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JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA 
INTRODUÇÃO
São quatro os institutos fundamentais do processo civil: a jurisdição, a ação, a defesa (ou exceção) e o processo. São fundamentais porque formam a estrutura e o arcabouço sobre os quais a ciência do processo civil foi construída. Todos os demais institutos do processo guardam relação, imediata ou mediata, com um deles. Funcionam como uma espécie de núcleo, em torno do qual gira toda a ciência do processo. Portanto, veremos do que se trata a jurisdição.
JURISDIÇÃO
Pode-se conceituar a jurisdição como, função do Estado, pela qual ele, no intuito de solucionar os conflitos de interesse em caráter coativo, aplica a lei geral e abstrata aos casos concretos que lhe são submetidos.
Giuseppe Chiovenda correlaciona o conceito de jurisdição com o de processo, em suas próprias palavras, jurisdição
É a função do Estado que tem por escopo a atuação da vontade concreta da lei por meio de substituição, pela atividade de órgãos públicos, da atividade de particulares ou de outros órgãos públicos, já no afirmar a existência da vontade concreta da lei, já no torná-la, praticamente, efetiva.
JURISDIÇÃO, LEGISLAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO
Conquanto o poder seja uno, para que o Estado funcione adequadamente, é necessário repartir as suas funções. 
■ A legislativa: consiste na atividade de elaboração de normas gerais e abstratas, prévias ao conflito de interesses. 
■ A jurisdicional: consiste na aplicação dessas normas gerais aos casos concretos submetidos à apreciação judicial (criação da norma jurídica concreta, que vai reger o caso levado à apreciação do judiciário). 
■ A administrativa: atividade que não está ligada à solução de conflitos, mas à consecução de determinados fins do Estado, ligados à administração pública. Não tem caráter substitutivo, porque os procedimentos administrativos são solucionados pela própria administração, e não por um agente imparcial. Além disso, as decisões administrativas não adquirem, como as judiciais, caráter definitivo, podendo ser revisadas.
CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DA JURISDIÇÃO
A jurisdição distingue-se de outras funções do estado por força de certas características que lhe são peculiares. As principais características da jurisdição são:
■ Substitutividade: Desde que o Estado assumiu para si a incumbência de, por meio da jurisdição, aplicar a lei para solucionar os conflitos em caráter coercitivo, pode-se dizer que ele substituiu as partes na resolução dos litígios para corresponder à exigência da imparcialidade. É a substituição das partes pelo Estado-juiz que permite uma solução imparcial, muito mais adequada para a pacificação social. 
■ Definitividade: Somente as decisões judiciais adquirem, após certo momento, caráter definitivo, não podendo mais ser modificadas. Os atos jurisdicionais tornam-se imutáveis e não podem mais ser discutidos. 
■ Imperatividade: As decisões judiciais têm força coativa e obrigam os litigantes. A sua efetividade depende da adoção de mecanismos eficientes de coerção, que imponham submissão aos que devem cumpri-las. 
■ Imparcialidade: Conforme outrora mencionado, o juiz deve julgar o caso concreto de modo imparcial, com base na lei e não em critérios subjetivos;
■ Inafastabilidade: A lei não pode excluir da apreciação do Poder Judiciário nenhuma lesão ou ameaça a direito (CF, art. 5º, XXXV). Mesmo que não haja lei que se possa aplicar, de forma específica, a determinado caso concreto, o juiz não se escusa de julgar invocando lacuna. 
■ Indelegabilidade: A função jurisdicional só pode ser exercida pelo Poder Judiciário, não podendo haver delegação de competência, sob pena de ofensa ao princípio constitucional do juiz natural. 
■ Inércia: A jurisdição é inerte, isto é, ela não se mobiliza senão mediante provocação do interessado. Entretanto temos exceções, por exemplo, o inventário (art. 989 do CPC).
Além dessas, pode ser acrescentada mais uma característica, que não é propriamente da jurisdição, mas daqueles que a exercem, os juízes. Trata-se da: 
■ Investidura: só exerce jurisdição quem ocupa o cargo de juiz, tendo sido regularmente investido nessa função. A ausência de investidura implica óbice intransponível para o exercício da jurisdição, pressuposto processual da própria existência do processo.
ESPÉCIES DA JURISDIÇÃO
■ Jurisdição contenciosa e voluntária: 
O CPC estabelece que a jurisdição civil pode ser contenciosa ou voluntária (art. 719), mas discute-se se a voluntária constitui ou não verdadeira jurisdição. A diferença entre elas é que, na primeira, a parte busca obter uma determinação judicial que obrigue a parte contrária, ao passo que, na segunda, busca uma situação que valha para ela mesma. Na contenciosa, a sentença sempre favorece uma das partes em detrimento da outra, já que ela decide um conflito entre ambas. 
