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Direito Internacional

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Curso 
Direito Internacional 
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 Carga horária: 60hs 
 
 
 
 
 
 
Conteúdo Programático: 
 
Fontes do Direito Internacional 
Sujeitos de Direito Internacional Público 
Tribunal Penal Internacional 
Domínio Público Internacional 
Nacionalidade 
Aspectos Gerais do Direito Internacional Privado 
Competência Internacional 
Homologação de Sentenças Estrangeiras 
Direito Penal 
Pessoas Jurídicas 
Direito de Família Internacional 
Bibliográficas 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fontes do Direito Internacional 
 
 O direito internacional público, também conhecido como direito 
das gentes, é o ramo do direito que normatiza as relações externas 
entre componentes da sociedade internacional. Os principais 
sujeitos de direito internacional são os Estados e as organizações 
internacionais. 
 Conforme a doutrina de Francisco Rezek, “no plano 
internacional não existe autoridade superior nem milícia 
permanente. Os Estados se organizam horizontalmente, e dispõem-
se a proceder de acordo com normas jurídicas na exata medida em 
que estas tenham constituído objeto de seu consentimento. A 
criação das normas é, assim, obra direta de seus destinatários” 
(2010, p. 1). 
 O direito internacional possui fontes formais e materiais. 
Fontes formais são as criações normativas para aplicação em 
caráter geral. Esse caráter geral, em relação ao direito 
internacional, significa que as espécies normativas tem 
aplicabilidade apenas aqueles Estados que concordarem e 
ratificarem a respectiva fonte normativa, e não a todos os Estados 
do mundo, pois cada um possui a sua soberania e situam-se em 
plano horizontal. Já as fontes materiais são acontecimentos 
econômicos, políticos ou sociais que motivam a elaboração de 
normas sobre o assunto ou a ele relacionados. 
 São fontes formais do direito internacional: 
a) os tratados; 
b) os costumes; 
c) os princípios gerais de direito; 
d) a doutrina; 
e) a jurisprudência; 
f) a equidade; 
g) os atos unilaterais; e 
h) as decisões tomadas pelas organizações internacionais. 
 
Tratados 
 Antes, os tratados eram elaborados apenas com base nos 
costumes internacionais, dentro das margens da boa-fé e do pacta 
sunt servanda. 
Hoje, no entanto, já existem normas elaboradas em âmbito 
internacional com o específico propósito de disciplinar essa matéria. 
Nesse contexto, é importante conhecer o preâmbulo da Convenção 
de Viena sobre o Direito dos Tratados, de 23 de maio de 1969: 
Os Estados Partes na presente Convenção, Considerando o papel 
fundamental dos tratados na história das relações internacionais. 
Reconhecendo a importância cada vez maior dos tratados como 
fonte do Direito Internacional e como meio de desenvolver a 
cooperação pacífica entre as nações, quaisquer que sejam seus 
sistemas constitucionais e sociais. 
Constatando que os princípios do livre consentimento e da boa fé e 
a regra pacta sunt servanda são universalmente reconhecidos. 
Afirmando que as controvérsias relativas aos tratados, tais como 
outras controvérsias internacionais, devem ser solucionadas por 
meios pacíficos e de conformidade com os princípios da Justiça e 
do Direito Internacional. 
Recordando a determinação dos povos das Nações Unidas de criar 
condições necessárias à manutenção da Justiça e do respeito às 
obrigações decorrentes dos tratados. 
Conscientes dos princípios de Direito Internacional incorporados na 
Carta das Nações Unidas, tais como os princípios da igualdade de 
direitos e da autodeterminação dos povos, da igualdade soberana e 
da independência de todos os Estados, da não-intervenção nos 
assuntos internos dos Estados, da proibição da ameaça ou do 
emprego da força e do respeito universal e observância dos direitos 
humanos e das liberdades fundamentais para todos, Acreditando 
que a codificação e o desenvolvimento progressivo do direito dos 
tratados alcançados na presente Convenção promoverão os 
propósitos das Nações Unidas enunciados na Carta, que são a 
manutenção da paz e da segurança internacionais, o 
desenvolvimento das relações amistosas e a consecução da 
cooperação entre as nações, Afirmando que as regras do Direito 
Internacional consuetudinário continuarão a reger as questões não 
reguladas pelas disposições da presente Convenção, 
Convieram no seguinte: […] 
 Segundo a mencionada Convenção, tratado significa um 
acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido 
pelo Direito Internacional, quer conste de um instrumento único, 
quer de dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja sua 
denominação específica (art. 1º, alínea “a”, da Convenção de Viena 
sobre o Direito dos Tratados – CVDT). 
 A Convenção de Viena de 1969 não previa como pessoas 
jurídicas de direito internacional as organizações internacionais, 
motivo pelo qual a Convenção de Viena sobre o Direito dos 
Tratados entre Estados e Organizações Internacionais ou entre 
Organizações Internacionais, de 1986, cuidou do assunto 
praticamente reproduzindo a Convenção de 1969, apenas para 
incluir na regulamentação dos tratados as organizações 
internacionais. 
 Nesse contexto, veja-se a conceituação de tratado pelo artigo 2º da 
Convenção de Viena, de 1986: 
 
Art. 2º – Termos empregados: 
1. Para efeitos da presente Convenção: 
a) Por “tratado” entende-se um acordo internacional regido pelo 
direito internacional e celebrado por escrito: 
 i) Entre um ou várias Estados e uma ou várias organizações 
internacionais; ou 
 ii) Entre organizações internacionais, quer esse acordo conste de 
um instrumento único ou de dois ou mais instrumentos conexos e 
qualquer que seja a sua denominação particular. 
 Os diversos instrumentos normativos internacionais 
demonstram que “acordo” e “convenção” são expressões que tem 
sido utilizadas como sinônimas de tratado. 
 
Requisitos de validade 
São requisitos que condicionam a validade dos tratados: 
a) a capacidade das partes; 
b) a habilitação dos agentes signatários; 
c) o consentimento mútuo; e 
d) o objeto lícito e possível. 
 A capacidade dos Estados consta expressamente do artigo 6º 
da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, de 1969, que 
prevê que todo Estado tem capacidade para concluir tratados. Já a 
capacidade das organizações internacionais está contida no artigo 
6º da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados entre 
Estados e Organizações Internacionais ou entre Organizações 
Internacionais, de 1986, que dispõe que as organizações 
internacionais tem capacidade para concluir tratados, e que essa 
capacidade rege-se pelas regras das respectivas organizações. 
 A habilitação se traduz na entrega de plenos poderes aos 
representantes dos sujeitos internacionais, também conhecidos 
como plenipotenciários. Veja-se o conceito de plenos poderes 
segundo o artigo 2º da Convenção de Viena de 1986: 
 
