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Doença Pulpar e Periapical • Pulpite Reversível • Pulpite Irreversível • Necrose Pulpar • Pulpite Hiperplásica Crônica • Dentina Secundária e Terciária • Calcificações Pulpares PULPITE • Assim como o cérebro, a polpa dental está confinada em tecido duro que pode alterar a resposta às agressões locais. • A dentina circundante proporciona suporte mecânico rígido e proteção contra a cavidade oral rica em bactérias. • Uma violação desta barreira pode afetar de modo adverso a saúde da polpa dental. • Alterações vasculares inflamatórias aumentam o volume da polpa, mas o inchaço é restrito devido às paredes dentinárias circundantes, frequentemente desencadeando dor. • Mediante a exposição, o espaço pulpar contaminado age como um condutor entre a cavidade oral e o osso alveolar normalmente estéril. • A disseminação da infecção pulpar para o osso pode levar a complicações graves, como a trombose do seio cavernoso, a angina de Ludwig ou a sepse sistêmica com complicações potencialmente fatais. • A dor relacionada à pulpite é um mecanismo de defesa importante que pode levar à intervenção terapêutica antes do desenvolvimento de complicações graves. Quatro tipos principais de estímulos nocivos são causas comuns de inflamação pulpar (pulpite): Causas da Pulpite 1. Dano mecânico: acidentes traumáticos, o dano iatrogênico, atrito, abrasão e alterações barométricas. 2. Lesão térmica: Os estímulos térmicos graves podem ser transmitidos por grandes restaurações metálicas não isoladas ou podem ocorrer em procedimentos dentários como a preparação da cavidade, polimento e reações químicas exotérmicas dos materiais dentais. 3. Irritação química: erosão ou uso inadequado de materiais dentais ácidos. 4. Efeitos bacterianos: As bactérias podem danificar a polpa através de toxinas ou diretamente após a extensão das cáries ou do transporte via vasculatura. • O melhor sistema de classificação para a pulpite é o que orienta o tratamento adequado. • • Pulpite Reversível; • Pulpite Irreversível; • Necrose Pulpar e • Pulpite Hiperplásica Crônica. • A Pulpite Reversível indica um nível de inflamação pulpar em que o tecido é capaz de voltar normalmente para um estado de saúde se os estímulos nocivos forem removidos. • A Pulpite Irreversível implica em que um nível de inflamação mais elevado se desenvolveu, no qual a polpa dental foi danificada além do ponto de recuperação. • Muitas vezes a invasão franca pelas bactérias é o ponto de intersecção entre a pulpite reversível e a irreversível. Considerações Gerais • A avaliação da dor pulpar (pulpalgia) inclui uma combinação da apresentação clínica e da resposta do dente a uma série de procedimentos de testes de vitalidade. • Quando os procedimentos demonstram que a polpa não tem doença, os resultados são altamente confiáveis. • Quando a polpa parece testar positivamente para pulpite irreversível, o exame histopatológico pode não demonstrar evidências de doença pulpar. • O profissional deve utilizar todos os testes disponíveis, informações clínicas e bom senso em uma tentativa de chegar a um diagnóstico adequado. Polpa Clinicamente Normal • Não exibe sinais ou sintomas que sugiram pulpite. • Dentes respondem ao frio com dor branda que se resolve em um a dois segundos e o calor não está associado ao desconforto pulpar. • Sem dor à percussão e o exame radiológico do osso perirradicular estará dentro dos limites normais. Pulpite Reversível • Doloroso a um estímulo (frio ou alimentos doces, às vezes o calor), porém o desconforto se resolve em poucos segundos após a eliminação do estímulo. (cessado o estímulo, cessa a dor) • O dente responde ao teste elétrico da polpa em níveis mais baixos de corrente do que um dente de controle adequado. • Sem mobilidade e sensibilidade à percussão . • Se a pulpite evoluir, a duração da dor mediante estímulo pode ficar maior e a polpa pode ser afetada de modo irreversível. • Um