Na voluntária, é possível que a sentença beneficie as duas partes. Na primeira, pede-se ao juiz que dê uma decisão, solucionando um conflito de interesses, que lhe é posto, diretamente, para julgamento. Na segunda, ainda que haja uma questão conflituosa, não é ela posta diretamente em juízo para apreciação judicial. 
A jurisdição voluntária não serve para que o juiz diga quem tem razão, mas para que tome determinadas providências que são necessárias para a proteção de um ou ambos os sujeitos da relação processual. 
■ Classificação da jurisdição quanto ao objeto:
Considera o objeto do conflito levado ao Poder Judiciário, isto é, a matéria discutida. Nesse sentido, a jurisdição pode ser civil ou penal. Na verdade, não se trata propriamente de distinções de jurisdição, mas de distinções de órgãos integrantes da justiça, que podem destinar-se exclusivamente ao julgamento de questões penais ou civis.
■ Classificação da jurisdição quanto ao tipo de órgão que a exerce:
A Constituição Federal, ao formular as regras de organização judiciária, distingue a justiça comum e as justiças especiais. Estas são a trabalhista, a militar e a eleitoral. É a matéria discutida no processo que determinará se a competência será de uma ou outra. A competência da justiça comum é supletiva, pois lhe cumpre julgar tudo aquilo que não for de competência da especial. A justiça comum pode ser estadual ou federal. 
■ Classificação da jurisdição quanto à hierarquia:
Pode ser jurisdição inferior ou superior, conforme o órgão incumbido de exercê-la integre as instâncias inferiores ou superiores.
LIMITES DA JURISDIÇÃO 
■ Generalidades 
Imaginemos uma pessoa que por algum motivo encontra resistência na realização de uma vontade sua e desta forma procura o Estado para que este realize a tutela garantida pelo escopo jurídico que é premissa de atuação do direito.
Mas a liberdade concedida pelo Estado nem sempre garante que a pretensão possa ser atendida. Cada estado possui limitações internas e externas, para suprir necessidades que os próprios estados possuem para que assim seja possível a coexistência.
■ Limites internacionais 
	Os legisladores do Estado são os responsáveis por elaborar a jurisdição do seu Estado. Eles consideram duas ponderações principais na elaboração dos limites de jurisdição: conveniência e viabilidade. A doutrina diz que são três as ponderações: soberania de outros estados; respeito a convenções internacionais e razoes de interesse do próprio Estado.
■ Limites internacionais de caráter pessoal
Respeitando-se a soberania de outros Estados, é convencionado que são imunes a jurisdição de um país: os Estados estrangeiros; chefes de Estado; e os agentes diplomáticos.
■ Limites internos
A lei brasileira não contempla como restrição na esfera do judiciário, as causas de valor ínfimo. Porem as pretensões que possuem como origem a dívida de jogo não são conhecidas no judiciário. Em outros países, causas de valor ínfimo não são reconhecidas, porem pretensões que possuem como origem a dívida de jogo o são.
COMPETÊNCIA
Trata-se da delimitação da jurisdição, ou seja, o espaço em que cada jurisdição vai ser aplicada. É o alcance do poder do juiz distribuído por lei.
QUANDO ESTABELECIDA:No momento da distribuição do processo. Será responsável por distribuir a lide para cada órgão responsável de jurisdição, onde irá tramitar. Em regra, a competência não se modifica. Compreende-se que competência é as fronteiras da jurisdição. Sendo que jurisdição é o poder que o juiz possui de aplicar a lei ao caso concreto, a competência, por sua vez, é o alcance desse poder, alcance esse demarcado e distribuído por lei. Um juiz trabalhista, como qualquer juiz, possui jurisdição, mas a sua competência é julgar casos referentes ao Direito do Trabalho, ele tem permissão legal de atuar em questões pertinentes à sua área, não lhe é permitido, por exemplo, julgar casos de homicídio, pois tal é competência de um juiz criminal.  
É aquilo responsável por distribuir, perante a jurisdição, o que cada órgão desse irá tramitar. Ela é estabelecida no momento da distribuição do processo. A competência, em regra, não se modifica. 
■ Há três princípios que a destacam: 
a) Princípio da Tipicidade: toda competência está tipificada, ou seja, está prescrito em lei quais são suas regras, qual órgão é competente e qual juiz irá julgar.  
b) Princípio da Indisponibilidade: ao juiz não lhe compete modificações nas regras. Ele sendo o competente para julgar, não pode, por livre arbítrio, fazer mudanças. 
c) Princípio do Juiz Natural: a competência garante o juiz competente. É uma das principais garantias decorrentes da cláusula do devido processo legal. Substancialmente, a garantia do juiz natural consiste na exigência da imparcialidade e da independência dos magistrados. Não basta o juízo competente, objetivamente capaz, é necessário que seja imparcial, subjetivamente capaz.