 
Art. 2º – Termos empregados: 
1. Para efeitos da presente Convenção: 
[…] 
c) Por “plenos poderes” entende-se um documento que emana da 
autoridade competente de um Estado ou do órgão competente de 
uma organização internacional e pelo qual se designa uma ou 
várias pessoas para representar o Estado ou a organização na 
negociação, na adoção ou na autenticação do texto de um tratado, 
para expressar o consentimento do Estado ou da organização em 
obrigar-se por um tratado, ou para executar qualquer outro ato 
relativamente a um tratado. 
 O consentimento mútuo indica a necessidade de concordânciarecíproca entre as partes contratantes, de forma volitiva. Segundo a 
Convenção de Viena, tanto a de 1969 como a de 1986, o vício de 
consentimento gera a nulidade do tratado e pode se manifestar sob 
a forma de erro, dolo, corrupção e coação. No caso de coação, ela 
pode ocorrer tanto por meio de um representante do Estado, como 
através de um Estado ou de uma organização internacional, pela 
ameaça ou pelo emprego de força. Acerca do tema, veja-se a 
redação dos artigos 46 a 52 da Convenção de Viena de 1969: 
Artigo 46 - Disposições do Direito Interno sobre Competência para 
Concluir Tratados: 
1. Um Estado não pode invocar o fato de que seu consentimento 
em obrigar-se por um tratado foi expresso em violação de uma 
disposição de seu direito interno sobre competência para concluir 
tratados, a não ser que essa violação fosse manifesta e dissesse 
respeito a uma norma de seu direito interno de importância 
fundamental. 
2. Uma violação é manifesta se for objetivamente evidente para 
qualquer Estado que proceda, na matéria, de conformidade com a 
prática normal e de boa fé. 
Artigo 47 - Restrições Específicas ao Poder de Manifestar o 
Consentimento de um Estado: Se o poder conferido a um 
representante de manifestar o consentimento de um Estado em 
obrigar-se por um determinado tratado tiver sido objeto de restrição 
específica, o fato de o representante não respeitar a restrição não 
pode ser invocado como invalidando o consentimento expresso, a 
não ser que a restrição tenha sido notificada aos outros Estados 
negociadores antes da manifestação do consentimento. 
Artigo 48 – Erro: 
1. Um Estado pode invocar erro no tratado como tendo invalidado o 
seu consentimento em obrigar-se pelo tratado se o erro se referir a 
um fato ou situação que esse Estado supunha existir no momento 
em que o tratado foi concluído e que constituía uma base essencial 
de seu consentimento em obrigar-se pelo tratado. 
2. O parágrafo 1 não se aplica se o referido Estado contribui para tal 
erro pela sua conduta ou se as circunstâncias foram tais que o 
Estado devia ter-se apercebido da possibilidade de erro. 
3. Um erro relativo à redação do texto de um tratado não 
prejudicará sua validade; neste caso, aplicar-se-á o artigo 79. 
Artigo 49 – Dolo: 
Se um Estado foi levado a concluir um tratado pela conduta 
fraudulenta de outro Estado negociador, o Estado pode invocar a 
fraude como tendo invalidado o seu consentimento em obrigar-se 
pelo tratado. 
Artigo 50 - Corrupção de Representante de um Estado: 
Se a manifestação do consentimento de um Estado em obrigar-se 
por um tratado foi obtida por meio da corrupção de seu 
representante, pela ação direta ou indireta de outro Estado 
negociador, o Estado pode alegar tal corrupção como tendo 
invalidado o seu consentimento em obrigar-se pelo tratado. 
Artigo 51 - Coação de Representante de um Estado: 
Não produzirá qualquer efeito jurídico a manifestação do 
consentimento de um Estado em obrigar-se por um tratado que 
tenha sido obtida pela coação de seu representante, por meio de 
atos ou ameaças dirigidas contra ele. 
Artigo 52 - Coação de um Estado pela Ameaça ou Emprego da 
Força: 
É nulo um tratado cuja conclusão foi obtida pela ameaça ou o 
emprego da força em violação dos princípios de Direito 
Internacional incorporados na Carta das Nações Unidas. 
 Por fim, último requisito de validade dos tratados é o objeto 
lícito e possível, isto é, o objeto contratual não pode ser contraposto 
às normas de direito internacional público e deve ser materialmente 
executável. Acerca do tema, veja-se a redação do artigo 53 da 
Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados: 
Artigo 53 - Tratado em Conflito com uma Norma Imperativa de 
Direito Internacional Geral (jus cogens): 
É nulo um tratado que, no momento de sua conclusão, conflite com 
uma norma imperativa de Direito Internacional geral. Para os fins da 
presente Convenção, uma norma imperativa de Direito Internacional 
geral é uma norma aceita e reconhecida pela comunidade 
internacional dos Estados como um todo, como norma da qual 
nenhuma derrogação é permitida e que só pode ser modificada por 
norma ulterior de Direito Internacional geral da mesma natureza. 
Processo de formação dos tratados 
 O processo de formação dos tratados possui dois âmbitos, um 
externo e outro interno. No âmbito externo, são fases do processo 
de formação dos tratados: 
a) a negociação, a adoção e a assinatura (1ª fase); 
b) a ratificação (3ª fase); 
 Já no âmbito interno, são fases do processo de formação dos 
tratados: 
a) o referendo parlamentar (2ª fase); e 
b) a promulgação e a publicação (4ª fase). 
 Essas fases, no entanto, não são sucessivas, mas interligadas. 
O referendo parlamentar (em âmbito interno), ocorre após a 
negociação, adoção e assinatura (em âmbito externo), ao passo 
que a promulgação e publicação (em âmbito interno) ocorre após a 
ratificação (em âmbito externo). 
Negociação, adoção e assinatura (1ª fase) 
 Após a fase de discussões e negociações, aos Estados é 
apresentado um texto escrito finalmente elaborado. Conforme prevê 
o artigo 9º da Convenção de Viena, a adoção do texto de um 
tratado far-se-á por consentimento de todos os Estados e de todas 
as organizações internacionais, salvo no caso de conferência 
internacional, caso em que essa adoção pode depender de quórum 
diferente, a depender do que fora acordado entre os participantes 
da mesma. Nesse caso, se não se conseguir um acordo sobre tal 
procedimento, a adoção do texto far-se-á por 2/3 (dois terços) dos 
participantes presentes e votantes, a menos que esses 
participantes decidam por igual maioria aplicar regra diferente. 
 Ato contínuo, passa-se a fase de autenticação do tratado. 
Sobre o assunto, veja-se o procedimento por meio da análise do 
artigo 10 da Convenção de Viena, de 1986: 
Artigo 10 - Autenticação do Texto: 
1. O texto de um tratado entre um ou vários Estados e uma ou 
várias organizações internacionais ficará estabelecido como 
autêntico e definitivo: 
 a) Mediante o procedimento que nele se prescrever ou que seja 
acordado entre os Estados e as organizações que tenham 
participado na sua elaboração; ou 
b) Na falta de tal procedimento, mediante a sua assinatura, 
assinatura ad referendum ou a rubrica pelos representantes desses 
Estados e dessas organizações, do texto do tratado ou do ato final 
de uma conferência em que o texto tenha sido incluído. 
2. O texto de um tratado entre organizações internacionais ficará 
estabelecido como autêntico e definitivo: 
a) Mediante o procedimento que nele se prescreva ou que seja 
acordado pelas organizações que tenham participado na sua 
elaboração; 
b) Na falta de tal procedimento, mediante a sua assinatura, 
assinatura ad referendum ou a rubrica pelos representantes dessas 
organizações, do texto do tratado ou do ato final de uma 
conferência em que o texto tenha sido incluído. 
 Como se vê, portanto, a assinatura não tem o caráter de aceite 
definitivo do tratado. Embora seja etapa relevante, tem caráter de 
provisoriedade. No caso do representante do Estado ou 
organização internacional não possuir autorização regular, ele deve 
apenas rubricar o texto, que posteriormente deve ser assinado por 
quem tenha poderes de representação regular do Estado ou 
organização internacional. 
Referendo parlamentar (2ª fase) 
 Após a assinatura, a segunda fase para aprovação de um 
tratado não é internacional, mas interna. Tão logo seja concluída a 
primeira fase, o texto do tratado deve ser remetido ao Congresso 
Nacional, que deve sobre ele deliberar.São 4 (quatro) as condutas passíveis de serem adotadas pelo 
Congresso Nacional: 
 a) aprovação integral; 
 b) aprovação com reservas; 
 c) aprovação com declaração de discordância às reservas do 
Poder Executivo; ou 
 d) rejeição integral. 
 Caso o Congresso Nacional rejeite integralmente o texto do 
tratado, a decisão tem caráter definitivo. Nos demais casos, há 
continuação do procedimento relativo a aprovação e aplicação do 
respectivo tratado. 
 Acerca das reservas, é importante conhecer o teor do artigos 19 
20 da Convenção de Viena de 1969: 
 
Um Estado pode, ao assinar, ratificar, aceitar ou aprovar um 
tratado, ou a ele aderir, formular uma reserva, a não ser que: 
a) a reserva seja proibida pelo tratado; 
b) o tratado disponha que só possam ser formuladas determinadas 
reservas, entre as quais não figure a reserva em questão; ou 
c) nos casos não previstos nas alíneas a e b, a reserva seja 
incompatível com o objeto e a finalidade do tratado. 
 
Artigo 20 - Aceitação de Reservas e Objeções às Reservas: 
 
1. Uma reserva expressamente autorizada por um tratado não 
requer qualquer aceitação posterior pelos outros Estados 
contratantes, a não ser que o tratado assim disponha. 
2. Quando se infere do número limitado dos Estados negociadores, 
assim como do objeto e da finalidade do tratado, que a aplicação do 
tratado na íntegra entre todas as partes é condição essencial para o 
consentimento de cada uma delas em obrigar-se pelo tratado, uma 
reserva requer a aceitação de todas as partes. 
3. Quando o tratado é um ato constitutivo de uma organização 
internacional, a reserva exige a aceitação do órgão competente da 
organização, a não ser que o tratado disponha diversamente. 
4. Nos casos não previstos nos parágrafos precedentes e a menos 
que o tratado disponha de outra forma: 
a) a aceitação de uma reserva por outro Estado contratante torna o 
Estado autor da reserva parte no tratado em relação àquele outro 
Estado, se o tratado está em vigor ou quando entrar em vigor para 
esses Estados; 
b) a objeção feita a uma reserva por outro Estado contratante não 
impede que o tratado entre em vigor entre o Estado que formulou a 
objeção e o Estado autor da reserva, a não ser que uma intenção 
contrária tenha sido expressamente manifestada pelo Estado que 
formulou a objeção; 
c) um ato que manifestar o consentimento de um Estado em 
obrigar-se por um tratado e que contiver uma reserva produzirá 
efeito logo que pelo menos outro Estado contratante aceitar a 
reserva. 
 
5. Para os fins dos parágrafos 2 e 4, e a não ser que o tratado 
disponha diversamente, uma reserva é tida como aceita por um 
Estado se este não formulou objeção à reserva quer no decurso do 
prazo de doze meses que se seguir à data em que recebeu a 
notificação, quer na data em que manifestou o seu consentimento 
em obrigar-se pelo tratado, se esta for posterior. 
 Naturalmente, não pode ser alvo de reserva o próprio objeto ou 
finalidade do tratado. 
 Por derradeiro, quanto a retirada de reservas e de objeções 
feitas às reservas, veja-se o artigo 22 da Convenção de Viena de 
1969: 
 
Artigo 22 - Retirada de Reservas e de Objeções às Reservas: 
 
1. A não ser que o tratado disponha de outra forma, uma reserva 
pode ser retirada a qualquer momento, sem que o consentimento 
do Estado que a aceitou seja necessário para sua retirada. 
2. A não ser que o tratado disponha de outra forma, uma objeção a 
uma reserva pode ser retirada a qualquer momento. 
3. A não ser que o tratado disponha ou fique acordado de outra 
forma: 
a) a retirada de uma reserva só produzirá efeito em relação a outro 
Estado contratante quando este Estado receber a correspondente 
notificação; 
b) a retirada de uma objeção a uma reserva só produzirá efeito 
quando o Estado que formulou a reserva receber notificação dessa 
retirada. 
Ratificação (3ª fase) 
 Após a manifestação do Congresso Nacional, desde que não 
tenha sido pela rejeição integral do tratado, o texto do mesmo 
segue para o Presidente da República, que pode ou não ratificar a 
assinatura nele proferida. 
 Como se havia mencionado, note-se o caráter precário da 
assinatura, pois o Presidente da República, em ato discricionário, 
pode ou não ratificá-la. 
 Realizada a ratificação, pelo Presidente da República, o tratado 
se torna obrigatório para o Estado, e este se vincula definitivamente 
com os demais Estados-Partes. 
 Promulgação (4ª fase) 
 Se o Presidente da República ratificar, ele deve também 
promulgar o respectivo tratado e publicá-lo no Diário Oficial da 
União, com o que ele adquire relevância jurídica externa e interna. 
 