padrão semelhante de dor pulpar pode ocorrer quando a dentina exposta recebe um estímulo térmico, químico ou físico. Pulpite Irreversível • Dor aguda e grave mediante o estímulo térmico e a dor continua por um período maior após a remoção do estímulo. • O frio é particularmente desconfortável, calor, alimentos doces e ácidos também despertam dor. • A dor pode ser espontânea ou contínua e pode ser exacerbada quando o paciente deita. • O dente responde ao teste elétrico da polpa nos níveis mais baixos de corrente. • Nos estágios iniciais da pulpite irreversível, a dor muitas vezes pode ser localizada facilmente no dente causador do indivíduo; no entanto, com o aumento do desconforto, o paciente pode ser incapaz de identificar o dente dentro de um quadrante. • Embora a dor pulpar nunca atravesse a linha média, ela pode ser remetida de arcada para arcada, tornando necessário o teste pulpar de ambas as arcadas nos casos difíceis. • Estágios finais da pulpite irreversível - dor aumenta de intensidade e é sentida como uma pressão pulsante que pode manter os pacientes acordados à noite. (dor pulsátil) • O calor aumenta a dor; o frio pode produzir alívio. • Mobilidade e a sensibilidade à percussão geralmente estão ausentes. • Se ocorrer drenagem pulpar (fratura da coroa, formação de fístula), então os sintomas podem se resolver, voltando apenas se a drenagem cessar. Necrose Pulpar • Suspeita-se de necrose pulpar quando o dente não responder ao teste de sensibilidade elétrica ou térmica. • A necrose pulpar parcial (necrobiose pulpar) ocorre frequentemente e pode ficar isolada à parte coronal ou a um canal de um dente com várias raízes. • Os sintomas variam de nenhuma dor até uma dor aguda, com ou sem sensibilidade na mordida e hiperoclusão. Pulpite Hiperplásica Crônica • Pulpite Hiperplásica Crônica (Pólipo Pulpar) –É um padrão único de inflamação pulpar. • Crianças e adultos jovens com grandes exposições da polpa nas quais o teto dentinário inteiro está ausente. • Molares decíduos ou sucedâneos, que têm grandes câmaras pulpares nesses grupos etários. • A irritação mecânica e a invasão bacteriana resultam em um nível de inflamação crônica que produz tecido de granulação hiperplásico que se projeta e frequentemente preenche a cavidade. • O dente é assintomático, exceto quanto a uma possível sensação de pressão quando é colocado em função mastigatória Pulpite Hiperplásica Crônica - Tecido de granulação eritematoso se projetando da câmara pulpar do primeiro molar mandibular. Pulpite Hiperplásica Crônica – Fotografia macroscópica demonstrando tecido pulpar hiperplásico preenchendo um grande defeito carioso coronal. As setas delineiam o teto prévio da câmara pulpar. Pulpite Hiperplásica Crônica. Mesmo dente retratado. Tecido de granulação inflamado crônico preenche o defeito coronal. Repare na superfície de epitélio escamoso estratificado Características Histopatológicas • Muitas investigações demonstraram uma surpreendente falta de correlação entre os achados histopatológicos e os sintomas clínicos na maioria das polpas examinadas. • Pulpite Reversível - polpa exibe hiperemia, edema e algumas células inflamatórias sob a área dos túbulos dentinários afetados. Pulpite Reversível - Polpa dentária exibindo hiperemia e edema. A dentina adjacente foi cortada recentemente durante a colocação de uma restauração dentária. • Pulpite Irreversível - congestãodas vênulas que resulta em necrose focal. • Essa zona necrótica contém leucócitos polimorfonucleares e histiocitose . • O tecido pulpar circundante normalmente exibe fibrose e uma mistura de plasmócitos, linfócitos e histiócitos. Pulpite Irreversível. Polpa dentária exibindo infiltrado inflamatório agudo, consistindo predominantemente em leucócitos polimorfonucleares. Pulpite Irreversível. Mesmo dente retratado. A polpa dentária exibe uma área de fibrose e inflamação crônica periférica à zona de formação de abscesso. Pulpite