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ANESTESIOLOGIA A anestesia local foi definida como a perda da sensação em uma área circunscrita do corpo causada pela depressão da excitação nas terminações nervosas ou pela inibição do processo de condução nos nervos periféricos. Muitos métodos são usados para induzir anestesia local: 1. Trauma mecânico (compressão dos tecidos) 2. Baixa temperatura 3. Anóxia 4. Irritantes químicos 5. Agentes neurolíticos, como álcool ou fenol 6. Agentes químicos, como os anestésicos locais Uma característica importante da anestesia local é a produção da perda de sensibilidade sem indução da perda de consciência. A duração clínica de ação varia consideravelmente entre as drogas e também entre diferentes preparações da mesma droga, assim como pelo tipo de injeção administrada. Os anestésicos locais impedem a geração e a condução de um impulso nervoso. Eles estabelecem um bloqueio da via química entre a origem do impulso e o cérebro. Todo anestésico local possui uma estrutura química semelhante à da cocaína, o primeiro anestésico conhecido e o único natural .A divisão funcional da molécula que determina a sua difusão através dos tecidos é a seguinte: uma parte lipofílica apolar e uma hidrofílica polar, ambas unidas por uma cadeia intermediária aberta. A parte intermediaria é éster ou amida e a parte lipofílica que é responsável pela difusão do anestésico para dentro do axônio. A) Tipo éster: procaína, benzocaina, tetracaína, dificilmente usado pois em sua biotransformação traz probabilidades de reações alérgicas que ocorrem geralmente sem relação com o composto original (ex: procaína) e sim com o PABA que é o principal metabolito dos anestésicos tipo éster. B) Tipo amida: lidocaína , prilocaina , mepivacaina, bupivacaina . Atualmente usam os do tipo amida para injetar. Com excessão de poucos anestésicos (prilocaina, hexilcaina) a maioria são aminos terciários. . Quando um nervo é estimulado, um impulso é propagado e interpretado como dor quando chega ao cérebro. Quando um anestésico local é colocado em algum ponto entre o estímulo doloroso (p. ex., a broca) e o cérebro, o impulso nervoso ainda é propagado e segue até o ponto de aplicação do anestésico local e então “morre”, jamais chegando ao cérebro, não ocorrendo dor. O Neurônio O neurônio, ou célula nervosa, é a unidade estrutural do sistema nervoso. Ele é capaz de transmitir mensagens entre o sistema nervoso central (SNC) e todas as partes do corpo. Há dois tipos básicos de neurônios: sensoriais (aferentes) e motores (eferentes). O Axônio A fibra nervosa única, o axônio, é um longo cilindro de citoplasma neural (axoplasma) envolto por uma bainha fina, a membrana nervosa ou axolema. O corpo celular e o axoplasma não são essenciais para a condução nervosa. Entretanto, eles são importantes. As proteínas canais são consideradas poros contínuos através da membrana, permitindo o fluxo passivo de alguns íons (Na+ , K+ , Ca++). Fisiologia dos Nervos Periféricos A função de um nervo é carregar mensagens de uma parte do corpo para outra. Essas mensagens, sob a forma de potenciais de ação elétricos, são denominadas impulsos. Os impulsos são desencadeados por estímulos químicos, térmicos, mecânicos ou elétricos. O impulso permanece constante, sem perder força ao passar ao longo do nervo, porque a energia usada para sua propagação deriva daquela que é liberada pela fibra nervosa ao longo de seu comprimento, e não somente do estímulo inicial. Eletrofisiologia da Condução Nervosa Um nervo possui um potencial em repouso. Este é um potencial elétrico negativo de –70mV que existe através da membrana nervosa, sendo produzido por diferentes concentrações de íons em cada lado da membrana. O interior do nervo é negativo em relação ao exterior. Etapa 1 . Um estímulo excita o nervo, levando à sequência de eventos: A. Uma fase inicial de despolarização lenta. O potencial elétrico no interior do nervo torna-se discretamente menos negativo. B. Quando o potencial elétrico em declínio atinge um nível crítico, resulta em uma fase extremamente rápida de despolarização. Isso é denominado potencial de limiar ou potencial de descarga. C. Essa fase de despolarização rápida resulta em uma inversão do potencial elétrico através da membrana nervosa. O interior do nervo agora é eletricamente positivo em relação ao exterior. Existe um potencial elétrico de +40 mV no interior da célula nervosa. Etapa 2 . Após essas etapas de despolarização, ocorre a repolarização. O potencial elétrico gradualmente se torna mais negativo no interior da célula nervosa em relação ao exterior, até que o potencial em repouso original de –70mV seja atingido novamente. Eletroquímica da Condução Nervosa Estado de Repouso. Em seu estado de repouso, a membrana nervosa se mostra: •Discretamente permeável aos íons sódio (Na+ ) •Livremente permeável aos íons potássio (K+ ) •Livremente permeável aos íons cloreto (Cl– ). O potássio permanece dentro do axoplasma, apesar de sua capacidade de se difundir livremente através da membrana nervosa e de seu gradiente de concentração, porque a carga negativa da membrana nervosa restringe os íons com cargas positivas por atração eletrostática. O cloreto permanece fora da membrana nervosa em vez de se mover para dentro da célula nervosa segundo seu gradiente de concentração, porque a influência eletrostática oposta, praticamente equivalente, força a migração para fora. O sódio migra para dentro porque tanto a concentração quanto o gradiente eletrostático favorecem tal migração. Despolarização A excitação de um segmento do nervo provoca aumento na permeabilidade da membrana celular aos íons sódio. O influxo rápido de íons sódio para o interior da célula nervosa causa despolarização da membrana nervosa de seu nível de repouso até seu limiar de descarga, de aproximadamente –50 a –60 mV. A exposição do nervo a um anestésico local eleva seu limiar de descarga. A elevação do limiar de descarga significa que mais sódio precisará atravessar a membrana para diminuir o potencial transmembrana negativo até um nível em que ocorra a despolarização. Quando o limiar de descarga é alcançado, a permeabilidade da membrana ao sódio aumenta drasticamente e os íons sódio entram rapidamente no axoplasma. Ao final da despolarização (o pico do potencial de ação), há efetivamente uma inversão do potencial elétrico do nervo; passa a existir um potencial elétrico de +40 mV. Repolarização O potencial de ação é encerrado quando a membrana se repolariza. Isso é causado pela extinção do aumento de permeabilidade ao sódio. Em muitas células, a permeabilidade ao potássio também aumenta, ocasionando a saída de