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DIREITO PENAL
DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL 
O Capítulo II, do Título “Dos Crimes Contra a Dignidade Sexual”, criado pela Lei 12.015/09, cria a figura da “pessoa vulnerável”, abandonando o regime de presunção de violência antes adotado no artigo 224.
Conceitos de pessoas vulneráveis (art. 217-A, CP):
pessoa menor de 14 (quatorze) anos;
pessoa que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. 
ESTUPRO CONTRA VULNERÁVEL
ANÁLISE GERAL DO TIPO
Art. 217-A.  Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: 
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 1°  Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência.
§ 2°  (VETADO)
§ 3°  Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos.
§ 4°  Se da conduta resulta morte:
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.
CONCEITO
Nos termos do artigo 217-A, do CP, caracteriza-se o estupro de vulnerável o fato de ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos ou com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou ainda, que por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência (artigo 217-A e § 1°, do CP).
De se destacar que tipo penal do art. 217-A não exige o emprego de violência ou grave ameaça para que exista o delito e considerar viciado o consentimento. Assim, ocorrerá o crime de estupro de vulnerável mesmo que a vítima consinta que o agente tenha conjunção carnal com ela o pratique qualquer outro ato de libidinagem. É certo também que, se houver violência contra qualquer das vítimas do citado dispositivo, restará configurado o estupro de vulnerável, devendo o juiz considerar tais aspectos na fixação da pena.
( REVOGAÇÃO DOS ARTIGOS 214 E 224, do CP – “ABOLITIO CRIMINIS”: a revogação do crime de atentado violento ao pudor (artigo 214, do CP) e da presunção de violência (art. 224, do CP) pela Lei 12.015/09, não culminou com em “abolitio criminis” de tais situações, uma vez que a conduta prevista no artigo 214 foi transportada para o art. 213, bem como, houve a tipificação pela referida lei, do crime de estupro de vulnerável (art. 217-A, do CP). Assim, as condutas anteriores continuaram sendo puníveis.
OBJETO JURÍDICO:
A dignidade sexual das pessoas vulneráveis, assim definidas pelo tipo penal (art. 217-A e § 1°, do CP).
OBJETO MATERIAL:
A pessoa vulnerável, assim definidas pelo artigo 217-A e § 1°, do CP.
SUJEITOS:
Ativo: qualquer pessoa.
Passivo: pessoa vulnerável, assim definida pelo tipo penal.
ELEMENTOS OBJETIVOS DO TIPO:
1. Conjunção carnal: é a cópula normal, com a penetração, completa ou incompleta, do órgão masculino na cavidade vaginal (“introductio penis in vaginam”).
2. Ato libidinoso: é o que visa ao prazer sexual. É o ato lascivo, voluptuoso, dirigido para a satisfação do instinto sexual. Ex. coito anal, “fellatio in ore”, etc.;
3. Menor de 14 (quatorze) anos: antes a lei referia-se à pessoa não maior de 14 (quatorze) anos, no caso de presunção de violência. Hoje, diz “menor de 14 (quatorze) anos”, referindo-se à primeira hipótese de pessoa vulnerável. Assim, se o ato sexual tiver sido praticado no dia do 14° aniversário da vítima, com o seu consentimento, o fato será atípico. Caso haja violência ou grave ameaça, o agente responderá pelo crime de estupro do artigo 213, do CP, com o aumento de pena previsto no § 1°, de tal artigo, ante ao fato da vítima ser menor de 18 (dezoito) anos.
4. Pessoa enferma ou com deficiência mental que não tem o necessário discernimento para a prática do ato: não basta que a vítima seja alienada ou débil mental, sendo necessário que a doença mental seja capaz de retirar totalmente a sua capacidade de consentimento ou entendimento sobre o ato sexual a que foi submetida, o que deve ser comprovado por perícia médica.
O artigo 6°, do Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei n° 13.146/15), dispõe que a deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa, inclusive para casar-se e constituir união estável (inciso I) e exercer direitos sexuais e reprodutivos (inciso II). Assim, tem-se que a pessoa com deficiência mental tem o direito a exercer sua sexualidade, exceto quando a enfermidade lhe retirar totalmente a capacidade de entendimento e consentimento com relação ao ato sexual (nos termos do Código Penal).
5. Pessoa que por qualquer outra causa não pode oferecer resistência: inclui-se aqui, os casos de violência imprópria, como por exemplo, o narcótico, as drogas, entre outras. Pode ser uma situação preexistente (doença, idade avançada, condição corporal, etc.), provocada pelo agente (uso de anestésico, sonífero, etc.) ou causada pela própria vítima (embriaguez completa, drogas, etc.). Também nesse caso deve ser demonstrado que a vítima não tinha capacidade de entendimento ou resistência com relação ao ato sexual.