Hiperplásica Crônica. Mesmo dente retratado. Tecido de granulação inflamado crônico preenche o defeito coronal. Repare na superfície de epitélio escamoso estratificado Tratamento e Prognóstico • A Pulpite Reversível é tratada pela remoção do irritante local. • Ocasionalmente, são desejáveis as medicações analgésicas. • O prognóstico da Pulpite Reversível é bom se forem tomadas medidas com antecedência suficiente. • A Pulpite Hiperplásica, Irreversível e a Crônica são tratadas pela extração do dente ou pela terapia de canal radicular. DENTINA SECUNDÁRIA E TERCIÁRIA • A formação da dentina prossegue ao longo da vida. • A dentina formada antes da conclusão da coroa é denominada dentina primária. • Esse processo é seguido pela formação da dentina secundária. • Esse tipo de dentina é denominado Dentina Secundária Fisiológica e exibe deposição lenta e gradual que aumenta após os 35 a 40 anos de idade. DENTINA SECUNDÁRIA • Dentes impactados – forças funcionais de oclusão promovem a deposição. • A deposição dentro da câmara pulpar não é totalmente uniforme. • Dentes posteriores - + assoalho pulpar, em menor grau no teto e menos nas paredes laterais. • Com a idade - câmaras pulpares diminuem em altura e não tanto na largura. • Dentina Secundária Fisiológica + homens e + associada a doenças relativas à calcificação (artrite, gota, cálculos renais, cálculos biliares, aterosclerose e hipertensão). • Dentina Secundária Precoce - Progéria (condição caracterizada pelo envelhecimento acelerado). • Lesão Traumática - pode levar à obliteração precoce da câmara pulpar e do canal (metamorfose cálcica) no dente afetado. DENTINA TERCIÁRIA • Nova dentina localizada e depositada em áreas de lesão focal. • Organizada de forma mais aleatória, sendo chamada Dentina Terciária (Reacionária, Reparatória, Irregular ou Irritativa). Fatores desencadeadores: • Atrito • Fratura • Erosão • Abrasão • Cáries • Doença periodontal • Lesão mecânica por procedimentos dentários • Irritação por materiais dentais • A desmineralização da dentina durante as cáries também libera quantidades significativas de cálcio e fosfatos. • Quando os odontoblastos primários morrem, seus túbulos dentinários são preenchidos com processos odontoblásticos degenerados e são denominados tratos mortos. • Esses túbulos normalmente são vedados a partir da polpa pela dentina reparatória. Características Clínicas e Radiográficas • Radiografias Periapicais - dentina secundária resulta na diminuição do tamanho das câmaras e canais pulpares. • Dentina Secundária - parece reduzir a sensibilidade do dente afetado, à suscetibilidade às cáries dentárias e o trauma dos procedimentos dentários. • Embora a produção de dentina secundária torne menos provável a exposição da polpa durante os procedimentos operatórios, ela também aumenta a dificuldade de localizar a câmara e os canais pulpares durante a terapia endodôntica. • Metamorfoses Cálcicas - são descobertos clinicamente por uma pigmentação amarela da coroa. • Radiograficamente - fechamento acentuado da câmara pulpar e do canal. • Espaço pulpar aparece completamente obliterado ou radicalmente reduzido. (trauma) Metamorfose Cálcica. A, Incisivo central maxilar decíduo esquerdo exibindo coloração amarela. B, Radiografia do mesmo paciente exibindo calcificação total das câmaras e canais pulpares dos incisivos maxilares decíduos. (Cortesia da Dra. Jackie L. Banahan.) Características Histopatológicas • Dentina Secundária Fisiológica - dentina tubular regular aplicada sobre a dentina primária. • As duas camadas de dentina são separadas por uma linha de demarcação. Dentina Secundária Fisiológica. Uma linha de demarcação distinta (seta) separa a dentina primária e a dentina secundária fisiológica. • A qualidade e aparência da Dentina Terciária dependem da gravidade do estímulo nocivo que promoveu a sua formação. • A Dentina Terciária é localizada na extremidade pulpar dos processos odontoblásticos que