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A evolução do conceito de posse através das teorias de Savigny, Ihering e Saleilles José Agostinho dos Santos Neto[1] RESUMO O presente trabalho apresenta uma análise da evolução histórica acerca do conceito de posse, abordando as principais teorias sobre o tema. O objetivo deste projeto é mostrar os estudos realizados acerca do entendimento sobre a posse, iniciando com um breve relato histórico sobre sua imprecisa origem, passando pela inovação da Teoria Subjetiva de Savigny, em seguida abordando as mudanças conceituais trazidas pela Teoria Objetiva de Ihering e, por fim, analisando a atual Teoria Social de Saleilles. Considerando a evolução acerca dos estudos e do conceito de posse, este artigo verifica a importância de sua proteção no ordenamento jurídico e tem a intenção de colaborar com aqueles que desejam aprofundar seus estudos no Direito das Coisas. Palavras-chave: Posse. Evolução. Teoria Objetiva. Teoria Subjetiva. Teoria Social. ABSTRACT A evolução do conceito de posse através das teorias de Savigny, Ihering ... https://joseagostinhoneto.jusbrasil.com.br/artigos/247469407/a-evolucao... 1 of 21 04/08/2019 02:34 This paper presents an analysis of the historical evolution of the concept of possession, addressing the main theories on the subject. The objective of this project is to show the studies about the understanding of ownership, starting with a brief historical account of its imprecise origin, through innovation Subjective Theory of Savigny, then addressing the conceptual changes brought about by objective theory of Ihering and, finally, analyzing the current Social Theory of Saleilles. Considering the developments concerning studies and the concept of ownership, this paper verifies the importance of its protection in the legal system and intends to collaborate with those who wish to further their studies in Law of Things. Keywords: Possession. Evolution. Objective theory. Subjective theory. Social theory.. O presente trabalho tem como tema a evolução do conceito de posse através das teorias de Savigny, Ihering e Saleilles. Esta pesquisa tem como foco apresentar as principais teorias sobre da posse e mostrar a evolução do pensamento acerca deste instituto que, desde o direito romano até os dias atuais, já ganhou diversas formas e conceitos, causando confusão sobre o que seriam posse e propriedade. A pesquisa tem como objeto geral a aprofundar o estudo no Direito das Coisas, elucidando, através de renomadas teorias, o conceito de posse, a evolução de seu entendimento e a proteção que o ordenamento jurídico deve conceder. Sendo delimitados os seguintes objetivos específicos: traçar um breve histórico sobre seu surgimento no direito romano, explicitar a teoria e as ideias de Savigny sobre a posse, mostrar a evolução conceitual trazida por Ihering e apresentar a toeira contemporânea de Saleilles, que introduz a filosofia da função social da posse. A evolução do conceito de posse através das teorias de Savigny, Ihering ... https://joseagostinhoneto.jusbrasil.com.br/artigos/247469407/a-evolucao... 2 of 21 04/08/2019 02:34 A escolha desse tema deu-se em face à sua relevância jurídica e social, por ser um instituto que, desde a sua origem, é alvo de diversos estudos por inúmeros filósofos e estudiosos do direito, o que causou constantes mudanças de como a posse era vista na sociedade. A sua relação com o Direito Civil traduz a necessidade de proteção, conforme BEVILÁQUA “é o interesse da propriedade que justifica a proteção da posse. Sem essa proteção, pronta e segura, a defesa do domínio seria incompleta” (apud ASSIS NETO, 2014, p. 1182). A investigação adotou o método científico indutivo, do qual partimos de entendimentos particulares e elementares para atingir a uma conclusão universal. Desta forma, iniciamos com a análise das ideias e teorias apresentadas pro Savigny e a forma como ele enxergava a posse na relação entre homem e coisa, passando pelos ideais e conceitos trazidos por Ihering que se opõem às ideias de Savigny e apresentam uma evolução no entendimento da relação homem e coisa, chegando a Saleilles, que criou uma teoria própria utilizando os princípios da teoria objetiva de Ihering, defendendo o pensamento de que a posse deve exercer