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Ilan Chamovitz Avaliação de imóveis 03 Sumário CAPÍTULO 2 – Normas da ABNT: Uma Análise Exploratória ................................................05 Introdução ....................................................................................................................05 2.1 Introdução às normas ...............................................................................................06 2.2 Normas da ABNT para a avaliação de imóveis ............................................................09 2.2.1 NBR 14.653-1:2001 .......................................................................................09 2.2.2 NBR 14.653-2:2011 .......................................................................................09 2.2.3 NBR 14.653-3:2011 .......................................................................................10 2.2.4 NBR 14.653-4:2002 .......................................................................................10 2.2.5 NBR 14.653-5:2006 .......................................................................................10 2.2.6 NBR 14.653-5:2006 .......................................................................................10 2.2.7 NBR 14.653-7 ................................................................................................10 2.2.8 Ibape-SP ........................................................................................................10 2.2.9 Outros documentos .........................................................................................11 2.3 Explorando a NBR 14.653-1:2001 – Avaliação de bens – Parte 1: Procedimentos Gerais ..11 2.3.1 O laudo de avaliação ......................................................................................16 2.3.2 Imóveis urbanos ..............................................................................................17 2.4 Indo além das normas ..............................................................................................19 Referências Bibliográficas ................................................................................................24 Capítulo 2 05 Introdução A Associação Brasileira de Normas Técnicas é a entidade responsável pela publicação das Nor- mas Brasileiras (ABNT NBR), elaboradas por seus Comitês Brasileiros (ABNT/CB), Organismos de Normalização Setorial (ABNT/ONS) e Comissões de Estudo Especiais (ABNT/CEE). Figura 1 – Sede da ABNT no Rio de Janeiro (1987). Fonte: ABNT, 2015. A ABNT define a normalização de forma bem clara e com detalhes: Atividade que estabelece, em relação a problemas existentes ou potenciais, prescrições destinadas à utilização comum e repetitiva com vistas à obtenção do grau ótimo de ordem em um dado contexto. Consiste, em particular, na elaboração, difusão e implementação das Normas. A normalização é, assim, o processo de formulação e aplicação de regras para a solução ou prevenção de problemas, com a cooperação de todos os interessados, e, em particular, para a promoção da economia global. No estabelecimento dessas regras recorre-se à tecnologia como o instrumento para estabelecer, de forma objetiva e neutra, as condições que possibilitem que o produto, projeto, processo, sistema, pessoa, bem ou serviço atendam às finalidades a que se destinam, sem se esquecer dos aspectos de segurança. Norma é o documento estabelecido por consenso e aprovado por um organismo reconhecido, que fornece regras, diretrizes ou características mínimas para atividades ou para seus resultados, visando à obtenção de um grau ótimo de ordenação em um dado contexto. A norma é, por princípio, de uso voluntário, mas quase sempre é usada por representar o consenso sobre o estado da arte de determinado assunto, obtido entre especialistas das partes interessadas. Normas da ABNT: Uma Análise Exploratória 06 Laureate- International Universities Avaliação de imóveis Pela definição estabelecida, vemos que o uso de normas é voluntário. Entretanto, uma vez que as normas são produzidas por um conjunto de profissionais especializados no assunto e com muita experiência prática, as organizações e os profissionais optam por segui-las. Elas frequentemente estão por trás de conceitos disseminados por especialistas e nem são men- cionadas. Por outro lado, muitas vezes, as normas são criadas a partir de fundamentação cien- tífica. Nesse caso, as normas citam as fontes e descrevem os modelos que foram utilizados para a sua criação. Neste capítulo, inicialmente, faremos uma introdução explanatória. Em seguida, abordaremos os assuntos mais salientes que constam nas principais normas referentes à avaliação de imóveis. Ao final, vamos além das normas, ou seja, vamos apresentar alguns casos e relacioná-los com parte de alguma norma estudada anteriormente. 2.1 Introdução às normas Como vimos na introdução, a normalização tem características específicas. É um processo, ou seja, um conjunto de atividades com objetivos relacionados à economia, produtividade, seguran- ça, comunicação, proteção ao consumidor e eliminação de barreiras internacionais. Note que o processo: • consiste em formulação e aplicação de regras para a solução ou prevenção de problemas; • é desenvolvido com a cooperação dos interessados; • resulta em economia global. Os principais objetivos da adoção de normas são apresentados a seguir. Economia Comunicação Normalização Proteção ao consumidor Eliminação de barreiras Segurança Figura 2 – Objetivos da normalização. Fonte: Adaptada de ABNT, 2015. 