Quid Juris____________________________
( VULNERABILIDADE ABSOLUTA OU RELATIVA: o entendimento majoritário é no sentido de que a vulnerabilidade pelo fato da vitima ser menor de 14 anos é absoluta, não se admitindo prova em contrário. Já com relação aos vulneráveis por enfermidade ou deficiência mental, que não têm o necessário discernimento para a prática do ato sexual ou por qualquer outra causa não pode oferecer resistência, o entendimento é de que a situação de vulnerabilidade deve ser provada, sendo, portanto, relativa. A questão, contudo, não é pacífica.
( ERRO DE TIPO: o erro de tipo (art. 20, do CP), que não se confunde com a vulnerabilidade relativa, pode afastar o delito, quando o agente provar que, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, achou que a vítima, em relação sexual acorde, tinha 14 anos ou mais. É o caso, por exemplo, de uma menor de 14 anos, mas que aparenta idade maior, ter mentido a idade ao agente, ou ainda, uma situação de vulnerabilidade não aparente, que possa gerar dúvidas ao agente, leigo em psiquiatria (Nélson Hungria).
Tal situação não socorre o agente, se o mesmo praticou o crime com violência (física ou moral) ou fraude, quando então restará configurada a prática do estupro (art. 213, do CP) ou violação sexual mediante fraude (art. 215, do CP).
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO:
É o dolo, sendo que o agente deve saber (ou deveria saber: dolo eventual) acerca da situação de vulnerabilidade da vítima. 
Não se admite a forma culposa.
PRÁTICA POR OMISSÃO:
É possível, quando estiver presente ao menos uma das situações previstas no artigo 13, § 2°, alíneas “a”, “b” ou “c”, do Código Penal (figuras que caracterizam o “garantidor do não resultado”), como por exemplo, a mãe que nada faz para evitar que seu companheiro mantenha relações sexuais violentas com a filha de 13 (treze) anos de idade. 
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA:
Consuma-se com a introdução, completa ou incompleta, do pênis na vagina da vítima, não se exigindo a ejaculação ou com a efetiva prática do ato libidinoso diverso da conjunção carnal. 
Admite-se a tentativa, como no caso do agente que, após levar um menor de 14 anos a um local ermo e começado a acariciar o corpo da vítima, sem, no entanto, praticar atos libidinosos foi surpreendido por terceiros, deixando o local sem conseguir seu intento (prática de conjunção carnal). 
FORMAS QUALIFICADAS:
Estão previstas nos §§ 3º e 4º do artigo 217-A, do Código Penal.
O § 3º, diz que “se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave, a pena abstrata será de reclusão de 10 (dez) a 20 (vinte) anos”.
Lesões corporais graves são aquelas previstas no artigo 129, §§ 1º e 2º, do Código Penal (resultados agravadores).
Assim, se do estupro resultar na vítima vulnerável qualquer dos resultados previstos naqueles parágrafos, como por exemplo, o perigo de vida (art. 129, § 1°, inciso II, do CP) o crime será qualificado. Trata-se de um crime preterdoloso.
Já o § 4º, diz que “se da conduta resultar a morte da vítima, a pena será de reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos”. Temos aqui, também, um crime preterdoloso.
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA – CÓDIGO PENAL:
O artigo 226 do Código Penal trata de aumento de pena para os crimes deste capítulo. 
Art. 226. A pena é aumentada: 
I - de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) ou mais pessoas; 
II - de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tem autoridade sobre ela.
Ainda, a Lei 12.015/09 incluiu o artigo 234-A no Código Penal, que prevê dois casos de aumento de pena para os crimes do Título VI de tal Código (Dos Crimes Contra a Dignidade Sexual). Diz tal artigo:
“Art. 234-A.  Nos crimes previstos neste Título a pena é aumentada: 
 I – (VETADO); 
 II – (VETADO); 
 III - de metade, se do crime resultar gravidez; e
IV - de um sexto até a metade, se o agente transmite à vitima doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador. 
