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Módulo de Direito Processual Civil- Ação Rescisoria e IRDR - Daniel Assumpção - Aula 15

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Módulo Direito Processual Civil – Prof. Daniel Assumpção 
 
 
 
DISCIPLINA:MÓDULO DE DIREITO PROCESSUAL (NCPC) 
PROFESSOR: DANIEL ASSUMPÇÃO 
MATÉRIA: PROCESSO CIVIL 
 
Indicações de bibliográficas 
 
Leis e artigos importantes 
 CPC 73 
 NCPC 
 
Palavras-chave: 
 AÇÃO RESCISÓRIA. Competência. Incompetência absoluta. Dilatória. Prazo. 
Termo inicial do prazo. Prova nova. Simulação ou colusão das partes. Coisa julgada 
inconstitucional. Coisa julgada parcial. Prorrogação do prazo. Caução prévia. PL 
2384/2015. 
 Incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR). Cabimento. Requisitos 
cumulativos positivos. Requisito negativo. Legitimidade. Procedimento. Recurso 
Especial e Recurso Extraordinário ao IRDR. Legitimidade. Inconstitucionalidade. 
Efeito suspensivo. Desistência do recurso. IRDR e juizados especiais. 
 
TEMA: Ação Rescisória e incidente de resolução de demandas repetitivas 
PROFESSOR: DANIEL ASSUMPÇÃO 
 
Ação Rescisória (cont) 
d- competência 
As regras de competência mantiveram-se as mesmas. 
- sentença > competência TJ/TRF 
- acórdão ou decisão monocrática do segundo grau (seja competencia originária ou recursal) > 
competência do próprio tribunal do segundo grau, ou seja, TJ/TRF 
- acórdão ou decisão monocrática STJ/STF: 
i. competência originária > competência do STJ/STF para julgamento da ação rescisória. 
ii. competêncai recursal: o resultado deste julgamento vai importar para fins de definir a 
competência da ação rescisória. 
 ii.1 decisão de inadmissão do recurso: competência do TJ/TRF. 
 ii.2 decisão que julga o mérito do recurso: competência do STF/STJ. 
As regras são bastante simples e conhecidas. Parece bem simples acertar qual será o tribunal 
competente para julgar a ação rescisória. No entanto, não é tão simples assim. 
 
 
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Isto porque, em alguns momentos, a inadmissão do recurso especial e extraordinário gera o 
enfrentamento do mérito. Casos dos artigos 102, III, a, CRFB e art. 105, III,a, CRFB. Ex. inadmito 
o seguimento do recurso porque não houve violação à norma constitucional > a inadmissão do 
recurso julgou o mérito. Ao inves de negar provimento ao recurso, em razão da não violação da 
norma constitucional (caso de Re ao STF) ou da norma infraconstitucional (caso de Resp ao STJ), 
o STJ e o STF realizam uma decisão de inadmissão, para fins de permitir que os tribunais 
inferiores realizem juízo de admissibilidade com base na não caracterização dos mencionados 
dispositivos. 
Ocorre que os casos de inadmissão do recurso, quando há julgamento de mérito, o STJ e o STF 
entendem que a competência para o conhecimento e processamento da ação rescisória serão 
deles. 
O endereçamento da ação rescisória para órgão jurisdicional não competente gera vício de 
incompetencia absoluta. Vício de juízo é absoluto. 
O STJ na vigencia do CPC/73 entende que a incompetência absoluta, nesta hipótese, é 
peremptória. Ou seja, leva a extinção do processo. Não tem natureza dilatório – fazer com que o 
processo demore mais para sanear o vício. O STJ entende que não há remessa de ação 
rescisória entre tribunais – se era pra entrar com a ação rescisória no TJ/TRF em vez de ingressar 
no STJ, não dá para encaminhar o processo para o STJ; haverá a sua extinção. 
Ocorre que esta extinção pode ser dramática. A extinção gera uma sentença terminativa, que não 
gera coisa julgada material; ação poderá ser reproposta. O problema é que o prazo para a ação 
rescisória é de dois anos a partir do transito em julgado e trata-se de um prazo decadencial – a 
primeira propositura não interrompe e nem suspende o prazo de dois anos. Imagine o problema 
que pode ser gerado. Se o autor propoe a ação rescisória no final do prazo de dois anos, havendo 
uma sentença terminativa de extinção, pode ser que o autor não tenha prazo para realizar a 
repropositura da ação, de forma que a coisa julgada proveniente da sentença transitada em 
julgada do processo que se argui um vício de rescindibilidade poderá se tornar absolutamente 
soberana. 
Tendo em vista este problema, o NCPC modifica o entendimento do STJ. O art. 968, §5º, NCPC 
determina que a incompetência absoluta será dilatória. O autor que erra a competência do juízo, 
com a remessa dos autos, terá preservado o prazo de propositura da ação rescisória. 
O art. 968, §5º, NCPC também abre possibilidade ao autor de emenda da petição inicial, com o 
objetivo de se adequar a causa de pedir. Quando o STJ consolidou o entendimento de que a 
incompetencia absoluta seria causa de extinção, vício peremptório, isto maculava a causa de 
pedir – estaria errando a decisão a ser impugnada > se entendia que era competencia no TJ/TRF, 
se impugnada o acórdão ou decisão monocrática proferida pelo respectivo tribunal; se entendia 
 