Interpretação dos tratados 
 
 A interpretação dos tratados não pode se afastar da boa-fé, 
tãomenos da finalidade que motivou a celebração do mesmo. 
 Acerca do assunto, é necessário conhecer os artigos 31 e 32 
daConvenção de Viena, de 1969: 
Artigo 31 - Regra Geral de Interpretação: 
1. Um tratado deve ser interpretado de boa fé segundo o sentido 
comum atribuível aos termos do tratado em seu contexto e à luz de 
seu objetivo e finalidade. 
2. Para os fins de interpretação de um tratado, o contexto 
compreenderá, além do texto, seu preâmbulo e anexos: 
a) qualquer acordo relativo ao tratado e feito entre todas as partes 
em conexão com a conclusão do tratado; 
b) qualquer instrumento estabelecido por uma ou várias partes em 
conexão com a conclusão do tratado e aceito pelas outras partes 
como instrumento relativo ao tratado. 
 
Serão levados em consideração, juntamente com o contexto: 
 
a) qualquer acordo posterior entre as partes relativo à interpretação 
do tratado ou à aplicação de suas disposições; 
b) qualquer prática seguida posteriormente na aplicação do tratado, 
pela qual se estabeleça o acordo das partes relativo à sua 
interpretação; 
c) quaisquer regras pertinentes de Direito Internacional aplicáveis 
às relações entre as partes. 
 
4. Um termo será entendido em sentido especial se estiver 
estabelecido que essa era a intenção das partes. 
 
Artigo 32 - Meios Suplementares de Interpretação: 
Pode-se recorrer a meios suplementares interpretação, inclusive 
aos trabalhos preparatórios tratado e às circunstâncias de sua 
conclusão, a fim confirmar o sentido resultante da aplicação do 
artigo ou de determinar o sentido quando a interpretação, de 
conformidade com o artigo 31: 
a) deixa o sentido ambíguo ou obscuro; ou 
b) conduz a um resultado que é manifestamente absurdo ou 
desarrazoado. 
 
Tratados e terceiros Estados 
 
 Os tratados, via de regra, não produzem efeitos em relação aos 
Estados que não tenham figurado como partes, sob pena de lesão à 
soberania dos mesmos. 
 Há, no entanto, relevantes ressalvas, consoante se faz citação 
os seguintes dispositivos da Convenção de Viena: 
 
Artigo 34 - Regra Geral com Relação a Terceiros Estados: 
Um tratado não cria obrigações nem direitos para um terceiro 
Estado sem o seu consentimento. 
 
Artigo 35 - Tratados que Criam Obrigações para Terceiros Estados: 
Uma obrigação nasce para um terceiro Estado de uma disposição 
de um tratado se as partes no tratado tiverem a intenção de criar a 
obrigação por meio dessa disposição e o terceiro Estado aceitar 
expressamente, por escrito, essa obrigação. 
Artigo 36 - Tratados que Criam Direitos para Terceiros Estados: 
1. Um direito nasce para um terceiro Estado de uma disposição de 
um tratado se as partes no tratado tiverem a intenção de conferir, 
por meio dessa disposição, esse direito quer a umterceiro Estado, 
quer a um grupo de Estados a que pertença, quer a todos os 
Estados, e o terceiro Estado nisso consentir. Presume-se o seu 
consentimento até indicação em contrário, a menos que o tratado 
disponha diversamente. 
2. Um Estado que exerce um direito nos termos do parágrafo 1 
deve respeitar, para o exercício desse direito, as condições 
previstas no tratado ou estabelecidas de acordo com o tratado. 
Artigo 37 - Revogação ou Modificação de Obrigações ou Direitos de 
Terceiros Estados: 
1. Qualquer obrigação que tiver nascido para um terceiro Estado 
nos termos do artigo 35 só poderá ser revogada ou modificada com 
o consentimento das partes no tratado e do terceiro Estado, salvo 
se ficar estabelecido que elas haviam acordado diversamente. 
 
2. Qualquer direito que tiver nascido para um terceiro Estado nos 
termos do artigo 36 não poderá ser revogado ou modificado pelas 
partes, se ficar estabelecido ter havido a intenção de que o direito 
não fosse revogável ou sujeito a modificação sem o consentimento 
do terceiro Estado. 
Artigo 38 - Regras de um Tratado Tornadas Obrigatórias para 
Terceiros Estados por Força do Costume Internacional: 
Nada nos artigos 34 a 37 impede que uma regra prevista em um 
tratado se torne obrigatória para terceiros Estados como regra 
consuetudinária de Direito Internacional, reconhecida como tal. 
 
Extinção dos tratados 
 
 A extinção de um tratado ou a retirada de uma das partes pode 
ocorrer de conformidade com as disposições do tratado ou a 
qualquer momento, pelo consentimento de todas as partes, após a 
consulta com os outros Estados contratantes (art. 54 da Convenção 
de Viena). 
 São formas de extinção dos tratados: 
a) a execução completa; 
b) o consentimento mútuo; 
c) o termo ou a condição resolutória; 
d) a ruptura das relações diplomáticas; 
e) a impossibilidade de execução; 
f) a inexecução por uma das partes; 
g) a caducidade; ou 
h) a denúncia. 
 A extinção do tratado pela execução completa ocorre quando 
todas as partes cumprem o pactuado, de modo que resta exaurido o 
objeto do tratado. 
 Um tratado também pode ser extinto quando, por 
consentimento de todas as partes, decide-se colocar fim ao mesmo. 
 Ultrapassado o prazo previsto para ocorrência do evento 
previsto (termo), sem que este tenha se verificado e sendo o tratado 
por tempo determinado, este reputa-se extinto. Do mesmo modo, 
extingue-se o tratado quando se constata a ocorrência de evento 
futuro e incerto, de modo a revelar a ocorrência da condição 
resolutória nele prevista. 
 A ruptura das relações diplomáticas, via de regra, verifica-se 
pela iminência ou efetivo início de uma guerra. Com ela quebram-se 
as relações entre os envolvidos e, consequentemente, extinguem-
se os tratados celebrados. Embora seja frequente, nada impede 
que determinados tratados sejam mantidos durante uma guerra. O 
próprio artigo 63 da Convenção de Viena dispõe que o rompimento 
de relações diplomáticas ou consulares entre partes em um tratado 
não afeta as relações jurídicas estabelecidas entre elas pelo 
tratado, salvo na medida em que a existência de relações 
diplomáticas ou consulares for indispensável à aplicação do tratado. 
 Conforme prevê o artigo 61 da Convenção de Viena, uma parte 
pode invocar a impossibilidade de cumprir um tratado como causa 
para extingui-lo ou para dele retirar-se, se esta possibilidade 
resultar da destruição ou do desaparecimento definitivo de um 
objeto indispensável ao cumprimento do tratado. Caso a 
impossibilidade seja temporária, só poderá ser invocada como 
causa para suspender a execução do tratado. 
 Quando uma das partes não cumprir o tratado, e este for de 
natureza bilateral, a outra parte pode optar pela suspensão ou 
extinção do mesmo. E caso o tratado seja de natureza multilateral, 
a inexecução por uma das partes confere às demais o direito de 
não executar o tratado em relação a todas as partes, apenas em 
relação ao Estado infrator, ou apenas entre o Estado infrator e o 
Estado afetado pela inexecução. 
 Um tratado se extingue pela caducidade quando deixa de ser 
aplicado com o decorrer do tempo, ou quando práticas opostas a 
ele surgem no tempo, de modo a torná-lo inexecutável. 
 Por fim, a denúncia, ou declaração unilateral de extinção, é o 
meio pelo qual um Estado declara sua vontade de não fazer mais 
parte do tratado, o que gera a extinção do mesmo em relação, 
apenas, ao Estado denunciante. 
 
Costume internacional 
 
 O costume foi, durante muito tempo, a principal base do direito 
internacional público. Embora não tenha desaparecido, sucumbiu 
ante uma tendência moderna de codificação das normas. Se diz 
que não desapareceu, pois em inúmeros casos essa codificação 
nada mais faz do que formalizar, através de tratados, os costumes 
internacionalmente reconhecidos. 
 Conforme dispõe o artigo 38, parágrafo primeiro, alínea “b”, do 
Estatuto da Corte Internacional de Justiça, os costumes são 
práticas gerais aceitas como direito. 
 Por derradeiro, cumpre mencionar, conforme a doutrina de 
Francisco Rezek, que não há hierarquia entre os tratados e os 
costumes internacionais, sendo comum que um seja causa de 
derrogação do outro. 
Princípios gerais de direito 
 Um princípio geral de direito é aquele reconhecido como tal por 
vários Estados civilizados, nos termos em que dispõe o artigo 38, 
parágrafo primeiro, alínea “c” do Estatuto da Corte Internacional de 
Justiça. 
 Dentre os principais, pode-se citar os seguintes princípios 
gerais de direito, todos consagrados através do artigo 4º da 
Constituição Federal de 1988: 
a) independência nacional; 
b) prevalência dos direitos humanos; 
c) autodeterminação dos povos; 
d) não-intervenção; 
e) igualdade entre os Estados; 
f) defesa da paz; 
g) solução pacífica dos conflitos; 
h) repúdio ao terrorismo e ao racismo; 
i) cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; 
j) concessão de asilo político. 
 
