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Aula 4 - Direito Processual Trabalhista

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Aula 4 - Direito Processual do Trabalho
Data: 28/02/2019.
Organização da Justiça do Trabalho
					
STF
TST 		STJ
TRT 	 TJ TRF
		 VT	 Vara Vara
	Atualmente, os órgãos da Justiça do Trabalho, conforme redação do artigo 111 da CRFB/88, são:
1. o Tribunal Superior do Trabalho (TST);
2. os Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs);
3. os Juízes do Trabalho.
	CRFB/88, Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho:
I - o Tribunal Superior do Trabalho;
II - os Tribunais Regionais do Trabalho;
III - Juízes do Trabalho.
	Há, ainda, dois aspectos peculiares da Justiça do Trabalho. São eles:
1º - Não há divisão em entrâncias, ou seja, não há divisões judiciárias pela maior ou menor quantidade de processos que existam nas comarcas, como ocorre na justiça comum estadual; e
2º - Não existem órgãos especializados na primeira instância da Justiça do Trabalho. Em virtude disso, todos os juízes do trabalho julgam quaisquer controvérsias da competência inicial do juízo monocrático.
Varas do Trabalho
	A jurisdição da vara do trabalho abrange um ou mais municípios, cada vara compõe-se de um juiz do trabalho titular e um juiz do trabalho substituto.
Compete às Varas do trabalho conciliar e julgar, em linhas gerais, os dissídios individuais oriundos das relações de trabalho.
Os juízes do trabalho ingressam na magistratura como juízes substitutos (art. 654 da CLT) após aprovação em concurso público de provas e títulos realizado pelo Tribunal Regional do Trabalho da região respectiva.
	CLT, Art. 654 - O ingresso na magistratura do trabalho far-se-á para o cargo de juiz do trabalho substituto. As nomeações subsequentes por promoção alternadamente, por antiguidade e merecimento. 
	CRFB/88, art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho. 
	
Tribunais Regionais do Trabalho
	Os Tribunais Regionais do Trabalho estão divididos por regiões.
	CRFB/88, art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo: 
I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94; 
II os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por antigüidade e merecimento, alternadamente. 
Tribunal Superior do Trabalho
Sede na Capital da República e jurisdição em todo o território nacional é a instância superior da Justiça do Trabalho.
CRFB/88, art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco anos e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: 
I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94; 
II os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior.
	CRFB/88, art. 111-A. § 2º Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho: 
I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho, cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira; 
II - o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa, orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema, cujas decisões terão efeito vinculante.
Órgãos Auxiliares da Justiça do Trabalho
	São órgãos da Justiça do Trabalho: a secretaria, o distribuidor e a contadoria.
a) Secretaria: tem a função de receber petições, fazer autuações e demais serviços determinados pelo Juiz (art. 711, da CLT). A secretaria é dirigida pelo Diretor de Secretaria, cuja função é preparar os despachos para o magistrado, cumprindo as determinações deste (art. 712 da CLT). 	A Secretaria, na Justiça do Trabalho, tem a mesma função dos cartórios, na Justiça Comum. 
	Ressalta-se que, nos Tribunais Regionais Trabalhistas, haverá secretarias, dirigidas por um único secretário. Ele exercerá a mesma função que exerce o diretor da secretaria da Vara, além de mandar os processos a conclusão do juiz presidente e da organização e manutenção de um fichário de jurisprudência do tribunal para consulta dos interessados.
b) Distribuidor: existe somente nas localidades onde haja mais de uma vara trabalhista. Os distribuidores podem fornecer recibos ou certidões da distribuição. Nos tribunais também há distribuidor, visando distribuir o mesmo número de processos para cada um dos juízes. Difere da Justiça comum, pois esta é por sorteio.
c) Contadoria: o contador faz os cálculos de juros, correção monetária e outras determinações atribuídas pelo juiz.
Ministério Público do Trabalho
	O Ministério Público do Trabalho é um dos ramos do Ministério Público da União.
	Lei complementar 75/93:
Art. 85. São órgãos do Ministério Público do Trabalho:
I - o Procurador-Geral do Trabalho;
II - o Colégio de Procuradores do Trabalho;
III - o Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho;
IV - a Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público do Trabalho;
V - a Corregedoria do Ministério Público do Trabalho;
VI - os Subprocuradores-Gerais do Trabalho;
VII - os Procuradores Regionais do Trabalho;
VIII - os Procuradores do Trabalho.
	O MPT tem como “chefe” o Procurador Geral da Justiça do Trabalho. 