foram afetados. • Dentina Terciária Reparatória. Deposição localizada de dentina terciária (inferior) na extremidade pulpar dos túbulos dentinários afetados pelo processo carioso. Tratamento e Prognóstico • Metamorfose cálcica - a ampla maioria dos dentes afetados nunca desenvolve características clínicas ou radiográficas sugestivas de doença inflamatória periapical; portanto, a terapia endodôntica deve ser feita apenas se houver patologia periapical ou teste de vitalidade negativo. • A localização do canal pulpar pode ser difícil e é preciso ter cuidado durante a preparação do acesso para evitar perfuração. • Se a terapia endodôntica não for bem-sucedida, a cirurgia periapical pode ser realizada nos casos com evidência de doença inflamatória periapical. • Para melhorar a estética dental, recomenda-se a cobertura completa dos dentes anteriores descoloridos com grandes restaurações. Ou branqueamento costuma resolver com eficácia a descoloração. CALCIFICAÇÕES PULPARES • Não são raras, mas a frequência é difícil de determinar. • Variam de 8% a 90%, mas vários pesquisadores documentaram uma prevalência de aproximadamente 20% em exames radiográficos. • Maior prevalência dos cálculos pulpares associada irritantes pulpares crônicos (atrito, abrasão, erosão, cáries, periodontite, procedimentos de restauração dental, movimento dentário ortodôntico e lesão dentária). Causa idiopática, mas com associações: - envelhecimento, - suplementação com flúor, - hipervitaminose D e - alguns distúrbios genéticos (displasia dentinária do tipo II). Três tipos de calcificações pulpares: - Dentículos - Cálculos pulpares - Calcificações lineares difusas Começam como corpúsculos livres, mas podem se prender ou incorporar às paredes dentinárias. • Dentículos - se formam em consequência de uma interação epitelial-mesenquimatosa dentro da polpa em desenvolvimento. • Provenientes da bainha radicular ou extensões cervicais para a câmara pulpar adjacente às furcas. • Cálculos Pulpares - se desenvolvam em volta de um nicho central de tecido pulpar (fibrilas de colágeno, substância fundamental, restos de células necróticas). • Partes coronais da polpa (alterações patológicas locais ou relacionadas à idade). • Calcificações Lineares Difusas - áreas de calcificação irregular, fina e fibrilar, muitas vezes paralelas à vasculatura. • Câmara pulpar ou nos canais pulpares e a frequência aumenta com a idade. Características Clínicas e Radiográficas • Dentículos e Cálculos Pulpares podem atingir um tamanho suficiente para serem detectados nas radiografias intraorais como ampliações radiopacas dentro da câmara ou canal pulpar. • Calcificações Difusas não são detectáveis radiograficamente. • Pouca importância clínicaexceto pelas raras dificuldades durante os procedimentos endodônticos. Cálculos Pulpares. Vários dentes demonstrando calcificações óbvias radiográficas dentro das câmaras pulpares Características Histopatológicas • Os dentículos consistem em dentina tubular circundando um nicho central de epitélio. • A maioria dos dentículos está presa ou incorporada. • Os cálculos pulpares demonstram uma massa central amorfa de calcificação irregular, circundada por anéis lamelares concêntricos de material calcificado regular. Cálculos Pulpares - Vários cálculos dentro da câmara pulpar • As Calcificações Lineares Difusas consistem em calcificações finas, fibrilares e irregulares que se desenvolvem nas câmaras e canais pulpares. • Ao longo do curso de um vaso sanguíneo ou nervo. Calcificações Pulpares Lineares Difusas - Calcificações fibrilares finas paralelas ao curso dos canais neurovasculares dentro do canal pulpar Tratamento e Prognóstico • Não é necessário qualquer tratamento. • Não estão associadas a quaisquer alterações clínicas importantes. Patologia Periapical •GRANULOMA PERIAPICAL (PERIODONTITE APICAL CRÔNICA) •PERIODONTITE APICAL AGUDA •CISTO PERIAPICAL (CISTO RADICULAR; CISTO PERIODONTAL APICAL) •ABSCESSO