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justifique-o com conceitos/ teoremas do Ca´lculo. Exerc´ıcio 9.7. Deˆ um exemplo de uma func¸a˜o f positiva em um ponto x, mas tal que f(xn) = 0 em pontos xn que formam um sequeˆncia com limn→+∞ xn = x. Exerc´ıcio 9.8. Encontre o domı´nio da func¸a˜o racional f(x) = 1 x2−1 . Descreva o que acontece com o mo´dulo e o sinal de f quando x se aproxima pela esquerda e pela direita dos pontos onde ela na˜o esta´ definida. Exerc´ıcio 9.9. (resolvido) i) Prove que lim x→+∞ √ 5 · x2 + x x+ 2 = √ 5 1,8 1,4 1 x 100806040 2,2 20 2 1,6 1,2 0,8 Figura: Gra´fico de y = √ 5·x2+x x+2 , x ∈ [1, 100], √5 ≈ 2.23. ii) Prove que lim x→−∞ √ 5 · x2 + 2 x+ 2 = − √ 5 Exerc´ıcio 9.10. (resolvido) Um exemplo que na˜o parece estar ligado a quocientes, mas que se calcula introduzindo quocientes: lim x→+∞ ( √ x2 + x− x ) = 1 2 . 9. EXERCI´CIOS 86 0,5 0,48 0,46 0,42 0,44 x 100806020 40 Figura: Gra´fico de y = √ x2 + x− x, x ∈ [1, 100]. Exerc´ıcio 9.11. E´ um fato que o polinoˆmio y = x5 − 2x4 + x3 + x2 + 1 so´ tem uma ra´ız Real. Na˜o e´ fa´cil acha´-la explicitamente. Mas com o Teorema do Valor Intermedia´rio voceˆ pode concluir que a ra´ız Real e´ um ponto do intervalo [−1, 1]. Por queˆ ? No Cap´ıtulo 18 daremos um me´todo para determinar essa ra´ız, que foi descoberto por Newton (para variar ...) Exerc´ıcio 9.12. (resolvido) A equac¸a˜o x3 + 1 = 0 e, em geral, as as equac¸o˜es de grau ı´mpar x2n+1 + 1 = 0, n ∈ N tem obviamente como u´nica ra´ız Real o x = −1. Na˜o e´ fa´cil resolver explicitamente a equac¸a˜o x3 + � · x+ 1 = 0, com � ≥ 0 fixado, a menos que se conhec¸a a fo´rmula de Cardano; com ela se obte´m a ra´ız Real x = 3 √ −1 2 + √ 1 4 + �3 27 − 3 √ 1 2 + √ 1 4 + �3 27 . Torna-se intrata´vel tentar resolver explicitamente o seguinte tipo de equac¸a˜o de grau ı´mpar: x2n+1 + �1 · x2n−1 + �2 · x2n−3 + . . .+ �n−1 · x3 + �n · x+ 1 = 0, com �i ≥ 0, i = 1, . . . n− 1 e �n > 0 fixados. i) Prove que cada uma dessas equac¸o˜es teˆm um u´nica ra´ız Real. ii) Prove que a ra´ız de cada uma delas esta´ em [−1, 0). iii) Para cada nu´mero em [−1, 0) encontre alguma dessas equac¸o˜es que o tenha como u´nica ra´ız. CAP´ıTULO 7 Geometria Anal´ıtica Plana 1. Equac¸o˜es de retas, coeficientes angular e linear A equac¸a˜o de uma reta vertical por dois pontos (x, y1) e (x, y2) e´ x− x = 0. Mas a equac¸a˜o de uma reta na˜o-vertical por (x1, y1) e (x2, y2) e´ do tipo: y = a1 · x+ a0, a1, a0 ∈ R. Ou seja, sua equac¸a˜o e´ um tipo bem simples de polinoˆmio, cujo grau em x e´ ≤ 1. Vamos usar uma notac¸a˜o mais habitual: y = a · x+ b, a, b ∈ R. Afirmac¸a˜o 1.1. Os coeficientes a, b da equac¸a˜o y = ax + b da reta passando pelos dois pontos (x1, y1) e (x2, y2) com x1 6= x2 sa˜o dados por: a = y 2 − y 1 x2 − x1 , e b = y 1 − a · x1 = y2 − a · x2. Demonstrac¸a˜o. De y 1 = a · x1 + b e y2 = a · x2 + b, subtraindo-as, obtemos: y 2 − y 1 = a · (x2 − x1), de onde a = y 2 − y 1 x2 − x1 , (onde e´ crucial que x2 6= x1). E da´ı sai que: b = y 1 − (y2 − y1 x2 − x1 ) · x1, ou o que da´ no mesmo: b = y 2 − (y2 − y1 x2 − x1 ) · x2. � 87 1. EQUAC¸O˜ES DE RETAS, COEFICIENTES ANGULAR E LINEAR 88 Note que esse nu´mero b e´ a altura em que a reta y = ax+ b intersecta o eixo dos y, que e´ dado por x = 0: de fato, y = a · 0 + b = b. Definic¸a˜o 1.1. Dados dois pontos distintos do plano (x1, y1) e (x2, y2) com coor- denadas x1 6= x2, definimos o coeficiente angular da reta ligando esses dois pontos por: y 2 − y 1 x2 − x1 = y 1 − y 2 x1 − x2 . Afirmac¸a˜o 1.2. O coeficiente angular e´ uma informac¸a˜o da reta, na˜o dependendo dos pontos particulares que usamos para calcula´-lo. Demonstrac¸a˜o. De fato, se tomo qualquer ponto (x3, y3) da reta y = a · x + b