uma função social, sem a qual não será merecedora de proteção jurídica. Também foi utilizado o método histórico como forma de investigar acontecimentos passados acerca da instituição da posse e a sua influência na sociedade ao longo do tempo, tendo como ponto de partida o direito romano, fonte de surgimento do direito possessório. Para levantamento de dados, foram utilizados os tipos de pesquisa histórica e teórica por intermédio de fontes secundárias, por meio de pesquisas bibliográficas e consulta a fontes seguras de sites da internet. No que concerne ao método de abordagem final, foi empregado o método dialético, desenvolvido através da confrontação das ideias e teorias apresentadas, gerando uma síntese, bem como o método qualitativo, por meio da leitura, análise e interpretação dos dados e das fontes referenciais deste trabalho, voltados a uma reflexão e entendimento do tema. Com o fito de mostrar que o entendimento sobre a importância de se proteger A evolução do conceito de posse através das teorias de Savigny, Ihering ... https://joseagostinhoneto.jusbrasil.com.br/artigos/247469407/a-evolucao... 3 of 21 04/08/2019 02:34 a posse evoluiu com o passar do tempo através do desenvolvimento do seu conceito, o primeiro capítulo aborda a origem histórica da sua proteção jurídica, ainda no direito romano. No segundo capítulo estudaremos as renomadas teorias que influenciam o direito civil brasileiro na aplicação da proteção possessória, em ordem cronológica e evolutiva dos fatos, o estudo inicia-se com a Teoria Subjetiva de Savigny, passando pela Teoria Objetiva de Ihering e chegando à Teoria Social de Saleilles. Contudo, sem a intenção de esgotar o objeto investigado, conclui-se o presente trabalho apontando a influência que cada teoria exerce no direito brasileiro. A posse sobre as coisas é tema recorrente desde os primórdios da humanidade, ainda na idade antiga os romanos já se questionavam quanto às diferenças existentes em possuir e ser proprietário do bem. A origem da posse, porém, é assunto de muita divergência no campo jurídico, há doutrinadores que apontam o direito romano como o primeiro a tratar das diferenças entre posse e propriedade e a estabelecer normas de proteção, positivando o instituto, mas também há correntes que defendem que origem da posse não pode ser definida, uma vez que ela pode ser identificada desde a época primitiva da humanidade, impossibilitando, portanto, a definição exata do momento em que passou a ser protegida de forma eficaz. A posse é um dos institutos mais antigos, antecedeu até mesmo a propriedade, nesse sentido, Clóvis Bevilacqua (apud ASSIS NETO, 2014, p. 1184): A evolução do conceito de posse através das teorias de Savigny, Ihering ... https://joseagostinhoneto.jusbrasil.com.br/artigos/247469407/a-evolucao... 4 of 21 04/08/2019 02:34 Como estado de fato, detenção ou utilização das coisas do mundo externo, (a posse) antecedeu, historicamente, à propriedade. [...] Essa posse primitiva teve a sua fase coletivista como a propriedade. “os tempos primitivos não conheceram nem um sujeito individual do direito, nem uma coisa no sentido moderno da expressão” diz HERMANN POST, Grubdlagen des Rechts, p. 332. “Conheceram, apenas, a posse econômica de um bem utilizável, posse coletiva de uma tribo, cuja proteção está no fato de que o seu perturbador provocaria a cessação da paz e a vingança de sangue, se não se dessa a justa compensação”. Depois, com o desenvolvimento intelectuale econômico dos povos, a posse se distinguiu da propriedade, criando-se a relação de direito ao lado da relação de fato, que continuou a subsistir”. Por esta lição podemos perceber que os povos primitivos não tinham a ideia de propriedade, não era possível a entrega definitiva e em caráter de exclusividade de uma coisa a uma pessoa, a relação entre pessoa e coisa se dava, muitas vezes, de forma coletiva, o homem se apossava de um bem para se valer deles apenas na garantia de uma satisfação econômica imediata, não excluindo a possibilidade dos demais também utilizarem o mesmo bem para a mesma finalidade. Estabelecer a origem da posse é uma das mais árduas e difíceis tarefas do direito, Carlos Roberto Gonçalves (2011, p. 44) corrobora a dificuldade do tema acerca da sua origem histórica, dos seus