Doutrina e jurisprudência 
 
 A doutrina e a jurisprudência mostram-se segundo a melhor 
doutrina, como instrumento de interpretação da norma de direito 
internacional público, e não propriamente como fonte do mesmo. 
 A doutrina, consabido, é o estudo de reconhecidos 
especialistas em direito internacional, enquanto a jurisprudência 
internacional forma-se pelo conjunto de decisões judiciais proferidas 
em âmbito internacional. 
 É importante frisar que as decisões judiciais nacionais não 
constituem jurisprudência, apta a ser utilizada em âmbito 
internacional. 
 
Equidade e analogia 
 
 A equidade e a analogia são instrumentos que conduzem ao 
melhor raciocínio acerca da aplicação das normas. Não são, 
portanto, propriamente fontes do direito internacional. 
 Por meio desses dois instrumentos busca-se a correta e mais 
adequada interpretação a determinados casos concretos. 
 Em relação a equidade, conforme salienta Francisco Rezek, 
“parece generalizada a convicção de que a equidade pode operar 
tanto na hipótese de insuficiência da norma de direito positivo 
aplicável quanto naquela em que a norma, embora bastante, traz ao 
caso concreto uma solução inaceitável pelo senso de justiça do 
intérprete” (2010, p. 148). 
 
Atos unilaterais 
 
 Os atos unilaterais não foram incluídos no rol do artigo 38 do 
Estatuto da Corte Internacional de Justiça, motivo pelo qual é 
controverso o reconhecimento deles como fonte do direito 
internacional público. 
 O ato unilateral é aquele praticadopor apenas um sujeito de 
direito internacional público. A denúncia de um tratado ou a reserva 
em relação a parte dele constituem, pois, atos unilaterais. 
Decisões das organizações internacionais 
 As decisões das organizações internacionais, da mesma forma 
que os atos unilaterais, por não constarem do rol do artigo 38 do 
Estatuto da Corte Internacional de Justiça também tem questionado 
seu caráter de fonte do direito internacional público. 
 Uma resolução editada por uma organização internacional, 
como a Organização das Nações Unidas por exemplo, embora não 
vincule, convida os diversos Estados que dela fazem parte a 
observarem suas recomendações. 
 
Sujeitos de Direito Internacional Público 
 Os sujeitos de direito internacional, também chamados de 
sujeitos em direito das gentes, ou simplesmente de pessoas 
jurídicas de direito internacional público, são os Estados soberanos 
e as organizações internacionais. A Santa Sé, é importante 
salientar, equipara-se aos Estados soberanos. 
 É originária a personalidade jurídica de direito internacional 
público dos Estados soberanos, enquanto é derivada a das 
organizações internacionais. 
 As empresas, sejam públicas ou privadas, não são 
consideradas sujeitos de direito internacional público, assim como 
as Organizações Não-Governamentais (ONG's). Exceção em 
relação as ONG's seja feita em relação ao Comitê Internacional da 
Cruz Vermelha, ao qual se reconhece a personalidade jurídica de 
direito internacional. 
 Em relação as pessoas, individualmente consideradas, há 
divergência doutrinária sobre o reconhecimento da sua 
personalidade jurídica de direito internacional. Parece mais 
adequada a posição de Francisco Rezek (2010, p. 154), por meio 
da qual não se consideram os indivíduos como sujeitos de direito 
internacional. Os que filiam-se à teoria que atribuiu essa 
personalidade aos indivíduos, utilizam o argumento de que eles são 
os destinatários das normas e, portanto, também gozam dessa 
personalidade de direito internacional público. 
 Todo sujeito de direito internacional público é sujeito de direitos 
e também de deveres. 
 Conforme apontado pela melhor doutrina, os sujeitos de direito 
internacional podem ser classificados em: 
a) Estados; 
b) Organizações internacionais; e 
c) Coletividades não estatais. 
 
Estados 
 Para que se fale em Estado, há que se falar na reunião de 4 
(quatro) elementos: 
a) território; 
b) povo; 
c) governo; e 
d) soberania. 
 Território é o elemento material (ou físico) do Estado. 
Compreende, grosso modo, a superfície, o subsolo e o espaço 
aéreo que o território ocupa. 
 Povo é o elemento pessoal do Estado. Note-se que a 
expressão “povo” é mais precisa que “população” quando se fala de 
elementos do Estado, pois enquanto população compreende todos 
aqueles que estejam em território nacional, sejam nacionais ou não, 
estejam de maneira permanente ou temporária, povo compreende 
apenas as pessoas que possuem vínculo jurídico com o respectivo 
Estado. 
 Governo é a medida de organização necessária ao exercício e 
à manutenção do poder político. 
 Soberania é o poder do Estado que o autoriza a não se 
submeter à nenhuma autoridade exterior, permitindo-lhe reger-se de 
acordo com os sistemas que adotar. 
 Não se pode deixar de mencionar que segundo Dalmo de 
Abreu Dallari, em sua clássica obra “Elementos de Teoria Geral do 
Estado”, fala-se em um quinto elemento para que se possa falar na 
existência de um Estado, que é a finalidade. O elemento finalidade 
delimita a forma de atuação do Estado, que deve direcionar suas 
atividades com o objetivo de satisfazer suas finalidades. 
 
Reconhecimento do Estado 
 O reconhecimento de um Estado é feito por parte dos demais, 
com o que o primeiro adquire personalidade jurídica de direito 
internacional público. 
Para que esse reconhecimento ocorra exige-se o pedido do Estado 
interessado, que se formaliza por meio do instrumento chamado 
notificação. 
 É controversa a natureza jurídica do ato de reconhecimento da 
personalidade estatal a um Estado, existindo, pois, as seguintes 
teorias: 
a) teoria constitutiva; 
b) teoria declarativa; e 
c) teoria mista. 
 
 A teoria constitutiva informa que o Estado adquire 
personalidade estatal após com o ato de reconhecimento, pelos 
demais Estados. 
 Pela teoria declarativa, diferentemente, reconhece-se que o 
Estado adquire personalidade estatal tão logo preencha os 4 
(quatro) elementos necessários (supra mencionados), caso em que 
o ato dos demais Estados apenas atestam a personalidade que o 
Estado já possuiu. Essa teoria é majoritária no cenário 
internacional. 
 Já pela teoria mista entende-se que o reconhecimento do novo 
Estado pelos demais atesta a personalidade deste e constitui entre 
os Estados que reconheceram e o Estado reconhecido, uma 
relação de direitos e de obrigações. 
 
Reconhecimento de governo 
 Se fala em reconhecimento de governo quando, 
presumivelmente, já ocorreu o reconhecimento do Estado, e mais, 
que esse Estado que já era reconhecido suportou uma alteração em 
sua ordem política. 
 Quando houver a instalação de um novo governo em um 
Estado, há que se operacionalizar o reconhecimento desse 
governo. Não haverá reconhecimento quando, por exemplo, houver 
golpe de Estado. 
 Acerca do reconhecimento de governo, duas são as teorias 
internacionalmente difundidas: 
a) doutrina Tobar; e 
b) doutrina Estrada. 
 
 Por meio da doutrina Tobar, os demais Estados só devem 
reconhecer o Estado que esteja sob um governo provisório quando 
ficar demonstrado que esse governo conta com apoio e aprovação 
popular. 
 A doutrina Estrada, por sua vez, informa que os demais 
Estados não devem se pronunciar acerca do reconhecimento ou 
não do governo provisório de um Estado, pois esse reconhecimento 
fere a soberania desse Estado, já que os outros não devem assumir 
posturas críticas, favoráveis ou desfavoráveis, em relação a 
capacidade desse novo regime. 
 Por derradeiro, há que se salientar que não há que se falar na 
necessidade de reconhecimento quando a alteração da ordem 
política ocorrer de maneira legitima, por meio de eleições 
democráticas, por exemplo. 
 
Coletividades não estatais 
 Algumas pessoas jurídicas de direito internacional público não 
se encaixam no conceito de Estado, tão menos no de organização 
internacional. Inobstante, são reconhecidas pelos demais Estados. 
 
Beligerantes 
 Beligerantes são os movimentos revolucionários de grupos 
armados que comandam parte de um território estatal e objetivam 
sua independência. 
 Se houver reconhecimento de uma coletividade como 
beligerante, ela passará a gozar de direitos e deveres em relação 
aos demais Estados, os quais se relacionam exclusivamente à 
guerra. Do mesmo modo que os grupos beligerantes podem 
receber ajuda humanitária, podem sofrer restrições das mais 
variadas órbitas. 
 É importante frisar que para que se fale em coletividade 
beligerante há que se falar em movimento armado de grandes 
proporções e que aparentam possuir força para exercer poderes 
similares ao do Estado. 
 
Insurgentes 
 Se o movimento armado não tem grandes proporções, não pode 
ser chamado de beligerante, mas pode ser classificado como 
insurgente. 
 Os movimentos insurgentes assumem motivação política e não 
alcançam características palpáveis de guerra civil. 
 Também pode haver o reconhecimentode coletividades 
insurgentes por outros Estados, mas os direitos e deveres 
decorrentes desse reconhecimento são mais restritos do que os 
decorrentes do reconhecimento dos movimentos beligerantes. 
 
Movimentos de libertação nacional 
 Como é sugestiva a expressão, os movimentos de libertação 
nacional tem por objetivo alcançar a liberdade de um determinado 
povo. 
 Reconhecida a personalidade jurídica de direito internacional 
público ao movimento de libertação nacional, ela se manifesta sob 
três âmbitos: 
a) nas relações internacionais; 
b) nos direitos dos tratados; e 
c) no direito humanitário. 
 