 
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que a competencia era no STJ/STF, o autor impugnaria o acórdão ou a decisão monocrática 
proferida pelo respectivo tribunal superior. 
A incompetência absoluta não preclui, podendo ser alegada à qualquer tempo. É possível a 
alegação da incompetência absoluta após a contestação do réu. Pensando nesta hipotese, o 
legislador editou o art. 968, §6º, NCPC. Havendo a alegação de incompetencia absoluta após a 
contestação do réu, o autor irá emendar a petição inicial e o réu também poderá emendar a sua 
defesa para adequar seus fundamentos à petição inicial emendada. 
 
e- Prazo. 
Art. 975, NCPC. 
Regra: 2 anos do transito em julgado da sentença. 
Este prazo tem natureza decadencial. 
 
Novidades com relação à fixação do termo inicial do prazo: 
Art. 975, §2º, NCPC: criou um termo inicial fluído limitado para o caso de descoberta de prova 
nova. 
Quando se deu a descoberta da prova nova? Será este o termo inicial do prazo para ingresso da 
ação rescisória (termo inicial fluido) 
Todavia, este termo inicial é limitado: prazo máximo de cinco anos do transito em julgado. 
> Prazo máximo de 07 anos para o ajuizamento da ação rescisória: prazo de dois anos a partir da 
descoberta da prova, podendo esta prova ser descoberta até cinco anos após o transito em 
julgado. 
 
Art. 975, §3º, NCPC: ação rescisória fundada em simulação ou colusão das partes. Processo 
simulado ou acordo das partes para fraudar terceiros. 
Se o fundamento da ação rescisória for a simulação ou a colusão das partes, o termo inicial da 
ação rescisória será a data da ciência do terceiro prejudicado e do MP (que não participou do 
processo). 
Novamente, o NCPC traz um termo inicial fluído. 
Termo inicial se inicia com a descoberta da simulação ou da colusão das partes pelo terceiro 
prejudicado. O prazo será de depois anos após esta descoberta. 
Aqui este termo inicial fluído não será limitado. Em qualquer tempo após o transito em julgado 
poderá o terceiro prejudicado descobrir a simulação ou a colusão e depois desta descoberta 
inicia-se o prazo para ajuizamento da ação rescisória. 
 
 
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Obs.: MP que não particou do processo. Se o MP tiver participado do processo, o termo inicial 
será o de dois anos a partir do transito em julgado. Não se pode correr um prazo contra o MP, 
sem que ele tenha participado do processo; se ele participou, o prazo para a ação rescisória 
começa a correr normalmente, do transito em julgado. 
 
Art. 525, §15º c/c art. 535, §8º, NCPC– parte referente ao cumprimento de sentença. 
Art. 535, §8º aborda o cumprimento de sentença contra a FP; o art. 525, §15 trata do 
cumprimento de sentença geral. 
Trata da coisa julgada inconstitucional. Caso de uma sentença transitada em julgada queestá 
fundamentada em um dispositivo de lei que foi declarada inconstitucional pelo STF. 
Se esta declaração do STF vier antes do transito em julgado, a sentença já transita em julgado 
inconstitucional. Neste caso, a coisa julgada inconstitucional será impugnada na fase de 
cumprimento de sentença. A parte interessada, no momento de apresentar a sua defesa típica no 
cumprimento de sentença, deverá impugnar a inconstitucionalidade. 
Se esta declaração do STF vier após o transito em julgado, a alegação da coisa julgada 
inconstitucional somente poderá ocorrer através da ação rescisória. O termo inicial, no entanto, 
não será o transito em julgado da sentença; o termo inicial será da própria decisão do STF que 
declara a inconstitucionalidade da norma. Há mais uma hipotese de um termo inicial fluído: não há 
um dado objetivo, quando o STF vai decidir esta matéria e declarar esta inconstitucionalidade? 
Pode ser tres meses depois da sentença que será rescindivel; pode ser cinco, dez, quinze anos 
depois. A novidade consiste na fixação do termo inicial. 
 