AÇÃO PENAL:
Diz artigo 225, do CP:
	Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante ação penal pública incondicionada. (Redação dada pela Lei nº 13.718, de 2018)
Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.718, de 2018)
Quid Juris____________________________
( TERMO INICIAL DO PRAZO PRESCRICIONAL NOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL DE CRIANÇA OU ADOLESCENTE: A Lei nº 12.650/2012 deu nova redação ao artigo 111, inciso V, do Código Penal, ditando que, no caso de crimes contra a dignidade sexual de criança ou adolescente previstos no Código Penal ou em lei especial, o prazo prescricional começa quando a vítima completar 18 (dezoito) anos, salvo se antes disso a ação penal já tiver sido iniciada. Porém, se a vítima de estupro de vulnerável for maior de 18 (dezoito) anos (portadora de doença mental ou que não possa por outra causa oferecer resistência), aplica-se a regra do artigo 111, inciso I, do Código Penal (o lapso prescricional se inicia com a consumação do delito).
SEGREDO DE JUSTIÇA:
A Lei 12.015/09 incluiu ainda o artigo 234-B no Código Penal, que diz: 
“Art. 234-B.  Os processos em que se apuram crimes definidos neste Título correrão em segredo de justiça.”
Trata-se de uma norma processual incluída no Código Penal.
ESTUPRO DE VULNERÁVEL COMO CRIME HEDIONDO:
A Lei 12.015/09 alterou a Lei 8.072/90 (Lei dos Crimes Hediondos), passando a constar no artigo 1º, inciso VI, de tal Lei, o Estupro de Vulnerável (art. 217-A, “caput” e §§ 1º, 2º, 3º e 4º) como crime hediondo. 
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DA CORRUPÇÃO DE MENORES
ANÁLISE GERAL DO TIPO
Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outrem: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
Parágrafo único. (VETADO).
CONCEITO
O artigo 218 teve o conteúdo totalmente alterado pela lei 12.015/09. Inicialmente, o crime de corrupção de menores era praticado quando o agente corrompia ou facilitava a corrupção de pessoa maior de quatorze anos e menor de dezoito anos, com ela praticando ato de libidinagem, ou induzindo-o a praticar ou presenciar.
Atualmente, trata-se de uma modalidade especial de lenocínio, quando o agente induz alguém menor de quatorze anos a satisfazer a lascívia de outrem.
Embora o legislador tenha preservado o “nomen júris” da corrupção de menores, o crime de fato é de mediação para servir a lascívia de outrem tendo como vítima uma pessoa menor de quatorze anos. Guarda relação com o artigo 227, do CP, que prevê o crime de mediação para servir a lascívia de outrem (quando se pune o sujeito se convencer maior de 14 anos a satisfazer a lascívia de outrem).
OBJETO JURÍDICO:
A dignidade sexual da pessoa menor de 14 (quatorze) anos, direcionada à sua liberdade sexual.
SUJEITOS:
ATIVO: qualquer pessoa. PASSIVO: pessoa menor de 14 (quatorze) anos.
ELEMENTOS OBJETIVOS DO TIPO:
1. Induzir: é incitar, incutir, mover, levar, convencer. No induzimento, o sujeito faz penetrar na mente da vítima a ideia. Abrange também a expressão “instigar”. Não se exige a promessa de vantagem na indução, embora possa estar presente.
2. Lascívia: que visa ao prazer sexual (apetite sexual). Ato lascivo é o ato voluptuoso, dirigido para a satisfação do instinto sexual. 
3. Terceira pessoa determinada: a intenção do agente através da prática delituosa em análise é satisfazer a lascívia de terceiro e não a própria (hipótese em que restaria configurado outro crime).
O terceiro deve ser pessoa determinada, pois do contrário o crime deixa de ser corrupção de menores para caracterizar o delito de favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual (artigo 218-B, do CP). 
O terceiro responderá por estupro de vulnerável, consumado ou tentado, ou por outro crime que venha a ser caracterizado.
Quid Juris____________________________
( ATO SEXUAL MERAMENTE CONTEMPLATIVO: existe divergência na doutrina com relação à espécie de ato lascivo praticado pela vítima, induzida pelo agente, para a configuração do crime de corrupção de menores. Parte da doutrina (Nucci, André Estefam, Damásio de Jesus, entre outros) entende que, qualquer que seja o ato sexual praticado pela vítima induzida (sexo oral ou anal, conjunção carnal, etc.), o agente responderá pelo crime do artigo 218, do CP. Já o terceiro poderá responder por estupro de vulnerável ou por outro crime que venha a ser caracterizado. Seria um caso de exceção à teoria unitária ou monista do concurso de pessoas.