O Procurador Geral do Trabalho é nomeado pelo Procurado Geral da República entre os integrantes da Procuradoria com mais de 35 anos de idade e cinco anos de carreira.
A Procuradoria Geral do Trabalho atua perante o TST, através do Procurador Geral e dos subprocuradores-gerais.
Junto aos Tribunais Regionais funcionam as procuradorias Regionais do Trabalho, compostas por procuradores regionais, nomeados por concurso público de títulos e provas.
Todas as Procuradorias contam com os serviços de uma Secretaria.
Órgãos do TST
					TST (Pleno)
				SDI		 SDC
			 Turmas
Tribunal Pleno (TST)
Órgão formado por todos os ministros da corte, tendo atribuição, dentre outras, de dar posse aos membros eleitos para cargo de direção e aos ministros nomeados para o Tribunal. No pleno são voltadas as súmulas do TST.
Seção de Dissídios Individuais I (SDI-I)
	A Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, composta por quatorze ministros, é o órgão revisor das decisões das Turmas e unificador da jurisprudência do TST. O quorum mínimo é de oito ministros para o julgamento de agravos, agravos regimentais e recursos de embargos contra decisões divergentes das Turmas ou destas que divirjam de entendimento da Seção de Dissídios Individuais, de Orientação Jurisprudencial ou de Súmula.
Seção de Dissídios Individuais II (SDI-II)
	A Subseção II Especializada em Dissídios Individuais é formada por dez ministros, com quórum mínimo de seis ministros. Entre as atribuições da SDI-2 está o julgamento de ações rescisórias, mandados de segurança, ações cautelares, habeas corpus, conflitos de competência, recursos ordinários e agravos de instrumento.
Seção Especializada em Dissídios Coletivos (SDC)
A Seção Especializada em Dissídios Coletivos é composta por nove ministros. São necessários pelo menos cinco ministros para o julgamento de dissídios coletivos de natureza econômica e jurídica, recursos contra decisões dos TRTs em dissídios coletivos, embargos infringentes e agravos de instrumento, além de revisão de suas própriassentenças e homologação das conciliações feitas nos dissídios coletivos.	
Turmas
O TST possui oito Turmas julgadoras, cada uma composta por três ministros, com a atribuição de analisar recursos de revista, agravos, agravos de instrumento, agravos regimentais e recursos ordinários em ação cautelar. Das decisões das Turmas, a parte ainda pode, em alguns casos, recorrer à Subseção I Especializada em Dissídios Individuais (SBDI-1).
Órgão Especial do TST
	O Órgão Especial do TST é formado por dezessete ministros, e o quórum para funcionamento é de oito ministros. O colegiado, entre outras funções, delibera sobre disponibilidade ou aposentadoria de magistrado, escolhe juízes dos TRTs para substituir ministros em afastamentos superiores a 30 dias, julga mandados de segurança contra atos de ministros do TST e recursos contra decisão em matéria de concurso para a magistratura do trabalho e contra decisões do corregedor-geral da Justiça do Trabalho.
Plano de Aula 3: Jurisdição e Competência do Judiciário Trabalhista
	Competência é a medida da jurisdição, ou seja, a delimitação da esfera de atribuições dos órgãos encarregados da função jurisdicional, cujas regras se encontram na Constituição e nas normas infraconstitucionais.
A Justiça do Trabalho é competente para apreciar e julgar todas as ações oriundas da relação de trabalho, inclusive aquelas referentes às relações laborais entre trabalhadores e as personalidades de direito público externo, da Administração Pública direta e indireta de todos os entes federativos. 
Critérios para Determinação da Competência dos Órgãos Jurisdicionais
	O legislador adota os seguintes critérios para a fixação da competência dos órgãos jurisdicionais. São eles: 
- a matéria posta em julgamento , ou seja, em razão da matéria (ratione materiae);
- a pessoa envolvida no litígio (ratione personae);
- a função (hierarquia); e
- o território/lugar (ratione loci).
a) Competência em razão da matéria: de acordo com o art. 114 da CRFB/88, só cabe à Justiça do Trabalho solucionar as causas de cunho trabalhistas que envolvam a relação de trabalho.
	CRFB/88, art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: 
I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
	Súmula 23 do STF: “A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação possessória ajuizada em decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada”.
