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Adolescência Propriamente Dita

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adolescencia9
 Adolescência propriamente dita
 Na adolescência propriamente dita a busca de relações objetais assume novos
aspectos, diferentes dos que predominaram nas fases da pré-adolescência e 
adolescência inicial. O encontro de objeto heterossexual, possibilitado pelo 
abandono das posições narcísica e bissexual, caracteriza o desenvolvimento 
psicológico da adolescência propriamente dita. 
 O rompimento decisivo com o modo de vida infantil ocorre nessa fase; aos 
anos finais da adolescência cabe a tarefa de testar essas realizações novas e 
importantes e incorporá-las ao prosseguimento de uma experiência de vida total. 
Durante a adolescência propriamente dita, ocorrem uma inclinação decisiva para a 
heterossexualidade e a renúncia final e irreversível ao objeto incestuoso.
 O alheamento ( alienação ) que o adolescente sente em relação aos objetos
familiares de sua infância é outra "conseqüência da deslibidinização do mundo 
exterior"(A. -Freud, 1936). A defusão dos instintos em relação com representações 
objetais influencia o comportamento manifesto do adolescente para com seus pais, 
por meio de mecanismos projetivos-introjetivos. As introjeções "boas" e "más" 
confundem-se com os pais presentes e sua conduta concreta. A decatexia ( frieza 
em relação a um objeto como ocorre na depressão, marcada por apatia e desinteresse 
) das representações objetais os elimina como fonte de gratificação libidinal; em 
conseqüência, pode-se observar uma fome objetal no adolescente, um desejo avaro, 
levando a apegos e identificações superficiais que se modificam cónstantemente.
 O adolescente se afasta definitivamente dos objetos de amor infantis . Os 
desejos edípicos e seus conflitos concomitantes voltam a surgir. Na adolescência 
propriamente dita o adolescente volta-se gradualmente para o amor heterossexual. A
finalidade desse rompimento interior com o passado abala a vida emocional do 
adolescente até o âmago; pela mesma razão, esse rompimento lhe abre horizontes 
desconhecidos, cria esperanças e medos.Esse desenvolvimento encerra muitos 
processos díspares e sua integração é que faz avançar, essencialmente, a maturação
emocional. 
 A retirada da catexia ( processo pelo qual a energia libidinal disponível 
na psiquê é vinculada à representação mental de uma pessoa investida nesses mesmos 
conceitos ) dos pais, ou antes, de sua representação objetal no ego resulta num 
desvio da energia catética para o eu. No menino, como já vimos, essa mudança leva a
uma escolha objetal narcísica baseada no ideal do ego. Na menina, observamos uma 
perseverança da posição bissexual, com uma conseqüente supervalorização do 
componente fálico. Surge uma detenção séria no desenvolvimento da pulsão se esse 
componente não é outorgado, no devido tempo, ao objeto de amor heterossexual. Isso
equivale a dizer que a formação da identidade sexual é a realização última da 
diferenciação de pulsões da adolescência, durante essa fase. 
 O aumento do narcisismo pode ser observado em ambos os sexos. Esse fato 
deve ser ressaltado porqúe· resulta numa variedade de estados do ego, 
característica da adqlescência propriamente dita. O aumento precede a consolidação 
do amor heterossexual; ou, para sermos exatos, está intimamente ligado com o 
processo de encontro do objeto não incestuoso, em evolução. A passagem da catexia 
do eu para o novo objeto modifica a economia libidinal, de modo que a satisfação 
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passa a ser buscada antes no objeto do que no eu. A proteção contra a decepção, a 
rejeição e o fracasso no jogo do amor é, desnecessário dizer, assegurada por todas
as formas de engrandecimento narcísico. 