K+ e levando à repolarização mais rápida da membrana e ao retorno a seu potencial de repouso. Após o retorno do potencial de membrana ao seu nível original (–70 mV), existe um pequeno excesso de sódio no interior da célula nervosa, juntamente com um discreto excesso de sódio extracelularmente. Começa então um período de atividade metabólica no qual a transferência ativa de íons sódio parafora da célula ocorre por meio da bomba de sódio. Há necessidade de um gasto de energia para movimentar os íons sódio para fora da célula nervosa contra seu gradiente de concentração. Período refratário absoluto: Imediatamente depois de um estímulo ter iniciado um potencial de ação, um nervo é incapaz, por algum tempo, de responder a outro estímulo, independentemente de sua força. É seguido por um período refratário relativo, durante o qual um novo impulso pode ser iniciado, mas somente por um estímulo mais forte do que o normal. O período refratário relativo continua a diminuir até que o nível normal de excitabilidade retorne, ponto em que se diz que o nervo está repolarizado. Com a despolarização, os canais mudam de configuração, primeiro a um estado condutor de íons aberto (A) e depois a um estado não condutor inativo (I). Canais de Membrana Os poros aquosos discretos através da membrana excitável do nervo, denominados canais de sódio (ou de íons), são estruturas moleculares que medeiam sua permeabilidade ao sódio. Um canal parece ser uma lipoglicoproteína firmemente situada na membrana. Propagação de Impulsos Depois do início de um potencial de ação por um estímulo, o impulso precisa se mover ao longo da superfície do axônio. O estímulo rompe o equilíbrio de repouso da membrana do nervo; o potencial transmembrana é invertido momentaneamente, mudando o interior da célula de negativo para positivo, e o exterior, de positivo para negativo. As condições no segmento que acaba de ser despolarizado retornam ao normal depois dos períodos refratários absoluto e relativo.Por causa disso, a onda de despolarização pode se propagar somente em uma direção. Disseminação de Impulsos O impulso propagado trafega ao longo da membrana do nervo em direção ao SNC. A propagação desse impulso difere, dependendo de ser um nervo é mielinizado ou não. Nervos Não Mielinizados. Uma fibra nervosa não mielinizada consiste basicamente em um longo cilindro com uma membrana celular de resistência elétrica alta circundando uma região central de axoplasma condutora de baixa resistência, tudo isso sendo banhado em líquido extracelular de baixa resistência. A membrana celular de alta resistência e os meios extra e intracelulares de baixa resistência produzem diminuição rápida na densidade da corrente em uma curta distância do segmento despolarizado. Mais adiante, ela vai se mostrar insuficiente para atingir um limiar de descarga. A propagação de um impulso numa fibra nervosa não mielinizada é caracterizada, portanto, como um processo anterógrado de arrastamento relativamente lento. Nervos Mielinizados. A propagação de impulsos nos nervos mielinizados difere daquela dos nervos não mielinizados em virtude da camada de material isolante que separa as cargas intra e extracelulares. Quanto mais distanciadas as cargas, menor a corrente necessária para carregar a membrana. Correntes locais, desse modo, podem trafegar muito mais longe em um nervo mielinizado do que em um nervo não mielinizado antes de se tornarem incapazes de despolarizar a membrana nervosa a sua frente. A condução de impulsos em nervos mielinizados ocorre por meio de saltos de corrente de nodo a nodo, um processo denominado condução saltatória . Essa forma de condução de impulsos prova ser muito mais rápida e mais eficiente em energia do que a empregada nos nervos não mielinizados. MODO E LOCAL DE AÇÃO DOS ANESTÉSICOS LOCAIS É possível que os anestésicos locais interfiram no processo de excitação da membrana nervosa por uma ou mais das seguintes maneiras: 1. Alterando o potencial de repouso básico da membrana do nervo 2. Alterando o potencial de limiar (nível de descarga) 3. Diminuindo a taxa de despolarização 4. Prolongando a taxa de repolarização A membrana nervosa é o lugar em que os anestésicos locais exercem suas ações farmacológicas. Os anestésicos locais que são altamente lipossolúveis podem penetrar facilmente na parte lipídica da membrana celular, produzindo alteração na configuração da matriz lipoproteica da membrana do nervo. Como Funcionam os Anestésicos Locais Mecanismo proposto de ação dos anestésicos locais: 1. Deslocamento de íons cálcio do sítio receptor dos canais de sódio, o que permite... 2. A ligação da molécula de anestésico local a esse sítio receptor, o que então produz... 3. O bloqueio do canal de sódio, e uma… 4. Diminuição na condutância de sódio, que leva à... 5. Depressão da taxa de despolarização elétrica, e a... 6. Falha em obter o nível do potencial de limiar, juntamente com uma... 7. Falta de desenvolvimento dos potenciais de ação propagados, o que é chamado... 8. Bloqueio de condução O mecanismo pelo qual os íons sódio ganham entrada ao axoplasma do nervo, iniciando assim um potencial de ação, é alterado por anestésicos locais. Indução da Anestesia Local Após a administração de um anestésico local nos tecidos moles próximos a um nervo, as moléculas do anestésico local atravessam a distância de um local a outro de acordo com seu gradiente de concentração. Difusão: migração desimpedida de moléculas ou íons através de um meio líquido sob a influência do gradiente de concentração. Quanto maior a concentração inicial do anestésico local, mais rápida é a difusão de suas moléculas e mais rápido é seu início de ação. Processo de Bloqueio: O anestésico é desviado, difundido, até chegar ao nervo.Ocorrem então as seguintes reações: 1. Uma parte da droga é absorvida por tecidos não neurais (p. ex., músculo, gordura). 2. Uma parte é diluída pelo líquido intersticial. 3. Uma parte é removida por capilares e vasos linfáticos do local de infiltração. 