Santa Sé 
 O Estado da Cidade do Vaticano foi reconhecido como Estado 
pelos acordos de Latrão, em 1929, entre a Santa Sé e a Itália. O 
tratado de Latrão foi incorporado à Constituição Italiana em 1947. 
 A Santa Sé, apesar de não se identificar como um Estado 
comum, possui personalidade jurídica de direito internacional 
(REZEK, 2010, p. 250 e 251). Isso ocorre pois embora o Estado da 
Cidade do Vaticano tenha todos os elementos de um Estado 
(território, povo, governo e soberania), sua finalidade é a de 
governo da Igreja Católica, e não apenas de governo do Estado da 
Cidade do Vaticano. 
 Considerada como detentora de soberania originária, a Santa 
Sé, pois, equipara-se aos demais Estados. 
 
Comitê Internacional da Cruz Vermelha 
 
 Dentre os vários órgãos que formam a Cruz Vermelha, é 
apenas o Comitê Internacional que possui personalidade jurídica de 
direito internacional público. Com sede em Genebra, na Suíça, o 
Comitê é uma organização humanitária, independente e neutra. 
 A missão do Comitê Internacional da Cruz Vermelha é a de 
restar assistência às vítimas de conflitos armados e demais 
situações de violência. 
 
Organizações internacionais 
 Organizações internacionais, ou entidades interestatais são o 
resultado da associação volitiva de sujeitos de direito internacional 
público, constituídas mediante um tratado, composta por órgãos 
próprios e voltada para a finalidade comum estabelecida pelos seus 
membros. 
 A personalidade jurídica de direito internacional público é 
conferida às organizações internacionais em razão da vontade dos 
Estados que participam de seus atos constitutivos. 
 Quanto a composição, “dois órgãos, pelo menos, têm parecido 
indispensáveis na estrutura de toda organização internacional, 
independentemente de seu alcance e finalidade: uma assembléia 
geral – onde todos os Estados-membros tenham voz e voto, em 
condições igualitárias, e que configure o centro de uma possível 
competência 'legislativa' da entidade – e uma secretaria, órgão de 
administração, de funcionamento permanente, integrado por 
servidores neutros em relação à política dos Estados-membros – 
particularmente à de seus próprios Estados patriais” (REZEK, 2010, 
p. 259). 
 
 
 
Organização das Nações Unidas 
 A Organização das Nações Unidas (ONU) foi criada em 26 de 
junho de 1945, por meio da Conferência de São Francisco. O 
objetivo de criação da ONU foi substituir a “Liga das Nações”, que 
havia sido criada em 1919, na França, por meio do Tratado de 
Versalhes. Enquanto a Liga das Nações foi uma criação pós 
Primeira Guerra Mundial, a ONU é uma criação pós Segunda 
Guerra Mundial. 
 O ato constitutivo da ONU é a Carta das Nações Unidas, e o 
início das suas atividades ocorreu em 24 de outubro de 1945. No 
total, 51 (cinquenta e um) países foram signatários da Carta das 
Nações Unidas, dentre os quais estava o Brasil. 
 A sede da ONU é em Nova Iorque, nos Estados Unidos, e a 
sede européia fica situada em Genebra, na Suíça. 
 Os idiomas oficiais da ONU são: 
a) o inglês; 
b) o francês; 
c) o chinês; 
d) o russo; 
e) o espanhol; e 
f) o árabe. 
 O financiamento da ONU se dá por meio de contribuições 
voluntárias de seus membros. O maior contribuinte são os Estados 
Unidos, seguidos do Japão, da Alemanha, do Reino Unido e da 
França. 
 O artigo 2º da Carta das Nações Unidas aponta os seguintes 
princípios adotados pela Organização das Nações Unidas: 
 a) igualdade: a Organização é baseada no princípio da 
igualdade de todos os seus Membros; 
 b) boa-fé: todos os Membros, a fim de assegurarem para todos 
em geral os direitos e vantagens resultantes de sua qualidade de 
Membros, deverão cumprir de boa-fé as obrigações por eles 
assumidas de acordo com a presente Carta; 
 c) solução pacífica dos conflitos: todos os Membros deverão 
resolver suas controvérsias internacionais por meios pacíficos, de 
modo que não sejam ameaçadas a paz, a segurança e a justiça 
internacionais; 
 d) não agir contra os propósitos da ONU: todos os Membros 
deverão evitar em suas relações internacionais a ameaça ou o uso 
da força contra a integridade territorial ou a dependência política de 
qualquer Estado, ou qualquer outra ação incompatível com os 
Propósitos das Nações Unidas; 
 e) prestação de auxílio material: todos os Membros darão às 
Nações toda assistência em qualquer ação a que elas recorrerem 
de acordo com a presente Carta e se absterão de dar auxílio a qual 
Estado contra o qual as Nações Unidas agirem de modo preventivo 
ou coercitivo; 
 f) observar os princípios da ONU: a Organização fará com que 
os Estados que não são Membros das Nações Unidas ajam de 
acordo com esses Princípios em tudo quanto for necessário à 
manutenção da paz e da segurança internacionais; e 
 g) não-intervenção: nenhum dispositivo da presente Carta 
autorizará as Nações Unidas a intervirem em assuntos que 
dependam essencialmente da jurisdição de qualquer Estado ou 
obrigará os Membros a submeterem tais assuntos a uma solução, 
nos termos da presente Carta; este princípio, porém, não 
prejudicará a aplicação das medidas coercitivas constantes do 
Capitulo VII da Carta das Nações Unidas. 
 
Objetivos 
Os principais objetivos da Organização das Nações Unidas são: 
 a) manter a paz e a segurança internacionais e, para esse fim: 
tomar, coletivamente, medidas efetivas para evitar ameaças à paz e 
reprimir os atos de agressão ou outra qualquer ruptura da paz e 
chegar, por meios pacíficos e de conformidade com os princípios da 
justiça e do direito internacional, a um ajuste ou solução das 
controvérsias ou situações que possam levar a uma perturbação da 
paz; 
 b) desenvolver relações amistosas entre as nações, baseadas 
no respeito ao princípio de igualdade de direitos e de 
autodeterminação dos povos, e tomar outras medidas apropriadas 
ao fortalecimento da paz universal; 
 c) conseguir uma cooperação internacional para resolver os 
problemas internacionais de caráter econômico, social, cultural ou 
humanitário, e para promover e estimular o respeito aos direitos 
humanos e às liberdades fundamentais para todos, sem distinção 
de raça, sexo, língua ou religião; e 
 d) ser um centro destinado a harmonizar a ação das nações 
para a consecução desses objetivos comuns. 
 
Órgãos 
São os principais órgãos das Nações Unidas: 
a) a Assembléia Geral; 
b) o Conselho de Segurança; 
c) o Conselho Econômico e Social; 
d) o Conselho de Tutela; 
e) o Tribunal Internacional de Justiça; e 
f) o Secretariado. 
 
 
 Todos os órgãos supra mencionados possuem sede em Nova 
Iorque (EUA), exceto o Tribunal Internacional de Justiça, que está 
situado em Haia, Países Baixos. 
 
Assembléia Geral 
 A Assembléia Geral pode discutir quaisquer questões ou 
assuntos que estejam incluídos nas finalidadesda Carta da Nações 
Unidas, ou que se relacionem com as atribuições e funções de 
qualquer dos órgãos nela previstos e, com exceção do estipulado 
no seu artigo 12 (quando o Conselho de Segurança estiver 
exercendo, em relação a qualquer controvérsia ou situação, as 
funções que lhe são atribuídas na Carta das Nações Unidas, a 
Assembléia Geral não deve fazer nenhuma recomendação a 
respeito dessa controvérsia ou situação, exceto se solicitado pelo 
próprio Conselho de Segurança) poderá fazer recomendações aos 
Membros das Nações Unidas ou ao Conselho de Segurança ou a 
este e àqueles, conjuntamente, com referência a qualquer daquelas 
questões ou assuntos. 
 A Assembléia Geral pode considerar os princípios gerais de 
cooperação na manutenção da paz e da segurança internacionais, 
inclusive os princípios que disponham sobre o desarmamento e a 
regulamentação dos armamentos, e pode fazer recomendações 
relativas a tais princípios aos Membros ou ao Conselho de 
Segurança, ou a este e àqueles conjuntamente (art. 11, da Carta 
das Nações Unidas). 
 À Assembléia Geral é conferida a possibilidade de discutir 
quaisquer questões relativas à manutenção da paz e da segurança 
internacionais, que a ela forem submetidas por qualquer Membro 
das Nações Unidas, ou pelo Conselho de Segurança, ou por um 
Estado que não seja Membro das Nações unidas, de acordo com o 
Artigo 35, parágrafo segundo, e, com exceção do estipulado no 
Artigo 12, poderá fazer recomendações relativas a quaisquer destas 
questões ao Estado ou Estados interessados, ou ao Conselho de 
Segurança ou a ambos. Qualquer destas questões, para cuja 
solução for necessária uma ação, deve ser submetida ao Conselho 
de Segurança pela Assembléia Geral, antes ou depois da 
discussão. 
 Sempre que necessário, a Assembléia Geral pode solicitar a 
atenção do Conselho de Segurança para situações que possam 
constituir ameaça à paz e à segurança internacionais. 
 Conforme estipula o artigo 13 da Carta das Nações Unidas, a 
Assembléia Geral deve realizar estudos e fazer recomendações, 
destinados a: 
 a) promover cooperação internacional no terreno político e 
incentivar o desenvolvimento progressivo do direito internacional e a 
sua codificação; 
 b) promover cooperação internacional nos terrenos econômico, 
social, cultural, educacional e sanitário e favorecer o pleno gozo dos 
direitos humanos e das liberdades fundamentais, por parte de todos 
os povos, sem distinção de raça, sexo, língua ou religião. 
 Também é incumbência da Assembléia Geral receber e 
examinar os relatórios anuais e especiais do Conselho de 
Segurança. Esses relatórios devem incluir uma relação das 
medidas que o Conselho de Segurança tenha adotado ou aplicado 
com a finalidade manter a paz e a segurança internacionais. 
 Além dos relatórios do Conselho de Segurança, a Assembléia 
Geral tem a atribuição de receber e examinar os relatórios de outros 
órgãos das Nações Unidas. 
 Compete a Assembléia Geral, conforme prevê o artigo 17 da 
Carta das Nações Unidas, considerar e aprovar o orçamento da 
organização. 
 