Art. 975, caput: ao fixar a regra geral do termo inicial do prazo da ação rescisória prevê que o 
termo inicial é o transito em julgado da última decisão proferida no processo. 
Esta previsão pode dar problema, pois há uma divergencia muito séria entre o STF e o STJ no 
que diz respeito a coisa julgada parcial/fragmentada/parcelada. O STF entende que um capítulo 
da decisão não impugnada por recurso e que não possa ser afetada pelo efeito expansivo do 
recurso transita em julgado. E ao transitar em julgado, gera coisa julgada parcial. Para este 
capítulo, o prazo de dois anos da rescisória começa a correr. Trata-se de um capítulo autonomo e 
independente. Qualquer que seja o julgamento do recurso, este capítulo não será afetado. Então, 
este capítulo se tornou imutável e indiscutível. Resultado na prática é que haverá transito em 
julgado. Este entendimento foi fixado pelo STF no julgamento do mensalão. 
No entanto, o STJ não admite o transito em julgado parcial. Para o STJ somente existe um 
transito em julgado no processo. Este transito em julgado ocorre com a última decisão proferida 
no processo. 
 
 
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Como o STF vai lidar com esta previsão legal? Continuará o stf a admitir o transito em julgado 
parcial? Ou diante esta nova previsão legal o stf passará a se posicionar como o stj? 
A doutrina vem tentando fazer um malabarismo para afirmar que o caput do dispositivo legal não 
diz o que diz. Para o prof. Daniel, o entendimento do STF é completamente correto – existe coisa 
julgada material parcial. No entanto, o caput do dispositivo demonstra a adoção do entendimento 
do stj. 
 
Art. 975, §1º, NCPC: prorrogação do prazo até o primeiro dia útil subsequente quando houver 
prazo forense, recesso, em suma dias sem expediente forense. 
 
f- caução prévia 
Questão da caução prévia da ação rescisória. Continua-se a ter a caução prévia de 5% que será 
convertida para a parte contrária caso a ação rescisória seja julgada improcedente pela 
unanimidade de votos. 
Art. 968, §1º, NCPC: isenções. 
 
§ 1o Não se aplica o disposto no inciso II à União, aos Estados, ao Distrito Federal, 
aos Municípios, às suas respectivas autarquias e fundações de direito público, ao 
Ministério Público, à Defensoria Pública e aos que tenham obtido o benefício de 
gratuidade da justiça. 
 
Art. 968, §2º, NCPC: limite de até 1.000 salários mínimos para esta caução prévia. Quanto dá 5% 
do valor da causa? Se este valor for superior a mil salários minimos, somente se recolhe esta 
quantidade. 
 
g- PL2384/2015 
No período de vacatio legis do NCPC, há quase tres mil projetos de lei que tentam modificar o 
NCPC. Há doutrina que chama isto de recall, o prof. Daniel discorda. 
Com relação à ação rescisória, este projeto de lei quer modificar os §§5º e 6º do art. 966. O §§5º 
e 6º foram incorporados ao texto legal após a sua aprovação. 
O art. 966 trata do cabimento da ação rescisória. 
§5º, V : aplica precedente, súmula, acórdão (art. 927) 
Será sujeita ação rescisória, decisão que aplica precedente e súmula sem considerar a distinção. 
Ou seja, o juiz julga com base em um precedente ou súmula, com efeito vinculante, sem 
considerar que aquele julgamento deveria ser realizado com base no distinguishing. Se o órgão 
 
 
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jurisdicional não aplicou a distinção, há possibilidade de descontituir esta decisão por meio da 
ação rescisória. 
No entanto, o §6º irá realizar uma exigencia: na petição inicial desta ação rescisória, será ônus do 
autor da ação rescisória, a demonstração da distinção. Deve demonstrar que a hipotese fatica 
daquela demanda era distinta daquela que gerou a decisão vinculante ou tem-se um fundamento 
jurídico que não foi abordado na formação do precedente ou da edição da súmula capaz de 
modificar o julgamento. 
Regra básica da ação rescisória: pode-se alegar o que não foi alegado na ação originária; pode-
se ainda alegar no processo de origem e esta alegação não foi acolhida. 
Assim, a distinção pode ter sido alegada ou não no processo de origem, e mesmo assim será 
fundamento para a ação rescisória. 
 
45. INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS (IRDR) 
Novidade trazida pelo NCPC, em seus artigos 976-987. 
 
a- Cabimento 
Quando será cabível o IRDR? 
Art. 976, caput: requisitos cumulativos. 
I – efetiva repetição de processos que contem controvérsia sobre a mesma questão unicamente 
de direito. 
Ou seja, a efetiva existência de processos repetitivos. Conflitos de massa. Atos ilicitos que 
repercutem uma inumeridade de pessoas. 
Ex.: processos que pediam a reposição da conta poupança com base no plano collor. 
Efetiva existência de processos repetitivos > o IRDR não é preventivo. Devem existir processos 
repetitivos em tramite. No ante-projeto no NCPC a possibilidade de vir a existir processos 
repetitivos já gerava o cabimento do IRDR; já o projeto aprovado determina que o IRDR somente 
cabe de forma repressiva. O problema que seria gerado pela fixação de uma tese antes da 
existencia de uma multiplicidade de processos repetitivos consiste no fato de não serem 
levantadas ainda todas as argumentações possíveis, o que geraria diversas modificações da tese 
firmada através do distinguishing. 
II – risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica. 
Risco de que aqueles processos repetitivos geram a violação a isonomia e a segurança juridica. 
Aqui não se exige que a ofensa seja real. Não se precisa esperar que a isonomia e a segurança 
juridica sejam ofendidas para instaurar o IRDR; o objetivo do instituto foi de assegurar estes 
princípios. 
 