determinada por (x1, y1) e (x2, y2), como y3 = ax3 + b, enta˜o: y 3 − y 1 x3 − x1 = (a · x3 + b)− (ax1 + b) x3 − x1 = a, e ja´ vimos na Afirmac¸a˜o 1.1 que a = y 2 − y 1 x2 − x1 , ou seja, y 3 − y 1 x3 − x1 = y 2 − y 1 x2 − x1 . � Como consequeˆncia temos a seguinte observac¸a˜o u´til para o Curso: Afirmac¸a˜o 1.3. Dado um ponto (x1, y1) e um coeficiente angular pre´-estabelecido valendo a, enta˜o a u´nica reta que passa por (x1, y1) e tem esse coeficiente angular e´ dada por y = a · x+ (y 1 − a · x1). Demonstrac¸a˜o. De fato, tomando um ponto (x, y) gene´rico dessa reta, enta˜o pela Afirmac¸a˜o 1.2 y − y 1 x− x1 = a, o que da´, isolando-se y: y = a · x+ (y 1 − a · x1). � Exemplos: 1)- a diagonal y = x tem coeficente angular 1 e a anti-diagonal y = −x tem coeficiente angular −1. 2)- A reta horizontal y = b tem coeficiente angular 0, pois y = b = 0 · x+ b. CAPI´TULO 7. GEOMETRIA ANALI´TICA PLANA 89 Observac¸o˜es: • Se x1 = x2 enta˜o a reta que liga (x1, y1) e (x2, y2) e´ vertical e na˜o tem um coeficiente angular definido. Temos a tentac¸a˜o de dizer que o coeficiente angular da reta vertical e´ +∞. Mas se comec¸amos com a anti-diagonal e a vamos levantando, os co- eficientes angulares ficam cada vez mais negativos e ao atingir a posic¸a˜o vertical ficariam −∞: essa ambiguidade entre +∞ e −∞ para o candidato a coeficiente angular da reta vertical e´ que faz que seja melhor desistirmos de atribuir um coeficiente angular a` reta vertical. • Geometricamente o coeficiente angular a representa o quociente entre o cateto oposto y 2 − y 1 e o cateto adjacente x2 − x1 do triaˆngulo retaˆngulo formado pelos pontos (x1, y1), (x2, y1) e (x2, y2): logo a = tan(α) ( tangente do aˆngulo (anti-hora´rio) α formado pela reta e o eixo horizontal). Vimos na Sec¸a˜o 2.3 que se um aˆngulo que tende a +pi 2 sua tangente tende a +∞, enquanto que, se o angulo tende a −pi 2 , sua tangente tende a −∞. • Se fixamos a e variamos b em y = a · x+ b estamos descrevendo uma famı´lia de retas paralelas com a mesma inclinac¸a˜o. 2. Ortogonalidade Deve estar claro pelo que ja´ explicamos que duas retas y = ax+ b1 e y = ax+ b2, com b2 6= b1, sa˜o de fato paralelas. Agora gostaria de explicar que uma par de retas y = ax+ b1 e y = − 1a x+ b2, com a 6= 0, sa˜o ortogonais. Posso me restringir a considerar retas pela origem: y = ax e y = − 1 a x, pois estas sa˜o translac¸o˜es verticais das retas anteriores, e portanto teˆm entre elas o mesmo aˆngulo que as anteriores. Posso supor tambe´m que a > 0 (caso a < 0 enta˜o − 1 a > 0 e poderia trabalhar com este coeficiente angular). Se escrevo a = B A , com A,B > 0, enta˜o − 1 a = −A B . Agora considero 3 triaˆngulos (ilustrados na Figura a seguir): • ∆1 dados pelos pontos (0, 0), (A, 0) e (A,B) e • ∆2 dado pelos pontos (0, 0), (−B, 0) e (−B,A). • ∆3 dado pelos pontos (0, 0), (A,B) e (−B,A). 3. TEOREMA DE TALES NO CI´RCULO 90 x y ( − B , A ) ( − B , 0 ) ( A, 0 )( 0 , 0 ) ( A , B ) ∆ 1 ∆ 2 ∆ 3 Observe que ∆1 e ∆2 sa˜o triaˆngulos retaˆngulos e que a reta que conte´m a hipotenusa de ∆1 e´ y = ax , enquanto que a reta que conte´m a hipotenusa de ∆2 e´ a reta y = − 1ax. Enta˜o por Pita´goras as hipotenusas de ∆1 e de ∆2 valem o mesmo: √ A2 +B2. Por outro lado o comprimento do segmento de reta ligando (−B,A) a (A,B) vale, por definic¸a˜o: √ (B −A)2 + (A− (−B))2 = √ 2A2 + 2B2. Portanto o triaˆngulo ∆3 e´ iso´sceles, pois tem dois lados de mesmo tamanho λ :=√ A2 +B2. Esses lados formam um aˆngulo em (0, 0) que denoto por α. E o terceiro lado de ∆3, oposto a α, mede √ 2A2 + 2B2 = √ λ2 + λ2. Lembro agora que e´ va´lida a rec´ıproca do Teorema de Pita´goras (coisa pouco lembrada no Ensino Me´dio), ou seja, se um lado maior de um triaˆngulo e´ soma