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CAPÍTULO 4 CoaChing Com PnL (Programação neuroLinguístiCa) A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: 3 Explicar a origem da programação neurolinguística (PNL). 3 Definir o que é programação neurolinguística (PNL). 3 Diferenciar programação neurolinguística (PNL) de coaching. 3 Utilizar coaching com programação neurolinguística na gestão de conflitos na comunicação. 78 Coaching e Gestão para Resultados Através de Pessoas 79 CoaChing com PNL (Programação NeuroLiNguística) Capítulo 4 A PNL começou na Califórnia, no início dos anos 1970, na Universidade de Santa Cruz. Lá, Richard Bandler, um estudante de ciências da computação e matemática, e que mais tarde, inspirado por um amigo, também estudou psicologia, juntou-se com John Grinder, um professor de linguística, para estudar pessoas que eles consideravam comunicadores de excelência e agenciadores de mudanças. ContextuaLização O termo coaching, em português, significa treinamento e era utilizado nas arenas de esportes. Atualmente coaching é sem dúvida uma nova profissão que se difere do trabalho de treinamento, consultoria, mentoring e até terapia. O que vem chamando muito a atenção das empresas, é como os trabalhos de coaching têm resultados rápidos e eficazes. Enquanto um treinamento convencional tem resultados medianos devido a não aplicabilidade das ferramentas adequadas, o coaching traz não só a teoria, mas a prática propriamente dita, ocasionando uma mudança de hábitos que refletem em comportamentos positivos que proporcionam resultados desejados e sustentáveis. Neste capítulo, abordaremos enfaticamente como o coaching, acompanhado pela PNL (programação neurolinguística), pode potencializar resultados. Descobriremos, a partir da PNL (programação neurolinguística), como as pessoas funcionam e como usar estes pressupostos a favor da gestão de conflitos na comunicação das organizações. Vamos lá??? origem da PnL - Programação neuroLinguístiCa A PNL começou na Califórnia, no início dos anos 1970, na Universidade de Santa Cruz. Lá, Richard Bandler, um estudante de ciências da computação e matemática, e que mais tarde, inspirado por um amigo, também estudou psicologia, juntou-se com John Grinder, um professor de linguística, para estudar pessoas que eles consideravam comunicadores de excelência e agenciadores de mudanças. Richard e John estudaram minuciosamente, no ambiente terapêutico, psicoterapeutas renomados mundialmente, tais como: Virginia Satir (terapeuta familiar), Milton Erickson (médico psiquiatra e hipnoterapeuta), Gregory Bateson (antropólogo especialista em cibernética) e Fritz Perls (pai da gestalterapia). Após estudar cuidadosamente esses famosos terapeutas, descobriu que ao repetir com outras pessoas os padrões pessoais de comportamento deles, poderia conseguir resultados positivos similares. Essa descoberta se tornou 80 Coaching e Gestão para Resultados Através de Pessoas a base para a abordagem inicial de PNL conhecida como modelagem da excelência humana. Ambos ficaram extasiados pela maneira como algumas pessoas criavam condições para atravessar dificuldades em lugares onde outras, por infelicidade, falharam. Busque mais informações em livros ou internet sobre a história de Richard Bandler e John Grinder e saiba mais a fundo como a PNL surgiu. Sugiro o site: http://golfinho.com.br/ A PNL hoje, se encontra popularizada e é utilizada em treinamentos de vendas, comunicação, lideranças e, principalmente em processos de coaching. Diante disso, tamanha é a importância de termos conhecimento dela neste caderno. O que é PNL - Programação Neurolinguística “A PNL é uma ferramenta educacional, não uma forma de terapia. Nós ensinamos às pessoas algumas coisas sobre como seus cérebros funcionam e elas usam esta informação para mudar.” (Richard Bandler) A PNL (programação