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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA ENGENHARIA DE ALIMENTOS HELLEN CAROLINA DOS SANTOS MOTA IVANA CARVALHO LEITE UMIDADE E CINZAS EM BISCOITO CREM CRACKER Feira de Santana-BA 2019 HELLEN CAROLINA DOS SANTOS MOTA IVANA CARVALHO LEITE UMIDADE E CINZAS EM BISCOITO CREM CRACKER Relatório apresentado em cumprimento às exigências da disciplina Análise Físico- Química de Alimentos, do Curso de Engenharia de Alimentos, da Universidade Estadual de Feira de Santana orientado pelo docente Luiz Severo da Silva Júnior. Feira de Santana-BA 2019 Sumário 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 4 2 OBJETIVO .......................................................................................................................... 6 3 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................................... 7 3.1 MATERIAIS .......................................................................................................................... 7 3.2 METODOLOGIA ......................................................................................................... 7 3.2.1 Análise de Umidade ................................................................................................... 7 3.2.2 Análise de cinzas ........................................................................................................ 8 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES .............................................................................................. 9 4.1 Análise de umidade ............................................................................................................. 9 4.2 Análise de cinzas .............................................................................................................. 11 5 CONCLUSÃO .................................................................................................................... 13 6 REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 14 4 1 INTRODUÇÃO A umidade representa a água contida no alimento, que pode ser classificada em: umidade de superfície, que se refere à água livre ou presente na superfície externa do alimento, facilmente evaporada e umidade adsorvida, referente à água ligada, encontrada no interior do alimento, sem combinar-se quimicamente com o mesmo, e além disso corresponde à perda em peso sofrida pelo produto quando aquecido em condições nas quais a água é removida. Na realidade, não é somente a água a ser removida, mas outras substâncias que se volatilizam nessas condições. (LUTZ, 2008). O resíduo obtido no aquecimento direto é chamado de resíduo seco. O aquecimento direto da amostra a 105°C é o processo mais usual. Resíduo por incineração ou cinzas é o nome dado ao resíduo obtido por aquecimento de um produto em temperatura próxima a (550- 570)°C. Nem sempre este resíduo representa toda a substância inorgânica presente na amostra, pois alguns sais podem sofrer redução ou volatilização nesse aquecimento. Geralmente, as cinzas são obtidas por ignição de quantidade conhecida da amostra. (LUTZ, 2008). Muitas vezes, é vantajoso combinar a determinação direta de umidade e a determinação de cinzas, incinerando o resíduo obtido na determinação de umidade. (LUTZ, 2008). Segundo a Resolução de Diretoria Colegiada - RDC nº 263, de 22 de setembro de 2005, define-se biscoitos ou bolachas como produtos obtidos pela mistura de farinha(s), amido(s) e ou fécula(s) com outros ingredientes, submetidos a processos de amassamento e cocção, fermentados ou não. Podem apresentar cobertura, recheio, formato e textura diversos. A presente resolução define requisitos específicos e gerais onde diz que: os produtos devem ser obtidos, processados, embalados, armazenados, transportados e conservados em condições que não produzam, desenvolvam e ou agreguem substâncias físicas, químicas ou biológicas que coloquem em 5 risco a saúde do consumidor. Deve ser obedecida a legislação vigente de Boas Práticas de Fabricação. 