07 “Ary Frederico Torres (1900-1973) foi engenheiro civil, pesquisador, educador e empreendedor. Seu nome, já conhecido dos paulistanos por designar uma das prin- cipais pontes da cidade, marca a autoria de inúmeros feitos, entre eles, a criação do IPT, em 1934. Seu traba- lho foi essencial para o desenvolvimento da construção civil no País. Em sua trajetória profissional, dedicou-se à pesquisa do concreto, sem a qual não teriam sido cons- truídos os primeiros arranha-céus de concreto armado de São Paulo e do Rio de Janeiro. Empreendedor, Ary Torres foi fundador e presidente de importantes instituições brasileiras, como a Associa- ção Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), a Associação Brasileira de Metais (ABM), a Cia. Siderúrgica Nacional (CSN) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE)” (INSTITUTO DE PESQUI- SAS TECNOLÓGICAS, s. d.). VOCÊ O CONHECE? Na definição de normalização, algumas características positivas são apontadas pela ABNT (2015) e podem ser classificadas em: aumento da economia e produtividade, comunicação, segurança, proteção ao consumidor e eliminação de barreiras. • Economia/Produtividade – Torna o desenvolvimento, a fabricação e o fornecimento de produtos e serviços mais eficientes, mais seguros e mais limpos; as normas, ainda, tornam a vida mais simples, provendo soluções para problemas comuns. • Comunicação – Dissemina a inovação e compartilha os avanços tecnológicos e a boa prática de gestão. • Segurança – Fornece aos governos uma base técnica para saúde, segurança e legislação ambiental e avaliação da conformidade. • Proteção ao consumidor – Protege os consumidores e usuários em geral de produtos e serviços. • Eliminação de barreiras – Facilita o comércio entre países, tornando-o mais justo. Observe a figura a seguir e perceba quem está envolvido e se beneficia com as normas. 08 Laureate- International Universities Avaliação de imóveis Quem se bene�cia com as normas? Empresas Cidadão Sociedade FuncionáriosClientes e Fornecedores Inovadores de novas tecnologias Comércio Internacional Governos e Paíse em busca de Know-how tecnológico Figura 3 – Quem se beneficia com a adoçãode normas. Fonte: Adaptada de ABNT, 2015. Os benefícios de se adotar as normas influenciam governos e cidadãos, empresas e funcionários, clientes e fornecedores, criadores de novas tecnologias e o comércio internacional. Enfim, a prin- cipal beneficiada é a sociedade e o meio ambiente, uma vez que a norma sugere procedimentos que visam à sua preservação. A partir das informações divulgadas pela ABNT, podemos relacionar alguns benefícios, dividindo- -os em qualitativos e quantitativos. Benefícios qualitativos • A melhor utilização de recursos, como físicos e humanos. • A produção mais uniforme. • A otimização do treinamento de recursos humanos, melhorando a qualidade de produtos e serviços. • A orientação para o registro do conhecimento tecnológico. • A melhoria nas atividades relacionadas à contratação e à comercialização de tecnologia. 09 Benefícios quantitativos • Redução do desperdício. • Diminuição do consumo. • Aumento na quantidade de equipamentos e componentes padronizados. • Disseminação de maior variedade de procedimentos para cálculos e projetos. • Aumento de produtividade. • Maior quantidade de processos controlados. Até aqui, conseguimos entender o que é a normalização, quais os seus objetivos, quem é be- neficiado com a sua adoção. Agora, precisamos conhecer um pouco mais sobre as principais normas utilizadas no processo de avaliação de imóveis. Princípio da avaliação de imóveis é um trabalho publicado por Vera Regina Nogueira de Sá no XVII Congresso Brasileiro de Engenharia de Avaliações e Perícias – COBREAP, que aconteceu de 14 a 19 de outubro de 2013 em Florianópolis/SC. Acesse e loca- lize o artigo na página de artigos aprovados em <http://www.cobreap.com.br/2013/ trabalhos-aprovados.html>. NÃO DEIXE DE LER... 2.2 Normas da ABNT para a avaliação de imóveis As normas associadas com a avaliação de bens imóveis (PERNAMBUCO, 2012, p. 16-17) po- dem ser estudadas em partes. Vamos refletir sobre alguns pontos principais de cada um dos documentos, a partir de expressões que já entendemos. Ao final deste tópico, veremos também outros órgãos que proporcionam informações para a avaliação de imóveis. 2.2.1 NBR 14.653-1:2001 Uma vez que imóveis são bens, podemos utilizar diretrizes para a avaliação de bens para avaliar imóveis. Além disso, a avaliação de imóveis também “herda” várias terminologias. A norma NBR 14.653-1:2001 – Avaliação de bens – Parte 1: Procedimentos Gerais orienta a avaliação de bens em geral, apresenta terminologias, definições, símbolos e abreviaturas, classifica a natureza de bens e define metodologias. 2.2.2 NBR 14.653-2:2011 Imóveis urbanos são bens com características específicas, pois se encontram em grandes centros e podem ser residenciais, comerciais, industriais, institucionais ou mistos. 10 Laureate- International Universities Avaliação de imóveis A avaliação de imóveis urbanos precisa considerar essas características e, assim, existe uma nor- ma específica para imóveis urbanos: a NBR 14.653-2:2011 (Revisada) – Avaliação de bens – Parte 2: Imóveis Urbanos. Essa norma busca o valor de imóveis urbanos e está de acordo com os parâmetros gerais da NBR 14.653-1:2001. 