fundamentos e do modos de aquisição e perda. No mesmo sentido, Maria Helena Diniz leciona que “não há entendimento harmônico a respeito da origem da posse como estado de fato legalmente protegido” (2010, p. 31). Sendo a posse um poder de fato que uma pessoa tem sobre a coisa que traz consigo, o direito romano começa a pensar na sua proteção, ou seja, criação de meios que impeçam a violação ou a ameaça de lesão a tal direito, de modo que traga, à pessoa que detém a posse de uma coisa, segurança e, por consequência, garanta à sociedade um convívio mais pacífico. Caio Mário da Silva Pereira aduz que o Direito Romano “foi particularmente minucioso ao A evolução do conceito de posse através das teorias de Savigny, Ihering ... https://joseagostinhoneto.jusbrasil.com.br/artigos/247469407/a-evolucao... 5 of 21 04/08/2019 02:34 disciplinar este instituto. Tão cuidadoso que todos os sistemas jurídicos vigentes adotam-no por modelo” (2008, p. 15). Os romanos entenderam que a posse deveria ser protegida independentemente do seu possuidor ser ou não proprietário da coisa, afinal, a posse é uma aparência de propriedade, devendo as legislações conferir-lhe tratamento jurídico eficaz, visto que, protegendo-se a posse (estado de fato), protege-se também a propriedade (estado de direito). Neste sentido, as ideias e os conceitos oriundos do direito romano, tornaram- se fontes de inspiração para as teorias de Savigny e Ihering. Historicamente, Savigny e Ihering travaram uma “batalha” acerca da conceituação e do melhor entendimento sobre a posse, suas teorias influenciaram, e ainda influenciam, os doutrinadores e estudiosos do direito civil no tocante ao direito das coisas. Porém, antes de adentrarmos no mister de suas teorias, ideias e pensamentos, devemos estabelecer três premissas: a) A posse é um estado de fato – a posse é tratada como aparência de propriedade, um estado de fato que revela o poder que uma pessoa têm sobre uma coisa, sem, necessariamente, ser o dono dela; b) Nem todo estado de fato é posse – a evolução do entendimento de posse levou ao estabelecimento de diferença entre esta e a mera detenção da coisa; c) Obrigação legislativa de proteção da posse – conforme Assis Neto (2014, p. 1183) “a nenhum proprietário interessa que a posse não seja A evolução do conceito de posse através das teorias de Savigny, Ihering ... https://joseagostinhoneto.jusbrasil.com.br/artigos/247469407/a-evolucao... 6 of 21 04/08/2019 02:34 protegida, ainda que a coisa não esteja sob sua posse direta”, assim, proteger a posse significa proteger a propriedade, beneficiando o possuidor e o dono da coisa. Esses três postulados nos trazem a importância do estudo do tema, pois, nem toda situação de mera detenção será capaz de caracterizar um estado de posse, nesse sentido foram construídas as teorias de Savigny e Ihering, onde o primeiro delimitou aspectos subjetivos à análise possessória enquanto que o segundo adotou critérios objetivos para o empreendimento de sua proteção e como novidade, temos o francês Saleilles que acrescentou a função social à posse, antes aplicável somente à propriedade. 4.1 Teoria Subjetiva de Savigny Frederich Karl Von Savigny nasceu em Frankfurt em 1779 e faleceu em 1861, lecionou em diversas universidades e esboçou sua teoria através da obra “Tratado da Posse” publicada em 1803, entendia que a posse era um estado de fato, porém, isso por si só não bastava, para ele, o possuidor da coisa deveria manifestar as vontades de dono, ou seja, ter animus domini, em virtude disso, sua teoria ficou conhecida como subjetiva, pois requer uma análise da vontade do detentor da coisa, para então definir o grau de proteção concedido ao bem em relação ao seu detentor. Assim, verificamos dois pontos importantes que caracterizam a Teoria Subjetiva de Savigny, a detenção da coisa e a atitude de dono ou a intenção de sê-lo, somente após essas verificações é que o ordenamento jurídico poderia conferir a devida proteção ao possuidor da coisa. Então, seria a junção do coprus (possibilidade de disposição da coisa) mais o animus (intenção do possuidor em ser dono). Neste momento traça-se uma diferença entre posse e detenção, tendo o A evolução do conceito de posse através das teorias de Savigny, Ihering ... https://joseagostinhoneto.jusbrasil.com.br/artigos/247469407/a-evolucao... 