neurolinguística) é a arte e a ciência da excelência, ou seja, das qualidades pessoais. É arte porque cada pessoa imprime sua personalidade e seu estilo àquilo que faz, algo que jamais pode ser apreendido através de palavras e técnicas. E é ciência porque utiliza um método e um processo para determinar os padrões que as pessoas usam para obter resultados excepcionais naquilo que fazem. Esse processo chama-se modelagem, e os padrões, habilidades e técnicas descobertas através dele estão sendo cada vez mais usados em terapia, no campo da educação e profissional, para criar um nível de comunicação mais eficaz, um melhor desenvolvimento pessoal e uma aprendizagem mais rápida (O’CONNOR, 2008). Para Ready e Burton (2011), PNL dedica-se à aprendizagem de como pensar e comunicar-se de forma mais eficiente consigo mesmo e com os outros. 81 CoaChing com PNL (Programação NeuroLiNguística) Capítulo 4 Já Lages e O’Connor (2004), definem PNL como a metodologia que estuda três áreas. Veja: • Neurologia – A mente e como pensamos. • Linguística – Como usamos a linguagem e de que maneira ela nos afeta. • Programação – De que maneira sequenciamos nossas ações para atingirmos metas. Para elucidar ainda mais o que é PNL, você pode assistir a esta entrevista com o criador da PNL, Richard Bandler: <https:// www.youtube.com/watch?v=Zv8NRJaaES8>. Acessando o site abaixo, da SBPNL – Sociedade Brasileira de Programação Neurolinguística, você vai encontrar vídeos e informações complementares sobre a PNL: <http://pnl.com.br>. Na sequência, você terá acesso aos pressupostos da PNL e, entenderá ainda melhor como a gestão para resultados através de pessoas pode ser potencializada com o uso dessa metodologia fantástica. Pressupostos da PNL A PNL possui 13 pressuposições, que são a fundamentação sobre a qual se constroem todos os processos de mudança. São denominadas pressuposições porque você as pré-supõe como sendo verdadeiras e, depois, age como se fossem. Basicamente, formam um conjunto de princípios éticos para a vida. Vejamos: 82 Coaching e Gestão para Resultados Através de Pessoas 1. As pessoas respondem a sua experiência, não a realidade em si. Não sabemos o que é realidade. Nossos sentidos, nossas crenças e nossa experiência passada nos dão um mapa do mundo a partir do qual podemos operar, mas um mapa jamais pode ser inteiramente preciso, caso contrário, seria igual ao terreno que abrange. Não conhecemos o território, portanto para nós o mapa é o território. Alguns mapas são melhores do que outros para nos orientar pelo caminho. Navegamos pela vida como um navio em mar revolto; desde que o mapa nos aponte os principais perigos, estaremos bem. Quando os mapas são falhos, corremos perigo de encalhar. A PNL é a arte de mudar esses mapas para que tenhamos maior habilidade de ação. 2. Ter uma escolha ou opção é melhor do que não ter uma escolha ou opção. Procure ter um mapa que lhe dê o maior número de escolhas. Aja sempre de forma a aumentar a escolha. Quanto mais escolhas tiver, mais livre estará e mais influência terá. 3. As pessoas fazem a melhor escolha que podem no momento. Uma pessoa sempre faz a melhor escolha que pode, dados seus mapas do mundo. A escolha pode ser auto derrotadora, bizarra ou má, mas, para ela, parece ser o melhor caminho a seguir. Ofereça-lhe uma escolha melhor e a adotará. Melhor ainda, dê a ela um mapa melhor e com mais opções. 4. As pessoas funcionam perfeitamente. Ninguém é errado ou quebrado. Estamos todos executando nossas estratégias com perfeição, mas as estratégias podem ser mal projetadas e ineficazes. Descubra como você e os outros funcionam, para que uma estratégia possa ser modificada para algo mais útil e desejável.5. Todas as ações tem um propósito. Nossas ações não são aleatórias; estamos sempre tentando realizar algo, embora possamos não ter consciência do que estamos tentando fazer. 