2.2.3 NBR 14.653-3:2011 Imóveis rurais são bens com características específicas, pois estão distantes de centros urbanos e, muitas vezes, contemplam recursos naturais, entre outros aspectos. A avaliação de imóveis rurais precisa considerar essas características e, assim, existe uma norma específica para imóveis rurais, a NBR 14.653-3:2011 (Revisada) – Avaliação de bens – Parte 3: Imóveis Rurais. Essa norma busca o valor de imóveis rurais e está de acordo com os parâ- metros gerais da NBR 14.653-1:2001. 2.2.4 NBR 14.653-4:2002 Vimos anteriormente que um empreendimento pode ser definido como um conjunto de bens que permite produzir receitas por meio de comercialização ou da exploração econômica (ABNT, 2001). Para avaliar um empreendimento, sugere-se o uso da NBR 14.653-4:2002 – Avaliação de bens – Parte 4: Empreendimentos. 2.2.5 NBR 14.653-5:2006 Sabemos que imóveis podem estar vazios ou não. Em caso da avalição de imóveis relacionados a empreendimentos, muitas vezes haverá a necessidade de se considerar as máquinas e equipa- mentos que estão no imóvel. Para orientar a avaliação desses bens e instalações, está disponível a NBR 14.653-5:2006 – Avaliação de bens – Parte 5: Máquinas, Equipamentos, Instalações e Bens Industriais em geral, que estabelece diretrizes para avaliar máquinas, equipamentos, instalações e bens industriais em geral, segundo os parâmetros descritos na NBR 14653-1:2001. 2.2.6 NBR 14.653-5:2006 Imóveis podem compreender algumas fontes de recursos naturais e minerais. Por essa razão, poderá ser importante consultar a NBR 14.653-6 – Avaliação de bens – Parte 6: Recursos naturais e ambientais. 2.2.7 NBR 14.653-7 Existe um segmento específico que compreende a avaliação de patrimônios históricos. Nesses casos, deve-se utilizar também a NBR 14.653-7 – Avaliação de bens - Parte 7: Patrimônios históricos. Além da norma da ABNT, existem outros órgãos que apresentam informações úteis para a ava- liação de imóveis. Um deles é o Ibape-SP, como veremos a seguir. 2.2.8 Ibape-SP Em São Paulo, o Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo – Ibape- -SP é “um órgão de classe formado por Engenheiros, Arquitetos e Empresas habilitadas que atuam na área das avaliações, perícias de engenharia, inspeções prediais e perícias ambientais no Estado de São Paulo” (IBAPE-SP, 2015). O instituto congrega profissionais para a troca e disseminação de informações e avanços técnicos e oferece cursos, seminários, workshops, pa- lestras, reuniões técnicas, livros, artigos e normas, incluindo a Norma para Avaliação de Imóveis 11 Urbanos do Ibape-SP e, também, o Glossário de terminologia básica aplicável à engenharia de avaliações, ambos disponíveis para download (gratuito) na área de Normas e Estudos. 2.2.9 Outros documentos Outros documentos que podem ser úteis como referência para avaliação de bens são publicados pela International Valuation Standards (IVS): • IVS 1: Market Value Basis of Valuation; • IVS 2: Valuation Bases Other Than Market Value; • IVS 3: Valuation Reporting; • Guidance Note nº 3 – Valuation of Plant and Equipment. Agora que você já identificou alguns documentos relevantes sobre avaliação de imóveis, pode- mos ir um pouco mais fundo. Por exemplo, vamos explorar um pouco mais a NBR 14653-1, que trata de forma mais genérica sobre a avaliação de bens. 2.3 Explorando a NBR 14.653-1:2001 – Avaliação de bens – Parte 1: Procedimentos Gerais A parte 1 da norma serve como guia para todas as outras e é considerada de grande importância para o entendimento das demais. Veja, a seguir, a Figura 3, com os elementos que constam no sumário da norma (ABNT, 2001, p. 1): Prefácio NBR 14.653-1:2001 Avaliação de bens Parte 1: Procedimentos Gerais 0 Introdução 1 Objetivo 2 Referências normativas 3 De�nições 4 Símbolos e abreviaturas 5 Classi�cação dos bens 6 Procedimentos de excelência 7 Atividades básicas 8 Metodologia aplicável 9 Especi�cação das avaliações 10 Apresentação do laudo de avaliação ANEXO A Referências bibliográ�cas Figura 4 – Sumário da NBR 14.653-1:2001 – Avaliação de bens – Parte 1. Fonte: Adaptada de ABNT, 2001. 12 Laureate- International Universities Avaliação de imóveis A norma indica quais profissionais estão autorizados para atuar em atividades de engenharia de avaliações: NOTA – A Resolução nº 218 do CONFEA fixa as atribuições profissionais do engenheiro, arquiteto e engenheiro agrônomo nas diversas modalidades e, conforme a Resolução nº 345 do CONFEA, são de atribuição privativa dos engenheiros em suas diversas especialidades,dos arquitetos, dos engenheiros agrônomos, dos geólogos, dos geógrafos e dos meteorologistas, registrados nos Conselhos Regionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia – CREA, as atividades de vistorias, perícias, avaliações e arbitramentos relativos a bens móveis e imóveis, suas partes integrantes e pertences, máquinas e instalações industriais, obras e serviços de utilidade pública, recursos naturais e bens e direitos que, de qualquer forma, para a sua existência ou utilização, sejam de atribuição dessas profissões. (ABNT, 2001, p. 2). A nota esclarece o exercício das profissões associadas à engenharia de avaliações. Entretanto, sabemos que a avaliação comercial compreende alguns outros fatores que são inerentes ao exercício da atividade de corretagem de imóveis. O Conselho Federal dos Corretores de Imóveis (Cofeci) estabeleceu, em 2007, a Resolução Cofeci nº 1.066/2007 (publicada no D.O.U. de 29 de novembro de 2007, Seção 1, páginas 191/192, com Ato Normativo Cofeci nº 001/2011), pela qual estabelece nova regulamentação para o funcionamento do Cadastro Nacional de Avaliadores Imobiliários (CNAI), assim como para a elaboração de Parecer Técnico de Avaliação Mercadológica (PTAM). De acordo com