 A retirada da catexia objetal Íeva a uma supervalorização do eu, a um 
aumento da autopercepção às custas da prova de realidade, a uma extrema 
sensibilidade e auto-absorção. e, geralmente, à centralização em si mesmo e ao 
auto-engrandecimento. O desinvestimento do mundo objetal, pelo adolescente, pode 
levar à retirada narcísica e à perda da prova de realidade; esses aspectos foram
descritos inicialmente por Bernfeld (1923), que também observou a emelhança desse 
estado com o de uma psicose incipiente. O empobrecimento do ego é provocado. por 
duas fontes: 1) a repressão das emoções pulsionais; e 2) a incapacidade de 
estender a libido objetal aos objetos de amor infantis, bem como de aceitar as 
emoções que eles ampliam.
 As defesas narcísicas, tão características da adolescência, são provocadas 
pela incapacidade de abrir mão do pai ou mãe gratificantes, de cuja onipotência a 
criança passou a depender, em lugar de desenvolver suas próprias faculdades. 
 A fase narcísica não é apenas uma ação de retenção ou adiamento provocada 
pela relutância em renunciar definitivamente aos primeiros objetos amorosos; muito
pelo contrário, ela também representa uma fase positiva no processo de 
desligamento. Enquanto anteriormente os pais eram supervalorizados, considerados 
com medo e não avaliados realisticamente, passam agora a ser subvalorizados e 
vistos dentro das reduzidas proporções de um ídolo caído. A auto-inflação narcísica
mostra-se na arrogância e rebeldia do adolescente, em seu desafio às regras e seu 
questionamento da autoridade dos pais. Quando a gratificação narcísica 
proporcionada pelo amor paternal deixa de fluir, o ego é investido da libido 
narcísica, retirada dos pais internalizados.
 Anna Freud (1936) descreveu o papel que a identificação desempenha na vida 
amorosa do adolescente: ela é usada para manter uma participação nas relações 
objetais à época de recuo para o narcisismo. "Essas fixações amorosas apaixonadas e
evanescentes não são relações objetais, no sentido em que usamos a expressão para 
falar de adultos. São identificações do tipo mais primitivo, como as encontradas em
nossos estudos do desenvolvimento infantil inicial, antes da existência de qualquer
amor objeta!." Os apegos e paixões, as amizades dedicadas e amorosas, sempre 
variáveis, defendidos pelo adolescente contra qualquer interferência, como se a 
próópria vida dependesse deles, podem ser compreendidos como fenômenos de 
restituição.
 Como passo intermediário, o ego torna-se o recipiente da libido afastada 
das representações objetais; todas as funções do ego ( mas só o eu) podem 
entrar em catexia nesse processo. Essa circunstância dá ao indivíduo uma falsa 
sensação de ·poder que por sua vez lhe vicia o julgamento em situações críticas, 
mui·tas vezes com conseqüências catastróficas .Um bom exemplo são os 
freqüentes acidentes automobilísticos com adolescentes. 
 A fase da adolescência propriamente dita tem, assim, dois temas 
dominantes: o renascimento do complexo de Édipo e o desligamento dos objetos de 
amor iniciais. Esse processo constitui uma seqüência de abandono-do-objeto e 
procura-do-objeto, que promovem, ambos, o estabelecimento da organização de pulsões
adulta. 
 Na adolescência a separação dos pais edipicos é um processo doloroso, que 
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só pode ser realizado gradualmente.Os caminhos que o menino e a menina seguem na 
solução do conflito edípico são diferentes. Aquilo que leva a fase edípica ao fim 
para o menino, ou seja, a angústia de castração, é instrumental para o início da 
mesma fase para a menina.
 O declínio do complexo de edipo na adolescência é um processo lento e que 
chega até a fase do final da adolescência. Provavelmente só é concluído quando, 
no curso natural dos acontecimentos, o indivíduo se re-estabelece numa nova 
família. Então, as fantasias edípicas podem ser abandonadas de uma vez por todas.
 As várias medidas defensivas empregadas durante a adolescência 
propriamente dita são, em circunstâncias normais, medidas temporárias de 
emergência. São abandonadaslogo que o ego ganha força ao associar-se ao movimento 
progressivo da libido no sentido da heterossexualidade, logo que a angústia e a 
culpa diminuem pelas transferências catéticas internas.