4. Os anestésicos do tipo éster são hidrolisados. Tempo de Indução: O tempo de indução é definido como o período da deposição da solução anestésica até o bloqueio completo da condução. Propriedades Físicas e Ações Clínicas: Constante de dissociação (pKa): as drogas com pKa mais baixo possuem início de ação mais rápido do que aquelas com pKa mais alto. Solubilidade nos lipídeos: O aumento da solubilidade nos lipídeos permite que a anestesia penetre mais facilmente na membrana do nervo. Grau de ligação proteica: responsável pela duração da atividade do anestésico. Vasoatividade: afeta a potência do anestésico e a duração da anestesia proporcionada por uma droga. A taquifilaxia é definida como aumento da tolerância a uma droga que é administrada repetidamente. Duração da Anestesia À medida que o anestésico local é removido do nervo, sua função retorna rapidamente no início, mas depois o retorno gradualmente se torna mais lento. Em comparação com o início do bloqueio do nervo, que é rápido, a recuperação do bloqueio nervoso é muito mais lenta porque o anestésico local se liga à membrana do nervo. Anestésicos locais de ação mais longa (p. ex., bupivacaína, etidocaína, ropivacaína, tetracaína) ligam-se mais firmemente à membrana do nervo (aumento da ligação proteica) do que as drogas de ação mais curta (p. ex., procaína, lidocaína) e, portanto, são liberados mais lentamente dos sítios receptores noscanais de sódio. Farmacologia dos Anestésicos Locais Absorção Quando injetados nos tecidos moles, os anestésicos locais exercem uma ação farmacológica sobre os vasos sanguíneos da área. Todos ● os anestésicos locais apresentam algum grau de vasoatividade, a maioria deles produzindo a dilatação do leito vascular no qual são depositados, embora o grau de vasodilatação possa variar e alguns deles possam produzir vasoconstrição. ● anestésico locais tipo amida : Os anestésicos locais do tipo éster são também potentes substân- cias vasodilatadoras, é muitas vezes utilizada clinicamente para induzir vasodilatação nos casos em que o fluxo sanguíneo periférico foi com- prometido por causa da injeção (acidental) intra-arterial (IA) de uma substância ● Um efeito clínico significativo da vasodilatação é um aumento da velocidade de absorção do anestésico local para a corrente sanguínea, diminuindo, assim, a duração e a qualidade (p.ex., profundidade) do controle da dor e aumentando a concentração sanguínea Via Oral. Com exceção da cocaína, os anestésicos locais são absorvidos pelo trato gastrointestinal após a administração oral de maneira insuficiente, quando o são em algum grau. pois sofrem efeito da primeira passagem hepática após a administração . ex lidocaína Via Tópica. Os anestésicos locais são absorvidos em diferentes velocidades após sua aplicação sobre as mucosas. ● Na mucosatraqueal, a absorção é quase tão rápida quanto a administração ● intravenosa na mucosa faríngea, a absorção é mais lenta; e na mucosa esofágica ou vesical a absorção é ainda mais lenta do que na faringe. Em qualquer local onde não haja uma camada de pele intacta, os anestésicos locais podem produzir um efeito anestésico após a aplicação tópica. Injeção: A velocidade de absorção dos anestésicos locais após a administração parenteral (subcutânea, intramuscular ou IV) está relacionada tanto com a vascularização do local da injeção quanto com a vasoatividade da substância. ● A administração IV rápida pode levar a níveis sanguíneos significativamente altos do anestésico local, o que pode induzir reações tóxicas graves. Distribuição ● Depois de absorvidos pela corrente sanguínea, os anestésicos locais são distribuídos para todos os tecidos do corpo (Fig. 2-2). ● Os orgãos (e áreas) altamente perfundidos, como cérebro, cabeça, fígado, rins, pulmões e baço, apresentam inicialmente níveis sanguíneos mais elevados do anestésico do que aqueles menos perfundidos. ● A concentração plasmática de um anestésico local em certos órgãos-alvo tem um impacto significativo sobre a toxicidade potencial da substância. Metabolismo (Biotransformação, Destoxificação) ● Uma diferença significativa entre os dois principais grupos de anestésicos locais, os ésteres e as amidas, é o meio pelo qual o organismo transforma biologicamente a substância ativa em uma substância farmacologicamente inativa. ● é importante, pois a toxicidade geral da substância depende do equilíbrio entre a velocidade de absorção pela corrente sanguínea no local de injeção e a velocidade em que ela é removida do sangue por meio dos processos de absorção tecidual e de metabolismo. Anestésicos Locais do Tipo Éster. Os anestésicos locais do tipo éster são hidrolisados no plasma pela enzima pseudocolinesterase.10 A velocidade em que ocorre a hidrólise de diferentes ésteres varia consideravelmente Anestésicos Locais do Tipo Amida. A biotransformação dos anestésicos locais do tipo amida é mais complexa que a dos ésteres. O local primário da biotransformação dos anestésicos locais do tipo amida é o fígado. Praticamente todo o processo metabólico ocorre no fígado para a lidocaína, mepivacaína, etidocaína e bupivacaína. Excreção Os rins são os órgãos excretores primários tanto para os anestésicos locais quanto para seus metabólitos. Uma percentagem da dose do anestésico local é excretada inalterada na urina. Essa percentagem varia de acordo com a substância. AÇÕES SISTÊMICAS DOS ANESTÉSICOS LOCAIS Os anestésicos locais são compostos químicos que bloqueiam de maneira reversível os potenciais de ação em todas as membranas excitáveis. São absorvidos de seu local de administração para o sistema circulatório, que efetivamente os dilui e transporta para todas as células do corpo. Sinais e Sintomas Pré-convulsivos. Com o aumento do nível sanguíneo do anestésico local acima de seu limite terapêutico, podem ser observadas reações adversas. Fase Convulsiva. A elevação adicional do nível sanguíneo de anestésico local ocasiona sinais e sintomas clínicos compatíveis com um episódio convulsivo tônico-clônico generalizado. A duração da convulsão está relacionada com o nível sanguíneo do anestésico local e inversamente relacionada com o nível da pressão parcial de dióxido de carbono (pCO2) arterial. Analgesia. Existe uma segunda ação dos anestésicos locais no SNC. Quando administrados por via intravenosa, eles aumentam o limiar de reação à dor e produzem algum grau de analgesia. Elevação do Humor. O uso de substâncias anestésicas locais para a elevação do humor e o rejuvenescimento persiste por séculos, apesar do registro de eventos catastróficos (na elevação do humor) e da falta de efeito desejado (no rejuvenescimento). Ação Direta no Miocárdio . Os anestésicos locais modificam os eventos eletrofisiológicos que ocorrem no miocárdio de maneira semelhante às suas ações nos nervos periféricos. À medida que aumenta o nível sanguíneo de anestésico local, a velocidade de elevação de várias fases da despolarização miocárdica diminui. Toxicidade Tecidual Local O músculo esquelético parece ser mais sensível às propriedades irritantes locais dos anestésicos locais do que outros tecidos. Injeções intramusculares ou intraorais de articaína, lidocaína,mepivacaína, prilocaína, bupivacaína e etidocaína podem produzir alterações dos músculos esqueléticos.Parece que os anestésicos locais de longa duração causam danos mais