Não obstante, a maioria doutrinária (Rogério Sanches, Bitencourt, Rios Gonçalves, entre outros) entende que, para a configuração do crime de corrupção de menores, a vítima induzida não poderá realizar ato sexual efetivo com o terceiro (a conjunção carnal ou qualquer outra forma de ato de libidinagem), sob pena de responder pelo crime de estupro de vulnerável como partícipe. Assim, restaria configurado o crime de corrupção de menores somente quando o agente induzir a vítima a satisfazer a lascívia do terceiro, sem, todavia, realizar ato sexual efetivo com este (o delito é restrito à atividade contemplativa, como por exemplo, a prática de "sexo" por telefone; “strip-tease”; etc.). Por tal entendimento, não há se falar em à teoria unitária ou monista (concurso de pessoas) no presente caso. Como fundamento de tal entendimento, argumenta-se que o legislador não fez referência a atos de libidinagem, mas sim a satisfação da “lascívia” de outrem. Ainda, existe uma grande diferença nas sanções dos delitos (estupro e corrupção de menores), o que não se justifica uma exceção pluralística à teoria monística com consequências tão diferentes para os diversos participantes.
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO:
É o dolo. Não se admite a forma culposa.
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA:
Consuma-se com a prática do ato lascivo pelo menor induzido. 
A tentativa é possível, embora de difícil configuração.
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA – CÓDIGO PENAL:
O artigo 226 do Código Penal trata de aumento de pena para os crimes deste capítulo. 
Art. 226. A pena é aumentada: 
I - de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) ou mais pessoas; 
II - de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tem autoridade sobre ela.
Ainda, a Lei 12.015/09 incluiu o artigo 234-A no Código Penal, que prevê dois casos de aumento de pena para os crimes do Título VI de tal Código (Dos Crimes Contra a Dignidade Sexual). Diz tal artigo:
Art. 234-A.  Nos crimes previstos neste Título a pena é aumentada: 
 I
– (VETADO); 
 II – (VETADO); 
 III - de metade, se do crime resultar gravidez; e
IV - de um sexto até a metade, se o agente transmite à vítima doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador. 
AÇÃO PENAL:
A Lei 12.015/09 modificou substancialmente a ação penal no caso dos crimes sexuais. O atual artigo 225 do CP, diz que:
Art. 225.  Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante ação penal pública condicionada à representação.
Parágrafo único.  Procede-se, entretanto, mediante ação penal pública incondicionada se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa vulnerável. 
Assim, hoje a ação penal no caso do crime de Corrupção de Menores será pública incondicionada.
SEGREDO DE JUSTIÇA:
A Lei 12.015/09 incluiu ainda o artigo 234-B no Código Penal, que diz: 
Art. 234-B.  Os processos em que se apuram crimes definidos neste Título correrão em segredo de justiça.
Trata-se de uma norma processual incluída no Código Penal.
Quid Juris____________________________
( CORRUPÇÃO DE MENORES NO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (LEI 8.069/90): não se pode confundir o crime em estudo, com o crime descrito no artigo 244-B da Lei 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente), onde o tipo diz respeito a corromper ou facilitar a corrupção de pessoa menor de 18 anos, com ela praticando infração penal (qualquer) ou induzindo-a a praticá-la. 
Eis o citado dispositivo da Lei 12.015/09:
Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito) anos, com ele praticando infração penal ou induzindo-o a praticá-la: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. 
§ 1º. Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem pratica as condutas ali tipificadas utilizando-se de quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da internet. 
§ 2º. As penas previstas no caput deste artigo são aumentadas de um terço no caso de a infração cometida ou induzida estar incluída no rol do art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990.
De se notar que em caso da corrupção de menores para a prática de crimes hediondos haverá um aumento de pena (§ 2º, do artigo 244-B).
( REVOGAÇÃO DO ART. 218, CP – “ABOLITIO CRIMINIS”: o crime de corrupção de menores previsto no antigo artigo 218, do CP, foi revogado. Dizia tal artigo: “Corromper ou facilitar a corrupção de pessoa maior de 14 (catorze) e menor de 18 (dezoito) anos, com ela praticando ato de libidinagem, ou induzindo-a a praticá-lo ou presenciá-lo: Pena - reclusão, de um a quatro anos”. 
( QUALIDADES MORAIS DA VÍTIMA: Rogério Sanches destaca que no lenocínio comum (art. 227, do CP) a lei não faz ressalva no tocante às qualidades morais da vítima. Contudo, prevalece que, tratando-se de pessoa já corrompida, afeita à vida sexual promíscua, o delito não se configura, pois que a conduta punível é a de induzir, não sendo possível que ocorra contra quem já é dado a práticas dessa natureza. A lição parece-nos aplicável ao art. 218, mormente quando se trata de adolescente.
