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Vitor Marinho da Costa 1 Vitor Marinho da Costa Quarta-feira 10/04/2019 1. LINHA DE RACIOCÍNEO: Materiais de cimentação. Estratégias de cimentação. Aplicação das técnicas. Essa é a etapa final da prótese, para que a peça protética chegue nessa fase, as demais etapas devem ter sido realizadas, da maneira mais correta possível. Revisão dos passos: Avaliação do remanescente dental, avaliar qual prótese é a mais indicada (PF, PPF, PT, PPR). Em caso de escolha de uma prótese parcial fixa, escolher o tipo de retentor, em caso de dentes destruído, (pino de fibra de vidro ou núcleo metálico fundido), realização de um preparo, confecção do provisório, moldagem de dupla mistura com o fio retrator para realização do modelo de trabalho, troquelização do modelo de gesso e criação do coopin (metálico ou de cerâmica pura), prova do coopin, realização da moldagem de transferência para a formação de modelo de remoldagem, aplicação da cerâmica encima do coopin, coroa pronta (infraestrutura + cerâmica aplicada), realização de reajustes estéticos e funcionais, aplicação do Gleiser, cimentação definitiva da prótese. 2. CIMENTOS: Vitor Marinho da Costa 2 Vitor Marinho da Costa Principais cimentos utilizados: Cimento de fosfato de zinco - Convencionais Cimento de ionômero de vidro – Convencionais Cimentos resinosos – Adesivo. Cimentos resinosos convencional – Adesivo. Cimentos resinosos auto-adesivos – Adesivo. OBSERVAÇÃO: O CIV apresenta certa adesão química, no entanto a sua aderência a superficie é feita por retenção micromecânicas, em sua maioria. O termo ADESÃO é mais relacionado com reações químicas, o que acontece com os cimentos resinosos. Nos cimentos convencionais a retenção é micromecânica. 3. CIMENTO DE FOSFATO DE ZINCO: Utilizado na odontologia há mais de um século. Forma de apresentação: pó e liquido em frascos separados. Baixa viscosidade. Boas propriedades mecânicas – retenção (Apresenta excelente retenção mecânica). Técnica de manipulação criteriosa. Não apresenta adesão a nenhum substrato. Solúvel (fluidos bucais) – Nenhuma espessura deve ser deixada na prótese, de modo que a má adaptação faça com que o cimento entre em contato com a saliva, evitando assim, que ele se solubilize no meio oral. Após manipulação – mistura acídica (ácido fosfórico). Tamponamento após 24 horas – cuidado com dentes vitais (Nas primeiras 24 horas ele é ácido, o que pode agredir os tecidos vitais). Tempo de trabalho – 2 minutos. Tempo de presa inicial – 5 a 8 minutos. Tempo de presa final – 24 a 48 horas. INDICAÇÃO: Utilizado para cimentação de núcleos metálicos e coroas metálicas, metalocerâmicas ou coroas cerâmicas pobres em sílica. 4. MANIPULAÇÃO DO CIMENTO DE FOSFATO DE ZINCO: Vitor Marinho da Costa 3 Vitor Marinho da Costa Esse cimento deve ser misturado aos poucos no liquido, visto que é exotérmico. Em casos de acréscimo de muito pó, a intensa liberação de calor acelera a reação de ´polimerização, endurecendo o cimento mais rápido. O cimento deve ser manipulado até atingir uma consistência de fio. O cimento sempre deve ser aplicado nas paredes do dente, não devemos encher o dente com cimento, para evitar o efeito de embolo. Na cimentação da prótese, é comum que aconteça um pequeno extravasamento de cimento. 