7 of 21 04/08/2019 02:34 animus domini como divisor dos conceitos, portanto, a utilização do bem sem a intenção de ser dono deste não gera posse, apenas uma mera detenção da coisa. Portanto, o animus possidendi reflete a intenção de exercer o direito de propriedade, a qual pode, segundo Savigny, manifestar-se de duas formas, a de exercer o direito de propriedade de doutra pessoa ou a de exercer, o detentor, o seu próprio direito de propriedade. Nesse sentido, leciona Fábio Ulhoa Coelho (1984, online): A teoria subjetiva, portanto, diferencia a simples detenção da posse, a partir da qualidade da vontade do detentor. Se o detentor quer exercer o direito de propriedade alheio ao deter a coisa, trata-se de simples detenção, que não é fundamento de nenhum direito; se o detentor, ao contrário, quer exercer o seu próprio direito de propriedade ao deter a coisa. Trata-se de posse, fundamento de certos direitos. Nesse último caso, o animus possidendinada mais é que o animus domini. O animus domini é o elemento imprescindível à caracterização da posse em Savigny, a falta desse elemento desvincula o detentor do direito de usucapião e da proteção pelos interditos, somente a posse com clara manifestação do titular em exercer um próprio direito de propriedade confere ao detentor amparo jurídico. Mesmo diante de tamanha influência, a doutrina traçou algumas críticas à teoria subjetiva, apontando falhas no tocante à demonstração prática do estado anímico do detentor, excluindo do seu conceito o locatário, o arrendatário e o usufrutuário, tais qualidades de detentores, segundo a teoria subjetiva, não estariam amparadas pelo ordenamento jurídico, ou seja, “a pessoa que tem a coisa em seu poder, ainda que juridicamente fundada como na locação, no comodato, no penhor, por lhe faltar a intenção de tê-la como dono (animus domini), o que dificulta sobremodo a defesa da situação jurídica” (GONÇALVES, p. 50-51), não constituindo relação possessória, porém o direito não pode negar a proteção possessória ao arrendatário, ao locatário e ao usufrutuário, visto que estes possuem a faculdade de ajuizar as medidas competentes enquanto exercerem a posse, alegando que detêm a A evolução do conceito de posse através das teorias de Savigny, Ihering ... https://joseagostinhoneto.jusbrasil.com.br/artigos/247469407/a-evolucao... 8 of 21 04/08/2019 02:34 coisa sob animo nomine alieno. 4.2 Teoria Objetiva de Ihering Rudolf Von Ihering nasceu em Aurich em 1818 e faleceu em 1892, após a vida acadêmica se tornou jurista alemão e lecionou em diversas universidadeseuropeias, escreveu diversas obras e foi um forte opositor das ideias de Savigny. Dentre as suas mais variadas contribuições ao mundo jurídico podemos destacar a criação do método teleológico. A respeito da posse, Ihering desenvolveu sua teoria no Título IV do livro “O Espírito do Direito Romano” publicado entre 1852 e 1865, onde desconsiderava o estado anímico trazido por Savigny, para ele, a posse é uma exteriorização do domínio, assim, para que se configure a posse é necessário que o possuidor detenha a coisa exercendo poderes próprios de proprietário, pouco importando se o possuidor tem ou não a intenção de ser dono da coisa. Por esse motivo, sua teoria ficou conhecida como objetiva, pois, ao invés de analisar o estado de ânimo do possuidor, passa a analisar os caracteres de sua detenção sobre a coisa. Assis Neto leciona que “aquele que possui a coisa, exercendo poderes típicos de proprietário, será considerado possuidor, independentemente de ter o domínio sobre a coisa ou o ânimo de adquiri-lo” (2014, p. 1185). Ihering entendia que a posse e a propriedade se exteriorizavam da mesma forma, sendo que possuidor seria aquele que detém o poder de fato sobre a coisa, enquanto que o proprietário é o que detém um poder de direito, assim, uma pessoa poderia exercer a posse (poder de fato) enquanto outro exercia os direitos de propriedade (poder de direito), ou ainda, tais poderes poderiam se concentrar na mesma pessoa. Explica também que o direito de propriedade traz consigo o direito de posse obrigatoriamente, assim, Ihering define a posse em direta e indireta, sendo esta última a garantia de que o proprietário, mesmo não detendo a coisa em sua posse direta, a possui indiretamente, por ser a posse elemento constituidor da propriedade. Neste sentido, ensina-nos o professor Fábio Ulhoa Coelho (1984, online): A evolução do conceito de posse através das teorias de Savigny, Ihering ... https://joseagostinhoneto.jusbrasil.com.br/artigos/247469407/a-evolucao... 