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FORMULARIO DE RESENHA CRÍTICA DE CASO A GUARNIÇÃO DE REMO DO EXÉRCITO

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A GUARNIÇÃO DE REMO DO EXÉRCITO.
Referências: Scott Snook, Jeffrey T. Polzer, A Guarnição de Remo do Exército. Harvard Business School, 30 de março de 2004.
O coronel Preczewski, treinador da guarnição de remo da Academia Militar de West Point do exército dos Estados Unidos, esperava ansiosamente o início da temporada da primavera de 2001-2002, a equipe da temporada anterior havia conseguido excelentes resultados e a maioria dos membros estava retornando para essa temporada. Os resultados individuais por conta dos intensivos treinamentos eram evidentes. Agora o coronel e treinador Preczewski precisava selecionar os 8 melhores remadores para o barco Varsity, equipe que seria a principal, e os 8 remadores restantes seriam alocados para o barco Varsity Junior, equipe secundária. 
Ser uma equipe de remo de sucesso exige uma combinação de habilidades pessoais e coletivas. Pesquisas apontam que os fatores determinantes para ter um bom desempenho no remo podem ser divididos em quatro categorias: Força e condicionamento; Técnica; Fatores psicológicos; Organização de um programa. Os atletas de remo precisam de muita força e resistência para ter o mínimo de chance de se sair bem. Embora essas habilidades individuais sejam muito importantes, é crucial que os atletas de uma guarnição de remo estejam em perfeita coordenação. A atitude mental dos atletas precisa estar em perfeita sintonia. Ser atleta de uma guarnição de remo é um desafio físico, mental e técnico.
Corriqueiramente, o treinador começava a temporada realizando uma série de exercícios, o primeiro conjunto desses exercícios avaliou as habilidades individuais dos remadores. Foi observado que a média individual dos remadores havia melhorado em 10 segundos em comparação a temporada anterior. A fim de selecionar os 8 melhores remadores, Preczewski fez uma bateria de disputas, intercalando os remadores entre os barcos, com todas as combinações possíveis de remadores. Embora o desempenho de cada barco correspondesse ao desempenho coletivo dos remadores, a comparação sistemática de muitas alternativas com muitas combinações permitiu ao treinador aferir a capacidade individual de cada membro da equipe e assim selecionar os 8 melhores. A seleção dos 8 melhores remadores foi fácil e na primeira competição realizada em treino, conforme esperado, a equipe principal venceu a equipe secundária.
Já no campus, mesmo com a vitória em cima da equipe secundária, foi notado que os membros da equipe Varsity não estavam contentes com o desempenho coletivo, eles achavam que a vitória deveria ter sido com uma vantagem maior e criticavam uns aos outros. Em primeiro momento, o treinador Preczewski achou que isso era um sinal de busca por excelência. Entretanto, para a surpresa de todos, a equipe Varsity Junior começou a vencer a equipe Varsity nos treinos. Foi constatado que a equipe secundária não estava se tornando mais rápida, na verdade, a equipe principal estava se tornado mais lenta. O fato de a equipe secundária estar vencendo a equipe principal causou estranheza ao treinador que iniciou uma análise para encontrar os fatores que possivelmente estavam causando esses resultados.
Os testes constituíam-se em competições de duplas, grupos de quatro ou seis remadores, onde os membros da equipe Varsity competiam contra os membros da equipe Varsity Junior. Independente da quantidade de remadores, nos testes, os membros da equipe Varsity sempre venciam os membros da equipe Varsity Junior, confirmando que os membros da equipe principal eram individualmente melhores que os membros da equipe secundária, mas havia algo na maneira como eles funcionavam como equipe de oito remandares que fazia que a equipe fosse improdutiva. 