	Compete à Justiça Trabalhista, no âmbito material, processar e julgar: as ações que envolvam exercício do direito de greve; as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores e entre sindicatos e empregadores; os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data quando o ato questionado envolver matéria de sua jurisdição; os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado os conflitos de competência entre os tribunais superiores e qualquer outro tribunal; as ações de indenização por dano moral ou patrimonial decorrentes da relação de trabalho; as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho; a execução de ofício, das contribuições sociais arrecadadas pelos empregadores sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho, bem como das contribuições dos segurados para custeio da Seguridade Social; outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho na forma da lei.
Importante: quanto às contribuições sociais, a Justiça do Trabalho somente será competente para ordenar sua retenção, não podendo executá-las de fato.
	Súmula 300 – TST: “Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar ações ajuizadas por empregados em face de empregadores relativas ao cadastramento no Programa de Integração Social (PIS)”.
	Súmula 389 – TST: “I - Inscreve-se na competência material da Justiça do Trabalho a lide entre empregado e empregador tendo por objeto indenização pelo não-fornecimento das guias do seguro-desemprego. (ex-OJ nº 210 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000)
II - O não-fornecimento pelo empregador da guia necessária para o recebimento do seguro-desemprego dá origem ao direito à indenização. (ex-OJ nº 211 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000)”
	Ressalta-se que a Justiça Laboral é responsável por julgar processos relativos a danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho, que poderão ser ajuizados pelo empregado ou pelos seus sucessores em face do empregador.
	A incompetência em razão da matéria é absoluta, sendo possível a sua arguição de ofício ou mediante requerimento das partes, a qualquer tempo.
b) Competência em razão da pessoa: a Justiça do Trabalho tem competência para dirimir conflitos entre trabalhadores e empregadores, que farão parte, respectivamente, do pólo ativo e passivo da reclamação trabalhista. Desta forma, toda matéria trabalhista e decorrente de emprego será processada e julgada perante a Justiça Laboral.
	Os trabalhadores domésticos também terão seus direitos assegurados pela Justiça do Trabalho conforme dispõe o decreto nº 71.885/73. Os trabalhadores temporários, que são contratados por empresa para prestar serviços à cliente por até três meses, também poderão pleitear por seus direitos face à Jurisdição Trabalhista. Todavia, os conflitos entre a empresa de trabalho temporário e o cliente deverão ser dirimidos na Justiça Comum.
	Apesar de os avulsos não possuírem vínculo empregatício, pela inexistência de subordinação desses trabalhadores com o sindicato ou órgão de gestão de mão de obra e muito menos com a empresa tomadora de serviços, estes são definidos como trabalhadores, visto que realizam atividade física ou intelectual em favor de outrem. Assim, é competente a Justiça do Trabalho também nesses casos.
	Já quanto aos trabalhadores contratados por tempo determinado para atender necessidade temporária de excepcional interesse público, a Justiça Trabalhista é incompetente para julgar esses casos, pois seus contratos são de cunho administrativo, regidos por leis especiais e dispensam o dever de licitar.
	Súmula 158 – TFR: “Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar reclamação contra empresa privada, contratada para a prestação de serviços à administração pública”.
c) Competência em razão da função: essa modalidade de competência faz referência às funções típicas dos órgãos trabalhistas especializados para solucionar controvérsias de caráter estritamente trabalhista.
	Os órgãos trabalhistas são compostos pelo juiz titular ou substituto das varas, tribunais regionais, tribunal superior do trabalho, ministério público do trabalho, ministro corregedor do Tribunal Superior do Trabalho. Ao juiz titular ou substituto, por exemplo, compete à execução das sentenças proferidas na vara, o despacho dos recursos interpostos pelas partes, a concessão de liminar em reclamação trabalhista nas hipóteses do art. 659 da Consolidação das Leis do Trabalho. Já aos Juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho cabe a apreciação originária de ação rescisória, mandado de segurança, matéria administrativa e conflitos de competência entre juízes ligados ao Tribunal Regional.
	Por sua vez, o Tribunal Superior do Trabalho é competente para julgar os recursos de revista interpostos de decisões dos Tribunais Regionais do Trabalho, os agravos de instrumento interpostos em razão de decisão do Presidente de Tribunal Regional que negue seguimento a recurso de revista, os agravos regimentais e embargos de declaração opostos a seus julgados.
O Ministério Público do Trabalho poderá manifestar-se em qualquer fase do processo trabalhista, quando houver interesse público que justifique sua intervenção, propor ações necessárias para a defesa de menores, incapazes ou índios nas relações trabalhistas, participar de instrução e conciliação em dissídios decorrentes de paralisação de serviços e recorrer quandoas decisões acarretarem violação da lei ou constituição, atuar como árbitro nos dissídios trabalhistas, quando convocado pelas partes.