localizados. Sistema Respiratório Os anestésicos locais exercem um efeito duplo sobre a respiração. Em níveis inferiores à superdosagem, eles têm ação relaxante direta sobre o músculo liso brônquico, enquanto em níveis de superdosagem podem produzir parada respiratória resultante de depressão generalizada do SNC. Ações Diversas Bloqueio Neuromuscular. Foi demonstrado que muitos anestésicos locais bloqueiam a transmissão neuromuscular em humanos. Isso é o resultado da inibição da difusão de sódio por um bloqueio dos canais de sódio na membrana celular. Farmacologia dos Vasoconstritores Todos os anestésicos locais injetáveis clinicamente eficazes são vasodilatadores. O grau de vasodilatação varia de significativo (procaína) a mínimo (prilocaína, mepivacaína) e também pode variar de acordo com o local de injeção e a resposta individual do paciente. Após injeção de um anestésico local nos tecidos, os vasos sanguíneos (principalmente arteríolas e capilares) da área dilatam-se, resultando em um aumento da perfusão no local e levando às seguintes reações: 1. Aumento da taxa de absorção do anestésico local pelo sistema cardiovascular, que por sua vez o remove dolocal de infiltração (redistribuição). 2. Maiores níveis plasmáticos do anestésico local, com consequente aumento do risco de toxicidade (intoxicação por dose excessiva) do anestésico local. 3. Diminuição da profundidade e da duração da anestesia devido à difusão mais rápida da solução anestésica para fora do local de injeção. 4. Aumento do sangramento no local do tratamento devido ao aumento da perfusão. Os vasoconstritores são fármacos que contraem os vasos sanguíneos e, portanto, controlam a perfusão tecidual. Eles são adicionados às soluções anestésicas locais para equilibrar as ações vasodilatadoras intrínsecas dos anestésicos locais. Os vasoconstritores são adições importantes a uma solução anestésica local, pelas seguintes razões: 1. os vasoconstritores diminuem o fluxo sanguíneo (a perfusão) para o local de administração do anestésico. 2. A absorção do anestésico local para o sistema cardiovascular torna-se mais lenta, resultando em níveis sanguíneos menores do anestésico. 3. Os níveis sanguíneos do anestésico local são reduzidos, diminuindo assim o risco de toxicidade do anestésico local. 4. Maiores quantidades de anestésico local penetram no nervo, onde permanecem por períodos mais longos, aumentando a duração de ação da maioria dos anestésicos locais. 5. Os vasoconstritores diminuem o sangramento no local da administração; 6. Menor quantidade de anestésicos; Os vasoconstritores são: ● Adrenalina ● Fenilefrina ● Corbadrina ● Felipressina ● Anfetamina ● Noradrenalina ● Metanfetamina ● Levonordefrina ● Efedrina ● Isoproterenol ● Mefentermina ● Dopamina ● Metaraminol ● Hidroxianfetam ina ● Metoxamina MODOS DE AÇÃO Fármacos de ação direta: que exercem sua ação diretamente nos receptores adrenérgicos; Fármacos de ação indireta: que atuam através da liberação de noradrenalina das terminações nervosas adrenérgicas; Fármacos de ação mista: com ações direta e indireta CONCENTRAÇÕES DOS VASOCONSTRITORES Os vasoconstritores, quando usados em soluções anestésicas odontológicas, são muito menos concentrados do que a concentração de 1:1.000. Para produzir essas concentrações clinicamente mais seguras, porém eficazes, a concentração de 1:1.000 deve ser diluída. Embora seja o vasoconstritor mais usado em anestésicos locais tanto na medicina quanto na odontologia, a adrenalina não é um fármaco ideal. Os benefícios de se adicionar adrenalina (ou qualquer vasoconstritor) a uma solução de anestésico local devem ser avaliados em relação aos riscos que podem estar presentes. A adrenalina é absorvida no local de injeção, assim como o anestésico local. Níveis sanguíneos mensuráveis de adrenalina são obtidos, o que exerce influência no coração e nos vasos sanguíneos. A noradrenalina, que não possui ações significativas nos receptores b2, produz intensa vasoconstrição periférica, com possível elevação dramática da pressão arterial, e é associada a um índice de efeitos colaterais nove vezes maior do que a adrenalina. O uso da noradrenalina como vasoconstritor em odontologia está diminuindo e não é recomendado. A fenilefrina apresenta vantagens sobre os outros vasoconstritores. Os efeitos cardiovasculares da levonordefrina assemelham-se bastante aos da noradrenalina. Foi demonstrado que a felipressina tem eficácia aproximadamente igual à da adrenalina na redução do fluxo sanguíneo cutâneo. A adrenalina continua sendo o vasoconstritor mais eficaz e utilizado na medicina e na odontologia. A adrenalina é a mais útil delas e representa o melhor exemplo de um agente que mimetiza a atividade da descarga simpática. ADRENALINA ❖ Altamente solúvel em água; ❖ A adrenalina atua diretamente nos receptores a- e b-adrenérgicos; os efeitos b predominam; ❖ Estimula os receptores b1 do miocárdio. ❖ Estimula os receptores b1 e aumenta a irritabilidade das células marca-passo, levando a um aumento da incidência de disritmias; ❖ Produz dilatação das artérias coronárias, aumentando o fluxo sanguíneo arterial coronariano; ❖ A pressão arterial sistólica é aumentada e a pressão diastólica é reduzida; ❖ a adrenalina não é um estimulante potente do sistema nervoso central; ❖ Aplicações Clínicas 1. Tratamento das reações alérgicas agudas. 2. Tratamento de episódios asmáticos agudos (broncoespasmo 3. Tratamento da parada cardíaca. 4. Como um vasoconstritor, para hemostasia. 5. Como um vasoconstritor em anestésicos locais, para diminuir a absorção para o sistema cardiovascular. 6. Como um vasoconstritor em anestésicos locais, para aumentar a profundidade da anestesia. 7. Como um vasoconstritor em anestésicos locais, para aumentar a duração da anestesia. 