a resolução, somente poderá inscrever-se no CNAI o corretor de imóveis pessoa física, regularmente inscrito e em dia com suas obrigações financeiras junto ao Conselho Regional de Corretores de Imóveis e que seja, cumulativa ou alternativamente, possuidor de diploma de curso superior em gestão imobiliária ou equivalente ou certificado de conclusão de curso de avaliação de imóveis, condicionado ao que dispõe o artigo 3º, I, do ato normativo: Art. 3º – Será reconhecido pelo COFECI, para fins de habilitação do Corretor de Imóveis à inscrição no CNAI: I) o curso de avaliação de imóveis, promovido nas modalidades de ensino presencial ou a distância (EaD), por instituição de ensino que atenda aos requisitos relacionados nos Anexos VII e VIII deste Ato Normativo; II) o curso superior em gestão imobiliária, ou equivalente, cuja grade curricular contemple a disciplina de Avaliação de Imóveis que atenda, no mínimo, ao conteúdo programático listado no item 2 do Anexo VIII. § 1º – O curso de avaliação de imóveis deverá ter carga horária mínima de 24 horas, se ofertado na modalidade presencial, e de 26 horas, se na modalidade EaD. § 2º – Caso o conteúdo programático do curso de avaliação de imóveis seja mais extenso que o mínimo constante no item 2 do Anexo VIII deste Ato Normativo, a carga horária deverá ter acréscimo proporcional e compatível com o seu conteúdo. Essas diretrizes ilustram as principais exigências para que corretores sejam cadastrados no CNAI. Para obter mais detalhes, sugere-se o estudo da resolução, que está disponível no site do Cofeci, na seção Utilidade Pública, Legislação, ano 2007. 13 Figura 5 – Tela do Cadastro Nacional de Avaliadores Imobiliários. Fonte: Cofeci, 2015. Consideramos, aqui, duas possibilidades, que não se excluem mutuamente, para a avaliação: uma que considera aspectos técnicos de engenharia e arquitetura, outra que considera o imóvel e diversos aspectos de mercado, que podem alterar – para mais ou para menos – o valor atribuído ao imóvel após a análise e a avaliação técnica. Dessa forma, faz sentido conhecer a norma da ABNT, como também faz sentido entender que existe um currículo estabelecido pelo Cofea para habilitar a avaliação mercadológica de um imóvel. Uma vez que tenha estudado o sumário da parte 1 da norma, perceba que podemos dividir esse documento em duas partes. Primeiro, são apresentadas referências, definições, símbolos, conceitos, que compreendem as seções 2 a 5. Depois, as seções 6 a 10, que orientam quanto a procedimentos, atividades e ações. De acordo com a norma, bens podem ser classificados em tangíveis e intangíveis (ABNT, 2001, p. 6-7): • quanto aos tangíveis, destacam-se, entre outros: imóveis; máquinas; equipamentos; veículos; mobiliário e utensílios; acessórios; matérias-primas e outras mercadorias; infraestruturas; instalações; recursos naturais; recursos ambientais; culturas agrícolas; semoventes; • quanto aos intangíveis, destacam-se, entre outros: empreendimentos de base imobiliária, industrial ou rural; fundos de comércio; marcas; patentes. Além disso, a norma preocupa-se com procedimentos de excelência do profissional denominado engenheiro de avaliações, considerando que ele (ABNT, 2001, p. 6): • Deve manter-se atualizado quanto ao estado da arte e somente aceitar encargo para o qual esteja especificamente habilitado e capacitado, assessorando-se de especialistas, quando necessário. • Considerar como confidencial o resultado do trabalho realizado e toda informação técnica, financeira ou de outra natureza, recebida do cliente. • Jamais reproduzir trabalhos alheios publicados sem a necessária citação. No caso de trabalhos não publicados, obter autorização para reproduzi-lo. Ao reproduzir, fazê-lo sem truncamentos, de modo a expressar corretamente o sentido das teses desenvolvidas. 14 Laureate- International Universities Avaliação de imóveis • Declinar da sua contratação e informar as razões ao cliente, se houver motivo de impedimento ou suspeição em decorrência de conflito de interesse. • Assessorar com independência a parte que o contratou, com o objetivo de expressar a realidade. • Evitar a participação em competições que aviltem honorários profissionais. • Envidar esforços na difusão de conhecimentos para a melhor e mais correta compreensão dos aspectos técnicos e assuntos relativos ao exercício profissional. Expressar-se publicamente sobre assuntos técnicos somente quando devidamente capacitado para tal. A seção 7 da norma é muito importante, pois apresenta aspectos da vistoria de diagnóstico. Ela inicia pela necessidade de requisição e conhecimento da documentação e faz uma série de orientações. • Nenhuma avaliação deve acontecer sem uma vistoria (existem exceções, mas precisam estar bem explicadas em laudo). • Quem executa a vistoria é o engenheiro de avaliações. • O objetivo da vistoria é de conhecer e caracterizar o bem considerando aspectos físicos e de utilização, entre outros, e considerando o segmento de mercado. • A vistoria deve, ainda, considerar outros estudos, projetos ou perspectivas tecnológicas que possam influenciar o valor do bem no futuro. • A coleta de dados para a vistoria deve ser planejada com antecedência, considerando as características do bem, disponibilidade de recursos, informações e pesquisas anteriores, plantas e documentos, prazo de execução dos serviços. Orienta-se a pesquisa pela maior quantidade possível de dados de mercado com atributos comparáveis aos do bem avaliado. Deve-se, ainda, identificar e diversificar as fontes de informação e cruzar