6 2 OBJETIVO Determinar em uma amostra de biscoito cream cracker por meio da secagem o percentual de umidade e cinzas utilizando estufa comum a 130°C e mufla a 550°C, respectivamente. 7 3 MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 MATERIAIS Balança analítica Estufa Mufla Dessecador com sílica gel de cor azul escuro Cadinho Espátula Pinça Luva térmica Óculos protetor Amostra de biscoito cream cracker Amostra de biscoito cream cracker (pós-estufa) 3.2 METODOLOGIA 3.2.1 Análise de Umidade Colocou-se a cápsula de porcelana na estufa, previamente aquecida em estufa a 130°C. Em seguida retirou-se a cápsula da estufa com auxílio de luvas e piça de madeira colocando-a no dessecador para resfriamento. Pesou-se em balança analítica a massa do cadinho vazio e a massa do cadinho contido da amostra de biscoito cream cracker. Feito isso, destinou-se a cápsula contendo o biscoito cream cracker para estufa a 130°C durante 60 minutos, terminado esse tempo, retirou-se o cadinho da estufa colocando-o imediatamente no dessecador por 20 minutos, contendo sílica em perfeito estado (azul escuro), aguardando resfriamento até atingir a temperatura ambiente. Quando atingido a temperatura ambiente, pesou-se obtendo o primeiro valor de umidade. Devido à instabilidade na massa encontrada repetiu-se todo o procedimento de aquecimento e resfriamento até peso constante. 8 3.2.2 Análise de cinzas Para essa análise utilizou-se o cadinho contendo amostra da análise de umidade. Inicialmente, submeteu-se a amostra ao aquecimento queimando-a completamente até cessamento da fumaça. Levou-se o cadinho para a mufla a 550ºC por 4 horas. Passado esse tempo, retirou-se a mostra para esfriar durante 30 min no dessecador e em seguida pesa-la. Repetiu-se o procedimento até que o peso se apresentasse constante e as cinzas apresentarem cor branca ou cinza clara. 9 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 4.1 Análise de umidade A análise foi feita com amostra de Biscoito Cream Cracker, de marca Marilan e data de validade 23 / 05 / 2019. Tabela 1: Peso do cadinho vazio e com amostra úmida antes da estufa. Amostra Peso do cadinho vazio(g) Peso do cadinho + amostra da úmida (g) 1 45, 67 47, 69 2 43, 21 45, 24 Fonte: As autoras. Tabela 2: Pesagem das amostras após 60 min na estufa + 20 no dessecador. Nº de pesagens Amostra 1 massa(g) Amostra 2 massa (g) 1º (60 min) 47,59 45,13 2º (120 min) 47,58 45,12 3º (180 min) 47,58 45,12 Fonte: As autoras. A RDC nº 263 parágrafo 5- Requisitos Específicos determina o percentual máximo de umidade: - Farinhas, amido de cereais e farelos: umidade máxima 15,0 % (g /100 g). Diante da especificação citada acima foi feito o seguinte cálculo pra encontrar o percentual da umidade do biscoito em análise:10 Umidade (%)= Peso da amostra úmida 1 - Peso da amostra seca 1 Umidade (%)= 47,69 - 47,58 Umidade (%)= 0,11g Como a legislação define um percentual com base em g/100g fez-se então: 0,11g ___ 2,02g X ___ 100g X= 5,4 % Para a segunda amostra foi feito o mesmo cálculo pra encontrar o percentual da umidade do biscoito em análise: Umidade (%)= Peso da amostra úmida 2 - Peso da amostra seca 2 Umidade (%)= 45,24 - 45,12 Umidade (%)= 0,12g Como a legislação define um percentual com base em g/100g fez-se então: 0,12g ___ 2,03g X ___ 100g X= 5,9 % Calculando a média tem-se umidade (%)= 5,6% Mediante aos cálculos efetuados, foi encontrado no biscoito em análise o valor de umidade dentro ao especificado acima. O grande problema da umidade excessiva é a rápida deterioração provocada pelo crescimento de fungos desenvolvedores de toxinas (como a aflatoxina). No caso das embalagens, algumas tendem a favorecer a deterioração por umidade excessiva, como exemplo embalagens de papel que em contato com ambientes úmidos acaba absorvendo tal umidade e termina por passar para o alimento. Vale ressaltar que, as condições de conservação após abertura da embalagem (geralmente encontrada no rótulo) devem ser mantidas a fim de 11 que o alimento não se torne propício à produção e desenvolvimento de reações químicas e biológicas, como também a agregação de substâncias físicas. Um método que deve ser utilizado para garantia da saúde do consumidor é seguir a legislação vigente de Boas Praticas de Fabricação, a qual define uma série de pré-requisitos para que o produto se mantenha conforme até o consumo. 