83 CoaChing com PNL (Programação NeuroLiNguística) Capítulo 4 6. Todo comportamento possui uma intenção positiva. Todas as nossas ações têm pelo menos um propósito – realizar algo que valorizamos e que nos beneficie. A PNL separa a intenção por trás de uma ação em si. Uma pessoa não é seu comportamento. Quando uma pessoa tem uma melhor escolha de comportamento que também realize sua intenção positiva, a seguirá. 7. A mente inconsciente contrabalança a consciente; ela não é maliciosa. O inconsciente é tudo aquilo que não está no consciente no momento presente. Contém todos os recursos que necessitamos para viver em equilíbrio. 8. O significado da comunicação não é simplesmente aquilo que você pretende, mas também a resposta que obtém. Essa resposta pode ser diferente da resposta que você queria, mas não há falhas na comunicação, apenas respostas e feedback. Se não estiver obtendo o resultado que deseja, mude o que está fazendo. Assuma a responsabilidade pela comunicação. 9. Já temos todos os recursos que necessitamos ou então podemos criá-los. Não existem pessoas desprovidas de recursos, apenas estados mentais desprovidos de recursos. 10. Mente e corpo formam um sistema. São expressões diferentes da mesma pessoa. Mente e corpo interagem e se influenciam mutuamente. Não é possível realizar uma mudança em um sem que o outro seja afetado. Quando pensamos de forma diferente, nossos corpos mudam. Quando agimos de forma diferente, modificamos nossos pensamentos e sentimentos. 11. Processamos todas as informações através dos nossos sentidos. O desenvolvimento de seus sentidos para que se tornem mais aguçados lhes dá melhores informações e o ajuda a pensar de forma mais clara. 84 Coaching e Gestão para Resultados Através de Pessoas 12. Modelar desempenho bem-sucedido leva à excelência. Se uma pessoa pode fazer alguma coisa, é possível modelá- la e ensiná-la a outros. Assim, todos podem aprender a obter resultados melhores de sua própria maneira. Você não se torna um clone da pessoa que está modelando – você aprende com ela. 13. Se quiser compreender, aja. O aprender está no fazer. Fonte: O´Connor (2008, p. 5 - 7). Se você quiser saber mais sobre PNL, sugiro que acesse o seguinte endereço: http://golfinho.com.br/ Atividades de Estudos: 1) Mediante a leitura feita acima, apresente ao menos três definições diferentes do que é PNL. _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ 2) Quais os pressupostos da PNL? _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ 85 CoaChing com PNL (Programação NeuroLiNguística) Capítulo 4 Quando utiliza-se da PNL em um processo de coaching intensificamos os resultados e os sustentamos porque há uma mudança na modelagem cerebral do indivíduo. O coach segue sua linha de trabalho encorajando o indivíduo a pensar e agir de forma diferente para assim obter resultados diferentes. Segundo a PNL o que gera a visão de mundo das pessoas, que favorece a mudança, proporciona uma convivência mais harmoniosa e até para superar nossos limites, os pressupostos são convicções profundas. Por isso, estudá- los e colocá-los em prática nos processos de coaching, faz com que entremos em contato mais profundo com o modelo de mundo do outro e intensificamos os resultados esperados com o processo. definição de CoaChing Com PnL (Programação neuroLinguístiCa) Coaching e PNL não são a mesma coisa, mas levando em consideração sua base, seu alicerce comum de serviço ao cliente, se complementam. Se quisermos um tipo específico de mudança nas organizações através do desenvolvimento de pessoas, ou estabilidade de resultados positivos já alcançados, o coaching e a PNL têm muito a oferecer. Quando escolhemos contratar um coach buscamos um relacionamento criativo e colaborativo que foca em uma mudança crescente e contínua. O coach segue sua linha de trabalho encorajando o indivíduo a