8. Para produzir midríase. Doses Máximas: Deve ser usada a solução menos concentrada que produza controle eficaz da dor. Noradrenalina (Levarterenol) ● Aumenta a pressão arterial; ● Não interfere na frequência cardíaca; ● Causa uma maior vasoconstrição, podendo causar dano tecidual; ● Contra indicada em hipertireoidismo e cardiopatas descompensados; ● As ações da noradrenalina são quase que exclusivamente sobre os receptores a (90%). Ela também estimula as ações b no coração (10%). A noradrenalina apresenta um quarto da potência da adrenalina. ● Estimula as células marca-passo e aumenta sua irritabilidade; ● Produz aumento no fluxo sanguíneo nas artérias coronárias; Levonordefrina ➔ Semelhante à adrenalina, só que menos potente; ➔ Maior quantidade de vasoconstritor é necessária para a obtenção do mesmo efeito anestésico; ➔ Potencializa o efeito de antidepressivos tricíclicos; ➔ é considerada como tendo um sexto (15%) da eficácia vasopressora da adrenalina; Fenilefrina ★ Não provoca estímulo cardíaco direto, mas provoca grande aumento de pA pelo reflexo VAGAL = queda de frequência cardíaca ★ Interação medicamentosa com inibidores da MAO e antidepressivos tricíclicos; ★ 20 vezes menos potente que a adrenalina; ★ É um excelente vasoconstritor, com poucos efeitos colaterais significativos; Felipressina ➢ Sem efeito direto sobre o sistema cardiocirculatório (miocárdio); ➢ Potente vasoconstritor coronário - em altas doses pode causar crise de angina com isquemia miocárdica em paciente com deficiência na circulação coronária. ➢ age como estimulante direto da musculatura lisa vascular; ➢ não são recomendadas quando é necessária hemostasia. Condição Médica do Paciente Contraindicação: • Pacientes com doença cardiovascular mais significativa •Pacientes com certas doenças não cardiovasculares •Pacientes que fazem uso de inibidores da MAO, antidepressivos tricíclicos e fenotiazínicos Em cada uma dessas situações, é necessário determinar a gravidade da desordem subjacente para definir se um vasoconstritor pode ser incluído com segurança ou deve ser excluído da solução de anestésico local. Ação Clínica de Substâncias Específicas DURAÇÃO 1. Curva de distribuição normal (curva em forma de sino): ● A variação na resposta individual a uma substância é comum e esperada e está representada na denominada curva de distribuição normal ou curva de sino (Fig. 4-1). ● A maioria dos pacientes responde de maneira previsível às ações de uma substância (p. ex., de 40 a 60 minutos). Entretanto, alguns pacientes (na ausência evidente de outros fatores que influenciam a ação da substância) apresentaram uma duração mais curta ou mais longa da anestesia. 2. A precisão na administração do anestésico local é outro fator que influencia a ação da substância. Embora não seja tão significativa em certas técnicas (p. ex., supraperiosteal) ou com certas substâncias (p. ex., articaína), a precisão na deposição é um fator importante em muitos bloqueios nervosos nos quais uma espessura considerável de tecido mole tem de ser penetrada para acessar o nervo a ser bloqueado. 3. A condição dos tecidos em que um anestésico local é injetado influencia a duração da ação anestésica. Presume-se que exista um tecido sadio normal no local de deposição da substância. Inflamação, infecção ou dor (aguda ou crônica) geralmente reduzem a profundidade e a duração esperada da anestesia. O aumento da vascularização no local de deposição da substância resulta em uma absorção mais rápida do anestésico local e uma duração menor da anestesia. 4. As variações anatômicas também influenciam a anestesia clínica. A anatomia normal da maxila e da mandíbula é descrita no Capítulo 12. O aspecto mais notável da anatomia “normal” é a presença de uma variação extrema (p.ex., no tamanho e na forma da cabeça ou na espessura dos ossos) 5. Finalmente, a duração da anestesia clínica é influenciada pelo tipo de injeção administrada. Para todas as substâncias apresentadas, a realização de um bloqueio nervoso fornece uma duração maior da anestesia pulpar e dos tecidos moles do que a injeção supraperiosteal (p. ex., infiltração), supondo-se que o volume mínimo recomendado de anestésico tenha sido injetado. Volumes menores do que os recomendados diminuem a duração de ação. Doses maiores que as recomendadas não aumentam a duração da ação. DOSES MÁXIMAS DE ANESTÉSICOS LOCAIS As doses dos anestésicos locais são apresentadas em termos de miligramas da substância por unidade do peso corporal — como miligramas por quilogramas (mg/kg) ou como miligramas por libras (mg/lb). ANESTÉSICOS LOCAIS DO TIPO ÉSTER Cloridrato de Procaína Informações Pertinentes Classificação. Éster. Potência. 1 (procaína=1) Toxicidade. 1 (procaína=1) Metabolismo. Hidrolisado rapidamente no plasma pela pseudocolinesterase plasmática. Excreção. Mais de 2% inalterados na urina (90% como ácido para-aminobenzoico [PABA], 8% como dietilaminoetanol). Propriedades Vasodilatadoras. Produz a maior vasodila- tação de todos os anestésicos locais em uso atualmente. pKa. 9,1. pH da Solução Pura . 5,0 a 6,5. pH da Solução Contendo Vasoconstritor. 3,5 a 5,5. Início da Ação. 6 a 10 minutos. Concentração odontológica eficaz. 2% a 4%. Meia-vida do Anestésico. 0,1 hora (6 minutos). Ação Anestésica Tópica. Nenhuma em concentrações clinicamente aceitáveis. O cloridrato de procaína, o primeiro anestésico local sintético injetável, não está mais disponível na América do Norte em tubetes para uso odontológico. Cloridrato de Propoxicaína Informações Pertinentes Classificação. Éster. Potência. 7 a 8 (procaína=1). Toxicidade. 7 a 8 (procaína=1). Metabolismo. Hidrolisada tanto no plasma como no fígado. Excreção. Pelos rins; quase inteiramente hidrolisada. Propriedades Vasodilatadoras. Sim, porém não tão acentuadas quanto as da procaína. pKa. Não disponível. pH da Solução Pura. Não disponível. Início da Ação . Rápido (2 a 3 minutos). Concentração Odontológica Eficaz. 0,4%. Meia-vida do Anestésico. Não disponível. Ação Anestésica Tópica . Nenhuma em concentrações clinicamente aceitáveis. ANESTÉSICOS LOCAIS DO TIPO AMIDA Cloridrato de Lidocaína Informações Pertinentes Classificação. Amida. Potência. 2 (em comparação à procaína) (procaína =1; lindocaína continua a ser o padrão de comparação [lidocaína=1]com todos os anestésicos locais). Toxicidade. 2 (em comparação à procaína). Metabolismo. No fígado, pelas oxidases microssomais de função fixa, a monoetilglicerina e xilidida; xilidida é um anestésico local que é potencialmente tóxico11 (Fig. 2-3). Excreção. Pelos rins; menos de 10% de forma inalterada, mais de 80% na forma de vários metabólitos. Propriedades Vasodilatadoras. Consideravelmente me - nores que as da procaína; todavia, maiores que as da prilocaína ou da mepivacaína. pKa. 7,9. pH da Solução Pura . 6,5. pH da Solução Contendo Vasoconstritor. ≈ 3,5. Início de Ação. Rápido (3 a 5 minutos). Concentração Odontológica Eficaz. 2%. Meia-vida do Anestésico. 1,6 hora (aproximadamente 90 minutos). Ação Anestésica Tópica. Sim (em concentrações clinica - mente aceitáveis [5%]). Dose Máxima Recomendada . A dose máxima recomendada 7,0 mg/kg de peso em pacientes adultos e pediátricos, sem exceder a dose máxima absoluta de 500 mg12 Cloridrato de Mepivacaína Informações Pertinentes Classificação. Amida. Potência. 2 (procaína=1; lidocaína=2). Toxicidade. 