 
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Como se objetivar este risco? Este risco deve ser concreto ou um mero risco abstrato serve? 
Há uma corrente doutrinária que sustenta que a mera existencia de processos repetitivos em 
juizos diferentes já gera risco à isonomia. Ex.: 200 processos distribuidos por 80 juízos distintos: 
pode-se claramente se ter ao final de cada processo decisões conflitantes e contraditórias. Para 
haver o risco bastaria então a distribuição dos processos repetitivos para orgaos jurisdicionais 
divergentes. 
Outra corrente doutrinária (à exemplo de Marinoni) entende que o risco deve ser comprovado. 
Não deve existir um risco abstrato. Ex. a cada 100 processos repetitivos, há 99% de procedencia 
e 1% de improcedencia. Nesta caso se visualiza violação à isonomia? Deve-se haver uma 
divergencia intepretativa considerável que se leve a divergencias de julgamentos. 
 
Obs1.: Re/Resp repetitivoestá previsto no CPC/73 e no NCPC. O IRDR trabalha na mesma área 
do Re/resp repetitivo. A ideia, segundo o prof. Daniel, entende que o IRDR deve ser incitado antes 
do RE/RESP repetitivos, porque estes demoram muito para serem interpostos. Para o prof. 
Daniel, se o IRDR funcionar, o RE/RESP repetitivos vão acabar desaparecendo. O IRDR tem o 
objetivo de trazer uma brevidade maior a resolução dos casos repetitivos. 
É possível que o STF/STJ esteja julgado um RE/RESP repetitiva sobre a mesma matéria jurídica 
do IRDR. Se esta circuntancia se verificar, o art. 976, §4º, NCPC prevê que não caberá o IRDR, 
mesmo que se tenha os dois requisitos. Trata-se de um requisito negativo de admissibilidade do 
IRDR. Porque? O IRDR é de competência do TJ/TRF; o RE/RESP repetitivo é de competência do 
STF/STJ. O precedente fixado no IRDR terá uma eficácia vinculante local; enquanto que o 
precedente fixado no RE/RESP terá uma eficácia nacional. 
Mas se for um RE/RESP de um IRDR, também não caberá IRDR em outro TJ/TRF, na medida em 
que o resultado irá gerar um efeito nacional. 
Obs2.: juízo de admissibilidade realizada pelo IRDR feito pelo TJ/TRF. 
Art. 976, §3º: possível a repropositura do IRDR quando circunstancias supervenientes que gerem 
o preenchimento dos requisitos. 
Ex.: o TJ/TRF entende que não é cabível o IRDR, porque existem poucos processos repetitivos. 
Daqui seis meses, passam a existir um número suficiente de demandas repetitivas que 
possibilitem o cabimento do IRDR. 
Nenhuma novidade significativa porque trata-se de uma sentença terminatiava, cuja repropositura 
será possível se o vício for saneado. 
 
b- legitimidade. 
Art. 977, NCPC. 
 
 
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I – juiz ou relator de ofício. 
O relator suscitar o conflito de ofício nos leva a conclusão de que o conflito foi suscitado em 
segunda instância: seja através de competencia originária (dificil porque as ações originárias não 
tendem a ser repetitivas) seja por sua competencia recursal ou de reexame necessário. 
Juiz: refere-se ao juízo de primeira instancia. O problema vem da previsão do art. 978, pú, NCPC 
– dispositivo que traz diversos problemas. 
Art. 978,pú, NCC: prevê que o orgao colegiado (tribunal), definido pelo regimento interno do 
respectivo tribunal, decidirá o IRDR e também decidirá o recurso/remessa necessária/processo de 
competência originária. 
Técnicas existentes para resolver casos repetitivos 
1- pega-se um processo (causa piloto) e este processo é decidido e ali se cria uma tese 
jurídica que será aplicada a todos os processos repetitivos 
2- cria-se um incidente processual, fixa a causa jurídica e aplica para todos os processos. 
O nosso IRDR é a conjugação destas duas técnicas. Resultado: o orgao competente para o 
incidente processual, deverá julgar o IRDR e também o processo do qual surgiu este incidente. 
O IRDR é instaurado em um processo. Este processo terá que estar em segundo grau. Porque o 
tribunal somente poderá julgar um recurso/reexame necessário que existam. 
A questão é a seguinte: como o juiz tem legitimidade para suscitar o IRDR se para ter o IRDR o 
processo precisa estar no tribunal? Há uma incongruencia no sistema (arts. 977 vs. 978, pú, 
NCPC). 
Há doutrina que entende que o dispositivo gera uma prevenção. O tribunal de segunda instancia 
julga o incidente, o juiz julga o processo, posteriomente na seara recursal o órgão colegiado que 
julgou o incidente será prevento para o julgamento do recurso. 
Para o prof. Daniel, somente cabe a instauração do incidente se tiver processo em segunda 
instância, no tribunal. O juiz teria uma legitimidade limitada ao momento entre a sentença e a 
remessa do processo ao TJ/TRF em razão da apelação ou do reexame necessário – apesar do 
processo não estar no tribunal, ele irá para o tribunal. 
 