informações para aumentar a confiabilidade dos dados de mercado. Os dados devem ser preferencialmente contemporâneos. • Na coleta de dados de mercado relativos às ofertas, é recomendável buscar informações sobre o tempo de exposição no mercado e, no caso de transações, verificar a forma de pagamento praticada e a data em que ocorreram. Já em relação à avaliação propriamente dita, a parte final da seção 7 (ABNT, 2001, p. 7) orienta: • a metodologia escolhida deve ser compatível com: » a natureza do bem avaliado; » a finalidade da avaliação; » os dados de mercado disponíveis; • para a identificação do valor de mercado, sempre que possível, preferir o método comparativo direto de dados de mercado; • os dados devem ser tratados para obtenção de modelos de acordo com a metodologia escolhida; • a identificação do valor deve ser efetuada segundo a metodologia que melhor se aplique ao mercado de inserção do bem e a partir do tratamento dos dados de mercado, permitindo-se (ABNT,2001, p. 7): 15 a) arredondar o resultado de sua avaliação, desde que o ajuste final não varie mais de 1% do valor estimado; b) indicar a faixa de variação de preços do mercado admitida como tolerável em relação ao valor final, desde que indicada a probabilidade associada. No final da seção 7, a norma orienta o engenheiro de avaliações que considere o mercado em que se situa o bem, indique no laudo a liquidez desse bem e tente relatar aspectos de desempe- nho no mercado. Para avaliar o valor de um bem, a seção 8.2 apresenta quatro métodos: • 8.2.1: método comparativo direto de dados de mercado, que compara atributos do bem aos de outros bens; • 8.2.2: método involutivo, que considera o aproveitamento eficiente do bem, considerando possíveis cenários para empreendimentos; • 8.2.3: método evolutivo, pelo qual o valor do bem resulta do somatório dos valores de seus componentes; • 8.2.4 método da capitalização da renda, baseado na capitalização de sua renda líquida prevista, considerando possíveis cenários. Para avaliar o custo de um bem, a seção 8.3 estabelece: • 8.3.1: método comparativo direto de custo, pelo qual são comparados os atributos do bem; • 8.3.2: método da quantificação de custo, que requer orçamentos sintéticos ou analíticos a partir da quantidade de serviços e custos, diretos e indiretos. A especificação da avaliação pode variar em razão de: • prazo; • recursos; • disponibilidade de dados de mercado; • natureza do tratamento a ser empregado. A especificação da avaliação compreende fundamentação e precisão. • Fundamentação – Depende do aprofundamento e da metodologia que compreendem, além da confiabilidade, qualidade e quantidade dos dados amostrais disponíveis. • Precisão – Está relacionada ao grau de certeza e ao nível de erro tolerável em uma avaliação e depende: » da natureza do bem; » do objetivo da avaliação; » da conjuntura de mercado; » da abrangência alcançada na coleta de dados (quantidade, qualidade e natureza); 16 Laureate- International Universities Avaliação de imóveis » da metodologia; » dos instrumentos utilizados. NÃO DEIXE DE VER... A disputa pelo direito de explorar o mercado de avaliação de imóveis foi acirrada no ano de 2007. Quem pode avaliar imóveis? Pode o corretor avaliar imóveis, assim como o engenheiro e o arquiteto? Veja uma curta reportagem, do ano de 2010, sobre o assunto em: <http://programavialegal.blogspot.co.uk/2010/12/guerra-de-mercado.html>. 2.3.1 O laudo de avaliação Segundo a norma (ABNT, 2001, p. 9), o laudo pode ser apresentado em um formato mais simples ou em um formato mais completo. As informações a seguir devem constar em um laudo de avaliação: a) identificação da pessoa física ou jurídica e/ou seu representante legal que tenha solicitado o trabalho; b) objetivo da avaliação; c) identificação e caracterização do bem avaliado; d) indicação do(s) método(s) utilizado(s), com justificativa da escolha; e) especificação da avaliação; f) resultado da avaliação e sua data de referência; g) qualificação legal completa e assinatura do(s) profissional(is) responsável(is) pela avaliação; h) local e data do laudo; i) outras exigências previstas nas demais partes da NBR 14.653. O anexo da norma, parte 1, contém as referências bibliográficas, com diversas leis que estão associadas à avaliação de bens. Uma vez conhecida a parte mais genérica da NBR 14.653, podemos avançar e explorar a parte da norma que compreende os imóveis localizados em centros urbanos. 17 Figura 6 – Imóveis em centros urbanos. Fonte: Shutterstock, 2015. 2.3.2 Imóveis urbanos Agora vamos explorar um pouco mais a parte 2 da ABNT NBR 14.653, que trata de forma mais detalhada a avaliação de imóveis urbanos, inclusive glebas urbanizáveis, unidades padroniza- das e servidões urbanas. Nosso objetivo não é reapresentar a norma em sua totalidade, mas apresentar os principais temas abordados, de forma que, ao acessar a norma, o leitor já tenha certo conhecimento do que trata. Esta parte – imóveis urbanos – está sendo apresentada com um pouco mais de informações devido à crescente demanda para a avaliação de imóveis urbanos. Entretanto, conforme afirmamos anteriormente, não substitui a norma. Os imóveis podem ser classificados (ABNT, 2004a, p. 9-10): • quanto ao uso: a) residencial; b) comercial; c) industrial; d) institucional; e) misto; • quanto ao tipo: a) terreno (lote ou gleba); b) apartamento; c) casa; d) escritório (sala ou andar corrido); e) loja; f) galpão; g) vaga de garagem; h) misto; i) hotéis e motéis; j) hospitais; l) escolas; m) cinemas e teatros; n) clubes recreativos; o) prédios industriais; • quanto ao agrupamento: a) loteamento; b) condomínio de casas; c) prédio de apartamentos; d) conjunto habitacional (casas, prédios ou mistos); e) conjunto de salas comerciais; f) prédio comercial; g) conjunto de prédios comerciais; h) conjunto de unidades comerciais; i) complexo industrial. Ao avaliar, segundo a norma, o engenheiro de avaliações vai estabelecer: • finalidade: locação, aquisição, doação, alienação, doação em pagamento, permuta, garantia, fins contábeis, seguro, arrematação, adjudicação e outros; • objetivo: valor de mercado de compra e venda ou de locação; outros valores, tais como: valor em risco, valor patrimonial, custo de reedição, valor de liquidação forçada, valor de desmonte (ver definição na ABNT NBR 14.653-4:2002); indicadores de viabilidade e outros. 