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03/09/2019 1 REVISÃO DE LITERATURA: CETOSE EM VACAS NO PERÍODO DE TRANSIÇÃO ESCOLA DE ENSINO SUPERIOR SÃO FRANCISCO DE ASSIS - ESFA Adriana Hammer 10 º Período de Medicina Veterinária Nutrição de Ruminantes Santa Teresa 2019 1 • Manejo alimentar da vaca leiteira visa atender as exigências nutricionais e energéticas, • Falta de conhecimento no período de transição. • Diversos distúrbios metabólicos – Cetose – Esteatose hepática Introdução (CHAMBELA NETO, et al. 2011) (BATISTA, et al., 2016 e ORTOLANI, 2009) 2 03/09/2019 2 Período de transição e BEN. Período de transição: vaca leiteira se encontra entre três semanas antes do parto e três semanas posteriores ao parto. (CARVALHO, et al. 2010) Fase mais crítica da Lactação (FIANCO, et al. 2018) Ocorre mudanças fisiológicas, metabólicas, nutricionais e hormonais nessa fase devido ao aumento da demanda energética. (ALVES, et al. 2009) 3 Quatro fases distintas: • Período seco, • Início de lactação, • Meio de lactação, • Final de lactação. Ciclo produtivo de uma vaca Período de transição (NRC, 2001) Uma das características mais marcante nessa fase e que mais impacta na fisiologia e no desempenho das vacas leiteiras é o BEN. (BRANDÃO, 2016) BEN: Ingestão de alimento não é suficiente para suportar os requerimentos de mantença e de produção, ocorrendo mobilização de reservas corporais. (FIANCO, et al. 2018) 4 03/09/2019 3 Ciclo produtivo das vacas leiteiras 5 • Mobilização de reservas corporais - tecido adiposo: – Interferência nas funções produtiva e reprodutiva – Complexo cetose-esteatose hepática – Retardo da primeira ovulação pós-parto • Durante a transição também ocorre alteração da capacidade ruminal: – ↓ absorção de nutrientes e a produção de AGV. – ↑ demanda: crescimento fetal e produção de colostro – Potencializa o BEN Consequências do BEN. 6 (MELO, 2016) (CUPERTINO, et al., 2011) 03/09/2019 4 7 (FERREIRA e LUIZ, 2016) Quantidade de energia que o animal mobiliza da proteína muscular durante este período é limitada quando comparada com a que é mobilizada das reservas lipídicas. Vacas leiteiras, constitui-se um desafio para o organismo animal, com cerca de 75% das doenças ocorrendo no primeiro mês pós-parto. (OLIVEIRA, et al. 2011) Metrite, retenção de placenta e deslocamento de abomaso estão relacionadas: BEN e ↓ de 30% na IMS no periparto. (OLIVEIRA, et al. 2011) Período de Transição X BEN Mobilização de gordura 8 3 Semanas antes do parto ↑ Demanda energéƟca ↓ Ingestão de Matéria Seca Fatores: Hormonais e Capacidade ruminal NADPH2 e glicerol Lipogênese Glicogênese 3 Semanas após parto IMS é insuficiente Produção de leite (CRUZ, 2015; DRACKLEY, et al.,2001 e McCarthy et al., 2015) Figado AGNE Glicose Mobilização Excessiva de Gorduras 03/09/2019 5 9 • Energia deve ser o primeiro recurso a considerar no balanceamento de uma ração – proteína, minerais e as vitaminas não são bem utilizados. • Níveis recomendados de minerais e vitaminas. • Final do período seco e o início da lactação, são as fases mais importantes. Exigências nutricionais 10 (AROEIRA, 1998) 03/09/2019 6 • Inter-relacionadas associadas ao BEN e à carência de carboidratos precursores de glicose. • Subnutrição • Vacas obesas. • Novilhas apresentam menor risco de desenvolverem cetose. Cetose e esteatose hepática 11 (AROEIRA,1998) (SILVA, 