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SATISFAÇÃO DE LASCÍVIA MEDIANTE PRESENÇA DE CRIANÇA OU ADOLESCENTE
ANÁLISE GERAL DO TIPO
Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
CONCEITO:
Nos termos doa artigo 218-A, do CP, configura o crime de satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente a prática, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, de conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem:
OBJETO JURÍDICO:
A dignidade sexual da pessoa menor de 14 (quatorze) anos.
SUJEITOS:
ATIVO: qualquer pessoa.
PASSIVO: pessoa menor de 14 anos. Neste caso o legislador não incluiu no polo passivo os vulneráveis que, por enfermidade ou deficiência mental, não têm o necessário discernimento para presenciar conjunção carnal ou outro ato libidinoso.
ELEMENTOS OBJETIVOS DO TIPO:
1. Conjunção carnal: é a cópula normal, com a penetração, completa ou incompleta, do órgão masculino na cavidade vaginal (“introductio penis in vaginam”).
2. Ato libidinoso: é o que visa ao prazer sexual. É o ato lascivo, voluptuoso, dirigido para a satisfação do instinto sexual. Ex. coito anal, “fellatio in ore”, etc...
3. Vítima menor de 14 (quatorze) anos: a idade da vítima deve ser conhecida pelo agente, sob pena de responsabilidade penal objetiva.
4. Praticar na presença: praticar o ato libidinoso diante de pessoa menor de 14 (catorze) anos (o agente não interfere na vontade do menor, porém, aproveita-se da sua presença para realizar o ato sexual com o objetivo de satisfazer lascívia própria ou de outrem).
5. Induzir a presenciar: a vítima é induzida, levada, convencida a presenciar o ato libidinoso. O agente inculca na vítima a ideia de presenciar o ato de libidinagem.
Deve haver apenas a prática do ato libidinoso na presença da vítima ou a indução para que a mesma presencie o ato, pois se acaso o menor se envolver sexualmente no ato o crime será o de estupro de vulnerável.
6. Satisfação da própria lascívia ou de outrem: o agente faz com que uma pessoa menor de 14 anos assista a ato sexual envolvendo o próprio agente ou outras pessoas.
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO:
É o dolo. Não se admite a forma culposa.
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA:
Consuma-se com a prática do ato sexual diante da vítima, ainda que o agente não consiga satisfazer a própria lascívia ou a do terceiro, ou com a indução, independentemente da concretização do ato libidinoso. Trata-se de um crime formal. Guilherme Nucci discorda, dizendo que o crime, não importando a modalidade, se consuma com a visualização pelo menor, da prática sexual.
No primeiro caso admite-se a tentativa, como por exemplo, o menor que deixa o local, sem presenciar qualquer ato libidinoso, quando o agente começa a tirar a roupa para praticar o ato sexual. Já na indução existem divergências a respeito.
O prazo prescricional, porém, só tem início quando a vítima completar 18 anos, salvo se antes disso a ação penal já tiver sido proposta (art. 111, inciso V, do CP).
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA – CÓDIGO PENAL:
O artigo 226 do Código Penal trata de aumento de pena para os crimes deste capítulo. 
Art. 226. A pena é aumentada: 
I - de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) ou mais pessoas; 
II - de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tem autoridade sobre ela.
Já o artigo 234-A, do Código Penal, prevê dois casos de aumento de pena para os crimes contra a dignidade sexual. Diz tal artigo:
Art. 234-A.  Nos crimes previstos neste Título a pena é aumentada: 
 I – (VETADO); 
 II – (VETADO); 
 III - de metade, se do crime resultar gravidez; e
IV - de um sexto até a metade, se o agente transmite à vitima doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador. 
AÇÃO PENAL:
O atual artigo 225 do CP, modificado pela Lei 12.015/09, diz que: 
Art. 225.  Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante ação penal pública condicionada à representação.
Parágrafo único.  Procede-se, entretanto, mediante ação penal pública incondicionada se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa vulnerável. 
Assim, hoje a ação penal no caso do artigo 218-A, do CP, será pública incondicionada.
SEGREDO DE JUSTIÇA:
A Lei 12.015/09 incluiu ainda o artigo 234-B no Código Penal, que diz: 
Art. 234-B.  Os processos em que se apuram crimes definidos neste Título correrão em segredo de justiça.
Trata-se de uma norma processual incluída no Código Penal.