18 Laureate- International Universities Avaliação de imóveis O engenheiro de avaliações vai, ainda, caracterizar: • a região: identificando aspectos gerais, físicos, localização, uso e ocupação do solo, infraestrutura urbana, atividades existentes e equipamentos comunitários; • a caracterização do terreno: localização, utilização atual ou possível, aspectos físicos, infraestrutura urbana disponível, restrições físicas e legais ao aproveitamento, sub ou superaproveitamento; • a caracterização das edificações e benfeitorias: aspectos construtivos, qualitativos, quantitativos e tecnológicos, comparados com a documentação disponível; aspectos arquitetônicos, paisagísticos e funcionais, inclusive conforto ambiental; adequação da edificação em relação aos usos recomendáveis para a região; condições de ocupação; patologias aparentes, como anomalias, avarias, danos construtivos e outras. Segundo essa parte da norma, o laudo de avaliação simplificado deve atender, no mínimo, de forma resumida, aos itens 10.1 a) até 10.1 h) e 10.1.k), dos itens a seguir, que compõem o laudo completo de avaliação (ABNT, 2004a, p. 31): a) identificação do solicitante; b) finalidade do laudo, quando informado pelo solicitante; c) objetivo da avaliação; d) pressupostos, ressalvas e fatores limitantes – atender ao disposto em 7.2 da ABNT NBR 14.653-1:2001; e) identificação e caracterização do imóvel avaliado – atender ao disposto em 7.3 da ABNT NBR 14.653-1:2001, no que couber; f) diagnóstico do mercado – relatar conforme 7.7.2 da ABNT NBR 14.653-1:2001; g) indicação do(s) método(s) e procedimento(s) utilizado(s) – relatar conforme Seção 8 da ABNT NBR 14.653-1:2001; h) especificação da avaliação – indicar a especificação atingida, com relação aos graus de fundamentação e precisão, conforme Seção 9. Quando solicitado pelo contratante, deve ser apresentado demonstrativo da pontuação atingida; i) planilha dos dados utilizados; j) no caso de utilização do método comparativo direto de dados de mercado, descrição das variáveis do modelo, com a definição do critério de enquadramento de cada uma das características dos elementos amostrais. A escala utilizada para definir as diferenças qualitativas deve ser especificada de modo a fundamentar o correto agrupamento dos dados de mercado;k) tratamento dos dados e identificação do resultado – Explicitar os cálculos efetuados, o campo de arbítrio, se for o caso, e justificativas para o resultado adotado. No caso de utilização do método comparativo direto de dados de mercado, deve ser apresentado o gráfico de preços observados versus valores estimados pelo modelo, conforme 8.2.1.4.1; l) resultado da avaliação e sua data de referência; m) qualificação legal completa e assinatura do(s) profissional(is) responsável(is) pela avaliação. 19 Qual é a diferença entre parecer técnico, laudo de avaliação e laudo de vistoria? A NBR 14.653 (ABNT, 2001, p. 5) estabelece que parecer técnico é o “relatório circuns- tanciado ou esclarecimento técnico emitido por um profissional capacitado e legalmen- te habilitado sobre assunto de sua especialidade” e o laudo de avaliação é definido como o “relatório técnico elaborado por engenheiro de avaliações em conformidade com esta parte da NBR 14.653, para avaliar o bem”. Por sua vez, o laudo de vistoria é um relatório que descreve e aponta características do imóvel, realizado após uma vis- toria. Ele não é obrigatório pela norma, mas é muito importante, pois pode minimizar dúvidas e evitar conflitos. Por exemplo, após um ano ou dois, fica muito difícil memo- rizar o estado de algumas partes do imóvel. NÓS QUEREMOS SABER! 2.4 Indo além das normas Como vimos, as normas estabelecem parâmetros para comparação, fornecem métodos e proce- dimentos que permitem ao avaliador obter o valor para um determinado bem, incluindo um bem imóvel, um empreendimento ou até mesmo um equipamento. Apesar de a norma contemplar métodos para avaliação, é possível encontrar outras fontes, além da norma, que sugerem metodologias e oferecem detalhes sobre cada uma. Por exemplo, no estado do Espírito Santo, a Seger/ES (ESPÍRITO SANTO, 2011, p. 28-32) apre- senta 5 métodos de avaliação com algumas características, na seção 4.4: 4.4 METODOLOGIAS (SEGER/ES, 2011) 4.4.1 Método Comparativo Direto de Dados de Mercado Identifica o valor de mercado do bem por meio de tratamento técnico dos atributos dos elementos comparáveis constituintes da amostra. A análise dos elementos assemelhados tem como objetivo encontrar a tendência de formação de seus preços. A homogeneização das características dos dados deve ser efetuada com o uso de procedi- mentos matemáticos consagrados, dentre os quais se destacam o tratamento por fatores e a inferência estatística. 