9 of 21 04/08/2019 02:34 Aos proprietários deve ser sempre (grifo nosso) reconhecido o direito de possuir a coisa, pois a posse é condição de sua utilização econômica. Por isso, somente por vontade do proprietário é que se pode desvincular a posse da propriedade. Ou melhor ainda: o exercício do direito de propriedade compreende sempre (grifo nosso) o exercício da posse. Com as novidades trazidas por Ihering, tornou-se possível estabelecer a diferença entre posse e detenção de forma mais clara e eficaz, possibilitando enxergar o fenômeno da divisão da posse direta e indireta, solucionando o problema do locatário, arrendatário, comodatário, entre outros, que, pela teoria subjetiva de Savigny ficavam sem o devido resguardo jurídico sobre a coisa. Caio Mário afirma que a teoria objetiva baseia-se em analisar “o comportamento da pessoa, em relação à coisa a símile da conduta normal do proprietário, é posse, independentemente da investigação anímica: qui ominia dominus facit” (2008, pag. 21), e o mestre continua: O que retira a tal procedimento este caráter, e converte-o em simples detenção, é a incidência de obstáculo legal. Neste ponto reside a diferença substancial entre as duas escolas, de Savigny a Ihering: para a primeira, o corpus aliado à affectio tenendi gera detenção, que somente se converte em posse quando se lhes adiciona o animus domini (Savigny); para a segunda, o corpus mais a affectio tenendi geram posse, que se desfigura em mera detenção apenas na hipótese de um impedimento legal (2008, pag. 21). Portanto, podemos perceber uma grande evolução no conceito de posse, que se difere da detenção, a qual ocorrerá não mais pela falta de animus domini, mas pela impossibilidade legal, configurando obstáculo à posse, ou quando o detentor age sob mando, ordem ou instruções de outrem, essas formas de detenção não possuem nenhuma das características da propriedade. Ademais, ou grande contribuição trazida pela teoria objetiva de Ihering foi a subdivisão da posse em Direta e Indireta. Posse Direta é aquela exercida por quem está na detenção direta da coisa com características específicas de dono, enquanto A evolução do conceito de posse através das teorias de Savigny, Ihering ... https://joseagostinhoneto.jusbrasil.com.br/artigos/247469407/a-evolucao... 10 of 21 04/08/2019 02:34 que a Posse Indireta é aquela exercida pelo proprietário ou por outro titular de direito real ou pessoal sobre a coisa que cedem a outrem a posse direta. A legislação brasileira adotou a teoria de Ihering no Código Civil de 1916, o artigo 485 rezava que “considerava-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno, ou não, de algum dos poderes inerentes ao domínio ou propriedade”. O atual Código Civil (2002) também acatou a teoria objetiva de Ihering em seu artigo 1196: “Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade”. 4.3 Teoria Social de Saleilles Após as teorias de Savigny e Ihering, com uma maior e nítida prevalência deste último, surgiram vários doutrinadores tentado dar a posse uma importância ainda maior do que a alcançada pela Teoria Objetiva de Ihering. A posse passa, então, a ter uma maior relevância social e os doutrinadores modernos passam a desenvolver a teoria da função social da posse. Dentre os estudiosos do fenômeno possessório, podemos citar Silvio Perozzi, na Itália, e Hernández Gil, na Espanha, mas quem ganhou notório destaque foi o francês Raymond Saleilles, nascido em Beaune em 1855, buscou adequar a teoria de Ihering à função social, formulou teoria própria, mas, no entanto, partiu dos princípios já consagrados da teoria objetiva, impregnando-a de novos ares, incorporando um objetivo social ou econômico à posse. Assim, Saleilles mantém como dominante a desnecessidade do estado anímico de Savigny, a posse prescinde do animus domini, bastando seus elementos externos e objetivos, porém, traz como novidade a ideia de que tal posse somente poderá pleitear proteção jurídica quando o estado de fato sobre a coisa estiver acompanhado da realização de algum objetivo socioeconômico (ASSIS NETO, 2014, pag. 1187). Assim, tenta evitar a proteção de posses que não exerçam nenhum objetivo social ou econômico, a chamada posse por mera especulação. A evolução do conceito de posse através das teorias de Savigny, Ihering ... https://joseagostinhoneto.jusbrasil.com.br/artigos/247469407/a-evolucao... 