pensar e agir de forma diferente para assim obter resultados diferentes. O processo se faz com começo, meio e fim, buscando iniciar pela conscientização do indivíduo, no que ele precisa desenvolver, para depois traçar uma estratégia e agir com muito foco até o alcance de seus resultados, sendo assim, é difícil alcançar resultados com apenas uma sessão. Já contratar um profissional de PNL para uma única sessão a fim de tratar um problema particular, é possível. Um cliente de PNL pode experimentar um avanço comovente em uma única sessão intensiva, principalmente no tratamento de medos, fobias, etc. Nesse sentido, as principais características da PNL que contribuem para o processo de coaching são: a) velocidade; b) abordagem pragmática; c) atitude de fascinação; d) técnicas simples; e) apreciação de metas, opiniões e valores; e) rapport e confiança. Quando utiliza-se da PNL em um processo de coaching intensificamos os resultados e os sustentamos porque há uma mudança na modelagem cerebral do indivíduo. Conforme citam Burton e Ready (2014), as pessoas contratam um coach treinado em PNL porque eles querem alguém com a firmeza necessária para ir a lugares difíceis, alguém capaz de explorar as desafiadoras razões emocionais que compelem os comportamentos. Clientes em potencial podem 86 Coaching e Gestão para Resultados Através de Pessoas ter ouvido sobre ferramentas e técnicas específicas de PNL, ou eles sentem que vivenciar o coaching com alguém que se submeteu a um treinamento de um tipo de coach diferente, rende uma experiência mais rica. Para Lages e O’Connor (2004), um coach de PNL consegue entender a realidade de como pensa um cliente, e pode utilizar a linguagem com muita precisão para ajudá-lo a alcançar suas metas. Coaching e PNL tomam rotas diferentes para atingir o mesmo resultado final: deixar os clientes em um ponto melhor fisicamente, emocionalmente, mentalmente ou espiritualmente do que quando eles começaram. Ambas as disciplinas dedicam-se aos desafios da autoconsciência e do relacionamento com os demais. Junte PNL e coaching e você terá uma combinação vencedora para encontrar o brilhantismo inconsciente em cada ser humano (BURTON, 2014, p. 89). Então, o conhecimento do coach (treinador) em PNL potencializa o processo porque faz com que ele busque entender melhor sobre como e o que faz modificar a experiência subjetiva de seu coachee (treinando). O processo de coaching acompanhado pela metodologia da programação neurolinguística potencializa os resultados justamente porque proporciona ao coach a possibilidade de entender melhor o seu coachee (cliente de coaching), tendo como base os pressupostos apresentados anteriormente. Coaching com PNL na Gestão de Conflitos da Comunicação “Um coach de PNL consegue entender a realidade de como pensa um cliente, e pode utilizar a linguagem com muita precisão para ajudá-lo a obter metas” (LAGES; O’CONNOR, 2004, p. 25). A palavra comunicaçãoderiva do termo latino “communicare”, que significa, “partilhar, participar de algo, tornar algo comum”. Por meio da comunicação as pessoas compartilham diferentes informações entre si, tornando o ato de comunicar uma atividade essencial para a vida em sociedade. O processo de comunicação consiste na transmissão de informação entre um emissor e um receptor que interpreta uma determinada mensagem. A comunicação é o processo de transmissão de informação de uma pessoa para outra e compartilhada por ambas. Para que haja comunicação é necessário que o destinatário da informação a receba e a compreenda. A 87 CoaChing com PNL (Programação NeuroLiNguística) Capítulo 4 informação simplesmente transmitida, mas não recebida ou compreendida, não foi comunicada (MARCONDES FILHO, 2008). Para que o processo de comunicação possa existir, é necessário que haja um emissor que determinará qual mensagem será transmitida, este