" é a competência insuscetível de sofrer modificação, seja pela vontade das partes, seja pelos motivos legais de prorrogação (conexão ou continência de causas) "Theodoro Jr. (2008, p. 188).
CLASSIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA
■ Originária: é a competência inicial onde o processo é distribuído. Onde começa o processo é onde se origina, onde se conhece a demanda primeiramente; 
■ Derivada: é a remessa de um processo para outra competência;
■ Foro: refere-se ao território, em que comarca certo processo deve ser julgado. "Foro é o local onde o juiz exerce suas funções”
■ Juízo: refere-se a matéria (família, cível, consumidor, penal etc.). "A procura do órgão judicante será feita à base do critério territorial [foro]. Mas, dentro do foro, é ainda possível a subdivisão do mesmo entre varas especializadas (por exemplo, varas de família, de falência, de acidentes de trânsito etc.)" 
■ Absoluta: Em regra, a absoluta, atende a interesses públicos, referindo-se a matéria ou hierarquia. Hierarquia relacionada ao tipo de processo ou tipo de parte submetidos ao órgão jurisdicional. 
 ■ Relativa: "ao contrário, é a competência passível de modificação por vontade das partes ou por prorrogação, oriunda da conexão ou continência de causas". Relacionada com o valor da causa ou territórios. Território que dizer onde as partes estão domiciliadas ou onde o imóvel objeto da lide se situa. Está mais ligada ao interesse particular, podendo, assim, ser modificada de acordo com a vontade das partes. 
Se todos os juízes têm jurisdição, nem todos, porém, se apresentam com competência para conhecer e julgar determinado litígio. Só o Juiz competente tem legitimidade para fazê-lo” (THEODORO JR.).
CRITÉRIOS QUE DETERMINAM A COMPETÊNCIA
■ Territorial: referente ao território, ou seja, à qual foro será atribuído o processo.
■ Valor da causa: de acordo com o valor econômico da causa determinado na petição inicial. 
■ Material: referente ao objeto da lide (família, cível, consumidor etc.)
■ Função ou Hierarquia: função ocupada pelo sujeito da lide, o qual gera a competência originária, se quem julgará é o STJ, STF, Tribunal etc. 
PRORROGAÇÃO DA COMPETÊNCIA
Juízo inicialmente incompetente, torna-se competente, seja em virtude de determinação legal, seja por ato de vontade das partes. Assim, a competência relativa prorroga-se em virtude de lei, quando se trata de conexão ou continência (art. 102 do CPC).
Assim, as duas ações são propostas em unidades territoriais distintas, uma unidade competente para conhecer de uma ação, e outra unidade competente para conhecer da outra, prorrogar-se-á a competência de ambas, sendo que será feita a reunião de ambos os processos perante o juízo que primeiro promoveu a citação do réu (aplica-se o art. 219 do CPC, não o art. 106).
MODIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA - Art. 54 do NCPC:  
A competência relativa poderá modificar-se pela conexão ou pela continência, observado o disposto nesta Seção. O artigo fala em modificação de competência em relação a competência relativa, quando da ocorrência das hipóteses de conexão e continência. 
Verifica-se a modificação quando vários processos conexos que estejam tramitando em órgãos jurisdicionais diversos devam ser reunidos em um único processo e conduzidos e concentrados em apenas um órgão legalmente competente.
CONEXÃO
A conexão é importante para não haver colisão de decisões antagônicas referentes a ações processuais similares e também para consagrar o princípio da economia processual. 
"Todo processo tem como objetivo a composição de lide ou litígio, cujos elementos essenciais são os sujeitos, o objeto e a causa petendi. O que caracteriza a conexão entre as várias causas é a identidade parcial dos elementos da lide deduzida nos diversos processos. (...) O objetivo é a economia processual e a vedação de decisões contraditórias (...)" Theodoro Jr. (2008, p. 189, 190). 
Na conexão não é necessário que as partes sejam as mesmas no processo. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHIOVENDA, Giuseppe. Instituições de direito processual civil. São Paulo: Saraiva, 1969. v. II, p. 37.
Gonçalves, Marcus Vinicius Rios. Direito Processual Civil- 9 ed. - São Paulo: Saraiva Educação, 2018.
Disponível em: 
https://jus.com.br/artigos/31980/teoria-geral-do-processo-jurisdicao
Disponível em:
https://www.ebah.com.br/content/ABAAAAuV4AH/teoria-geral-processo
Disponível em:
https://www.passeidireto.com/arquivo/20660731/teoria-geral-do-processo-competencia
Disponível em:
https://robertoborba.blogspot.com/2016/05/tgp-competencia-em-andamento.html
Disponível em:
https://karlanovacki.jusbrasil.com.br/artigos/590144688/resumo-teoria-geral-do processo-o-que-e-competencia
Disponível em:
https://www.lexml.gov.br/urn/urn:lex:br:rede.virtual.bibliotecas:livro:2004;000687058

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