11 of 21 04/08/2019 02:34 O Código Civil de 2002 não adotou expressamente a Teoria Social, manteve-se alinhado à Teoria Objetiva de Ihering, não exigindo, portanto, para a configuração da proteção possessória a objetividade social ou econômica, bastando apenas à caracterização da posse o exercício objetivo dos poderes típicos de proprietário pelo possuidor. Mas Flávio Tartuce alerta que: O princípio da função social da posse é implícito à codificação emergente, principalmente pela valorização da posse-trabalho, conforme arts. 1238, parágrafo único; 1242, parágrafo único e 1228, §§ 4º e 5º, todos do novo Código Civil (apud ASSIS NETO, 2014, p. 1187). O Deputado Ricardo Fiúza impetrou projeto visando alterar a redação do artigo 1196 do Código Civil vigente, propondo redação que contemple a função social da propriedade, de acordo com o Projeto 6.960/02 o artigo passaria a ter a seguinte redação: Considera-se possuidor todo aquele que tem poder fático de ingerência sócio- econômica, absoluto ou relativo, direto ou indireto, sobre determinado bem da vida, que se manifesta através do exercício ou possibilidade de exercício inerente à propriedade ou outro direito real suscetível de posse (2002, online) Portanto, vê-se que a Teoria Social começa a influenciar o pensamentomoderno acerca da posse, mas, ainda encontra resistência à boa Teoria Objetiva, visto que o projeto do referido deputado fora arquivado sem a devida contemplação da alteração proposta. Com base no que fora apresentado acerca das principais teorias sobre a posse, podemos traçar algumas críticas e considerações. Antes de Savigny a posse se confundia com a propriedade, até mesmo as A evolução do conceito de posse através das teorias de Savigny, Ihering ... https://joseagostinhoneto.jusbrasil.com.br/artigos/247469407/a-evolucao... 12 of 21 04/08/2019 02:34 matérias processuais não faziam a devida distinção, o que dificultou muito o trabalho doutrinário da época. A teoria subjetiva foi um grande marco na evolução do direito das coisas, pois trouxe um conceito mais efetivo, definindo a posse como um estado de fato, elencando algumas características específicas para que esta lograsse um estado de direito e passasse a ter a devida proteção jurídica. Vislumbramos que, para Savigny, a posse somente se configura a partir da demonstração do corpus mais o animus, a falta de algum deste descaracterizaria a posse, sendo tida apenas como mera detenção. Enquanto que o corpus seria a mera disposição do bem, animus expressaria a vontade de ser dono deste, neste ponto, grande parte da doutrina tece diversas críticas à teoria subjetiva, uma vez que, por ser elemento subjetivo, resta mitigada a sua comprovação, já que, como afirma André Fernandes Estevez (2006, online): O elemento psíquico adquire especial relevância, porquanto a aparente permissão de uso de determinado bem pode ser facilmente confundida com o esbulho, havendo, por esta razão, dificuldade probatória para aferição da existência do elemento animus. Porém, sem a determinação exata do animus perante o bem não há, pela teoria subjetiva, como atribuir posse à situação de fato, deixando-a desprovida da devida proteção jurídica, excluindo deste tipo de relação o locatário, o comodatário, o arrendatário, entre outros que exerçam corpus sobre o bem, mas não tenham a menor intenção de se tornarem dono, inexistindo, portanto, animus domini. Ainda seguindo o pensamento da teoria subjetiva, tais ocorrências em que inexista essa vontade de ser dono do bem não seriam protegidas pelo direito, a posse seria apenas um fato. Embora Savigny reconheça à posse um mínimo de autonomia frente à propriedade, ainda a entendia como sendo apenas um fato e não um direito. A evolução do conceito de posse através das teorias de Savigny, Ihering ... https://joseagostinhoneto.jusbrasil.com.br/artigos/247469407/a-evolucao... 