4.4.2 Método Involutivo O método involutivo deve ser empregado quando não houver mínimas condições de utiliza- ção do método comparativo direto. Trata-se de um critério indireto de valoração que indica a viabilidade de incorporação de uma gleba ou terreno de grandes dimensões para transfor- má-los em outro empreendimento, alicerçado no seu aproveitamento eficiente. O valor de mercado do bem é baseado em modelo de estudo de viabilidade técnico-eco- nômica, mediante hipotético empreendimento compatível com as características do bem e com as condições de mercado no qual está inserido, considerando-se cenários viáveis para execução e comercialização do produto. 20 Laureate- International Universities Avaliação de imóveis Na utilização deste método, deve-se dar preferência, pela ordem: a) Modelos dinâmicos com fluxo de caixa, conforme NBR 14.653-4; b) Modelos dinâmicos com equação de fórmulas pré-definidas; c) Modelos estáticos, com fórmulas simplificadas, apenas para pequenas glebas, absorvíveis em curto prazo. Para a utilização do método involutivo, consultar as partes 1 e 2 da NBR 14.653. Não de- vem ser utilizadas tabelas prévias e genéricas de fatores de gleba. 4.4.3 Método Evolutivo Nesse método analítico, a composição do valor total do imóvel (Vi) consiste em partir do valor do terreno (Vt), somá-lo ao valor das benfeitorias (Vb) com custos diretos e indiretos, e acrescentar ao total os custos financeiros, despesas de vendas e lucro do empreendedor, que devem ser contemplados no mercado por meio do cálculo do fator de comercialização (FC). Vi = (Vt + Vb) x FC Para aplicação deste método, o valor do terreno deve ser calculado em comparação com outros, o valor da benfeitoria por meio do método do custo e o fator de comercialização obtido no mercado, comparando-se com imóveis que tenham as mesmas características e proporções similares de terrenos e benfeitorias. Este fator de comercialização pode ser maior ou menor que uma unidade, em função das condições de mercado. 4.4.4 Método da Renda Identifica o valor do bem com base na capitalização presente da sua renda líquida prevista, considerando-se cenários viáveis. É utilizado nas avaliações de empreendimentos de base imobiliária (hotéis, shopping centers e outros). Nesses empreendimentos, devem-se observar as prescrições da NBR 14.653-4. Também pode ser utilizado na determinação do valor de mercado, em situações onde não existam condições da aplicação do método comparativo direto ou evolutivo, ou, alternativamente, quando a finalidade da avaliação seja a identificação do valor econômico. Nesses casos, é necessário fundamentar: 1) Despesas necessárias à sua manutenção e operação e receitas provenientes da sua explo- ração, descontados os impostos; 2) Estrutura mínima do fluxo de caixa, conforme previsto na ABNT 14.653-4, no que for aplicável; 3) Taxa de desconto, no mínimo, pelo critério determinístico. 21 4.4.5 Método do Custo Utilizado para a apuração do valor das benfeitorias no método evolutivo, ou quando a fina- lidade da avaliação for a identificação do custo de um imóvel. Estão previstos os seguintes critérios para identificação do custo de reedição do imóvel: Método da quantificação do custo: Utilizado para identificar o custo de reedição de benfeito- rias. Pode ser apropriado pelo custo unitário básico de construção ou por orçamento deta- lhado, com identificação das fontes consultadas. Método comparativo direto de custo: Na utilização deste método deve-se considerar uma amostra composta por custos de projetos ou obras semelhantes. Nos casos de avaliação por meio do custo de construção ou reprodução das benfeitorias, naquilo em que for aplicável, deve ser utilizado o CUB – Custo Unitário Básico da Constru- ção Civil, de acordo com a região pesquisada. A não utilização do CUB deve ser devida- mente justificada. Quadro 1 – Seção 4.4 do Manual de avaliações de bens imóveis do estado do Espírito Santo. Fonte: Espírito Santo, 2011. Mesmo utilizando-se métodos para a avaliação de imóveis, alguns fatos, que também podem estar além da norma, precisam ser considerados. Reflita sobre as seguintes perguntas: • uma avaliação de um bem imóvel tem prazo de expiração? • uma avaliação de um bem imóvel pode variar ao longo do tempo a partir de novos eventos, como, por exemplo, a informação de que um vizinho amigo vai mudar também? As respostas para essas perguntas sugerem que a avaliação apresenta uma “fotografia” de um momento. Entretanto, ao longo do tempo, eventos vão acontecendo e os atributos utilizados na época da emissão do laudo ou do parecer podem mudar também. Assim, é preciso estar atento a essas mudanças para não trabalhar com dados antigos. Aliás, a norma indica claramente que os dados devem ser os mais atuais possíveis. Vários profissionais podem ajudar na tarefa de se obter informações ou mesmo auxiliar em deci- sões que envolvem a avaliação de imóveis e que estão relacionadas com a compra, venda, alu- guel, partilha, investimento em imóveis. Algumas decisões utilizam a avaliação de imóveis, mas exigem que outras avaliações também estejam presentes. Por exemplo, a decisão maior pode ser mudar ou não mudar de residência. Conseguir um avaliador é parte da solução do problema, mas não resolverá o problema principal – decidir se deve mudar ou não. Há alguns anos, umprofissional vem se destacando no mercado: o coach de negócios imobili- ários. Ele não decide pelo comprador ou vendedor. Um coach experiente utiliza perguntas que levam o coachee (este é o termo que se usa para quem contrata o coach) a perceber algumas características do problema que não haviam sido consideradas anteriormente. É como se houves- se uma neblina, e o coach, em grande parte das vezes utilizando perguntas, levasse o coachee a perceber que pode remover essa neblina. Quem remove a neblina não é o coach e ele não diz como isso é feito. Essa operação surge como um insight ao coachee, que identificará a melhor forma de remover a neblina. Um investidor pode solicitar uma avaliação de imóveis, mas, se a sua vida pessoal e profissional precisa de decisão, o avaliador poderá trabalhar em conjunto com um coach, uma vez que o valor de mercado somente não será real para quem precisa da avaliação. 