emissor inclusive determina a codificação da mensagem em símbolos apropriados (tais como palavras, imagens fotográficas, discurso ao vivo ou sons musicais). Além do emissor, também é necessário um receptor que é quem receberá a mensagem enviada pelo emissor, bem como decodificará e interpretará seu significado, fará sua interpretação da mensagem, conforme seu modelo de mundo. Este receptor por sua vez responde, dando ao emissor o feedback diante dos ruídos que são as intepretações finais do receptor. Segundo Kotler (2000), o fluxo da comunicação ocorre conforme na figura abaixo: Figura 5 - Elementos do processo de comunicação Fonte: Kotler (2000, p. 536). E para que este fluxo aconteça naturalmente e com excelência, é preciso entender como nos comunicamos e, posteriormente, como interpretamos as mensagens. Para entender melhor como nos comunicamos, vale destacar que nossa comunicação não se estabelece apenas com palavras, ou seja, existe uma comunicação verbal e uma comunicação não-verbal. O que é que é que realmente foi feito neste estudo? O Mehrabian queria estudar a incongruência entre a comunicação verbal e não-verbal quando expressamos emoções. Ele analisou como é que pessoas respondiam a imagens com fotos (!) de diferentes expressões faciais e gravações de áudio de uma pessoa dizendo uma só palavra (como amor ou palavras neutras como talvez) com diferentes entoações transmitindo emoções como gostar, não gostar e neutra. Aos participantes foi pedido para avaliarem as emoções da outra pessoa e de onde tinham tirado as pistas para a intenção real por trás das palavras. A audiência 88 Coaching e Gestão para Resultados Através de Pessoas respondeu que descodificaram a intenção da pessoa através de pistas visuais (55% do tempo) e do tom de voz (38% do tempo). Só 7% do tempo usaram as palavras reais. As conclusões do estudo de Mehrabian relacionavam-se com aquilo que ele chamou “a mensagem silenciosa”, como é que as pessoas comunicam as suas emoções e que quando as palavras e as mensagens não-verbais estão em conflito, as pessoas tendem a acreditar nas mensagens não-verbais. E isto é uma conclusão muito importante! No entanto, este estudo tem sido generalizado, indicando que em qualquer situação de comunicação o significado da mensagem é transmitido pelas pistas não-verbais em vez do significado das palavras. No entanto, o estudo focou-se especificamente na comunicação de emoções e no cenário altamente controlado e restrito. Além disso, a linguagem não-verbal considerada foi restrita às expressões faciais (fotos). Conflito entre linguagem verbal e não-verbal Resumindo a conclusão do estudo: obtemos a nossa interpretação da intenção emocional por trás das palavras pelas pistas não-verbais. E quando as duas estão em conflito, acreditamos nas pistas não-verbais. Por exemplo, quando alguém diz as palavras “eu não tenho nenhum problema contigo” e ao mesmo tempo evita olhar-nos nos olhos ou tem uma linguagem corporal que demonstra desconforto, tendemos a pensar que algo não está certo. Ou quando perguntamos a alguém “o que é que tens?” e a resposta é “nada” com “aquele” tom de voz…já sabemos que algo não está certo. Alguns homens são até especialistas em interpretar os vários “nadas” das mulheres. Nestas situações tendemos a dar importância (e devemos) à linguagem não-verbal. No entanto, quando todos os meios de comunicação são congruentes, ou seja, quando as palavras que dizemos, o modo como dizemos e o nosso corpo dizem todos a mesma coisa, não damos tanta importância à linguagem não-verbal. Fonte: Disponível em: <http://objetivolua.com/mito-mehrabian- comunicacao/>. Acesso em: 08 ago. 2015. 