II- partes 
Qualquer das partes nos processos repetitivos tem legitimidade para suscitar o incidente. 
 
III – MP e DP. 
Com relação ao Ministério público e a defensoria pública, a legitimidade estará limitada as suas 
funções institucionais. 
 
 
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Mp: legitimidade para tutelar direito coletivo, direito dfuso, direito individual homogeneo 
indisponível e direito individual homogeneo disponível que tenha repercussão social. 
As causas repetitivas versam indubitavelmente sobre direitos individuais homogeneos. No caso a 
caso, deve-se observar se há a indisponibilidade do direito ou a repercussão social para haver a 
legitimidade do MP. 
Repercussão social: i. objetiva: relacionada à matéria; ii. subjetiva: relacionada aos sujeitos – se 
entende que a existencia de um grande número de titulares do direito geram esta repercussão 
social. 
Resultado na prática: fatalmente, o MP terá legitimidade. 
Defensoria Pública: função típica (tutela dos hipossuficientes economicos) e função atípica (tutela 
dos hipossufiencientes organizacionais) 
Nos processos repetitivos, invarialmente o que temos é um direito individual homogeneo. O STF 
entende que no DIH a defensoria pública somente pode atuar na sua função típica, de 
hipossuficiencia economica. 
Apesar de termos que esperar o que vai acontecer com relação a legitimidade da DP, a 
impressão do prof. Daniel é que o STF vai manter seu posicionamento – a DP somente pode 
tutelar indivíduos que sejam pobres quando de uma sentença coletiva; o DIH deve estar 
relacionada à pobres majoritariamente. 
 
c- Procedimento 
O procedimento do IRDR está previsto no artigo 982 e incisos. 
1- Instaurado o incidente, por ofício ou mediante requerimento, faz-se a distribuição imediata 
na figura do relator. Competência para julgamento: TJ/TRF. 
2- O relator recebe o incidente e leva o incidente para o orgao colegiado competente para 
realizar o julgamento do IRDR. Art. 978, caput, NCPC: o regimento interno do respectivo 
tribunal irá definir qual órgão coleagiado terá a competencia para o julgamento do IRDR. O 
orgao colegiado faz o juizo de admissibilidade do IRDR. 
3- O processo retorna ao relator, que determinará a suspensão dos processos individuais e 
coletivos, dentro de seu limite de competencia. 
obs.: suspensão dos processos individuais e coletivos 
É possivel que durante este periodo de suspensão, a parte entenda necessária a concessão de 
uma tutela de urgencia. Neste caso, o art. 982, §2º, NCPC determina que a competencia será do 
juizo do processo suspenso. O legislador resolveu não ter nenhum problema, pois é regra geral 
no processo que a suspensão do processo não afeta a tutela de urgencia, que pode ser requerida 
e concedida mesmo durante o período de suspensão. A questão maior aqui é a competencia: a 
 