22 Laureate- International Universities Avaliação de imóveis Sob certo ponto de vista, a avaliação desejada não é relativa especificamente ao bem ou do mercado. A avaliação é relativa à situação! É muito caro obter a norma NBR 14.653, que oferece orientação para avaliação de bens imóveis? Há alguns anos, o preço para obter uma norma da ABNT era conside- rado muito alto por diversos usuários e empresas. Entretanto, houve um movimento no sentido de reduzir os preços, que ficaram bem mais acessíveis ao profissional indivi- dual. Por exemplo, um pacote Coletânea Eletrônica de Normas Técnicas – Avaliação de Bens, com normas destinadas a fins de perícia e avaliação de bens imóveis, estava sendo oferecido por R$ 400 no mês de junho de 2015. NÓS QUEREMOS SABER! Um bom livro sobre avaliação de imóveis é o Avaliação de imóveis e perícias, de E. A. Kuhn, L. P. Pereira e P. F. Nerbas (2012). Ele apresenta aspectos gerais relacionados à avaliação de imóveis e perícias. Inicialmente, apresenta-se a relação entre o homem, os bens e a avaliação. A partir desses esclarecimentos, será possível compreender os conceitos de valor, de preço e de mercado. O livro segue proporcionando informação mais profunda sobre avaliadores, procedimentos, vistorias, laudos, entre outros assun- tos. Veja em: <https://books.google.co.uk/books/about/Avalia%C3%A7%C3%A3o_ de_Im%C3%B3veis_E_Per%C3%ADcias.html?id=b4O8J6uxWzIC&redir_esc=y>. NÃO DEIXE DE LER... 23 Síntese Neste capítulo, você compreendeu: • as principais normas relacionadas à avaliação de imóveis; • os principais assuntos que constam nas normas referentes à avaliação de imóveis; • além das normas, alguns casos relacionados com partes das normas estudadas anteriormente. Síntese 24 Laureate- International Universities Referências ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14.653-1:2001: – Avaliação de bens – Parte 1: Procedimentos Gerais. Rio de Janeiro, 2001. ______. NBR 14.653-2:2011 (Revisada) – Avaliação de bens – Parte 2: Imóveis Urbanos. Rio de Janeiro, 2004(a). ______. NBR 14.653-3:2011 (Revisada) – Avaliação de bens – Parte 3: Imóveis Rurais Urbanos. Rio de Janeiro, 2004(b). ______. NBR 14.653-4:2002 – Avaliação de bens – Parte 4: Empreendimentos. Rio de Janeiro, 2002. ______. Normalização. Disponível em: <http://www.abnt.org.br>. Acesso em: 8 jun. 2015. CONSELHO FEDERAL DE CORRETORES DE IMÓVEIS. Disponível em: <http://www.cofeci.gov. br/>. Acesso em: 16 jul. 2015. ______. Resolução Cofeci nº 1.066/2007. Estabelece nova regulamentação para o funciona- mento do Cadastro Nacional de Avaliadores Imobiliários, assim como para elaboração de Pa- recer Técnico de Avaliação Mercadológica e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 29 nov. 2007. Seção 1, p. 191-192. DANTAS, R. A. Engenharia de avaliações: uma introdução à metodologia científica. São Paulo: Pini, 1998. ESPÍRITO SANTO. Secretaria de Estado de Gestão e Recursos Humanos do Governo do Estado do Espírito Santo. Manual de avaliações de bens imóveis do estado do Espírito Santo: Manual de Orientações Técnicas para Avaliações de Bens Imóveis. 1 ed. Vitória: Comissão de Avaliação Imobiliária do Estado do Espírito Santo, 2011. Disponível em: <http://www.seger. es.gov.br/seger/images/Orientacoes/MAV_-_Manual__de_Orientacoes_Tecnicas.pdf >. Acesso em: 15 jun. 2015. FIKER, J. Avaliação de imóveis urbanos. 5. ed. São Paulo: Pini, 1997. INSTITUTO BRASILEIRO DE AVALIAÇÕES E PERÍCIAS DE ENGENHARIA DE SÃO PAULO. Dispo- nível em: <http://www.ibape-sp.org.br>. Acesso em: 8 jun. 2015. INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS. Personalidades IPT: Ary Torres. <http://www. ipt.br/institucional/campanhas/26-personalidades_ipt___ary_torres.htm>. Acesso em: 22 jul. 2015. ______. Glossário de terminologia básica aplicável à engenharia de avaliações. São Paulo: Ibape, 2002. Disponível em: <http://www.ibape-sp.org.br/arquivos/glossario_de_termi- nologia.pdf>. Acesso em: 22 jul. 2015. ______. Norma para avaliação de imóveis urbanos Ibape/SP: 2011. São Paulo: Ibape, 2011. Disponível em: <http://www.ibape-sp.org.br/arquivos/norma-de-avaliacoes-de-imoveis- -urbanos.pdf>. Acesso em: 8 jun. 2015. Bibliográficas 25 KUHN, E. A.; PEREIRA, L. P.; NERBAS, P. F. Avaliação de imóveis e perícias. 1. ed., rev. Curi- tiba: Iesde Brasil, 2012. MOREIRA, A. L. Princípios de engenharia de avaliações. 4. ed. São Paulo: Pini, 1997. PERNAMBUCO. Governo do Estado. Secretaria de Administração. Caderno de Orientações: Avaliação de Imóveis Urbano. Versão 1.00. Recife: Secretaria Executiva de Administração, 2012. Disponível em: <http://www2.sad.pe.gov.br/c/document_library/get_file?p_l_id=4279848&fol derId=4279924&name=DLFE-32421.pdf > . Acesso em:15 jun. 2015. SOUZA, L. F. P.; MEDEIROS JR., J. R. In: JOWITT, R. et al., eds. Engenharia de Avaliações. São Paulo: Editora Pini, 2007.