for realizado pelas vizinhanças sobre o sistema e negativo se for realizado pelo sistema sobre as vizinhanças. q é positivo se calor for transferido das vizinhanças para o sistema e negativo se for transferido do sistema para as vizinhanças. * Note que a simples observação do sistema antes e após a transformação não permite concluir se o aumento de T ocorreu pela realização de trabalho ou pela transferência de calor. Portanto, o trabalho e o calor não são propriedades de estado, pois dependem do caminho percorrido. Propriedades (ou funções, ou variáveis) de estado: São aquelas propriedades que podem ser usadas para descrever o estado do sistema. Elas dependem apenas do estado do sistema, e não do caminho percorrido para chegar até ali. Não se pode falar em W ou q. U, H, G, S, T, V... * Normalmente, em termodinâmica, o trabalho se manifesta por meio da expansão ou compressão do sistema contra uma pressão de oposição. Da física: , onde P é o vetor peso e d, o deslocamento. Para uma transformação finita, com pop cte: * Note-se que: para a expansão, tem-se um trabalho negativo (sistema realiza trabalho sobre as vizinhanças e, com isso, a energia interna do sistema diminui). para a compressão, tem-se um trabalho positivo (as vizinhanças realizam trabalho sobre sistema e, com isso, a energia interna do sistema aumenta). * Transformações a volume constante Todo calor que entra é usado para aumentar a energia interna do sistema, que por sua vez leva a um aumento de T. Transformações a pressão constante Parte do calor que entra no sistema é usado para gerar trabalho (expansão: W 0), de maneira que a variação da energia interna (e portanto, da temperatura também) é menor. Conclusão: o calor necessário para um dado aumento de T é menor a volume constante. * Em termodinâmica, as expansões e contrações e, portanto, as manifestações de trabalho, são mais acentuadas em sistemas gasosos. As expansões em sólidos e líquidos são tão pequenas que são geralmente desprezadas. Calcule o trabalho para cada transformação abaixo: Aquecimento isobárico, a 1,0 bar, de 100 g água de 4,0 a 24 ºC. Aquecimento isobárico, a 1,0 bar, de 100 g de vapor de água de 104 a 124 ºC. Dados para a água: (coef. expansão térmica) = 2,57 x 10-4 K-1; d = 1,00 g/mL a 4 ºC. Obs. Considere o vapor de água como gás ideal. a) b) * Por que se fala tanto em entalpia? Para pop cte: Reordenando: U, p e V são propriedades de estado; portanto, a combinação “U + p.V” deve definir outra propriedade de estado. A chamamos de entalpia (H). ou Portanto: Na maior parte das vezes, os efeitos de calor são medidos a p cte; então o que estamos medindo são variações de entalpia, e não de energia interna. * O calor liberado em um processo a pressão constante corresponde ao aumento de entalpia do sistema. Mesmo que um processo se passe a p cte, existe um U para ele (esse U só não vai corresponder ao calor liberado no processo – qp). Da mesma forma, mesmo que um processo se passe a V cte, existe um H para ele (esse H só não vai corresponder ao calor liberado no processo – qV). O calor liberado em um processo a volume constante corresponde ao aumento da energia interna do sistema (porque W = 0 e, portanto, ∆U = qV). * * Se “c” pode ser considerado constante no intervalo de T em questão: As capacidades caloríficas dependem da maneira como a transformação é conduzida. São de destacada importância as transformações a volume constante e a pressão constante, às quais correspondem, respectivamente, cV e cp. * Para composição cte (n cte): Para gás ideal O calor necessário para aquecer um gás ideal a p cte é maior do que a V cte (Cp > CV). p cte: V cte: Para líquidos e sólidos, V e dV são pequenos, de forma que usualmente é plausível considerar que: Para líquidos e sólidos ...e, portanto, cp ≈ cv * Calcule a variação de energia interna e o calor necessário para aquecer 2,0 mol de He, a V cte, de 25 ºC para 45 ºC. Qual a variação de entalpia correspondente? Obs. Considere o gás ideal e = 12,47 J/(mol.ºC). * Medidas do calor envolvido em uma reação química Calorímetro 1. Realiza-se um procedimento cujo calor liberado seja bem conhecido; através do T, determina-se a capacidade calorífica do calorímetro (C). 