Utilizando as informações coletadas e buscando outras por meio de entrevistas com os membros da equipe e da comissão técnica, Preczewski elaborou uma matriz com critérios objetivos e subjetivos sobre os 16 remadores, o padrão que surgiu dessa matriz foi que os membros da equipe principal tinham a melhor habilidade técnica e condicionamento físico entre os 16 remadores, mas nenhum deles se classificou como líder e muitos apareceram como desagregadores da equipe. Por outro lado, entre os membros da equipe secundária não havia praticamente nenhum desagregador. O treinador trouxe um psicólogo especializado em maximizar o desempenho individual da equipe, esse profissional era treinado para desenvolver a aplicação sistemática de habilidades mentais específicas necessárias para melhorar o desempenho humano. A equipe secundária aceitou muito bem o treinamento, enquanto a equipe principal causou certa preocupação ao treinador, já que tachavam o treinamento como “frescura”. Preczewski incentivava a troca de e-mails como forma de apoio mútuo e para desenvolver uma mentalidade vencedora entre os remadores, sendo que os e-mails com críticas deveriam ser enviados somente para ele. Os e-mails que circulavam entre a equipe secundária revelava o apoio entre os membros e o comprometimento que tinham entre si, já os e-mails da equipe principal traziam reclamações e falta de apoio. Após os treinos, as equipes guardavam os equipamentos e faziam uma autocrítica. Preczewski notou que os membros da equipe principal sempre criticavam uns aos outros individualmente e às vezes eram ríspidos nas suas críticas, enquanto a equipe secundária não fazia críticas individuais. Quando alguma correção fosse necessária, os comentários eram feitos de forma geral sobre o que todos precisavam melhorar.
Preczewski montou, junto ao responsável pelo condicionamento físico da equipe, um plano de exercícios visando o campeonato nacional, esses treinos aconteceriam simultaneamente com outros campeonatos. Preczewski sabia que esses treinos poderiam causar um efeito negativo durante esses campeonatos, mas isso ajudaria os remadores a alcançarem o desempenho máximo quando começasse o campeonato nacional. Tanto os membros da equipe Varsity quanto os membros da equipe Varsity Junior estavam ficando cada vez mais fortes e melhorando os seus tempos. Entretanto, a equipe principal estava perdendo mesmo em competições de duplas, enquanto a equipe secundária ganhava deles. Conforme se aproximava o campeonato nacional, decidiu testar alguns membros da equipe secundária na equipe principal, isso levou a resultados piores. Enquanto os membros “rebaixados” para a equipe secundária elevavam ainda mais os resultados da equipe. 
A equipe secundária venceu novamente a equipe principal em um dos últimos treinos antes do início do campeonato nacional. Preczewski não conseguiu ver a dor que, se houvesse, refletiria a agonia do desgaste físico da equipe derrotada, só foi possível notar uma equipe altamente desmotivada. Preczewski se reuniu com a equipe principal e expôs os argumentos lógicos quanto à avaliação e seleção da equipe. Relatou que o problema seria da visão deles como equipe e que daquela conversa teria que sair uma solução para isso. As primeiras explicações focaram mais na situação geral da equipe do que dos membros individualmente mas a situação ficou desagradável quando os membros começaram a atacar uns aos outros com acusações furiosas.
Não houve a premissa que cada posto de trabalho necessita de características próprias e deve ser ocupado por profissionais que apresentem um determinado perfil de competências. Isso não engloba apenas o desempenho físico de cada atleta mas sim um perfil de comportamento, ainda mais se considerarmos um esporte como o remo, que exige uma sintonia, uma coordenação perfeita entre os membros de uma equipe. Compete à empresa identificar e avaliar os comportamentos necessários em determinado contexto e a capacidade que cada profissional tem para compreender e dominar essas necessidades. Houve falha da comissão técnica em avaliar somente os identificadores de desempenho dos atletas e, em primeiro instante, não considerar os indicadores comportamentais a fim de trabalhá-los antes do início do campeonato nacional. Era preciso mensurar a qualidade do ambiente detrabalho, detectar problemas interpessoais e avaliar a satisfação dos atletas. ​
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