1,5 a 2 (procaína=1; lidocaína=2). Metabolismo . No fígado, pelas oxidases microssomais de função fixa. A hidroxilação e a N-desmetilação têm papéis importantes no metabolismo da mepivacaína. Excreção. Pelos rins; aproximadamente 1% a 16% da dose anestésica são excretados inalterados. Propriedades Vasodilatadoras. A mepivacaína produz apenas uma ligeira vasodilatação. A duração da anestesia pulpar com mepivacaína sem vasoconstritor é de 20 a 40 minutos (a da lidocaína sem vasoconstritor dura apenas de 5 a 10 minutos; a da procaína sem vasoconstritor é de até 2 minutos). pKa. 7,6. pH da Solução Pura. 5,5 a 6,0. pH da Solução Contendo Vasoconstritor. 4,0. Início de Ação. Rápido (3 a 5 minutos). Concentração Odontológica Eficaz. 3% sem vasocons- tritor; 2% com vasoconstritor. Meia-vida do Anestésico. 1,9 hora. Ação Anestésica Tópica. Nenhuma em concentrações clinicamente aceitáveis. Dose Máxima Recomendada. 6,6 mg/kg ou 3,0 mg/kg de peso corporal, não devendo ultrapassar 400 mg 22 Comentários. A propriedade vasodilatadora branda da mepi- vacaína proporciona duração mais longa da anestesia pulpar do que a na maioria dos outros anestésicos locais quando adminis- trada sem vasoconstritor. A mepivacaína a 3% pura fornece de 20 a 40 minutos de anestesia pulpar (20 minutos por infiltração, 40 minutos por bloqueio nervoso) e aproximadamente 2 a 3 horas de anestesia dos tecidos moles. Cloridrato de Prilocaína Informações Pertinentes Classificação. Amida. Potência. 2 (procaína=1; lidocaína=2). Toxicidade. 1 (procaína = 1; lidocaína = 2); 40% menos tóxica que a lidocaína. Metabolismo. O metabolismo da prilocaína difere significativamente daquele da lidocaína e da mepivacaína. Por ser uma +amina secundária, a prilocaína é hidrolisada de maneira direta pelas amidases hepáticas em ortotoluidina e N-propilalanina. O dióxido de carbono é o principal produto final da biotransformação da prilocaína. Excreção. Prilocaína e seus metabólitos são excretados principalmente pelos rins. A depuração renal da prilocaína é mais rápida que a de outras amidas, resultando em sua remoção mais rápida da circulação.31 Propriedades Vasodilatadoras. A prilocaína é um vasodilatador. Ela produz vasodilatação maior que a da mepivacaína, porém menor que a da lidocaína e significativamente menorque a da procaína. pKa. 7,9. pH da Solução Pura. 6,0 a 6,5. pH da Solução Com Vasoconstritor . 4,0. Início da Ação. Discretamente mais lento que o da lidocaína (3 a 5 minutos). Concentração Odontológica Eficaz. 4%. Meia-vida do Anestésico. 1,6 hora. Ação Anestésica Tópica. Inexistente em concentrações clinicamente aceitáveis. Cloridrato de Articaína Informações Pertinentes Potência. 1,5 vez a da lidocaína; 1,9 vez a da procaína. Toxicidade. Semelhante à da lidocaína e procaína. Metabolismo . A articaína é o único anestésico local do tipo amida que contém um grupo tiofeno. Como o cloridrato de articaína é o único anestésico local do tipo amida amplamente utilizado que também contém um grupamento éster, sua biotransformação ocorre tanto no plasma (hidrólise pela esterase plasmática) quanto no fígado (enzimas microssomais hepáticas). Excreção. Pelos rins; aproximadamente 5% a 10% na forma inalterada, aproximadamente 90% como metabólitos (87% como M1 e 2% como M2). Propriedades Vasodilatadoras. A articaína apresenta um efeito vasodilatador equivalente ao da lidocaína. A procaína é ligeiramente mais vasoativa. pKa. 7,8. pH da Solução Pura . Não disponível na América do Norte (cloridrato de articaína a 4% “pura” está disponível na Alemanha). pH da Solução com Vasoconstritor. 3,5 a 4,0. Início da Ação. Articaína 1:200.000, infiltração: 1 a 2 minutos, bloqueio mandibular: 2 a 3 minutos; articaína 1:100.000, infiltração: 1 a 2 minutos, bloqueio mandibular: 2 a 2,5 minutos. Concentração Odontológica Eficaz. 4% com adrenalina a 1:100.000 ou 1:200.000. O cloridrato de articaína está disponível com adrenalina a 1:400.000 na Alemanha. Meia-vida do Anestésico. 0,5 hora (27 minutos).39 Ação Anestésica Tópica. Inexistente em concentrações clinicamente aceitáveis. Dose máxima recomendada. A dose máxima recomendada pela FDA é de 7,0mg/kg de peso corporal para pacientes adultos Cloridrato de Bupivacaína Informações Pertinentes Classificação. Amida. Potência. Quatro vezes a da lidocaína, mepivacaína e prilocaína. Toxicidade. Menos de quatro vezes a da lidocaína e mepivacaína. Metabolismo. Metabolizada no fígado por amidases. Excreção. Pelo rim; 16% de bupivacaína inalterada foram recuperados da urina humana. Propriedades Vasodilatadoras. Relativamente significativas; maiores que as da lidocaína, prilocaína e mepivacaína, mas consideravelmente menores que as da procaína. pKa. 8,1. pH da Solução Pura. 4,5 a 6,0. pH da Solução com Vasoconstritor. 3,0 a 4,5. Início da Ação. Requer maior tempo para início de ação que outros anestésicos locais de uso comum (p. ex., 6 a 10 minutos). Concentração Odontológica Eficaz. 0,5%. Meia-vida do Anestésico. 2,7 horas. Ação Anestésica Tópica. Inexistente em concentrações clinicamente aceitáveis. Dose Máxima Recomendada. A dose máxima recomendada pela FDA para a bupivacaína é de 90 mg. ANESTÉSICOS PARA APLICAÇÃO TÓPICA Benzocaína A benzocaína (etil-p-aminobenzoato) é um anestésico local do tipo éster: 1. Baixa solubilidade em água 2. Pouca absorção pelo sistema cardiovascular 3. Reações tóxicas (superdosagem) sistêmicas praticamente desconhecidas Cloridrato de Cocaína O cloridrato de cocaína (cloridrato de benzoilmetilecgonina) ocorre naturalmente como um sólido cristalino branco altamente solúvel em água: ● Usado exclusivamente para aplicação tópica. ● O início da ação anestésica tópica é muito rápido, ocorrendo geralmente em menos de 1 minuto. ● É absorvido rapidamente, mas eliminado lentamente (meia-vida de eliminação=42 minutos). Cloridrato de Diclonina O cloridrato de diclonina (cloridrato de 4’-butoxi-3-piperidino-propiofenona) é um derivado cetônico sem uma ligação éster ou amida, o qual pode ser utilizado em pacientes que sejam alérgicos aos anestésicos comuns. ● Não há a sensibilidade cruzada com outros anestésicos locais; portanto, a diclonina pode ser usada em pacientes reconhecidamente sensíveis a anestésicos locais de outros grupos químicos. ● Início de ação lento, demorando até 10 minutos ● A duração da anestesia pode chegar a 1 hora. ● A toxicidade sistêmica é extremamente baixa, Lidocaína A lidocaína está disponível em duas formas para a aplicação tópica: a lidocaína base, que é pouco solúvel em água, utilizada na concentração de 5% e indicada para os tecidos ulcerados, escoriados ou lacerados; 1. A lidocaína é um anestésico local do tipo amida com uma incidência excepcionalmente baixa de reações alérgicas. 2. A dose máxima recomendada para a aplicação tópica é de 200mg. 3. Disponibilidade: a lidocaína base está disponível como aerossol, pomada, adesivo e solução em diferentes concentrações (Fig. 4-9). 