5. CIMENTO DE IONÔMERO DE VIDRO (TIPO I): Existem diferentes tipos de CIV, sendo o tipo I ou C utilizados para cimentação. Desenvolvidos nos anos 70. Forma de apresentação: Pó e líquido ou em cápsulas. Diferentes viscosidades. Possuem adesão a estrutura dental (adesão por quelação), porém baixa. Reduz desconforto pós-cimentação (flúor) – Em algumas situações estamos trabalhando com dentes vitais, que sofreram intenso desgaste e o paciente sente sensibilidade todas as vezes em que trabalhos com provisório. Diante dessa condição clínica do uso de CIV passa a ser indicado, devido a liberação de flúor. Elevada solubilidade – requer cuidados específicos. Tempo de trabalho – 45 segundos. Tempo de presa inicial – 5 a 8 minutos. Tempo de presa final – 24 a 48 horas. O CIV é pouco usado para cimentação. Vitor Marinho da Costa 4 Vitor Marinho da Costa INDICAÇÕES: Utilizado para cimentação de núcleos metálicos e coroas metálicas, metalocerâmicas ou coroas cerâmicas podre em sílicas. Quando uma peça protética não aceita adesão? Quando ela é metálica ou é pobre em sílica. 6. MANIPULAÇÃO DO CIMENTO DE IONÔMERO DE VIDRO: A placa de vidro pode ser usada para manipulação do CIV. O CIV pode ser manipulado pela espátula de vidro, mas as partículas de vidro atrapalham a sua manipulação. O CIV deve estar brilhoso para que seja utilizado. Em casos de perda de brilho, tornando-se opaco, ele perde a sua efetividade. 7. CIMENTO RESINOSO – CONVENCIONAL: Apresentam-se em forma de pasta. São associados a sistemas adesivos. Adesão ao substrato dental e materiais restauradores. Viscosidade adequada – grande variedade. Maior contração de polimerização (o que pode ser uma desvantagem em alguns casos). Baixa solubilidade. Praticidade na manipulação. Manipulação criteriosa, por se comportar como uma resina. Estéticos – variedades de cores. São classificados quanto ao método de polimerização: quimicamente ativados (mistura do catalizador com a base), fotoativados (utilizado para facetas) ou ativação dupla. INDICAÇÕES: Agente cimentante de eleição para cerâmicas ricas em sílicas. Vitor Marinho da Costa 5 Vitor Marinho da Costa Por que os cimentos fotoativados são usados em facetas? Pois, geralmente, os cimentos quimicamente ativados necessitam de um fotoativador, que em alguns casos é a canforoquinona ou uma amina terciária, o que causa amarelamento do cimento. 8. CIMENTO RESINOSO – AUTO-ADESIVO: Principal vantagem: Não precisam de sistema adesivo, ou seja, estão isentos do uso de ácido e adesivo. Material recente na odontologia. Viscosidade adequada. Baixa solubilidade. Praticidade na manipulação e aplicação. Adesão ao substrato dental e materiais restauradores. Dispensam associação com sistema adesivo. Dispensam tratamento do substrato (condicionamento). Otimização do tempo de clínico. Minimizam chance de erro/ redução de etapas. Propriedades mecânicas cientificamente comprovadas. Possuem MDP em sua composição – Esse componente dá ao cimento resinoso autoadesivo a adesão química ao Metal. Indicações: Núcleo metálico fundido. Coroas totais metálicas/metalocerâmicas. Pino de fibras. Onlay/ Inlay. Coroas total cerâmicas – Exceto de dente anteriores com menos de 2.0 mm de espessura. OBS: São não são usados em fragmentos cerâmicos e facetas, devido a sua polimerização ser química e levar ao amarelamento. OSERVAÇÃO: Para cimentação de facetas usamos cimento resinoso convencional fotoativado. 