2018) Curso: • Subclínica de 26 a 60% • Clínica 2 a 34% Fatores: • Produção, manejo e número de lactações • ECC ao parto e alta produção de colostro na 1º ordenha após o parto Incidência de cetose 12 2ª a 6ª lactações, com maior incidência na 3ª e 4ª. (BONADIMAN.,2018) ECC também afeta a IMS, é sabido que o consumo de alimentos no pós-parto é menor em vacas que estão acima do ECC recomendado ao parto. (DIAS,2015) 03/09/2019 7 Cetose e esteatose hepática 13 Terço final da gestação - Feto - Lactose < Ingestão de carboidratos X > Demanda AGL Corpos cetônicos CETOSE Captação Hépática Baixa capacidade de exportar VLDL Acidos Graxos Parenquima HepáticoCetogêneseDeposição de triacilglicerol >3 % Esteatose Hepática Predispõe ao surgimento de algumas doenças: - Deslocamento do abomaso a esquerda - Metrite e Mastite Distúrbio ruminal: incapacidade de fermentação para aumentar o fornecimento de propionato e suprir a demanda por glicose do animal. Cetose é uma alteração metabólica... 14 Precursor de lactose, é a glicose, com isso, quanto mais leite a vaca produzir mais glicose necessitará, logo, o período de transição que ocorre após o parto demanda mais energia tornando-se um fator predisponente a ocorrência de cetose. (GAMBIM, 2017) (BONATO, et al.,2015) 03/09/2019 8 • Consiste: – diminuição da necessidade de formar glicose pelos tecidos e permitir que o uso dos corpos cetônicos continue normalmente. – Garantindo o suprimento de glicose para a síntese de lactose, diminuindo a mobilização de reservas corporais. Tratamento 15 Cetose subclínica ocorre a partir do quinto dia após o parto. (BONATO, et al.,2015) (GAMBIN, et al.,2017) (BONATO, et al.,2015) • Glicose IV, – Sinais neurológicos em decorrência de hipoglicemia • Glicocorticóides – hiperglicemia 24 horas • Insulina (Alternativo) – subcutâneo a cada 24 e 48 horas, – função hormônio anabólico, – reduz o balanço energético negativo 16 (BONATO, et al.,2015) (GAMBIN, et al.,2017) Tratamento (Cont.) 03/09/2019 9 • Manejo alimentar das vacas no período seco e de transição – evitar que a vaca esteja muito gorda no parto. – Animais obesos tem alta produção de leptina • Aditivos alimentares – ionóforos, como exemplo a monensina sódica – Reduz a metanogênese – Maior produção de propionato • Niacina, uma vitamina do grupo B capaz de reduzir a lipólise. Prevenção 17 (GAMBIN, et al.,2017) (BONATO, et al.,2015) (BONATO, et al.,2015) • Vacas leiteiras durante o período de transição são mais susceptíveis à cetose pelo aumento da quebra de gordura corporal em consequência do BEN em que esses animais se encontram. • Ocorre em rebanhos de alta produção gerando prejuízos significativos para os pecuaristas, porém um bom manejo nutricional e o uso de aditivos podem prevenir a doença. • Uma alimentação inadequada após o parto, uma deficiência energética, podem ser as causas de cetose, assim como fornecimento exagerado de proteínas, substâncias nitrogenadas ou lipídeos nesse período. Conclusão 18 (BATISTA, et al.,2016) (BONATO, et al.,2015) (ROCHA, et al.,2000) 03/09/2019 10 Qualquer que seja a estratégia nutricional adotada, as ações devem ser tomadas com muita antecedência e exige conhecimento, pois normalmente implicam em grande impacto na quantidade e qualidade energética do alimento a ser fornecido aos animais, o que consequentemente influenciará na resposta reprodutiva. 