Votação 
 Casa Membro da Assembléia Geral tem direito a um voto. 
 As decisões da Assembléia Geral, em questões importantes, 
serão tomadas por quórum qualificado, de maioria de 2/3 (dois 
terços) dos Membros presentes e votantes. Essas questões 
compreendem: 
 a) recomendações relativas à manutenção da paz e da 
segurança internacionais; 
 b) à eleição dos Membros não permanentes do Conselho de 
Segurança; 
 c) à eleição dos Membros do Conselho Econômico e Social; 
 d) à eleição dos Membros dos Conselho de Tutela, de acordo 
com o parágrafo primeiro, alínea “c”, do Artigo 86 da Carta das 
Nações Unidas; 
 e) à admissão de novos Membros das Nações Unidas; à 
suspensão dos direitos e privilégios de Membros; 
 f) à expulsão dos Membros; 
 g) questões referentes o funcionamento do sistema de tutela; e 
 h) questões orçamentárias. 
 
 As decisões sobre outras questões exigem apenas a maioria 
dos membros presentes e que votem. 
 O Membro das Nações Unidas que esteja em atraso no 
pagamento de sua contribuição financeira à Organização não terá 
direito à voto na Assembléia Geral, se o total de suas contribuições 
atrasadas igualar ou exceder a soma das contribuições 
correspondentes aos dois anos anteriores completos. A Assembléia 
Geral pode entretanto, permitir que o referido Membro vote, se ficar 
provado que a falta de pagamento é devida a condições 
independentes de sua vontade. 
 
Sessões 
A Assembléia Geral reunir-se-á: 
a) em sessões anuais regulares; e 
b) em sessões especiais, exigidas pelas circunstâncias. 
 As sessões especiais devem ser convocadas pelo Secretário-
Geral, a pedido do Conselho de Segurança ou da maioria dos 
Membros das Nações Unidas. 
 
Conselho de Segurança 
 O Conselho de Segurança é composto de 15 (quinze) Membros 
das Nações Unidas, dos quais são membros permanentes : 
a) a China; 
b) a França; 
c) a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas; 
d) o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte; e 
e) os Estados Unidos da América. 
 
 A Assembléia Geral deve eleger, ainda, 10 (dez) outros 
Membros das Nações Unidas para serem Membros não 
permanentes do Conselho de Segurança, tendo especialmente em 
vista, em primeiro lugar, a contribuição dos Membros das Nações 
Unidas para a manutenção da paz e da segurança internacionais e 
para os outros propósitos da Organização e também a distribuição 
geográfica equitativa. Esses membros não permanentes serão 
eleitos por um período de 2 (dois) anos. 
 Cada membro do Conselho de Segurança deve ter um 
representante. 
 Basicamente, a função do Conselho de Segurança é a 
manutenção da paz e da segurança internacionais. Com essa 
finalidade, o Conselho de Segurança deve estabelecer um sistema 
de regulamentação dos armamentos, desviando para estes o 
menos possível dos recursos humanos e econômicos do mundo. 
 Como mencionado, o Conselho de Segurança deve submeter 
relatórios anuais e, quando necessário, especiais à Assembléia 
Geral para sua consideração. 
 Conforme estipula o artigo 25 da Carta das Nações Unidas, os 
membros das Nações Unidas devem concordar sobre a aceitação e 
execução das decisões do Conselho de Segurança. 
 O Conselho de Segurança tem funcionamento contínuo e cada 
membro do Conselho deve ser, em todos os momentos, 
representado na sede da Organização. 
 As reuniões do Conselho de Segurança são periódicas, nas 
quais cada um de seus membros pode, se assim o desejar, ser 
representado por um membro do governo ou por outro 
representante especialmente designado. Admite-se que o Conselho 
de Segurança reúna-se em outros lugares, fora da sede da 
Organização, desde que para facilitar o seu trabalho. 
 Sempre que qualquer membro das Nações Unidas, que não 
seja membro do Conselho de Segurança, ou qualquer Estado que 
não seja membro das Nações Unidas for parte em uma controvérsia 
submetida ao Conselho de Segurança, será convidado a participar 
da discussão dessa controvérsia, mas sem direito a voto, 
naturalmente. Nesse caso, o Conselho de Segurança deve 
determinar as condições que lhe parecerem justas para a 
participação de um Estado que não seja membro das Nações 
Unidas. 
 
Solução pacífica das controvérsias 
 As partes de uma controvérsia, que possa vir a constituir uma 
ameaça à paz e à segurança internacionais, devem procurar, antes 
de tudo,chegar a uma solução por negociação, inquérito, 
mediação, conciliação, arbitragem, solução judicial, recurso a 
entidades ou acordos regionais, ou a qualquer outro meio pacífico à 
sua escolha. Quando julgar necessário, o Conselho de Segurança 
deve convidar as partes envolvidas em conflito a resolver, por tais 
meios, suas controvérsias. 
 O Conselho de Segurança pode investigar qualquer 
controvérsia ou situação suscetível de provocar atritos entre as 
Nações ou dar origem a uma controvérsia, com a finalidade de 
determinar se a continuação de tal controvérsia ou situação pode 
constituir ameaça à manutenção da paz e da segurança 
internacionais. 
 Conforme salienta o artigo 35 da Carta das Nações Unidas, 
qualquer membro pode solicitar a atenção do Conselho de 
Segurança ou da Assembléia Geral para qualquer controvérsia, ou 
qualquer situação capaz de constituir ameaça à paz e à segurança 
internacionais. 
 Também o Estado que não for membro das Nações Unidas 
pode solicitar a atenção do Conselho de Segurança ou da 
Assembléia Geral para qualquer controvérsia em que seja parte, 
uma vez que aceite, previamente, em relação a essa controvérsia, 
as obrigações de solução previstas na Carta das Nações Unidas. 
 
Ação relativa a ameaças à paz, ruptura da paz e atos de agressão 
 Sempre que o Conselho identificar a existência de qualquer 
ameaça à paz, ruptura da paz ou ato de agressão, deve fazer 
recomendações ou decidir que medidas devem ser tomadas, com a 
finalidade de manter ou restabelecer a paz e a segurança 
internacionais. 
 Com o objetivo de evitar que a situação se agrave, o Conselho 
de Segurança pode, antes de fazer quaisquer recomendações ou 
decidir a respeito das medidas que devem ser tomadas, convidar as 
partes interessadas a que aceitem as medidas provisórias que lhe 
pareçam necessárias ou aconselháveis. Tais medidas provisórias 
não prejudicarão os direitos ou pretensões, nem a situação das 
partes interessadas. 
 Compete ao Conselho de Segurança decidir sobre as medidas 
que, sem envolver o emprego de forças armadas, deverão ser 
tomadas para tornar efetivas suas decisões e poderá convidar os 
Membros das Nações Unidas a aplicarem tais medidas. Estas 
poderão incluir a interrupção completa ou parcial: 
a) das relações econômicas; 
b) dos meios de comunicação: 
 b.1) ferroviários; 
 b.2) marítimos; 
 b.3) aéreos; 
 b.4) postais; 
 b.5) telegráficos; 
 b.6) radiofônicos; ou 
 b.7) de outra qualquer espécie; 
 
 Outra medida que pode ser adotada é o rompimento das 
relações diplomáticas, conforme prevê o artigo 41 da Carta das 
Nações Unidas. 
 No entanto, caso o Conselho de Segurança considere que as 
medidas supra mencionadas sejam inadequadas, poderá ser levada 
a efeito, por meio de forças aéreas, navais ou terrestres, a ação que 
for julgada necessária para manter ou restabelecer a paz e a 
segurança internacionais. 
Tal ação poderá compreender demonstrações, bloqueios e outras 
operações, por parte das forças aéreas, navais ou terrestres dos 
Membros das Nações Unidas. 
 Quando o Conselho de Segurança decidir pelo emprego de 
força, deverá, antes de solicitar a um Membro nele não 
representado, o fornecimento de forças armadas em cumprimento 
das obrigações assumidas, e convidar o referido Membro, se este 
assim o desejar, a participar das decisões do Conselho de 
Segurança relativas ao emprego de contingentes das forças 
armadas do dito Membro. 
 Prevê o artigo 49 da Carta das Nações Unidas que os 
membros das Nações Unidas prestar-se-ão assistência mútua para 
a execução das medidas determinadas pelo Conselho de 
Segurança. 
 
Acordos regionais 
 Prevê o artigo 52 da Carta das Nações Unidas que, nada 
impede a existência de acordos ou de entidades regionais, 
destinadas a tratar dos assuntos relativos à manutenção da paz e 
da segurança internacionais que forem suscetíveis de uma ação 
regional, desde que tais acordos ou entidades regionais e suas 
atividades sejam compatíveis com os Propósitos e Princípios das 
Nações Unidas. 
 Sendo parte em tais acordos ou constituindo tais entidades, os 
membros das Nações Unidas devem empregar todo o esforço para 
chegar a uma solução pacífica das controvérsias locais por meio 
desses acordos e entidades regionais, antes de as submeter ao 
Conselho de Segurança. 
 