4. Disponibilidade: o cloridrato de lidocaína está disponível como solução tópica oral a 20mg/mL (viscosa) e 40mg/mL (solução). Cloridrato de Tetracaína O cloridrato de tetracaína (cloridrato de 2-dimetilaminoetil-4-butilaminobenzoato) é um anestésico local do tipo éster de longa duração que pode ser injetado ou aplicado topicamente. 1. Altamente solúvel em água 2. Quando aplicado topicamente, é de 5 a 8 vezes mais potente que a cocaína 3. Início de ação lento após a aplicação tópica 4. Duração de ação de aproximadamente 45 minutos após a aplicação tópica 6. Disponível na concentração de 0,15% para uso injetável 7. A concentração de 2% é utilizada para aplicação tópica 8. Absorvido rapidamente pelas mucosas. O uso deve ser limitado a pequenas áreas para evitar a absorção rápida. Outras substâncias, absorvidas mais lentamente ou em menor escala, devem ser usadas em lugar da tetracaína quando for necessária a anestesia tópica de áreas maiores 9. A dose máxima recomendada é 20mg quando da aplicação tópica. Isso representa 1mL de uma solução a 2% 10. Recomenda-se cautela por causa do grande potencial de toxicidade sistêmica SELEÇÃO DE UM ANESTÉSICO LOCAL Em razão das muitas combinações de anestésicos locais disponíveis para injeção, é muitas vezes difícil escolher a substância ideal para determinado paciente. Muitos dentistas simplesmente usam um anestésico local em todos os procedimentos, independente da duração destes. Por exemplo, o dentista pode preferir usar lidocaína a 2% com adrenalina a 1:100.000 nos procedimentos que duram 5 a 10 minutos, bem como nos procedimentos que demoram 90 minutos. A Seringa A seringa é um dos três componentes essenciais do arsenal dos anestésicos locais. Ela é o veículo através do qual o conteúdo do cartucho anestésico é administrado ao paciente através da agulha. Há oito tipos de seringa para administração de anestésicos locais. Seringas Não Descartáveis Carregamento Lateral, Metálicas, Tipo Cartucho, com Aspiração: é a mais comumente usada em odontologia. O termo carregada lateralmente indica que o cartucho é inserido na seringa pela lateral. A agulha é presa ao tubo da seringa pelo adaptador da agulha. A agulha passa então ao tubo, onde penetra o diafragma do cartucho de anestésico local. Desvantagens: mais pesada que a de plástico; pode dar infecção se não tiver o cuidado adequado; Vantagens: autoclavável; resistente à ferrugem; longa duração. Carregadas Lateralmente, Plásticas, Tipo Cartucho, com Aspiração: seringa odontológica plástica com aspiração reutilizável, que pode ser esterilizada por autoclavee quimicamente. Desvantagens: pode ser muito grande e o plástico pode se deteriorar com repetidas autoclavagens. Vantagens: leve; baixo custo; resistente a ferrugem. Carregadas Lateralmente, Metálicas, Tipo Cartucho, com Autoaspiração: para facilitar a aspiração, é confiável. Vantagens: Cartucho visível; Aspiração mais fácil por mãos pequenas; Autoclavável; Resistente à ferrugem; Duração longa com manutenção apropriada; Pistão é marcado com números (indica o volume de anestésico local administrado). Desvantagens: Sensação de “insegurança” para os profissionais acostumados com seringas do tipo arpão; Dedo tem de ser passado do anel do polegar ao disco do polegar para aspiração; Possibilidade de infecção com cuidado inadequado. Seringas de Pressão: injeção no ligamento periodontal; embora possa ser utilizada em qualquer dente, ajudou a tornar possível a obtenção de anestesia mais confiável da polpa dentária de um dente isolado na mandíbula. Desvantagens: Alto custo; Fácil de injetar muito rapidamente; Ameaçadora. Vantagens: Cartuchos protegidos; Dose medida; Injetor a jato: Oferece uma anestesia tópica antes da colocação da agulha e pode ser usada para anestesia da mucosa do palato. Vantagens: Não exige uso de agulha (recomendado para indivíduos com fobia de agulhas); Administra volumes muito pequenos de anestésico local (0,01 a 0,02 mL); Usado em lugar dos anestésicos tópicos. Desvantagens: Inadequado para anestesia da polpa dentária ou para bloqueio regional; Alguns pacientes se perturbam com o solavanco da injeção; Alto custo; Pode lesar os tecidos periodontais. Seringas Descartáveis: estão disponíveis em vários tamanhos, com diversos calibres de agulha. Elas são usadas mais comumente para administração intramuscular ou intravenosa de drogas, mas elas também podem ser usadas para injeção intraoral. Vantagens: é leve; estéril até ser aberta. Desvantagens: Não aceita cartuchos odontológicos; Aspiração difícil. Seringas de Segurança: são projetadas para serem itens de uso único; permitam a reinjeção; reduzem o risco de que uma lesão acidental por picada de agulha; possuem uma bainha que “tranca” a agulha quando ela é removida dos tecidos do paciente, impedindo a picada de agulha acidental; Vantagens: Descartável; uso único; Estéril até ser aberta; Leve. Desvantagens: Não aceita cartuchos odontológicos previamente cheios; Aspiração difícil. PROBLEMAS: ● Vazamento Durante a Injeção ● Cartucho Quebrado ● Arpão Torto ● Desprendimento do Arpão do Êmbolo Durante a Aspiração ● Depósitos na Superfície Seguem-se algumas recomendações adicionais: 1. Recomenda-se o uso de uma seringa de segurança, minimizando o risco de lesão acidental por picada de agulha, durante todas as injeções anestésicas locais. 2. Uma seringa com autoaspiração é recomendada no caso de profissionais de mãos pequenas. 3. Qualquer sistema de seringa deve ser capaz de aspiração. Seringas que não aspirem nunca devem ser usadas para injeções de anestésicos locais. 4. Todas as seringas reutilizáveis devem poder ser esterilizadas. 5. Seringas não reutilizáveis devem ser descartadas de maneira correta. AGULHAS A agulha é o veículo que permite que a solução anestésica local passe do cartucho odontológico para os tecidos ao redor da ponta da agulha. A maioria das agulhas utilizadas em odontologia é de aço inoxidável e descartável. As agulhas produzidas para injeções intraorais dentárias são pré-esterilizadas e descartáveis. ANATOMIA DE UMA AGULHA A agulha é constituída de uma peça única de metal tubular, em torno da qual é colocado um adaptador plástico ou metálico para seringas e a fixação da agulha Todas as agulhas têm em comum os seguintes componentes: o bisel, o corpo, a fixação e a extremidade para penetração no cartucho CALIBRE O calibre designa o diâmetro da luz da agulha: quanto maior for o número, maior será o diâmetro da luz. Uma agulha calibre 30 tem um diâmetro interno menor do que uma agulha calibre 25. COMPRIMENTO ● As agulhas odontológicas estão disponíveis em três comprimentos: longas, curtas e ultracurtas. ● As agulhas ultracurtas estão disponíveis unicamente de calibre 30. ● O comprimento de uma agulha curta situa-se entre 20 e 25 mm (medido da fixação à ponta), com padrão em torno de 20 mm, e é de 30 a 35mm para a agulha odontológica longa, com padrão em torno de 32 mm ● As agulhas não devem ser inseridas totalmente nos tecidos até sua fixação, a não ser que isso seja absolutamente necessário para o sucesso da injeção. CUIDADO E MANEJO DAS AGULHAS As agulhas disponíveis aos profissionais de odontologia nos dias atuais são pré-esterilizadas e descartáveis. Com o cuidado e o manejo adequados elas não devem ocasionar dificuldades significativas. 