13 of 21 04/08/2019 02:34 Em sentido contrário, Ihering lançou sua tese justamente combatendo a figura do animus domini, pois, este jurista concebe a posse como exteriorização do domínio, assim, para sua configuração basta que o possuidor detenha a coisa de forma a exercer poderes próprios de proprietário, mesmo que não tenha a intenção, ou vontade, de se tornar dono. Esse grande avanço trazido pela teoria objetiva permitiu abraçar situações, até então, deixadas de lado pela teoria subjetiva, como a do locatário e do comodatário. A posse e a propriedade passam a ter certa ligação: “ao vislumbrar a posse, presume-se a propriedade” – Ihering (apud YURI ABREU, 2015, online). Notadamente, um grande passo no direito das coisas, pois, pode-se definir o que seria posse direta e posse indireta, e mais, quando esta seria justa ou injusta. Em virtude desses avanços e da boa aceitação da teoria objetiva no meio jurídico, em detrimento da teoria subjetiva, a qual recaia inúmeras críticas, Clóvis Bevilácqua adotou-a no Código Civil de 1916, conforme suas próprias palavras, a posse “é o exercício, de fato, dos poderes constitutivos do domínio ou propriedade, ou de algum deles somente” (apud ASSIS NETO, 2014, p. 1183). Não diferente, o Código Civil de 2002 também corroborou com a teoria objetiva por ser esta mais completa e segura quanto à aplicação da proteção dos direitos possessórios, não só por abarcar diversas situações, mas também por melhor definir e proteger a posse. Na sistemática dos Códigos de 1916 e de 2002, ainda que o proprietário não possua corpus sobre a coisa, terá também a posse (indireta) e dela se valer para proteção da sua propriedade, exatamente por conta da intima ligação entre posse e propriedade trazida por Ihering ao analisar os critérios objetivos de sua configuração e não as condições subjetivas, as quais, conforme já explanado, são de difícil compreensão e definição. Assim, a posse nada mais é fato que se torna protegido pelo legislador, gerando direitos reais, a sua provação de forma objetiva é mais concisa e A evolução do conceito de posse através das teorias de Savigny, Ihering ... https://joseagostinhoneto.jusbrasil.com.br/artigos/247469407/a-evolucao... 14 of 21 04/08/2019 02:34 evidente, neste sentido disserta Moisés Carvalho Chagas (2013, online): Assim sendo, a posse apresenta duas acepções distintas, podendo assinalar um fato ou um direito, sendo que essas duas significações tornou-se motivo de diversas teorias tentadas a justificar cada uma sua forma de pensar de acordo com o momento histórico vigente. A posse delineia características no espaço probatório. No esbulho, prova-se o fato passado; na ameaça e na turbação, avalia-se a posse atual, que apresentará a consideração judicial de um direito: o direito de posse. No direito moderno vem ganhando força a Teoria Social da posse, Saleilles é o grande destaque, porém, esta teoria não tem a intenção de ir de encontro às ideias de Ihering, muito pelo contrário, a teoria objetiva foi uma grande inspiração para o desenvolvimento desta. A teoria social surge com o intuito de agregar á posse uma função social, ora, se onde identificamos posse podemos vislumbrar propriedade, e esta só se faz protegida pela aplicação social ou econômica, então a posse deve caminhar no mesmo sentido. É como uma trilha de dominós empilhados, onde a derrubada do primeiro culmina na queda dos demais, assim, se na posse (direta ou indireta) não há uma aplicação social ou econômica, prejudicada está a propriedade, que depende desta função para merecer a devida proteção jurídica (art. 5º, XXIII, Constituição Federal de 1988). Contudo, nosso ordenamento jurídico ainda não adotou a nova teoria de Saleilles por entender que posse e propriedade caminham, em determinados momentos, separadas, nem sempre poderíamos aplicar a situação com perfeita proteção jurídica. Imaginemos que o proprietário de determinado imóvel, localizado em cidade diferente da que reside, o alugue, porém, o locador vem cumprindo com os pagamentos mensais devidos ao contrato de aluguel, mas não vem utilizando o bem. Ao se decretar a perda da posse pela falta de função social, restará prejudicada a propriedade? Ou a decisão somente atingiria a posse direta? Mas como se posicionar frente ao contrato que vem sendo cumprido e que, de certo modo, se tornou lucrativo para o proprietário (possuidor indireto), estando este disponibilizando a destinação A evolução do conceito de posse através das teorias de Savigny, Ihering ... https://joseagostinhoneto.jusbrasil.com.br/artigos/247469407/a-evolucao... 