Cooperação internacional econômica e social 
 Com a finalidade de criar condições de estabilidade e bem 
estar, necessárias às relações pacíficas e amistosas entre as 
Nações, baseadas no respeito ao princípio da igualdade de direitos 
e da autodeterminação dos povos, as Nações Unidas devem 
favorecer: 
 a) níveis mais altos de vida, trabalho efetivo e condições de 
progresso e desenvolvimento econômico e social; 
 b) a solução dos problemas internacionais econômicos, sociais, 
sanitários e conexos; a cooperação internacional, de caráter cultural 
e educacional; e 
 c) o respeito universal e efetivo dos direitos humanos e das 
liberdades fundamentais para todos, sem distinção de raça, sexo, 
língua ou religião. 
 Para a realização desses propósitos, todos os membros da 
Organização das Nações Unidas se comprometeram a agir com 
esta, em conjunto ou separadamente, conforme previsão do artigo 
56 da Carta das Nações Unidas. 
 
Conselho Econômico e Social 
 O Conselho Econômico e Social compõe-se por 54 (cinquenta e 
quatro) membros das Nações Unidas eleitos pela Assembléia Geral. 
A função do Conselho Econômico e Social é realizar ou indicar 
estudos e elaborar relatórios sobre assuntos internacionais de 
caráter econômico, social, cultural, educacional, sanitário e 
conexos. Poderá, igualmente, fazer recomendações destinadas a 
promover o respeito e a observância dos direitos humanos e das 
liberdades fundamentais para todos. 
 Também no Conselho Econômico e Social cada membro tem 
direito a um voto, sendo que as decisões são tomadas pelo voto da 
maioria dos membros presentes e votantes. 
 
Declaração relativa a territórios sem governo próprio 
 Prevê o artigo 73 da Carta das Nações Unidas, que qualquer 
membro das Nações Unidas, que assuma responsabilidades pela 
administração de territórios cujos povos não tenham atingido a 
plena capacidade de se autogovernarem, devem reconhecer o 
princípio de que os interesses dos habitantes desses territórios são 
da mais alta importância, e deve aceitar, como missão sagrada, a 
obrigação de promover no mais alto grau, dentro do sistema de paz 
e segurança internacionais estabelecido na Carta das Nações 
Unidas, o bem-estar dos habitantes desses territórios e, para tal fim, 
se obrigam a: 
 a) assegurar, com o devido respeito à cultura dos povos 
interessados, o seu progresso político, econômico, social e 
educacional, o seu tratamento equitativo e a sua proteção contra 
todo abuso; 
 b) desenvolver sua capacidade de governo próprio, tomar 
devida nota das aspirações políticas dos povos e auxiliá-los no 
desenvolvimento progressivo de suas instituições políticas livres, de 
acordo com as circunstâncias peculiares a cada território e seus 
habitantes e os diferentes graus de seu adiantamento; 
 c) consolidar a paz e a segurança internacionais; 
 d) promover medidas construtivas de desenvolvimento, 
estimular pesquisas, cooperar uns com os outros e, quando for o 
caso, com entidades internacionais especializadas, com vistas à 
realização prática dos propósitos de ordem social, econômica ou 
científicaenumerados neste artigo; e 
 e) transmitir regularmente ao Secretário-Geral, para fins de 
informação, sujeitas às reservas impostas por considerações de 
segurança e de ordem constitucional, informações estatísticas ou 
de outro caráter técnico, relativas às condições econômicas, sociais 
e educacionais dos territórios pelos quais são respectivamente 
responsáveis e que não estejam compreendido entre aqueles a que 
se referem os Capítulos XII e XIII da Carta. 
 Os membros das Nações Unidas que venham a atuar nessas 
condições também devem embasar sua atuação com vistas à 
política seguida nos respectivos territórios metropolitanos, no 
princípio geral de boa vizinhança, tendo sempre em vista os 
interesses e o bem-estar do resto do mundo no que se refere às 
questões sociais, econômicas e comerciais. 
 
Conselho de Tutela 
 
 A função do Conselho de Tutela é administrar e fiscalizar os 
territórios que estejam sem um governo próprio. 
 A finalidade do Conselho é assegurar e garantir a paz e a 
segurança internacionais, fomentar o progresso econômico, social, 
político e educacional dos habitantes dos territórios tutelados, 
estimular o respeito dos direitos humanos e às liberdades 
fundamentais e garantir o respeito à igualdade. 
 Cada membro do Conselho de Tutela tem direito a um voto. As 
decisões do Conselho serão tomadas pela maioria dos membros 
presentes e votantes, conforme prevê o artigo 89 da Carta das 
Nações Unidas. 
 
Corte Internacional de Justiça 
 A Corte Internacional de Justiça é o principal órgão judiciário 
das Nações Unidas e tem sede em Haia, Países Baixos. 
 O funcionamento da Corte Internacional de Justiça, também 
chamada de Tribunal Internacional de Justiça é disciplinado por 
estatuto. 
 A composição da Corte Internacional de Justiça é feita por 
todos os membros da Organização das Nações Unidas. Ademais, 
prevê o artigo 93 da Carta das Nações Unidas, que um Estado que 
não for Membro das Nações Unidas poderá tornar-se parte no 
Estatuto da Corte Internacional de Justiça, em condições que serão 
determinadas, em cada caso, pela Assembléia Geral, mediante 
recomendação do Conselho de Segurança. 
 É importante conhecer a redação do artigo 94 da Carta das 
Nações Unidas: “1. cada Membro das Nações Unidas se 
compromete a conformar-se com a decisão da Corte Internacional 
de Justiça em qualquer caso em que for parte. 2. Se uma das 
partes num caso deixar de cumprir as obrigações que lhe incumbem 
em virtude de sentença proferida pela Corte, a outra terá direito de 
recorrer ao Conselho de Segurança que poderá, se julgar 
necessário, fazer recomendações ou decidir sobre medidas a serem 
tomadas para o cumprimento da sentença”. 
 A Carta das Nações Unidas não impede, contudo, que os 
membros das Nações Unidas confiem a solução de suas 
divergências a outros tribunais, seja em razão de acordos vigentes 
em momento anterior ou posterior à Carta. 
 Por derradeiro, é também importante mencionar que a 
Assembléia Geral e o Conselho de Segurança podem solicitar 
parecer consultivo da Corte Internacional de Justiça, sobre qualquer 
questão de ordem jurídica. 
Mas não apenas, já que outros órgãos das Nações Unidas e 
entidades especializadas, que forem em qualquer época 
devidamente autorizados pela Assembléia Geral, poderão também 
solicitar pareceres consultivos da Corte sobre questões jurídicas 
surgidas dentro da esfera de suas atividades. 
 É importante, ainda, não confundir a Corte Internacional de 
Justiça com o Tribunal Penal Internacional, estabelecido em 2002, 
também em Haia, Países Baixos. O objetivo do Tribunal Penal 
Internacional (ou Corte Penal Internacional) é julgar indivíduos e 
não Estados, como a Corte Internacional de Justiça. O Tribunal 
Penal Internacional é competente para processar e julgar crimes 
como genocídios, crimes de guerra e crimes contra a humanidade, 
conforme definição do Estatuto de Roma. 
 
Entrada – Tribunal Penal Internacional 
 Haia – Países Baixos 
Corte Internacional de Justiça 
 Haia – Países Baixos 
 
Secretariado 
 O Secretariado é composto de um Secretário-Geral e do 
pessoal exigido pela Organização. Esse Secretário-Geral deve ser 
indicado pela Assembléia Geral mediante a recomendação do 
Conselho de Segurança. 
 O Secretário-Geral, conforme dispõe o artigo 97 da Carta das 
Nações Unidas, é o principal funcionário administrativo da 
Organização. 
 Incumbe ao Secretário-Geral atuar em todas as reuniões da 
Assembléia Geral, do Conselho de Segurança, do Conselho 
Econômico e Social e do Conselho de Tutela e desempenhar outras 
funções que lhe forem atribuídas por estes órgãos. O Secretário-
Geral deve elaborar, ainda, um relatório anual à Assembléia Geral 
sobre os trabalhos da Organização. 
 O Secretário-Geral tem autonomia para chamar a atenção do 
Conselho de Segurança para qualquer assunto que em sua opinião 
possa ameaçar a manutenção da paz e da segurança internacionais 
(art. 99 da Carta das Nações Unidas). 
 Para o desempenho de seus deveres, o Secretário-Geral e o 
pessoal do Secretariado não podem solicitar nem receber 
instruções de qualquer governo ou de qualquer autoridade estranha 
à Organização. Eles também tem o dever de se abster de qualquer 
ação que seja incompatível com a sua posição de funcionários 
internacionais responsáveis somente perante a Organização. 
 Cada membro das Nações Unidas tem o dever de respeitar o 
caráter exclusivamente internacional das atribuições do Secretário-
Geral e do pessoal do Secretariado e não deve procurar exercer 
qualquer influência sobre eles, no desempenho de suas funções. 
 Conforme previsão do artigo 101 da Carta das Nações Unidas, 
o pessoal do Secretariado deve ser nomeado pelo Secretário Geral, 
de acordo com as regras estabelecidas pela Assembléia Geral. 
Também deve ser nomeado, em caráter permanente, o pessoal 
adequado para o Conselho Econômico e Social, o Conselho de 
Tutela e, quando for necessário, para outros órgãos das Nações 
Unidas. Esses funcionários, conforme estipulação do mencionado 
artigo, farão parte do Secretariado. A consideração principal que 
deve prevalecer na escolha do pessoal e na determinação das 
condições de serviço será a da necessidade de assegurar o mais 
alto grau de eficiência, competência e integridade. 
Organizações regionais 
 As organizações regionais, como é sugestiva a expressão, 
atuam em âmbito regional, cujo objetivo é de cooperação nesse 
âmbito. As organizações regionais também são organizações 
internacionais. São exemplos de organizações regionais: 
a) o MERCOSUL (Mercado Comum do Sul), na América do Sul; 
b) a União Africana, na África; 
c) a União Européia, na Europa; 
d) a OEA (Organização dos Estados Americanos). 
 