 
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partir do momento que a ordem vem do tribunal, pede-se a tutela de urgencia para quem? Quem 
mandou suspender os processos ou o juizo do processo suspenso? 
Obs2.: suspensão limitada pela competencia do TJ/TRF. 
Os legitimados do art. 977, II e III, NCPC podem requerer que esta suspensão seja ampliada para 
todo território nacional. Este pedido será realizado para o tribunal superior (SRF/STJ). 
Este pedido de ampliação do processo em todo território nacional pode ser feito por partes em 
qualquer processo repetitivo em qualquer lugar do Brasil. 
Ex.: IRDR em tramite no TJRJ, em que houve a suspensão dos processos. Uma parte em um 
processo que tramita no TJSP pode requerer a suspensão dos processos em todo ambito 
territorial através do RE/RESP. 
Obs3.: art. 980, NCPC: prazo de 01 ano para o julgamento do IRDR. Diz inclusive que o IRDR 
tem preferencia de julgamento, salvo nos processos que envolvam réu preso eHC. E se o tribunal 
não julgar no prazo de um ano? Este prazo de um ano serve para manter os processos 
suspensos; após este prazo, se não houver o julgamento do IRDR, os processos retomam o seu 
andamento. 
Se o relator justificamente demonstrar razões para o atraso, aí os processos continuarão 
suspensos. 
Obs4.: determinado processo, que não deveria ter sido suspenso, o foi. A parte poderá, com 
fundamento na distinção, pedir o prosseguimento do seu processo. A decisão que defere ou 
indefere este pedido é um decisão interlocutória, não recorrível por agravo de instrumento. 
Aqui se tem uma decisão interlocutória que não está no rol de recorribilidade por agravo de 
instrumento. Assim, pelo art. 1009, §1º, NCPC, se poderia impugnar esta decisão em sede de 
apelação ou contrarrazões. Todavia, obviamente, esta forma recursal que o NCPC concede é 
inútil: tá suspenso, vai fixar a tese jurídica, processo vai andar, sentencia e depois se questiona 
que o processo não deveria ter ficado suspenso? O AI que seria um recurso útil não cabe; a 
apelação e as contrarrazões são inuteis; deverá caber então Mandado de Segurança > sempre 
que a via recursal for inútil, caberá MS. 
No entanto, há resistencia da doutrina com relação ao cabimento do MS nesta hipótese. 
Obs5.: o relator irá determinar a suspensão por decisão monocrática. A decisão que admite o 
IRDR é uma decisão colegiada; mas será por decisão monocrática do relator que será 
determinada a suspensão do processo. 
No NCPC, toda decisão monocrática é recorrível por agravo interno pelo art. 1021. Todavia, desta 
decisão monocrática não será cabível o agravo interno, porque o art. 982, I consiste em uma 
norma cogente: o relator não decide sobre a suspensão, não há margem para a decisão do 
relator; o relator é obrigado, tem uma obrigação funcional de suspender os processos repetitivos. 
 
 
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O que se pode querer discutir é se a decisão de suspensão é adequada em primeiro grau, caso 
da distinção. Mas a decisão monocrática que manda suspender os processos é irrecorrível, por se 
tratar de norma cogente. 
4- Requisição de informações para o juízo do processo em que foi instaurado o IRDR (art. 
982, II, NCPC) 
Não parece que aqui estejamos diante de um dever do relator. Na percepção do prof. Daniel 
parece que o relator poderá dispensar esta requisição de informações, caso entenda que as 
mesmas não irão contribuir com nada. 
Prazo impróprio de 15 dias para manifestação do juízo. 
5- Relator irá intimar o Ministério Público para que, querendo, se manifeste no prazo de 
quinze dias. 
6- O relator poderá ouvir também as partes, os demais interessados e o amicus curiae (art. 
983, NCPC) 
- Órgãos ou entidades com interesse na matéria = amicus curiae > interesse institucional 
- Partes: não há delimitação, portanto pode-se adotar um conceito ampliativo de partes – partes 
no processo: todos aqueles que participam do processo em contraditório podendo influenciar na 
decisão final. 
- Demais interessados: se o amicus curiae possui reservado o interesse institucional, ao se falar 
em demais interessados deve-se entender interesse como aquele interesse jurídico. Quem são os 
demais interessados jurídicos? Todos os sujeitos dos processos repetitivos. Estes tem interesse 
jurídico porque a fixação da tese irá ser aplicada aos seus processos; serão todos afetados, com 
eficácia vinculante, pelo julgamento do IRDR. O destino destes sujeitos está traçado pelo IRDR. 
Há discussão se seria uma assistencia simples ou qualificada/litisconsorcial. Para o prof. Daniel, 
trata-se de uma assistencia simples, porque o sujeito tem interesse jurídico na resolução do 
incidente, porque possui relação jurídica com a conexa com aquela que ensejou o incidente. 
Todavia, neste tema, há uma experiencia jurisdicional que demonstra que dificilmente estes 
sujeitos dos processos repetitivos serão admitidos no IRDR, pois este é o posicionamento 
pacificado pelo STJ no que tange o Resp repetitivo. Para o stj, as partes nos processos repetitivos 
não podem participar do julgamento do Resp repetitivo. O stj entende desta forma porque a 
admissão deste sujeitos pode acabar inviabilizando a resolução do processo. Ex.: 1000 processos 
que ensejaram o resp repetitivo, se 200 sujeitos quiserem participar do julgamento torna-se 
inviabilizada a resolução do processo. 
O prof. Daniel se questiona quem são estes demais interessados, na medida em que os tribunais 
superiores provavelmente não irão admitir os sujeitos partes dos processos repetitivos. 
 