 O progresso decisivo no desenvolvimento emocional durante a adolescência
propriamente dita· está no avanço para a heterossexualidade. Essa fase só poqe ser 
alcançada depois de os impulsos pré-genitais terem sido relegados a um papel 
iniciatório e subordinado, em favor da sexualidade genital ou da potência 
orgástica. O prazer preliminar é uma inovação da puberdade e compreende uma 
disposição hierárquica dos instintos genitais e pré-genitais. Como ocorreu antes 
no desenvolvimento psicossexual, o ego volta a se pautar pela organização 
predominante das pulsões e na adolescência propriamente dita surge uma 
organização hierárquica paralela das· funções do ego. Uma ordem superior de 
pensamento, reconhecível no desenvolvimento de teorias e sistemas, aparece.; 
assim, uma ordem mais seletiva é atribuída aos perceptos. Além disso, há uma 
consciência progressiva da relevância de nossos atos para o papel e lugar presente 
e futuro na sociedade.
 Em termos gerais a adolescência propriamente dita chega ao final com a 
delineação de um conflito idiossincrático e uma constelação de pulsões que, 
durante sua fase final, transformam-se num sistema unificado e integrado. A 
adolescência propriamente dita elabora um núcleo de luta interna que resiste às 
transformações do período; os conflitos e as forças desequilibradores destacam-se 
nitidamente. É tarefa da adolescência chegar a uma solução final que o jovem sente,
subjetivamente, ser "meu modo de vida". A questão inquietante, tão freqüentemente 
levantada pelos adolescentes, "Quem sou eu?", é lentamente esquecida. Durante o 
final da adolescência uma clareza de propósitos, mais positiva e mais evidente, e 
uma consciência do eu surgem, e podem ser melhor descritas pelas seguintes 
palavras: "Isto sou eu". 
 A adolescência inicial e a adolescência propriamente dita devem realizar 
a renuncia aos objetos amorosos primários, como objetivos sexuais. Essas fases 
relacionam-se essencialmente com o abandono e o encontro do objeto, e tais 
processos encontram eco no ego, produzindo mudanças catéticas que influenciam tanto
as representações objetais existentes como a auto-representação. Assim, o 
sentimento do eu ou identidade, adquire uma instabilidade até entao desconhecida. 
Na adolescencia inicial e na propriamente dita, a pulsão volta-se para a 
genialidade, os objetos libidinais passam do objeto pré-edípico e edípico para o 
objeto não incestuoso, hetressexual. O ego protege sua integridade pelas operações 
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defensivas. 
Desidentificação: O que é ? Características:
 Desidentificação: O adolescente sente alheação ( alienação ) em relação os 
objetos familiares de sua infância. A decatexia ( frieza ) associada às relações 
objetais as elimina como fonte de gratificação libidinal, e o adolescente se 
afasta dos objetos de amor infantis. Parte da energia catexial é desviada para o 
eu, gerando uma supervalorização do eu, centralização em si mesmo e 
auto-engrandecimento. Renuncia aos objetos amorosos primários,os objetos libidinais
passam do objeto pré-edípico e edípico para o objeto não incestuoso, hetressexual. 
A fase narcísica representa uma fase de desligamento. Antes os pais eram 
supervalorizados, e agora se tornam subvalorizados. 
Características: 
 Volta dos desejos Edípicos. 
 Alienação em relação aos objetos familiares de sua infância e afastamento 
dos objetos de amor infantis.
 O adolescente volta-se gradualmente para o amor heterossexual.
 Defesas narcísicas. 
 A gratificação narcísica proporcionada pelo amor paternal deixa de fluir, o
ego é investido da libido narcísica, retirada dos pais internalizados.
 A retirada da catexia objetal Íeva a uma supervalorização do 
eu, à centralização em si mesmo e ao auto-engrandecimento.
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