89 CoaChing com PNL (Programação NeuroLiNguística) Capítulo 4 A obtenção de excelentes resultados, o aumento de produtividade e o ganho financeiro estão relacionados com a capacidade de comunicação nas organizações. Quando há falhas ou barreiras na comunicação, existirão vários transtornos e conflitos que levarão a organização ao descrédito e, muitas vezes, ao fracasso. Então, sabe-se que a comunicação não é feita apenas pelas palavras, é também por nosso tom de voz, ritmo da fala, dicção e com um percentual muito maior, por nossa linguagem não-verbal. Diante disso, é importante que se observe o que pode ser melhorado em nossa comunicação – verbal e não- verbal para atingirmos um alto grau de feedbacks positivos relacionados a mensagem que estamos querendo passar a nosso receptor. Estima-se que grande parte dos conflitos que ocorrem em uma organização estão relacionados com a ineficiência na comunicação, na falta de comunicação, na má interpretação ou no excesso de informações sem a capacidade de torná-la comum a todos. A má comunicação traz desgastes nas relações, agressões verbais, perda de tempo com retrabalho, mal entendidos, suscetibilidades afetadas, perda de motivação e stresse. Liderar é comunicar, para atingir os objetivos da empresa (MARTINIANO, 2007, p. 156). A obtenção de excelentes resultados, o aumento de produtividade e o ganho financeiro estão relacionados com a capacidade de comunicação nas organizações. Quando há falhas ou barreiras na comunicação, existirão vários transtornos e conflitos que levarão a organização ao descrédito e, muitas vezes, ao fracasso. Para Pinto (2009), é preciso coordenar o processo de formulação das mensagens que a corporação transmitirá a todos os seus públicos, especialmente quando se tratar de temas sensíveis. O autor destaca, inclusive, que é necessário desenvolver canais adequados para cada tipo de mensagem e para cada público. Líderes que potencializam constantemente seu poder de comunicação têm maior facilidade na gestão de conflitos, porque utilizam-se de recursos que mediam facilmente as situações desafiadoras apresentadas no cotidiano das organizações. “A partir de divergência de percepção e ideias, as pessoas se colocam em posições antagônicas caracterizando uma situação conflitiva” (MOSCOVICI, 1975, p. 87). Os conflitos originam-se justamente porque as pessoas são diferentes entre si. Elas agem e reagem conforme seu modelo de mundo. Com a PNL é possível entender que cada um com seu modelo de mundo irá defender o que acha certo, sendo necessário saber interpretar e compreender o outro, para que haja uma resolução real e duradoura do conflito. Para diminuirmos os conflitos ocasionados pela ineficiência na comunicação, podemos utilizar ferramentas que nos ajudem a conhecer 90 Coaching e Gestão para Resultados Através de Pessoas melhor o nosso comportamento e reconhecer o comportamento das outras pessoas por meio de análise de perfil comportamental, por exemplo. Também podemos identificar qual o sistema representacional cerebral que nós como emissoresmais utilizamos e distinguir o sistema representacional cerebral de nosso receptor, o que fará a mensagem fluir e tornar-se comunicação ao invés de apenas um repasse de informação. O sistema representacional cerebral são os canais pelos quais as informações externas chegam até nosso cérebro. Estes sistemas são os diferentes canais através dos quais nós representamos informações internamente, usando nossos sentidos: visual (visão); auditivo (audição); cinestésico (sensação corporal); olfativo (olfato) e gustativo (gosto). O sistema representacional preferido ou preferencial é o sistema representacional que um indivíduo tipicamente usa para pensar de forma consciente e organizar sua experiência. Quando vivenciamos a realidade, filtramos seletivamente as informações em três amplos caminhos conhecido na programação neurolinguística como: auditivo, cinestésico e visual. A seguir apresentamos um quadro com as características de comportamentos de cada sistema representacional. Você pode analisar qual