O Ministro Corregedor do Tribunal Superior do Trabalho terá como atribuições inspecionar e apurar possíveis irregularidades cometidas no âmbito dos Tribunais Regionais do Trabalho e decidir sobre atos praticados por Regionais e seus Presidentes que atentarem a boa ordem processual.
d) Competência em razão do lugar: é relativa, devendo ser arguida pelas partes, de plano, através de exceção de incompetência, caso contrário, o juízo se tornará competente para dirimir o litígio trabalhista.
	O art. 651 da Consolidação das Leis Trabalhistas traz a regra geral a ser aplicada para definir a competência territorial. De acordo com esse dispositivo, a reclamação trabalhista deve ser proposta no último local de prestação de serviços, mesmo que o empregado tenha sido contratado em outro local ou no exterior. O principal intuito da norma é impedir que o empregado tenha gastos desnecessários com a demanda, bem como tenha condições de colher as melhores provas no local onde por último trabalhou.
	No entanto, essa regra disposta na constituição, para privilegiar a parte hipossuficiente da relação, o empregado, comporta três exceções, a saber: quando o empregado for agente ou viajante comercial; quando o empregado brasileiro estiver trabalhando no estrangeiro e quando o empregador promove realização de atividade fora do lugar do contrato.
	Entende-se por viajante comercial, o empregado que presta serviço de vendas em mais de um local, agindo em nome do empregador, sem se fixar em um local. Nessa hipótese, terá competência para resolver a lide, a vara da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e, na falta, será competente a Vara da localidade em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima.
	As empresas que promovem atividades fora do lugar do contrato estão sujeitas ao ajuizamento, pelos empregados, de reclamações trabalhistas no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços. (Art. 651, §3º, Consolidação das Leis do Trabalho). Por exemplo, motorista de ônibus que é contratado em Salvador, para fazer a linha Salvador – Aracaju.
Importante: não se admite foro de eleição no Processo do Trabalho. 
Classificação da Competência
	A competência pode ser originária ou derivada.
a) Competência originária: corresponde ao órgão que analisará a causa em primeiro lugar.
b) Competência derivada: também chamada de derivada ou recursal, é competência atribuída ao órgão jurisdicional destinado a rever a decisão já proferida.
Conflitos de Competência
Conflitos de competência ocorrem quando dois ou mais magistrados se declaram competentes (conflito positivo) ou incompetentes (conflito negativo) para dirimir questão.
	CLT, art. 805 - Os conflitos de jurisdição podem ser suscitados:
a) pelos Juízes e Tribunais do Trabalho;
b) pelo procurador-geral e pelos procuradores regionais da Justiça do Trabalho;
c) pela parte interessada, ou o seu representante.
	Esquema sobre conflitos de competência:
Art. 808, CLT
TRT
- VT x VT (ou juiz de direito investido na jurisdição trabalhista), vinculadas a um mesmo tribunal. 
TST 
- TRT x TRT; 
- TRT x VT (vinculada a outro TRT), se for vinculada à um mesmo TRT não tem conflito de competência (súmula 420 do TST); 
	Súmula nº 420 do TST. COMPETÊNCIA FUNCIONAL. CONFLITO NEGATIVO. TRT E VARA DO TRABALHO DE IDÊNTICA REGIÃO. NÃO CONFIGURAÇÃO (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 115 da SBDI-2) - Res. 137/2005, DJ 22, 23 e 24.08.2005. Não se configura conflito de competência entre Tribunal Regional do Trabalho e Vara do Trabalho a ele vinculada. (ex-OJ nº 115 da SBDI-2 - DJ 11.08.2003). 
Neste caso, trata-se de questão afeita à hierarquia, devendo o órgão de hierarquia inferior cumprir a decisão do órgão de hierarquia superior.
- VT x VT (vinculadas a tribunais diferentes).
STJ 
- TRT ou VT x juiz federal, juiz de direito, TRF e TJ. 
STF 
- TST x Órgão de outro ramo do Judiciário 
Importante: entende-se que não há existência de conflito entre Tribunal Regional do Trabalho e Vara do Trabalho; Tribunal Regional do Trabalho e Tribunal Superior do Trabalho, pois preexiste uma hierarquia entre esses órgãos, coexistindo o dever de subordinação. (Súmula 420 do Tribunal Superior do Trabalho).
Súmulas Importantes para o Estudo sobre Competência da Justiça do Trabalho
STF:
- Súmula Vinculante 21: “É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo”.