PERIAPICAL GRANULOMA PERIAPICAL (PERIODONTITE APICAL CRÔNICA) • O termo granuloma periapical se refere a uma massa de tecido de granulação com inflamação crônica ou subaguda no ápice de um dente não vital. • Microscopicamente não é uma verdadeira inflamação granulomatosa. • Periodontite Apical - mais adequado, mas pode ser confuso para o clínico. • Lesões inflamatórias apicais são uma reação defensiva secundária à presença de infecção microbiana no canal radicular, com disseminação de produtos tóxicos relacionados na zona apical. • ***Estágios iniciais da infecção - neutrófilos predominantes; alterações radiológicas ausentes; essa fase é denominada Periodontite Apical Aguda. • Com o tempo, as células inflamatórias crônicas começam a dominar a resposta do hospedeiro. • Lesões Crônicas - assintomáticas e poucas alterações em radiográficas. • Granulomas Periapicais podem surgir após a quiescência de um abscesso periapical ou se desenvolver como patologia periapical inicial. • Abscessos Fênix - alterações inflamatórias agudas secundárias dentro de um granuloma periapical. Características Clínicas e Radiográficas • A fase inicial a Periodontite Apical Aguda – gera uma dor latejante constante. • O dente responde negativamente ao teste de vitalidade ou revela um resultado positivo atrasado. • Dor - ao morder ou na percussão. Sem quaisquer alterações radiográficas óbvias. • NOTA DO PROFESSOR :Dor latejante, dor à percussão, discreta extrusão e consequentemente um discreto espessamento do espaço do ligamento periodontal apical. • Granulomas Periapicais • assintomáticos, mas a dor e a sensibilidade se desenvolvem com exacerbação aguda. • Sem mobilidade ou sensibilidade à percussão. • Possível sensibilidade no tecido mole sobrejacente ao ápice. • Não responde aos testes pulpares térmicos e elétricos. • A maioria das lesões é descoberta no exame radiográfico de rotina. • As radiolucências associadas variam de pequenas lesões pouco perceptíveis a lucências que ultrapassam 2 cm de diâmetro. • Dentes revelam geralmente uma perda da lâmina dura apical. Granulomas Periapicais. Radiolucências periapicais discretas associadas aos ápices do primeiro molar mandibular. (Cortesia do Dr. Garth Bobrowski.) Granuloma Periapical. Radiolucência bem definida associada ao ápice do primeiro pré-molar maxilar. (Cortesia do Dr. Frank Beylotte.) Granuloma Periapical. Radiolucência grande e bem definida, associada aos ápices do primeiro molar mandibular. (Cortesia do Dr. Robert E. Loy.) • Circunscrita ou mal definida, podendo ou não demonstrar uma borda radiopaca circundante. • A reabsorção radicular não é incomum. • Embora as lesões maiores que 200 mm2 representem frequentemente cistos periapicais, muitos pesquisadores foram incapazes de distinguir os granulomas periapicais dos cistos periapicais com base simplesmente no tamanho e na aparência radiográfica. Granuloma Periapical. Radiolucência mal definida, associada ao primeiro molar mandibular, exibindo reabsorção radicular significativa. • A tomografia computadorizada (TC) de feixe cônico tem demonstrado uma grande precisão na detecção da doença inflamatória periapical em comparação com as radiografias periapicais e panorâmicas. Características Histopatológicas • Tecido de granulação inflamado, circundado por uma parede de tecido conjuntivo fibroso. • Tecido de granulação - infiltrado linfocítico variavelmente denso, com neutrófilos, plasmócitos, histiócitos e, com menos frequência, mastócitos e eosinófilos. • Podem ser observados glóbulos eosinofílicos dispersos (corpúsculos de Russell). • Resíduos epiteliais de Malassez podem ser identificados dentro do tecido de granulação. • Podem haver cristais de colesterol, com células gigantes. Granuloma Periapical. O tecido de granulação exibe infiltrado inflamatório misto consistindo em linfócitos, plasmócitos e histiócitos Tratamento e Prognóstico • O sucesso do tratamento depende da redução e