4.2 Análise de cinzas Para a análise de cinzas foi utilizada a mesma amostra de biscoito cream cracker em que foi feita determinação de umidade. Tabela 2: Valores obtidos da amostra analisada pós mufla. Nº de pesagens Massa(g) 1º 43,249 2º 43,249 Fonte: As autoras. A Resolução nº 12 de 1978, específica o percentual máximo de cinzas para o biscoito de 3,0 %. Com base no último valor óbito, tabela 3, foi feito o cálculo seguinte para verificar a quantidade de cinzas presente na amostra do biscoito cream cracker: % Cinzas totais = peso do cadinho com a cinza – peso do cadinho puro x 100 % Cinzas totais = (43, 249 – 43, 211) x 100 % Cinzas totais = 3,8% 12 O resíduo mineral fixo (também chamado de cinzas) é o produto inorgânico que permanece após a queima da matéria orgânica da amostra, que é transformada em CO2, H2O e NO2. Os elementos minerais se apresentam sob a forma de óxidos, sulfatos, fosfatos, silicatos e cloretos, dependendo das condições de incineração e da composição do alimento. A determinação do resíduo mineral fixo – RMF – fornece uma indicação da riqueza dos elementos minerais na amostra (MAPA/SDA/CGAL, 2014). Para Moretto (2008), a cinza de um material é o ponto de partida para a análise de minerais específicos como o sódio. Segundo a Resolução de Diretoria Colegiada - RDC nº 12, de 24 de julho de 1978, biscoitos ou bolachas salgadas são produtos que contêm cloreto de sódio em quantidade que acentue o sabor salgado, além das substâncias normais desses produtos. Santana (2014), afirma que a gordura é um dos componentes básicos dos biscoitos e está presente em níveis relativamente altos, assim como também o sal é empregado em quase todas as formulações de biscoitos pelo seu sabor e por suas propriedades, realçando o sabor dos outros ingredientes da formulação. Diante do resultado encontrado foi possível observar que o percentual de cinzas presentes está fora das especificações. Essas alterações podem ser provenientes do alto teor de sódio que é encontrado no biscoito, o prazo de validade que estava vencido, assim como também pode ser tomado como indicativo de adulteração no produto. 13 5 CONCLUSÃO 14 6 REFERÊNCIAS Apostila-Instituto-Adolfo-Lutz.pdf http://www.bvsalutz.coc.fiocruz.br/html/pt/static/ BRASIL. Resolução RDC nº 12, de 22 de julho de 1978. Aprova “Normas técnicas especiais relativas a alimentos (e bebidas)”. constante do anexo desta Resolução. Órgão emissor: ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Disponível em:< https://sogi8.sogi.com.br/Arquivo/Modulo113.MRID109/Registro4760/document o%201.pdf>. Acesso em: 01 ago. 2019. BRASIL. Resolução RDC nº 263, de 22 de setembro de 2005. Aprova o “Regulamento técnico produtos de cereais, amidos, farinhas e farelos” constante do anexo desta Resolução. Órgão emissor: ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Disponível em:<https://www.univates.br/unianalises/media/imagens/Anexo_II_61948_2.pdf >. Acesso em: 01 ago. 2019. . MAPA/SDA/CGAL. Determinação do Resíduo Mineral Fixo. Laboratório Nacional Agropecuário. Rio Grande do Sul, 2014. Disponível em:<www.agricultura.gov.br/...da...residuo-mineral- fixo.../MET%20POA%2013%2002%2..>. Acesso em: 02 ago. 2019. MORETTO, E. Introdução à ciência de alimentos. 2.ed. Ampliada e revisada. Florianópolis: Editora da UFSC, 2008. 255p. SANTANA, J, S. Elaboração de Biscoitos com farinha de inhame: Uma alternativa para celíacos. Trabalho de Conclusão de Curso TCC. João 15 Pessoa – Paraíba, 2014. Disponível em:<https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/906/1/Santana_Jussa ra%20Elaboracao%20de%20biscoitos.pdf>. Acesso em: 02 ago. 2019.