Quid Juris____________________________
( CORRUPÇÃO DE MENORES NO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (LEI 8.069/90):
não se pode confundir o crime em estudo, com o crime descrito no artigo 244-B da Lei 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente), onde o tipo diz respeito a corromper ou facilitar a corrupção de pessoa menor de 18 anos, com ela praticando infração penal (qualquer) ou induzindo-a a praticá-la. 
Eis o citado dispositivo da Lei 12.015/09:
Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito) anos, com ele praticando infração penal ou induzindo-o a praticá-la: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. 
§ 1º. Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem pratica as condutas ali tipificadas utilizando-se de quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da internet. 
§ 2º. As penas previstas no caput deste artigo são aumentadas de um terço no caso de a infração cometida ou induzida estar incluída no rol do art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990.
De se notar que em caso da corrupção de menores para a prática de crimes hediondos haverá um aumento de pena (§ 2º, do artigo 244-B).
( ARTIGO 218-A, DO CP E ARTIGO 241-D, DA LEI 8.069/90 (ECA): no artigo 241-D, do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90), a conduta do agente é facilitar ou induzir o acesso de criança (logo, menor de 12 anos) a material pornográfico com o fim de com ela praticar ato libidinoso. No caso do art. 218-A, a conduta do agente se volta a praticar, na presença de menor de 14 (quatorze) anos, ou induzindo-o a presenciar, ato libidinoso para satisfazer lascívia própria ou alheia. Porém, não tem a finalidade de com a criança praticar ato libidinoso. Não há, portanto, qualquer contato corporal ou prática sexual do menor com o agente ou com outrem. Eis o citado dispositivo da Lei 12.015/09:
Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de comunicação, criança, com o fim de com ela praticar ato libidinoso: 
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. 
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: 
I – facilita ou induz o acesso à criança de material contendo cena de sexo explícito ou pornográfica com o fim de com ela praticar ato libidinoso; 
II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo com o fim de induzir criança a se exibir de forma pornográfica ou sexualmente explícita. 
( PRESENÇA FÍSICA DA VÍTIMA: o entendimento majoritário é no sentido de que o crime em estudo somente pode ser praticado na presença física da vítima, afastando-se a possibilidade de ser praticado por meio virtual, justamente pelas elementares “na presença de alguém menor” e “induzi-lo a presenciar”. Todavia, já houve julgado pelo entendimento minoritário, entendendo ser possível a prática de tal crime por meio da transmissão de imagens (atos libidinosos) através da internet, a fim de satisfazer lascívia própria (HC 0007610-68.2010.8.19.0000/RJ, 2.ª C.C., rel. José Augusto de Araújo Neto, 30.03.2010).
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FAVORECIMENTO DA PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO SEXUAL DE VULNERÁVEL
ANÁLISE GERAL DO TIPO
Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone: 
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos. 
§ 1° Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa. 
§ 2° Incorre nas mesmas penas: 
I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos na situação descrita no caput deste artigo;
II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem as práticas referidas no caput deste artigo. 
§ 3° Na hipótese do inciso II do § 2o, constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de localização e de funcionamento do estabelecimento.
CONCEITO:
Vitor Gonçalves Rios diz que o crime em estudo consiste em convencer alguém, com palavras ou promessas de boa vida, a se prostituir ou se submeter a outras formas de exploração sexual, colaborar para que alguém exerça a prostituição ou, de algum modo, impedir ou dificultar que a vítima abandone as referidas atividades. Em suma, constitui crime introduzir alguém no mundo da prostituição, apoiá-lo materialmente enquanto a exerce ou impedir ou dificultar o abandono de tais atividades.
OBJETO JURÍDICO:
A dignidade sexual da pessoa vulnerável (definida no tipo penal), voltada à liberdade sexual, além da intenção de se evitar danos à sua saúde e outros riscos ligados ao exercício da prostituição.
SUJEITOS:
ATIVO: qualquer pessoa.
PASSIVO: pessoa vulnerável, assim descrita pelo tipo penal (menor de 18 e maior de 14 anos ou a pessoa enferma ou deficiente mental, sem capacidade de entendimento suficiente para a prática do ato). Se o sujeito passivo for menor de 14 anos, configura-se o estupro de vulnerável (ainda que por participação). 
ELEMENTOS OBJETIVOS DO TIPO:
1. Explorar: no caso dos delitos contra a dignidade sexual, significa tirar proveito ou enganar alguém para lucrar. O explorador é chamado de rufião ou lenão. Não está necessariamente ligada à violência, pois pode haver exploração sem violência.
2. Pessoa vulnerável: neste caso, a lei tratou como vulnerável, para este crime, a pessoa menor de 18 (dezoito) anos e não 14 (catorze) ou que por enfermidade ou deficiência mental não tem o necessário discernimento para a prática do ato ou ainda que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência.