controle dos organismos agressores. • Se o dente puder ser mantido, então a terapia de canal radicular pode ser executada. • Os dentes não restauráveis devem ser extraídos, seguido por curetagem de todo o tecido mole apical. • Medicamentos anti-inflamatórios não esteroides (NSAIDs) são benéficos, nos casos sintomáticos. • Antibioticoterapia sistêmica não é recomendada, a menos que haja inchaço ou alterações sistêmicas. • A cirurgia periapical é uma ferramenta importante para a resolução da doença inflamatória periapical, reservada para lesões maiores que 2 cm ou para lesões associadas a dentes que não são convenientes para a terapia endodôntica convencional. • A cirurgia periapical deve incluir a curetagem completa de todo o tecido mole perirradicular, amputação da parte apical da raiz e vedação do forame do canal. • Todo o tecido mole removido durante os procedimentos cirúrgicos apicais deve ser enviado para exame histopatológico. CISTO PERIAPICAL (CISTO RADICULAR; CISTO PERIODONTAL APICAL) • O epitélio no ápice de um dente não vital pode ser estimulado pela inflamação, formando um verdadeiro cisto revestido por epitélio, ou cisto periapical. • A origem do epitélio normalmente é um resíduo de Malassez. • A prevalência de cistos é comum. • Cistos Periapicais - parede de tecido conjuntivo fibroso revestindo um epitélio com um lúmen contendo fluido e resíduos celulares. • Cistos Periapicais crescem lentamente e não atingem um tamanho grande. RMM Sapp et al. (2005) Tipos de Cistos Radiculares: Cisto Periapical ou Apical; Cisto Radicular Lateral e Cisto (Periapical) Residual Sapp et al. (2005) RMM Prado& Salim RMM Sapp et al. (2005) Prado& Salim Características Clínicas e Radiográficas Cisto Periapical • Assintomáticos, a menos que haja uma exacerbação inflamatória aguda. • Se o cisto alcançar um tamanho grande, então pode ser observado inchaço e sensibilidade branda. • Mobilidade dos dentes adjacentes é possível à medida que o cisto aumenta. • O dente não responde ao teste pulpar térmicoe elétrico. • Radiograficamente é idêntico ao do granuloma periapical. • O tamanho radiográfico (imagem) não pode ser utilizado para o diagnóstico definitivo. • Perda da lâmina dura é observada ao longo da raiz adjacente e uma radiolucidez arredondada cerca o ápice dentário afetado. • Reabsorção radicular é comum. Cisto Periapical. Radiolucência bem circunscrita, intimamente associada ao ápice do incisivo central mandibular. Repare na perda de lâmina dura na área da lesão. Cisto Periapical. Radiolucência associada ao incisivo central maxilar, que exibe reabsorção radicular significativa. • Embora na maioria das vezes os cistos periapicais alcancem um tamanho maior que o dos granulomas periapicais, nem o tamanho nem a forma da lesão podem ser considerados um critério e diagnóstico definitivos. • A incapacidade de separar essas patologias de forma consistente é válida mesmo com as novas técnicas radiográficas, como a TC de feixe cônico. Observações Importantes Cisto Periapical. Grande radiolucência unilocular se estendendo do primeiro molar mandibular até o primeiro molar contralateral. (Cortesia do Dr. John R. Cramer.) Cisto Periapical. Radiolucência envolvendo a bifurcação e os ápices do segundo molar mandibular direito decíduo. Cisto Radicular Lateral • Radiolucências discretas ao longo da lateral da raiz. • Antes da exploração, uma avaliação completa periodontal e da vitalidade dos dentes adjacentes deve ser realizada. Cisto Radicular Lateral. A, Radiografia periapical do lado esquerdo da mandíbula posterior obtida no momento da conclusão do tratamento endodôntico dos pré-molares e dos molares. B, Radiografia subsequente obtida 27 meses mais tarde. Repare na radiolucência entre o pré-molar e o primeiro molar se estendendo lateralmente a partir da raiz mesial do primeiro molar. (Cortesia do Dr. Carroll Gallagher.) Cisto Radicular Lateral. Radiolucência em forma de pera invertida entre