	“A exigência de depósito ou arrolamento prévio de bens e direitos como condição de admissibilidade de recurso administrativo constitui obstáculo sério (e intransponível, para consideráveis aparcelas da população) ao exercício do direito de petição (CF, art. 5º, XXXIV), além de caracterizar ofensa ao princípio do contraditório (CF, art. 5º, LV). A exigência de depósito ou arrolamento prévio de bens e direitos pode converter-se, na prática, em determinadas situações, em supressão do direito de recorrer, constituindo-se, assim, em nítida violação ao princípio da proporcionalidade. Ação direta julgada procedente para declarar a inconstitucionalidade do art. 32 da MP 1699-41 - posteriormente convertida na Lei 70.235/72”.ADI 1.976, Relator Ministro Joaquim Barbosa, Tribunal Pleno, 28.3.2007, DJ de 18.5.2007.
	Em outras palavras, ofende o direito de petição, porque trata-se de recursos administrativos.É só lembrar que, no Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União (Lei 8.112/1992) existe um capítulo inteiro disciplinando o direito de petição do servidor público.
	A exigência de depósito prévio pode ocasionar a violação dos direitos de petição e ampla defesa, tornando-os inviáveis.
	Vida longa à República e à Democracia!
 - Súmula Vinculante 22: “A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da promulgação da Emenda Constitucional 45/2004”.
	A súmula em questão tem por objeto a interpretação de norma que fixou a competência da Justiça do Trabalho para processar e julgar as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho.
	É certo que o STF editou a referida súmula vinculante, por conta do art. 114, VI, CF. Se a JT é competente para julgar indenizações decorrentes da relação do trabalho e, como o acidente do trabalho está dentro de "relação do trabalho", logo, a JT é competente para julgar as indenizações sobre o acidente do trabalho.
TST:
- Súmula 19: “A Justiça do Trabalho é competente para apreciar reclamação de empregado que tenha por objeto direito fundado em quadro de carreira”.
	A Justiça do Trabalho analisa questões entre empregados e empregadores. Se a matéria é decorrente da relação entre eles, o tema é de competência da Justiça Laboral. É o que ocorre com ação que postula direito fundado em quadro de carreira.
- Súmula 300: “Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar ações ajuizadas por empregados em face de empregadores relativas ao cadastramento no Programa de Integração Social (PIS)”.
- Súmula 363: ”A contratação de servidor público, após a CF/1988, sem prévia aprovação em concurso público, encontra óbice no respectivo art. 37, II e § 2º, somente lhe conferindo direito ao pagamento da contraprestação pactuada, em relação ao número de horas trabalhadas, respeitado o valor da hora do salário mínimo, e dos valores referentes aos depósitos do FGTS”.
- Súmula 368: “A Justiça do Trabalho é competente para determinar o recolhimento das contribuições fiscais. A competência da Justiça do Trabalho, quanto à execução das contribuições previdenciárias, limita-se às sentenças condenatórias em pecúnia que proferir e aos valores, objeto de acordo homologado, que integremo salário de contribuição”.
- Súmula 389: “I - Inscreve-se na competência material da Justiça do Trabalho a lide entre empregado e empregador tendo por objeto indenização pelo não-fornecimento das guias do seguro-desemprego. (ex-OJ nº 210 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000)
II - O não-fornecimento pelo empregador da guia necessária para o recebimento do seguro-desemprego dá origem ao direito à indenização. (ex-OJ nº 211 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000)”
- Súmula 392: “Nos termos do art. 114, inc. VI, da Constituição da República, a Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ações de indenização por dano moral e material, decorrentes da relação de trabalho, inclusive as oriundas de acidente de trabalho e doenças a ele equiparadas, ainda que propostas pelos dependentes ou sucessores do trabalhador falecido”.
- Súmula 424: “O § 1º do art. 636 da CLT, que estabelece a exigência de prova do depósito prévio do valor da multa cominada em razão de autuação administrativa como pressuposto de admissibilidade de recurso administrativo, não foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988, ante a sua incompatibilidade com o inciso LV do art. 5º”.
- Súmula 454: “Compete à Justiça do Trabalho a execução, de ofício, da contribuição referente ao Seguro de Acidente de Trabalho (SAT), que tem natureza de contribuição para a seguridade social (arts. 114, VIII, e 195, I, “a”, da CF), pois se destina ao financiamento de benefícios relativos à incapacidade do empregado decorrente de infortúnio no trabalho (arts. 11 e 22 da Lei nº 8.212/1991)”.

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