Se a vítima for menor de 14 anos e houver o agenciamento de encontro sexual com pessoa determinada, haverá também punição por crime de estupro de vulnerável (o responsável pelo agenciamento será considerado partícipe desse crime). Já se a vítima for maior de idade e capaz, o induzimento à prostituição configura o crime do art. 228 do Código Penal, que tem pena menor.
3. Submeter: é sujeitar, tornar dependente. 
4. Induzir: é incutir, inculcar, persuadir, convencer. O agente atua sobre o convencimento da vítima, incutindo-lhe a ideia de se prostituir ou ser explorada sexualmente.
5. Atrair: é seduzir, incitar, fascinar, chamar a atenção da vítima para a prostituição. Neste caso não há uma atuação persistente e continuada do agente no sentido de fazer a vítima aderir à sua pretensão, sob pena de caracterizar a elementar “induzir”. Ex.: levar a pessoa para o ambiente de prostituição sem, no entanto, ficar dizendo que ela tem de se prostituir (há uma menor influência psicológica do que na indução).
6. Facilitar: é tornar fácil, auxiliar favorecer o meretrício, prestar qualquer forma de auxílio, como por exemplo, arranjando “cliente” para a vítima.
7. Impedir: significa obstar, obstruir, não consentir, proibir, impossibilitar a vítima de deixar tal prática. Neste caso, vítima já deve exercer o meretrício, sendo impedida de abandonar tal prática. Temos, neste caso, um crime permanente.
8. Dificultar o abandono: é tornar difícil ou custoso seu abandono; pôr impedimentos. Ex.: condicionar a saída da prostituta do meretrício ao pagamento de dívidas que ela possua com o seu aliciador, como hospedagem, entre outras. Também neste caso temos um crime permanente.
9. Prostituição: é o comércio habitual do próprio corpo, visando à satisfação sexual de qualquer pessoa que se disponha a pagar para tanto. A prostituição a que se refere a lei pode ser a masculina ou a feminina.
10. Outra forma de exploração sexual: outra forma que não seja a prostituição. Deve, também, ter caráter habitual. Exemplos: induzir uma menor a ser dançarina de “strip-tease”; a praticar “sexo por telefone” ou via internet, por meio de “webcams”, sem que haja efetivo contato físico com a outra pessoa.
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO:
É o dolo. Não se admite a forma culposa.
Não se exige finalidade específica do agente (elemento subjetivo específico), exceto na forma do § 1.º (“com o fim de
obter vantagem econômica”). 
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA:
Consuma-se com a prática do ato sexual pela vítima. 
Apesar de não se tratar de um crime habitual (bastando que seja praticada uma única ação de descrita no tipo para sua consumação), a doutrina salienta que para a consumação do crime, será necessário que a vítima passe a se dedicar habitualmente à prática da prostituição ou outra forma de exploração sexual, não bastando que venha a manter, eventualmente, relações sexuais negociadas. Não havendo habitualidade no comportamento da induzida, o crime será tentado.
A tentativa, de uma forma geral, é possível (existem discussões a respeito da tentativa com relação a algumas elementares do tipo, como por exemplo, nas formas “submeter”, “induzir”, “atrair” e “facilitar”).
PRÁTICA POR OMISSÃO:
É possível, quando estiver presente ao menos uma das situações previstas no artigo 13, § 2°, alíneas “a”, “b” ou “c”, do Código Penal. Assim, se pessoa que tem o dever jurídico de impedir que a vítima ingresse na prostituição, nada faz (aderindo subjetivamente à do autor do crime), pratica o crime por omissão.
Se a vítima tiver menos de 14 anos, ambos responderão por crime de estupro de vulnerável (art. 217-A, do CP).
FORMA QUALIFICADA:
Está prevista no § 1º, do artigo 218-B:
“§ 1°  Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa”.
Aplica-se, no caso, cumulativamente, a pena privativa de liberdade e a de multa.	
EXTENSÃO DA PUNIÇÃO:
Nos termos dos §§ 2º e 3º, do artigo 218-B, do Código Penal, incorre nas mesmas penas:
a) Quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos na situação descrita no “caput” do artigo: é a punição ao “cliente” da exploração sexual, que atua como partícipe. Se a vítima for menor de 14 (catorze) anos, ou por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência, haverá o delito de estupro de vulnerável, previsto no artigo 217-A, do Código Penal.