 
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7- Possibilidade do relator designar audiência pública para a oitiva de especialistas sobre o 
tema (art. 983, §1º, NCPC) 
> Quanto mais gente participar mais justificada será a decisão, mais justificável será a eficácia 
vinculante. Por isto, o NCPC possibilita a participação ampla de interessados. 
8- Após a oitiva de todos estas pessoas, orgaos e entidades, ocorrerá o julgamento (art. 984, 
NCPC) 
No IRDR, a sustentação oral será realizada em trinta minutos. As partes terá o prazo de 30 
minutas para fazerem a sustentação oral. O amicus curiae, o MP, os demais interessados, etc, 
terão também o prazo de trinta minutos para a sustentação oral. O tempo de sustentação oral é 
maior no IRDR tendo em vista a relevância da matéria discutida. 
9- Cabimento de re/resp da decisão (art. 987, caput, NCPC). 
- Legitimidade para interpor RE/Resp: partes, MP e DP, amicus curiae. 
Aqui o amicus curiae possui uma legitimidade recursal extraordinárial. 
Este Re/Resp é necessário. Com a variedade de legitimados, a chance de não haver recurso é 
remota. No entanto, se não houver recurso, o IRDR vai transitar em julgado em segundo grau. 
Se for de fato uma questao meramente local, realmente não mudará nada ter recurso para o 
STJ/STF. 
Se for, no entanto, uma questão que tenha afetação regional ou nacional, surge um grande 
problema. O IRDR somente terá eficácia vinculante no ambito territorial respectivo. Se não houver 
RE/Resp poderão haver IRDR em diferentes tribunais com diferentes resultados. O objetivo do 
IRDR de evitar a quebra da isonomia e da segurança jurídica não será alcançado. 
Ainda pode piorar: ex.: IRDR decido na Paraíba e transitado em julgado; IRDR decidido em São 
Paulo e sofre recurso especial ao STJ, que decide de forma contrária ao IRDR decidido na 
Paraíba. E aí? Uma decisão à nível local e outra à nível nacional. 
O prof. Daniel entende que deveria haver um reexame necessário aqui. 
- Inconstitucionalidade do dispositivo legal? 
O art. 987, caput, NCPC que determina a legitimidade para interpor os recursos especial e 
extraordinário está sendo questionado com relação a sua constitucionalidade. Isto porque os 
artigos 102, III e 105, III da Constituição da República Ferativa do Brasil, que tratam do cabimento 
do Re e do Resp, somente será cabível estes recursos se houver a decisão da causa. 
Ocorre que o RE/Resp previsto no art. 987, NCPC é um recurso contra a decisão do IRDR e não 
da decisão da causa. O incidente processual nunca foi considerado uma causa. 
Ainda, a súmula 541, STF, que trata do incidente de inconstitucionalidade, entende que cabe RE 
ou Roc do acórdão que decide o mérito da causa e não do acórdão que resolve o incidente 
processual ou que admite/inadmite o incidente. Caso da arguição de inconstitucionalidade, 
 
 
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referente ao art. 97 do texto constitucional. Não cabe RE do acórdão que decide o incidente, 
porque este acórdão não decide a causa; decidir o incidente não é decidir a causa. 
Pode se defenderque o recurso é interposto da decisão do incidente que também julga a causa. 
No entanto, o recurso/reexame necessário/processo de competencia originaria pode ser recorrível 
por Re/Resp, mas terá legitimidade exclusiva das partes. A legitimidade prevista pelo art. 987, 
NCPC refere-se ao recurso interposto à decisão que resolve o incidente. O dispositivo legal é 
muito claro neste sentido. 
Situação dramática: apesar da possível inconstitucionalidade do dispositivo, o Re/Resp do IRDR 
se impõe necessário para garantir a isonomia e a segurança jurídica. Decidir a 
inconstitucionalidade é colocar fogo no circo, impossibilitar RE/Resp do IRDR é gerar um 
problema ainda maior no sistema. Vai se ampliar então o conceito de causa, contrariando o 
proprio entendimento jurisprudencial? Devemos esperar as cenas dos próximos capítulos. 
- efeito suspensivo do RE/Resp em face do IRDR 
No cpc/73 o Re/Resp não possuem efeito suspensivo próprio. A lei não atribui a estas duas 
especies recursais efeito suspensivo; este apenas será concedido por decisão judicial. Este 
entedimento é consagrado no cpc/73 e também no NCPC. Todavia, o NCPC traz uma exceção: o 
Re/Resp do IRDR serão recebidos em seu duplo efeito (devolutivo e suspensivo). Vide art. 987, 
§1º, NCPC 
Qual é o efeito suspendido? Suspende-se o efeito vinculante do IRDR e também os processos 
repetitivos. 
 