19 Considerações finais Referencial Teórico • ALVES, N. G.; PEREIRA, M. N.; COELHO, R. M. Nutrição e reprodução em vacas leiteiras. Revista Brasileira de Reprodução Animal, Belo Horizonte, v. 6, p. 118-124, 2009. • AROEIRA, Luiz Januário Magalhaes. Cetose e infiltração gordurosa no fígado em vacas leiteiras. Embrapa Gado de Leite-Documentos (INFOTECA-E), 1998. BATISTA, Flávio Cristino • Carmo et al. Cetose bovina: Revisão da literatura. Nucleus Animalium, v. 8, n. 1, p. 3-3, 2016. BONADIMAN, Humberto Binsfeld. Uso do propilenoglicol no controle da cetose bovina. 2018. BONATO, Denis Vinicius et al. Cetose em vacas leiteiras de alta produção. INVESTIGAÇÃO, v. 14, n. 6, 2015. • BRANDÃO, Alice Poggi. Impactos dos principais aspectos do período de transição sobre a produção de leitee resposta inflamatória de vacas leiteiras. 2016. • CARVALHO, Eduardo Rodrigues de et al. An alternative methodology of determining feed sorting in transition dairy cows fed glycerol. 2010. • CHAMBELA NETO, Alberto et al. Problemas metabólicos provenientes do manejo nutricioElectrónica de Veterinaria, v. 12, n. 11, 2011. CORASSIN, Carlos Humberto et al. Importância das desordens do periparto e seus fatores de risco sobre a produção de leite de vacas Holandesas. Semina: Ciências Agrárias, v. 32, n. 3, 2011. • CRUZ, Marta Luís Faria Pires. Distúrbios do metabolismo energético em vacas de alta produção. 2015. • CUPERTINO, Cristiane Francele et al. Avaliação do perfil metabólico em vacas leiteiras de alta produção no período de transição. PUBVET, v. 5, p. Art. 1112- 1117, 2011. • DIAS, Angélica Petersen. Estratégias nutricionais para minimizar o balanço energético negativo em vacas leiteiras durante o período de transição. 2015. 20 03/09/2019 11 • LEIRA, Matheus Hernandes et al. Fatores que alteram a produção e a qualidade do leite: Revisão. PUBVET, v. 12, p. 172, 2018. • MATIELLO, João Pedro. Consumo, digestibilidade, utilização da energia e emissão de metano entérico em vacas Holandês e Girolando F1 submetidas a diferentes planos nutricionais durante o período de transição. 2018. • McCarthy MM, Yasui T, Ryan CM, Pelton SH, Mechor GD, OvertonTR (2015) “Metabolism of early-lactation dairy cows as affected by dietary starch and monensin supplementation” Journal of Dairy Science, 98, 3351-3365 • MELO, Camila Martins de. Efeitos da suplementação da colina protegida ruminalmente em vacas leiteiras no período de transição. 2016. • NRC - National Research Council. 2001. Nutrients requirements of dairy cattle. 7. Ed. Washington, D.C. • OLIVEIRA, Tiago Machado. Influência da administração de cálcio no pósparto na prevalência de doenças do puerpério em vacas de leite na Ilha Terceira. 2011. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Técnica de Lisboa. Faculdade de Medicina Veterinária. ORTOLANI, Enrico Lippi. Enfermidades do período de transição. Ciência Animal Brasileira, 2009. • ROCHA, G. Q.; DIAZ GONZALEZ, Felix Hilario; BOUDA, J. Lipidose hepática e cetose em vacas leiteiras. Uso de provas de campo e laboratório em doenças metabólicas e ruminais de bovinos. p. 39-42, 2000. • SANTOS, José Eduardo P.; SANTOS, Flávio Augusto P. Novas estratégias no manejo e alimentação de vacas pré- parto. In: SIMPÓSIO SOBRE PRODUÇÃO ANIMAL. 1998. p. 165-214. 21
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