Segundo Nucci, não há viabilidade de configuração do tipo penal do art. 218-B, § 2°, I, quando o menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos, procurar a prostituição por sua conta e mantiver relação sexual com outrem, nos termos da expressa menção feita pelo legislador na parte final do dispositivo (“na situação descrita no caput”).
b) O proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem as práticas referidas no caput deste artigo: é a punição ao sujeito que mantém o local em que está se verificando a exploração sexual. O mesmo deve ter ciência do fato.
Nesta última hipótese, constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de localização e de funcionamento do estabelecimento, nos termos do § 3º, do artigo 218-B: “§ 3o  Na hipótese do inciso II do § 2o, constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de localização e de funcionamento do estabelecimento”.     
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA – CÓDIGO PENAL:
O artigo 226 do Código Penal trata de aumento de pena para os crimes deste capítulo. 
Art. 226. A pena é aumentada: 
I - de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) ou mais pessoas; 
II - de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tem autoridade sobre ela.
Ainda, a Lei 12.015/09 incluiu o artigo 234-A no Código Penal, que prevê dois casos de aumento de pena para os crimes do Título VI de tal Código (Dos Crimes Contra a Dignidade Sexual). 
Diz tal artigo:
Art. 234-A.  Nos crimes previstos neste Título a pena é aumentada: 
 I – (VETADO); 
 II – (VETADO); 
 III - de metade, se do crime resultar gravidez; e
IV - de um sexto até a metade, se o agente transmite à vitima doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador. 
CRIME HEDIONDO:
A Lei n. 12.978/2014 inseriu o crime do artigo 218-B, bem como as figuras de seus §§ 1º e 2º, no rol dos crimes hediondos (art. 1º, VIII, da Lei n. 8.072/90).
AÇÃO PENAL:
O artigo 225 do CP (alterado pela Lei 12.015/09), diz que:
Art. 225.  Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante ação penal pública condicionada à representação.
Parágrafo único.  Procede-se, entretanto, mediante ação penal pública incondicionada se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa vulnerável. 
Assim, hoje a ação penal no caso do crime em estudo, a ação penal será pública incondicionada.
SEGREDO DE JUSTIÇA:
A Lei 12.015/09 incluiu ainda o artigo 234-B no Código Penal, que diz: 
Art. 234-B.  Os processos em que se apuram crimes definidos neste Título correrão em segredo de justiça.
Trata-se de uma norma processual incluída no Código Penal.
Quid Juris____________________________
( VULNERABILIDADE ABSOLUTA OU RELATIVA: as pessoas enfermas ou deficientes mentais também se submetem à análise da vulnerabilidade absoluta ou relativa: a) enfermos e deficientes que não têm a menor compreensão e discernimento em relação ao ato sexual: vulnerabilidade absoluta (estupro de vulnerável); b) enfermos e deficientes que têm relativa compreensão e discernimento em relação ao ato sexual: vulnerabilidade relativa. Pode tipificar-se no art. 215, não havendo pagamento pelo ato, ou no art. 218-B, quando no cenário da prostituição.
( TIPO MISTO ALTERNATIVO: o tipo é misto alternativo, significando que a prática de uma só conduta configura o delito, porém a prática de mais de um verbo mantém o crime único. 
( VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA: se o delito for cometido com violência ou grave ameaça, não haverá a configuração de crime qualificado por ausência de previsão legal, mas apenas o concurso de delitos pela violência empregada.
( PROSTITUTA COMO VÍTIMA: a prostituta poderá ser vítima do crime previsto no artigo 218-B, do CP, quando impedida de deixar a prostituição, uma vez que, por já se dedicar, por conta própria, ao comércio carnal, não será possível ser induzida, atraída ou que tenha facilitada seu ingresso na prostituição.
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Trata-se o presente resumo de anotações para serem usadas pelos alunos em sala de aula, portanto, com fins meramente didáticos. Foram utilizados como fontes primárias os seguintes Autores:
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direto Penal – Parte Especial, vol. 4. São Paulo: Saraiva, 6ª ed., 2012.
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal, vol. 3. São Paulo: Ed. Saraiva, 2012.
CUNHA, Rogério Sanches. Manual de Direito Penal: parte especial. Salvador: JusPODIVM, 9ª ed., 2017.
GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal - Parte Especial, vol. III. São Paulo: Impetus, 9ª ed., 2012.
MASSON, Cleber Rogério. Direito Penal - Parte Especial, vol. 3. São Paulo: Método, 2ª ed., 2012.
NUCCI, Guilherme de Souza. Crimes contra a dignidade sexual. Rio de Janeiro: Ed. Forense, 5ª ed., 2014.
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