 Suspende o efeito vinculante do IRDR 
Efeito suspensivo mantem a suspensão dos processos repetitivos 
 
A geração do efeito da decisão é alterar a situação das partes. Quando se julga o IRDR, cria-se 
uma tese jurídica, que irá gerar um efeito vinculante e este efeito vinculante vai obrigar os juízes a 
aplicar a tese jurídica. Quando os juizes, no caso concreto, aplicar a tese jurídica, a sua decisão 
irá alterar a situação do autor e do réu. 
Então o efeito suspensivo do Re/Resp interposto do IRDR gera a suspensão do efeito vinculante 
do IRDR e, consequentemente, significa manter a suspensão dos processos repetitivos. Enquanto 
não se tem o efeito vinculante, não se tem como decidir os processos repetitivos. Os processos 
repetitivos ficam suspensos justamente para permitir a fixação da tese jurídica que serão 
aplicadas à eles. 
É possível que esta suspensão dos processos repetitivos ainda seja local, restrita ao ambito 
territorial do IRDR recorrido. O relator do RE/RESP poderá por decisão monocrática ampliar a 
 
 
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suspensão dos processos repetitivos para todo o território nacional, se entender que há tal 
necessidade. 
Para o conhecimento e processamento do RE, há a necessidade do preenchimento do requisito 
específico de admissibilidade da repercussão geral. O art. 987, §1º, NCPC cria uma presunção 
absoluta de repercussão geral. 
- Desistencia do processo que ensejou o IRDR. 
Art. 976, §§1º e 2º, NCPC. 
IRDR/Processo em nível recursal/reexame necessário/ competência originária. 
A autora/apelante do processo que encontra-se na segunda instancia desiste da ação/recurso. 
Esta desistência gera efeitos imediatos: o processo estará extinto. No entanto, o legislador 
entende que esta desistência do processo não enseja a desistência do IRDR. 
Sendo o IRDR um incidente, se for extinto o processo no qual foi instaurado o incidente, o 
incidente também deve ser extinto. Para deixar claro que no caso do IRDR isto não irá ocorrer, o 
legislador trouxe uma previsão expressa. 
 
d- IRDR e os Juizados Especiais 
Este tópico também será bastante problemático. 
- Afetação dos processos que tramitam nos juizados especiais pelo IDRD. 
Os processos nos juizados especiais são afetados pelo IRDR. Em um primeiro momento, pela 
suspensão dos processos repetitivos. Em segundo momento, também são afetados pela eficácia 
vinculante. 
- O IRDR pode ser suscitado nos juizados especiais? 
Existem muitos processos repetitivos no juizados especiais, com risco a isonomia e a segurança 
jurídica. 
Problema: art. 978, pú, NCPC. 
O órgão colegiado competente do TJ/TRF além de julgar o IRDR irá julgar o recurso/reexame 
necessário/processo de competência originária. 
Nos JEC/JEF/JEFP, por previsão expressa, não cabe reexame necessária e não há no que se 
falar em processos de competencia originária de tribunal. Com relação aos recursos contra a 
sentença, cabe apenas o recurso inominado (similar à apelação). Ocorre que o recurso inominado 
é de competência do colégio recursal e não do TJ/TRF. 
Soluções: 
1- Se os juizados puderem suscitar o IRDR, haverá o julgamento de um recurso inominado 
realizado pelo TJ/TRF. Ocorre que admitir esta situação, estará se admitindo uma hipótese 
 
 
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de incompetência absoluta, porque o TJ/TRF são absolutamente incompetentes para o 
julgamento do recurso inominado. 
2- Permite-se que o colégio recursal ou ainda outro colégio recursal do juizado especial seja 
competente para julgar IRDR. Esta é uma solução que vem sendo defendida pelos 
magistrados, inclusive pela EFAM (escola de formação de magistrados). Aqui também se 
tem também um problema de incompetência absoluta, porque a competência absoluta para 
julgar o IRDR é do tribunal de segundo grau (diversos dispositivos do NCPC sobre o IRDR 
falam em tribunal e o colégio recursal não é tribunal, trata-se de um segundo grau de 
jurisdição existente na primeira instância). 
Obs.: Olha ainda maior a incongruencia: um IRDR suscitado pelo JEC e um IRDR sobre o 
mesmo assunto suscitado no TJRJ, por exemplo. 
3- Quem sabe seja o caso de simplemente se criar uma exceção à previsão legal: o IRDR 
será decidido pelo TJRJ, mas o recurso inominado será decidido pelo colégio recursal. 
Também está se criando uma incompetencia absoluta porque o art. 978, pú, NCPC diz que 
o IRDR e o recurso devem ser julgados conjuntamente. Esta seria a posição que menos 
incomodaria o sistema como um todo, segundo o prof. Daniel 
Todas estas problemáticas surgiram porque o legislador brasileiro resolveu juntar duas técnicas 
de solução de casos repetitivos existentes tradicionalmente nos países da common law. 
Nota extra-aula: não seria melhor então se impossibilitar a suscitação do IRDR em sede de 
juizados? Desta forma, não se violaria nenhum dispositivo legal.

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