15 of 21 04/08/2019 02:34 econômica ao bem. A quem esta ação seria direcionada, ao possuidor, ao proprietário ou a ambos? Sem a intenção de esgotar todas as possibilidades e críticas inerentes às teorias, percebemos que a Teoria Subjetiva de Savigny resta por superada enquanto que a Teoria Social de Saleilles ainda está em construção, em largo desenvolvimento, tanto que, apesar de ser o grande percursor, existem outros estudiosos que se empenham no desenvolvimento da teoria social da posse. Por fim, anotamos que o Código Civil de2002 acertou em adotar a Teoria Objetiva, visto que esta se apresenta mais segura quanto às definições conceituais dos elementos da posse, gerando uma segurança jurídica aos cidadãos e que terá a possibilidade de melhor se adaptar à novas tendências, a exemplo disso é a aplicação implícita da posse-trabalho, que poderá, futuramente, culminar na aplicação expressa da Teoria Social no nosso ordenamento. 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS A presente pesquisa teve como foco principal apontar as principais mudanças trazidas pelos grandes estudiosos do direito possessório, demonstrando a forma como a noção e o conceito de posse evoluíram no tempo através dos estudos realizados e das obras publicadas por Savigny, Ihering e Saleilles, a evolução adquirida pela sociedade jurídica acerca do entendimento de posse e qual a melhor forma de protegê-la. Hoje vivemos sob a aplicação da Teoria Objetiva, o nosso atual Código Civil a contemplou de forma expressa no artigo 1196, descartando o animus domini, contudo, de forma implícita, devido à evolução das relações sociais, vê-se uma necessidade de dar à posse uma função social ou econômica para que logre proteção jurídica eficiente. Assim, a Teoria Social apresenta-se como uma tendência da sociedade moderna, onde tudo, ou quase tudo, tem tratamento coletivo. Portanto, as teorias clássicas de Savigny e Ihering proporcionam uma perfeita A evolução do conceito de posse através das teorias de Savigny, Ihering ... https://joseagostinhoneto.jusbrasil.com.br/artigos/247469407/a-evolucao... 16 of 21 04/08/2019 02:34 compreensão do fenômeno possessório e da forma como o direito o protege na atualidade, enquanto que Saleilles objetiva uma melhor aplicação destas teorias através da inclusão do elemento social ou econômico. REFERÊNCIAS ABREU, Yuri. Críticas as teorias de Savigny e de Ihering diante da nova ordem funcional (constitucional). Disponível em: https://www.passeidireto.com/pergunta/3076096/criticas-as-teorias-de- savignyede-ihering--diante-da-nova-ordem-funcional-cons. Acesso em: 01 out. 2015. ALEXANDRE, Ricardo. Teoria da posse – Conceitos de Savigny e Ihering. Disponível em: https://damiaocb.wordpress.com/2013/01/02/teoria-da- posse-conceitos-de-savignyeihering/. Acesso em: 01 out. 2015. ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito Constitucional Descomplicado. 14 ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2015. BEVILÁCQUA, Clóvis. Código Civil dos Estados Unidos do Brasil. Vol I. Ed histórica. 1975. In: NETO, Sebastião de Assis et al. Manual de Direito Civil.2. Ed. Salvador: Juspodium, 2014. Brasil. (Planalto). Lei nº 10.406, de 10 de março de 2002. (institui o Código Civil). Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03 /leis/2002/L10406compilada.htm. Acesso em: 20 set. 2015. __________. 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Pós Graduandoem Direito Civil e Processo Civil pela UNIT – Universidade Tiradentes, Aracaju/SE (2015). Advogado sob inscrição 13.925 OAB/AL. E-mail: jose.agostinho-neto@hotmail.com A evolução do conceito de posse através das teorias de Savigny, Ihering ... https://joseagostinhoneto.jusbrasil.com.br/artigos/247469407/a-evolucao... 20 of 21 04/08/2019 02:34 A evolução do conceito de posse através das teorias de Savigny, Ihering ... https://joseagostinhoneto.jusbrasil.com.br/artigos/247469407/a-evolucao... 21 of 21 04/08/2019 02:34
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