o incisivo lateral maxilar e a cúspide (seta). O incisivo lateral acabou se provando não vital Cisto Periapical Residual • Radiolucidez de tamanho variável, de forma redonda a oval, dentro da crista alveolar no sítio de uma extração dentária prévia. Cisto Periapical Residual. Radiolucência bem circunscrita da maxila no sítio de extração dentária prévia. Características Histopatológicas • As características histopatológicas dos três tipos são semelhantes. • O cisto é revestido por epitélio escamoso estratificado. • O lúmen do cisto pode ser preenchido por fluido e resíduos celulares. Cisto Periapical. Cisto revestido por epitélio escamoso estratificado. Repare na parede de tecido conjuntivo que contém um infiltrado inflamatório crônico e vários cristais de colesterol. Cisto Periapical. Revestimento epitelial escamoso estratificado contendo muitas células mucosas. Características Histopatológicas • Calcificações lineares ou em forma de arco, (corpúsculos de Rushton ). • A parede do cisto consiste em tecido conjuntivo fibroso denso com um infiltrado inflamatório crônico (linfócitos, neutrófilos, plasmócitos, histiócitos e (raramente) mastócitos e eosinófilos. • Calcificação distrófica, os cristais de colesterol com células gigantes multinucleadas, os eritrócitos e as áreas de pigmentação com hemossiderina no lúmen, parede ou ambos. Revestimento cístico epitelial escamoso exibindo muitos corpúsculos de Rushton irregulares e curvilíneos. Tratamento e Prognóstico • Um cisto periapical é tratado da mesma maneira que um granuloma periapical. • Extração ou a terapia endodôntica não cirúrgica conservadora. • Lesões maiores associadas com dentes restauráveis têm sido tratadas com sucesso usando a terapia endodôntica conservadora em combinação com a biopsia e a marsupialização, descompressão ou fenestração. • Acompanhamento subsequente mínimo em um a dois anos. Tratamento e Prognóstico • Cirurgia periapical é feita tipicamente nas lesões acima de 2 cm e nas lesões associadas a dentes que não são adequados para a endodontia convencional. ABSCESSO PERIAPICAL • Definição: Acúmulo de células inflamatórias agudas no ápice de um dente não vital. • Podem surgir como patologia periapical inicial ou a partir de uma exacerbação aguda de uma lesão inflamatória periapical crônica (abscesso fênix). ABSCESSO PERIAPICAL Essa alteração localizada (periodontite apical aguda), pode ou não prosseguir para a formação de abscesso. • Abscessos Periapicais - sintomáticos e assintomáticos, com base em suas apresentações clínicas. • Abscessos Periapicais - sintomáticos à medida que o material purulento acumula-se dentro do alvéolo. • Estágios iniciais – sensibilidade frequentemente aliviada pela aplicação de pressão direta. • Com a progressão – dor intensa, sensibilidade à percussão, extrusão do dente e inchaço dos tecidos. • Testes negativos ao frio ou ao teste pulpar elétrico. • Cefaleia, mal-estar, febre e calafrios podem ocorrer. Características Clínicas e Radiográficas • Radiograficamente - espessamento do ligamento periodontal apical, radiolucidez mal definida ou ambos. • Com a progressão, o abscesso se espalha ao longo da trajetória de menor resistência. • O material purulento pode se acumular no tecido conjuntivo sobrejacente ao osso e pode criar um inchaço séssil ou perfurar o epitélio superficial e drenar através de um seio intraoral. Abscesso Periapical. Tumefação bilateral do tecido mole do palato anterior. Abscesso Periapical. Mesmo paciente retratado. Várias radiolucências sobrepostas da maxila anterior. Os quatro incisivos maxilares exibem necrose pulpar. Parúlide. Massa eritematosa de tecido de granulação sobrejacente ao incisivo central maxilar esquerdo. Repare na descoloração do incisivo central maxilar direito. Parúlide. O tecido conjuntivo normal foi substituído por tecido de granulação inflamado agudo, que exibe áreas focais de formação de abscesso neutrofílico. Repare no trato