mais se assemelha com o seu sistema representacional de preferência. É preciso lembrar que temos os 3 (três) sistemas o que pode nos deixar confusos no momento da análise de escolha da predominância analisando somente as características abaixo listadas, porque teremos um pouco de cada característica em nosso comportamento, diante disso, é mais apropriado fazer o teste que apresentaremos posteriormente, ainda neste capítulo e, assim, ter certeza do seu sistema em evidência. Quadro 3 – Características de cada sistema representacional cerebral VISUAL AUDITIVO CINESTÉSICO Valores Estética (beleza), orga- nização visual, limpeza, o bom é o mais bonito e o certo é a limpeza. Lógica, negociação, o bom é o mais prático e o certo é o diálogo. Relações afetivas, bem-estar, prazer físico, o bom é o mais gostoso, o certo é o contato. Gostos TV, leitura, moda, deco- ração, desenhos, artes... Conversar, ouvir, dis- cursos, poesia, música, negociações... Situações que envolvam comi- da, bebida, carinho, conforto, perfumes, danças, massa- gem, esporte, gosta de usar roupas folgadas. 91 CoaChing com PNL (Programação NeuroLiNguística) Capítulo 4 Palavras Veja, observa, olha, ilumina, imagina, revela, mostra... Escuta, conta, pergunta, ouça, sintoniza, presta atenção, soa... Sinto, toca, acompanha, con- tato, suave, sensível, prazer, gostoso, aperto, frio e quente. Respiração Peitoral e curta. Pulsa- ção tendendo a taqui- cardia. Entre torácica (costelas) e abdominal. Pulsação média. Abdominal, pulsação tenden- do a baixa. Postura Bem ereta, cabeça elevada na altura das imagens. Movimentos rápidos acompanha- dos a quantidade de imagens. Média, cabeça balançan- do ou ligeiramente ergui- da, como ao escutar ou falar. Ritmo médio, aponta os ouvidos e boca. Solta, relaxada, muitos gestos e toques em si e nos outros. Movimentos mais lentos. Voz Alta e rápida. Tonalidade média, resso- nante e clara. Baixa e pouca fala. Relaciona- mentos Tem necessidade de ver a pessoas(s). Ao pedir um favor para um visual, peça por escrito, ou mostre o que você quer. Tem necessidade de dialogar, ouvir palavras agradáveis, elogios. Relacionamentos: Gosta de sentir o contato com as pesso- as, abraçar, dar e receber carinho, sentir o cheiro, o sabor. Ao pedir um favor para uma cinestésica, peça para ela escrever, ou faça com ela na primeira vez, ou toque na pessoa enquanto pede o favor. Fonte: Autora. Nas organizações esta ferramenta pode ajudar muito no processo de minimização de conflitos na comunicação porque a partir da autoanalise do líder (emissor) e a análise de cada liderado (receptor), o líder saberá como transmitir da melhor forma a mensagem e desta maneira o feedback tende a ser positivo diante dos resultados esperados. Apresento abaixo um teste elaborado por Ready e Burton (2011) que servirá para você saber qual o seu sistema representacional preferencial, isto lhe proporcionará autoconhecimento e maior habilidade para reconhecer as diferenças que outras pessoas possam ter no recebimento da mensagem. 92 Coaching e Gestão para Resultados Através de Pessoas TESTE DE SISTEMAS REPRESENTACIONAIS CEREBRAIS 1. Para cada uma das afirmativas seguintes, circule a opção que melhor o descreve. 1. Eu tomo decisões importantes baseadas em: a) Minha intuição. b) Escolho a opção que soa melhor. c) O que parece certo para mim. 2. Ao participar de uma reunião ou uma apresentação, ela é bem-sucedida para você quando as pessoas: a) Ilustram os pontos-chave claramente. b) Articulam um argumento sensato. c) Alcançam debates reais. 3. As pessoas sabem se eu estou em um bom dia ou ruim: a) Pela forma como me visto e pela minha aparência. b) Pelos pensamentos e sentimentos que eu compartilho. c) Pelo tom da minha voz. 4. Se eu tenho uma desavença, sou mais influenciado: a) Pelo som da voz da outra pessoa. b) Pela forma como olham para mim. c) Pela conexão com os sentimentos dos outros. 