9. MANIPULAÇÃO DOS CIMENTOS RESINOSOS AUTOADESIVOS: Vitor Marinho da Costa 6 Vitor Marinho da Costa 10. ESTRATÉGIAS: Seleção do cimento: Para a seleção de um cimento, devemos nos basear-se nas condições clínicas. Avaliar o substrato que será cimentado a peça. Avaliar características do preparo (dente curto, paredes paralelas, término). Avaliar materialda peça protética. Cuidados Os cuidados serão com o substrato e com a peça protética. Substrato (Dente preparado): Depende do cimento que será utilizado. Fosfato de zinco e ionômero de vidro (apresentam retenção mecânica, não apresentando adesão química) – Limpeza com agente que removam detritos, tendo em vista que a retenção é unicamente mecânica. Resinosos convencional – Hibridização do substrato (ácido+adesivo) Resinoso auto-adesivos – Limpeza com agentes que removam detritos, não necessitando de condicionamento do substrato. Peça protética: Pino de fibra Metálica. Cerâmica Pino de fibra: Limpeza com agente que removam detritos. Não necessita de ataque ácido e de adesivo. Pode ser aplicado ácido fosfórico 37% por 5 a 10 segundos somente com intuito de promover limpeza (o ácido fosfórico NÃO CRIA RETENÇÃO No pino de fibra de vidro, não servindo para condicionamento) ou com álcool. NÃO PRECISA PASSAR ADESIVO NO PINO. Silanização do pino (o silano não precisa de Fotopolimerização) Aplicação de adesivo (???) – Não faz diferença a aplicação do adesivo. Utiliza-se o Cimento resinoso. OBSERVAÇÃO: O pino de fibra de vidro pode ser limpo utilizando álcool. Vitor Marinho da Costa 7 Vitor Marinho da Costa Metálica: Jateamento com óxido de alumínio (A peça pode já vir jateada do laboratório) – Tem como objetivo aumentar a retenção MECÂNICA. Limpeza com agente que removam detritos. Cimentos – Fosfato de zinco, ionômero de vidro ou resinosos convencionais ou auto-adesivos. Cerâmica pobre em sílica (Ex: Zircônia): Limpeza com agente removam detritos. Cerâmicas pobres em sílica não apresentam adesão ao cimento resinoso, se comportando como peças metálicas. Pode se aplicar ácido fosfórico 37% por 5 a 10 segundos somente com o intuito de promover limpeza. Diferentes tratamentos de superficie tem sido proposto – Jateamento AL203 (óxido de alumínio) e silicatização (sílica). Cimentos – resinosos autoadesivos (preferencialmente). Cerâmicas ricas em sílica (Ex: Feldspática e dissilicato de lítio): Condicionamento com ácido fluorídrico 10% Aplicação de silano. Cimentos: Resinosos convencionais ou autoadesivos. 11. APLICAÇÃO TÉCNICA: Caso clínico 1: Cimentação de núcleo metálico fundido + cimento de fosfato de zinco. Substrato: Limpeza. Peça protética: Jateamento com óxido de alumínio + limpeza ou só limpeza. Tipo de retenção: Mecânica. Caso clínico 2: Cimentação de núcleo metálico + cimento resinoso autoadesivo. Substrato: Limpeza. Peça protética: Jateamento com óxido de alumínio + limpeza ou só limpeza. Tipo de retenção: Caso clínico 3: Cimentação de pino de fibra de vidro + cimento resinoso convencional. Substrato: Condicionamento ácido + adesivo. Peça protética: Silanização (lavagem, limpeza) Tipo de retenção: Vitor Marinho da Costa 8 Vitor Marinho da Costa Caso clínico 4: Cimentação de pino de fibra de vidro + cimento resinoso autoadesivo; Substrato: Limpeza do substrato. Peça protética: Silanização. Tipo de retenção: Caso clínico 5: Cimentação de coroa metalocerâmicas + cimento de fosfato de zinco. Substrato: Limpeza. Peça protética: Jateamento com óxido de alumínio + limpeza Tipo de retenção: Caso clínico 6: Cimentação de coroa de zircônia (pobre em sílica) + cimento resinoso autoadesivo. Substrato: Limpeza Peça protética: Limpeza + jateamento. Tipo de retenção: Caso clínico 7: Cimentação de coroa cerâmica de dissilicato de lítio + cimento resinoso convencional. Substrato: ácido + adesivo. Peça protética: ácido fluorídrico 10% + lavagem + secagem + silano Tipo de retenção: Vitor Highlight
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