1. As agulhas nunca devem ser usadas em mais de um paciente. 2. As agulhas devem ser trocadas a. Depois de três ou quatro inserções, as agulhas descartáveis de aço inoxidável ficam embotadas. 3. As agulhas devem ser cobertas com uma bainha protetora quando não estiverem sendo usadas, para evitar a picada acidental por uma agulha contaminada (Capítulo 9). 4. Deve-se dar atenção sempre à posição da ponta da agulha não coberta, quer dentro ou fora da boca do paciente. Isso diminui muito o risco potencial de lesão ao paciente e ao administrador. 5. As agulhas devem ser descartadas de maneira apropriada após o uso para evitar uma possível lesão ou nova utilização PROBLEMAS COM AS AGULHAS Dor à Inserção O uso de uma agulha de ponta rombuda pode ocasionar dor à penetração inicial da mucosa. Essa dor pode ser evitada usando-se agulhas descartáveis novas bem pontiagudas e aplicando um anestésico tópico no local de penetração. A agulha deve ser trocada depois de três ou quatro penetrações da mucosa, caso sejam necessárias múltiplas inserções. Quebra Entortar as agulhas enfraquece-as, tornando-as mais propensas a se quebrar ao contato subsequente com tecidos duros como os ossos. As agulhas não devem ser entortadas para ser inseridas em tecidos moles a uma profundidade de mais de 5 mm. Nenhuma das técnicas de injeção usadas em odontologia (em que a agulha penetra em tecidos moles) exige que a agulha seja entortada para o êxito da injeção. Dor à Retirada A dor à retirada da agulha do tecido pode ser produzida por farpas em “anzol” na ponta da agulha. Nunca se deve forçar uma agulha contra resistência. Quando em dúvida quanto à presença de farpas, troque a agulha entre as inserções. Lesão ao Paciente ou ao Administrador A penetração de áreas do corpo pela agulha, com a lesão daí resultante, pode ocorrer de maneira não intencional. Uma causa importante é a falta de atenção por parte do administrador, embora um movimento súbito e inesperado do paciente também seja uma causa frequente. O Cartucho O cartucho odontológico é um cilindro de vidro que contém a droga anestésica local, entre outros ingredientes. Contém aproximadamente 1,8 mL de solução anestésica local. Os cartuchos plásticos têm várias características negativas, principalmente o vazamento de solução durante a injeção, a necessidade de que uma força considerável sejaaplicada ao êmbolo da seringa e o fato de que o pistão não “desliza” pelo cartucho de plástico tão suavemente como o faz no cartucho de vidro, ocasionando jatos súbitos de administração do anestésico local, que podem causar dor no paciente. Outro problema dos cartuchos plásticos é o fato de que eles são permeáveis ao ar. A exposição ao oxigênio acarreta a degradação mais rápida do vasoconstritor no cartucho e período de vida útil mais curto. Consiste em quatro partes: 1. Tubo de vidro cilíndrico 2. Tampão (êmbolo, rolha) 3. Tampa de alumínio 4. Diafragma Tampão: localizado na extremidade do cartucho inserido no êmbolo de borracha de silicone Tampa de alumínio: se ajusta bem em torno do colo do cartucho de vidro, mantendo em posição o fino diafragma Diafragma: membrana semipermeável através da qual a agulha penetra no cartucho A preparação incorreta da agulha e do cartucho pode produzir uma punção excêntrica e orifícios ovoides, ocasionando o vazamento da solução anestésica durante a injeção PROBLEMAS 1. Bolhas no cartucho 2. Êmbolo extruído 3. Ardência à injeção 4. Êmbolo pegajoso 5. Corrosão da tampa 6. “Ferrugem” na tampa 7. Vazamento durante a injeção 8. Cartucho quebrado RECOMENDAÇÕES 1. Os cartuchos odontológicos nunca devem ser usados em mais de um paciente. 2. Os cartuchos devem ser armazenados à temperatura ambiente. 3. Não é necessário aquecer os cartuchos antes do uso. 4. Os cartuchos não devem ser usados após expirar sua validade. 5. Os cartuchos devem ser verificados cuidadosamente quanto a rachaduras, lascas e integridade do êmbolo e da tampa de alumínio antes do uso. Equipamento Adicional Outros itens importantes são encontrados no equipamento para a administração de anestésicos locais, incluindo os seguintes: 1. Antissépticos tópicos 2. Anestésicos tópicos 3. Hastes aplicadoras 4. Gaze de algodão (5 × 5 cm) 5. Hemostato ANTISSÉPTICOS TÓPICOS Um antisséptico tópico pode ser usado para preparar os tecidos no local da injeção antes da penetração da agulha. Sua função é ocasionar diminuição transitória na população bacteriana no local da injeção, minimizando assim o risco de infecção pós-injeção. Seu uso é fortemente recomendado antes da penetração inicial da agulha na membrana mucosa. Com aplicação correta, a penetração inicial da membrana mucosa em qualquer ponto da cavidade oral pode ser feita geralmente sem que o paciente perceba. Como os anestésicos tópicos necessitam de concentrações maiores para penetrar membranas mucosas e como muitos anestésicos tópicos são absorvidos rapidamente pelo sistema cardiovascular, devem ser administradas somente pequenas doses medidas. HASTES APLICADORAS As hastes aplicadoras devem estar disponíveis como parte do equipamento para anestésicos locais. Elas são hastes de madeira com uma mecha de algodão numa extremidade. Elas podem serusadas para aplicação tópica de soluções antissépticas e anestésicas em membranas mucosas (Fig. 8-2) e para a compressão de tecidos durante injeções no palato. GAZE DE ALGODÃO A gaze de algodão é incluída no equipamento para anestésicos locais para (1) limpar a área de injeção antes da penetração da agulha e (2) secar a membrana mucosa para auxiliar na retração dos tecidos moles para maior visibilidade. HEMOSTATO Embora não seja considerado um elemento essencial do equipamento para anestésicos locais, um hemostato ou fórceps de remoção deve estar disponível o tempo todo num consultório dentário. Sua função principal na anestesia local é a remoção de uma agulha dos tecidos moles da boca na eventualidade altamente improvável de a agulha quebrar nos tecidos
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