5. Sou muito consciente: a) Dos sons e barulhos ao meu redor. b) Do toque de tecidos diferentes no meu corpo. c) Das cores e formatos no meu ambiente. 2. Copie as suas respostas para a tabela abaixo: 1a K 3a V 5a A 1b A 3b K 5b K 1c V 3c A 5c V 2a V 4a A 2b A 4b V 2c K 4c K K – Cinestésico A – Auditivo V – Visual 93 CoaChing com PNL (Programação NeuroLiNguística) Capítulo 4 3. Some quantos Vs, As e Ks você conseguiu. 4. Veja o quanto você fez. Conseguiu mais V, A ou K, ou foi tudo misturado? Verifique as suas preferências abaixo e veja se o que nos dizemos aqui faz sentido pra você. • V – visual. Uma preferência visual pode significar que você é capaz de ver seu caminho claramente, presta atenção nas coisas e tem visão a longo prazo. Você pode apreciar imagens, símbolos, desenhos, assistir esportes, física, matemática e a química. Você pode precisar ter um ambiente decorado de forma mais atrativa. • A – auditivo. Uma preferência auditiva pode significar que você será capaz de sintonizar ideias novas, manter relações harmoniosas e investigar as pessoas. Você pode apreciar música, drama, trabalho escrito, falado e literatura. Você pode organizar os níveis sonoros no seu ambiente. • K – cinestésico. Uma preferência cinestésica pode significar que você é capaz de tomar novas direções, manter o equilíbrio, agarrar-se à realidade. Você pode apreciar contato com os esportes, atletismo, alpinismo, trabalhar com materiais eletrônicos ou manufaturados. Pode necessitar de um ambiente confortável. aLgumas Considerações Chegamos ao final desta apostila, no entanto, ressalto, que não ao final de seus estudos. Costumo dizer que melhor do que saber é colocar em prática o que sabemos. Foi apresentado a você muito conteúdo e inúmeras ferramentas no decorrer de todo o caderno. Faça as atividades propostas e aprofunde-se no material adicional apresentado por links, sugestão de vídeos e livros. Este assunto é fantástico e, pode sem dúvida, contribuir muito para sua vida e a vida das pessoas que você lidera. 94 Coaching e Gestão para Resultados Através de Pessoas Um grande líder deve primeiro aprender a liderar a si mesmo e um grande líder não é aquele que diz a seus liderados o que deve fazer e, sim, o que faz com que eles entendam porque estão naquela organização. Despeço-me de você com a frase célebre de Confúcio, espero que faça sentido para você como faz para mim: “Aquilo que escuto eu esqueço, aquilo que vejo eu lembro, aquilo que faço eu aprendo”. Até Breve!!! Juci Nones referênCias BANDLER, R.; GRINDER, J. Usando sua mente. Moab (UT): Real People Pres, 1982.BURTON, K; READY, R. Coaching com PNL para Leigos. Rio de Janeiro: Alta Books, 2014. KOTLER, P. Administração de Marketing.10. ed. 7ª reimpressão. Tradução Bazán Tecnologia e Linguística; revisão técnica Arão Sapiro. São Paulo: Prentice Hall, 2000. LAGES, A.; O´CONNOR, J. Coaching com PNL – Um guia prático para alcançar o melhor em você e em outros. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004. MARCONDES FILHO, C. Para entender a comunicação: contatos antecipados com a nova teoria. São Paulo: Paulus, 2008. MARTINIANO, R. Comunicação empresarial: teoria e pesquisa. São Paulo; Manole, 2007. MOSCOVICI, F. Energia no Grupo: Comunicação e Conflito Interpessoal. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1975. O’CONNOR, J. Manual de Programação Neurolinguística. São Paulo: Novo Século, 2008. PINTO, E. S. O reflexo da comunicação interna na imagem empresarial. Comunicação Organizacional, 2009. Disponível em: https:// comunicacaoorganizada.files.wordpress.com/2009/07/o-reflexo-da- comunicacao-interna-na-imagem-empresarial1.pdf. Acesso em: 26 jul. 2015. READY, R; BURTON, K. Programação Neurolinguística para Leigos. Rio de Janeiro: Alta Books, 2011.
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