fistuloso central, que vai da base da amostra até o epitélio superficial. Na abertura intraoral de um trato fistuloso, uma massa de tecido de granulação inflamado subagudo é frequentemente encontrada, conhecida como parúlide (furúnculo gengival). • As vezes, o dente não vital associado à parúlide pode ser difícil de determinar e a inserção de um cone de guta-percha no trato pode ajudar na detecção do envolvido durante o exame radiográfico. • Os abscessos dentários também podem canalizar-se através da pele sobrejacente e drenar via uma fístula cutânea. Abscesso Periapical. A, O mesmo paciente retratado. Nenhum dos incisivos demonstra radiolucência periapical óbvia. (a grande radiolucência no topo é a porção anterior do seio maxilar.) B, O cone de guta-percha revelou que o incisivo maxilar direito era a origem da infecção. Seio Cutâneo. Massa de tecido de granulação eritematoso, sensível e exofítico da pele inferior ao corpo esquerdo da mandíbula. • A maioria dos abscessos dentários perfura-se bucalmente porque o osso é mais fino na superfície bucal. • No entanto, as infecções associadas aos incisivos laterais maxilares, as raízes palatinas dos molares maxilares e o segundo e terceiro molares mandibulares drenam tipicamente através da placa cortical lingual. Características Histopatológicas • As amostras de biópsia dos abscessos puros são incomuns porque o material está na formalíquida. • Leucócitos polimorfonucleares frequentemente misturados com exsudato inflamatório, resíduo celular, material necrótico, colônias bacterianas ou histiócitos . Abscesso Periapical. Lâmina de leucócitos polimorfonucleares mesclados com histiócitos dispersos. Tratamento e Prognóstico • O tratamento do paciente com um abscesso periapical consiste na drenagem e eliminação do foco de infecção. • Quando o abscesso ocasiona expansão clínica do osso ou do tecido mole adjacente ao ápice do dente afetado, a drenagem por incisão do inchaço deve ser considerada porque essa técnica parece estar associada à resolução mais rápida do processo, em comparação com a drenagem através do canal radicular. • Se o dente estiver extruído a redução da oclusão é recomendada. Tratamento e Prognóstico • Uso de NSAIDs (AINEs) geralmente é conveniente no pré-operatório - imediatamente após a cirurgia e no controle subsequente da dor. • Geralmente, é desnecessário o uso de medicações antibióticas. • A cobertura com antibióticos deve ser reservada para os pacientes sistemicamente comprometidos e pacientes com celulite importante (ver próxima seção) ou evidências clínicas de disseminação (febre, linfadenopatia, mal-estar). QUESTÕES 2ª AULA Doença Pulpar e Periapical 1 – “A dor relacionada à pulpite é um mecanismo de defesa importante que pode levar à intervenção terapêutica antes do desenvolvimento de complicações graves.” Verdadeiro ou falso? R.: 2 – Quais os tipos principais de estímulos nocivos são causas comuns de inflamação pulpar (pulpite)? R.: 3 - Qual o melhor sistema atual de classificação para as alterações patológicas da polpa dental? R.: 4 - Quais as características clínicas da Pulpite reversível? R.: 5 – Quais as características clínicas da pulpite irreversível? R.: 6 – Como se caracteriza a Pulpite Hiperplásica Crônica ? R.: 7 – Defina dentina primária, secundária e terciária. R.: 8 – “Espaço pulpar que aparece completamente obliterado ou radicalmente reduzido por trauma, estando calcificado e clinicamente o dente com coloração amarelada”. Esta definição se refere a: R.: 9 – Quais os tipos de calcificações pulpares? R.: 10 – Conceitue Abscessos Fênix. R.: 11 - Diferencie Periodontite Apical Aguda da Periodontite Apical Crônica. R.: 12 – Clínica e radiograficamente podemos diagnosticar e diferenciar cisto periapical de um granuloma periapical? R.: 13 - Clínica e radiograficamente como podem se apresentar os cistos radiculares ( cistos periapicais)? R.:
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