 Naquilo que interessa ao presente estudo, passa-se à análise do 
Mercado Comum do Sul. 
 
Mercosul 
 O Mercado Comum do Sul foi criado pelo Tratado de 
Assunção, em 26 de março de 1991. O Objetivo foi de integrar 
economicamente a Argentina, o Brasil, o Paraguai e o Uruguai, de 
modo a acelerar o desenvolvimento econômico com justiça social 
para esses países e entendendo que esse objetivo deve ser 
alcançado mediante o aproveitamento mais eficaz dos recursos 
disponíveis, a preservação do meio ambiente, o melhoramento das 
interconexões físicas, a coordenação de políticas macroeconômicas 
e a complementação dos diferentes setores da economia, com base 
nos princípios da gradualidade, flexibilidade e equilíbrio. 
 Em dezembro de 1994, nacidade mineira de Ouro Preto foi 
assinado um protocolo adicional ao Tratado de Assunção, que 
estabeleceu a estrutura institucional do Mercosul e lhe atribuiu 
personalidade jurídica internacional. 
Além disso, esse protocolo adicional cuidou de adotar instrumentos 
de política comercial que caracterizam a União Aduaneira. 
 O Mercosul tem como países membros: 
a) o Brasil; 
b) a Argentina; 
c) o Paraguai; e 
d) o Uruguai. 
 
E são Estados associados: 
a) a Bolívia; 
b) o Chile; 
c) o Peru; e 
d) a Venezuela. 
 
 Em relação à Bolívia, ela foi admitida após aprovação de um 
protocolo em 4 de junho de 2006. 
 Dispõe o artigo 1º do Tratado de Assunção, que o Mercado 
Comum do Sul implica: 
 a) a livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos entre 
os países, através, entre outros, da eliminação dos direitos 
alfandegários e restrições não tarifárias à circulação de mercadorias 
e de qualquer outra medida de efeito equivalente; 
 b) o estabelecimento de uma tarifa externa comum e a adoção 
de uma política comercial comum e relação a terceiros Estados ou 
agrupamentos de Estados e a coordenação de posições em foros 
econômico-comerciais regionais e internacionais; 
 c) a coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais 
entre os Estados Partes – de comércio exterior, agrícola, industrial, 
fiscal, monetária, cambial e de capitais, de outras que se acordem -, 
a fim de assegurar condições adequadas de concorrência entre os 
Estados Partes, e 
 d) o compromisso dos Estados Partes de harmonizar suas 
legislações, nas áreas pertinentes, para lograr o fortalecimento do 
processo de integração. 
 E consoante expõe o artigo 2º do mencionado Tratado, o 
Mercado comum está fundado na reciprocidade de direitos e 
obrigações entre os Estados Partes. 
 
Estrutura do Mercosul 
A estrutura institucional do Mercosul conta com os seguintes 
órgãos: 
a) o Conselho do Mercado Comum (CMC); 
b) o Grupo Mercado Comum (GMC); 
c) a Comissão de Comércio do Mercosul (CCM); 
d) a Comissão Parlamentar Conjunta (CPC); 
e) o Foro Consultivo Econômico-Social (FCES); 
f) a Secretaria Administrativa do Mercosul (SAM). 
 
 Além destes, o artigo 1º, parágrafo único do Protocolo Adicional 
ao Tratado de Assunção sobre a Estrutura Institucional do 
Mercosul, conhecido como Protocolo de Ouro Preto, previu a 
possibilidade de criação de órgãos auxiliares que se mostrem 
necessários à consecução dos objetivos do processo de integração. 
 Dentre os órgãos mencionados, possuem capacidade 
decisória, de natureza intergovernamental: 
a) o Conselho do Mercado Comum (CMC); 
b) o Grupo Mercado Comum (GMC); e 
c) Comissão de Comércio do Mercosul (CCM). 
 A seguir serão abordados individualmente cada um dos órgãos 
do Mercosul, para melhor estudo das suas respectivas 
peculiaridades. 
 
Conselho do Mercado Comum (CMC) 
 O Conselho do Mercado Comum (CMC) é o órgão superior do 
Mercosul, ao qual incumbe a condução política do processo de 
integração e a tomada de decisões para assegurar o cumprimento 
dos objetivos estabelecidos pelo Tratado de Assunção e para lograr 
a constituição final do mercado comum, conforme dispõe o artigo 3º 
do Protocolo de Ouro Preto. 
 Prevê o artigo 4º do Protocolo de Ouro Preto, que o Conselho 
do Mercado Comum é integrado pelos Ministros das Relações 
Exteriores e pelos Ministros da Economia, ou seus equivalentes, 
dos Estados Partes. 
 A presidência do Conselho do Mercado Comum deve ser 
exercida por rotação dos Estados Partes, em ordem alfabética, pelo 
período de 6 (seis) meses cada, (art. 5º do Protocolo de Ouro 
Preto). 
 Quanto às reuniões, o Conselho do Mercado Comum pode se 
reunir quantas vezes estime oportuno, devendo fazê-lo ao menos 
uma vez por semestre com a participação dos Presidentes dos 
Estados Partes. As reuniões do Conselho do Mercado Comum 
devem ser coordenadas pelos Ministérios das Relações Exteriores 
e podem ser convidados a delas participar outros Ministros ou 
autoridades de nível ministerial. 
 Conforme determina o artigo 8º do Protocolo de Ouro Preto, 
são funções e atribuições do Conselho do Mercado Comum: 
 a) velar pelo cumprimento do Tratado de Assunção, de seus 
Protocolos e dos acordos firmados em seu âmbito; 
 b) formular políticas e promover as ações necessárias à 
conformação do mercado comum; 
 c) exercer a titularidade da personalidade jurídica do Mercosul. 
 d) negociar e assinar acordos em nome do Mercosul com 
terceiros países, grupos de países e organizações internacionais. 
Estas funções podem ser delegadas ao Grupo Mercado Comum por 
mandato expresso, nas condições estipuladas no inciso VII do 
artigo 14; 
 e) manifestar-se sobre as propostas que lhe sejam elevadas 
pelo Grupo Mercado Comum; 
 f) criar reuniões de ministros e pronunciar-se sobre os acordos 
que lhe sejam remetidos pelas mesmas; 
 g) criar os órgãos que estime pertinentes, assim como modificá-
los ou extingui-los; 
 h) esclarecer, quando estime necessário, o conteúdo e o 
alcance de suas Decisões; 
 i) designar o Diretor da Secretaria Administrativa do Mercosul. 
 j) adotar Decisões em matéria financeira e orçamentária; e 
 k) homologar o Regimento Interno do Grupo Mercado Comum. 
 
 A manifestação do Conselho do Mercado Comum ocorre 
mediante a prolação de decisões, as quais assumem o caráter de 
obrigatoriedade para os Estados Partes, consoante previsão do 
artigo 9º do Protocolo de Ouro Preto. 
 
Grupo Mercado Comum (GMC) 
 O Grupo Mercado Comum (GMC) é o órgão executivo do 
Mercosul. Ele é integrado por 4 (quatro) membros titulares e 4 
(quatro) membros alternos por país, designados pelos respectivos 
Governos, dentre os quais devem constar necessariamente 
representantes dos Ministérios das Relações Exteriores, dos 
Ministérios da Economia (ou equivalentes) e dos Bancos Centrais. 
A coordenação do Grupo Mercado Comum é exercida pelos 
Ministérios das Relações Exteriores (art. 11 do Protocolo de Ouro 
Preto). 
 Quando o Grupo Mercado Comum elaborar e propor medidas 
concretas no desenvolvimento de seus trabalhos, ele pode 
convocar, se julgar conveniente, representantes de outros órgãos 
da Administração Pública ou da estrutura institucional do Mercosul. 
 As reuniões do Grupo Mercado Comum são ordinárias ou 
extraordinárias, quantas vezes forem necessárias, nas condições 
em que estipuladas por seu Regimento Interno (art. 13 do Protocolo 
de Ouro Preto). 
 Conforme dispõe o artigo 14 do Protocolo de Ouro Preto, são 
funções e atribuições do Grupo Mercado Comum: 
 a) velar, nos limites de suas competências, pelo cumprimento 
do Tratado de Assunção, de seus Protocolos e dos acordos 
firmados em seu âmbito; 
 b) propor projetos de Decisão ao Conselho do Mercado 
Comum; 
 c) tomar as medidas necessárias ao cumprimento das Decisões 
adotadas pelo Conselho do Mercado Comum; 
 d) fixar programas de trabalho que assegurem avanços para o 
estabelecimento do mercado comum; 
 e) criar, modificar ou extinguir órgãos tais como subgrupos de 
trabalho e reuniões especializadas, para o cumprimento de seus 
objetivos; 
 f) manifestar-se sobre as propostas ou recomendações que lhe 
forem submetidas pelos demais órgãos do Mercosul no âmbito de 
suas competências; 
 g) negociar, com a participação de representantes de todos os 
Estados Partes, por delegação expressa do Conselho do Mercado 
Comum e dentro

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