2. Realiza-se o procedimento cujo calor liberado deseja ser determinado. Essa determinação é feita a partir do valor de T e da C anteriormente determinada. * ATENÇÃO: Para os calorímetros fechados (a grande maioria), que operam a volume constante, o calor determinado não corresponde ao H, mas a U. Para reações que não envolvem formação ou consumo de gases, a variação de volume se o processo fosse realizado a pressão constante seria desprezível, de forma que H ≈ U. Quando ocorre formação ou consumo de gases, há considerável diferença no calor envolvido a pressão ou volume constante devido à ocorrência ou não de trabalho. Mas, é possível fazer a correção. Os calorímetros são construídos de forma a apresentar elevada capacidade calorífica, de forma que a variação de temperatura é muito pequena. Assim, para o cálculo aqui proposto, T pode ser considerada cte, de forma que: , onde ∆n corresponde à variação do número de mols gasosos da reação em questão. * Exercício O calor de combustãodo ácido benzóico (C7H6O2) foi usado como padrão para a calibração de uma bomba calorimétrica. A volume constante, seu valor é de -3.226 kJ/mol. Quando 0,4089 g de ácido benzóico foi queimado, a temperatura de um calorímetro subiu de 20,20 para 21,59 ºC. Nesse mesmo calorímetro, 0,4654 g de fenol (C6H6O) foi queimado e a temperatura subiu de 20,00 para 21,94 C. Calcule: A capacidade calorífica do calorímetro. O calor de combustão a volume constante do fenol. A entalpia de combustão do fenol. R = 7,78 kJ/ºC; -3052 kJ/mol; -3054 kJ/mol. Obs. Conforme pode ser percebido acima, quando ocorre uma reação química no sistema, a variação de energia associada à reação costuma ser tão elevada que a diferença entre U e H se torna relativamente insignificante. Assim, é usual, para uma reação química, considerar que U H. * Termoquímica: Ramo da Termodinâmica que estuda a transferência de calor envolvida nas reações químicas e também em algumas transformações físicas. A maioria das reações químicas são realizadas a pressão cte; portanto, o calor extraído das vizinhanças é a entalpia de reação (Hr). Obs. Os reagentes e produtos devem estar na mesma T. Caso contrário, uma parte do calor envolvido terá atuado na mudança de T do sistema e não estará relacionado à reação em si. Se, após uma reação química, o sistema encontrar-se em uma T mais elevada do que antes da reação, esta é dita exotérmica (Hr < 0); se o sistema encontrar-se mais frio, a reação é endotérmica (Hr 0). * Equações termoquímicas: (entalpia é uma propriedade extensiva) Hr = -46 kJ Hr = -92 kJ * H = U + p.V; logo, H = f (p, T) * A entalpia é uma função de estado termodinâmica Como calcular o H de uma reação? Precisaríamos conhecer as entalpias de todas as espécies participantes da reação. Como fazer isso? * Lei de Hess: a entalpia total de uma reação é a soma das entalpias de reação das etapas em que a mesma pode ser dividida (resultado do fato da entalpia ser uma função de estado). Felizmente não precisamos nos preocupar com esta questão; para isso usamos subterfúgios que são a Lei de Hess e as definição de entalpia de formação. * Calcule a entalpia envolvida na formação de 20 g de AlCl3(s). Al(s) + 3/2Cl2 (g) AlCl3 (s) Dados: 2 Al(s) + 6 HCl(aq) 2 AlCl3(aq) +3H2(g) H0 = -1049 kJ HCl(g) HCl(aq) H0 = -74,8 kJ H2(g) + Cl2(g) 2 HCl(g) H0 = -185 kJ AlCl3(s) AlCl3(aq) H0 = -323 kJ * Estado de referência: elemento no seu estado mais estável, numa certa temperatura, sob pressão de 1 bar Entalpias padrões de combustão ( Hc ) quando um mol do composto reage, sob condições-padrão (1 bar), com oxigênio suficiente para formar CO2 (g) e H2O(l). Ex. o C2H6 (g) + 7/2 O2 (g) 2 CO2 (g) + 3 H2O (l) * Imaginemos que a reação se passe em 2 etapas: (a) os reagentes são convertidos nos elementos no estado de referência; (b) imaginemos agora que os elementos, nos estados de referência, se recombinem para gerar os produtos. Obs. é o coef. estequiométrico das espécies na equação. * Para a 1a etapa: ; para a 2a: * Determine, utilizando os valores de Hf e de Hc fornecidos, o Ho da reação de hidratação do eteno a 25 ºC 0 o o o 0 Respostas: -42,6 e -43 kJ/mol, respectivamente. * As entalpias de ligação (Hlig) ligações rompidas ligações formadas É possível estimar o H de uma reação a partir de um balanço das ligações rompidas e formadas. Calor necessário para romper, a p cte, uma ligação química de uma substância no estado gasoso. Estimar porque a entalpia de ligação entre dois átomos sofre influência do ambiente químico em que se encontram. Ex. Hlig = 437 kJ/mol Hlig = 492 kJ/mol Assim, os valores tabelados são valores médios para determinado par de átomos em uma série de compostos. * Resolução na próxima página. *
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