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1 PRÓTESE PARCIAL FIXA II|ODONTOLOGIA UFBA|RODRIGO C. LUEDY NÚCLEOS PRÉ-FABRICADOS Vantagens: dispensa etapa laboratorial, menor desgaste, vários formatos, tamanhos e materiais, estética. Desvantagens: menor adaptação ao canal radicular, maior linha de cimentação, materiais específicos para preparo do conduto e cimentação e menor tempo de experiência clínica. NÚCLE METÁLICO FUNDIDO Vantagens: baixo custo, melhor adaptação ao canal (imbricamento mecânico entre paredes), menor linha de cimentação, menor sensibilidade técnica, maior tempo de experiência clínica, excelente radiopacidade Desvantagens: estética desfavorável, corrosão, alto módulo de elasticidade, não são adesivos MODO DE FAL HA Pinos metálicos e cerâmicos: fratura vertical e radicular (falha irreparável) Pinos – módulo de elasticidade semelhante á dentina → Pinos de fibra de vidro: Fratura do pino, soltura do material do núcleo, perda da retenção (falhas reparáveis) O NÚCLEO METÁLICO FUNDIDO é constituído por porção intra-radicular com conformação cônica e porção coronária que reestabelece as estruturas dentinárias perdidas. Obtido por meio do processo de fundição. Por muito tempo, dominaram a reconstrução de dentes tratados endodonticamente. Tem um histórico longo de uso clínico, alta resistência mecânica, excelente radiopacidade e perfeita adaptação ao canal radicular. As limitações são o alto módulo de elasticidade, oxidação da liga metálica e a estética desfavorável. INDICAÇÕES CL ÁSSICAS: 1. Perda excessiva de estrutura coronária; 2. Canal radicular excessivamente expulsivo; 3. Necessidade de modificar a inclinação de coroas; 4. Reabilitações extensas; CARACTERÍSTICAS: Em relação a superfície, tem-se a cimentação convencional, cimentação com fosfato de zinco, que será retido por imbricamento mecânico. Logo, a superfície deve ser rugosa para haver o imbricamento. A superfície polida prejudica a retenção. Além disso, deve ser irregular ou rugosa, através do tratamento de jateamento com óxido de alumínio (micropartículas óxidos que são jateados na superfície do pino para gerar uma retenção) DIMENSÕES DA PORÇÃO INTRA -RADICUL A R COMPRIMENTO: do ponto de vista biomecânico: 1. 2/3 do comprimento total do remanescente dental; 2. ½ do remanescente dental com suporte ósseo; 3. Mínimo igual ao comprimento da coroa clínica; 4. Manutenção de 3-5mm de material obturador; INCLINAÇÃO: caso o pino esteja paralelo, há maior retenção, no entanto, isso pode dificultar o processo de cimentação (formação de êmbolo) e há maior risco de trepanação. Já no efeito cunha, deve-se seguir a conformação do canal radicular (mais utilizado), porém pode gerar um movimento de afastamento que pode levar a uma fratura vertical. DIÂMETRO: uma luz do canal muito estreita dificulta a modelagem do núcleo, com o pinjet. Se o canal estiver muito estreito, deve-se ampliar. A referência é de 1/3 do diâmetro total da raiz. TÉCNICA DO PREPARO PREPARO DO CANAL RADICUL AR 1. Desobstrução do canal (planejamento radiográfico: dimensões da porção intra-radicular) 2. Desobstrução inicial com pontas Rhein aquecidas 3. Desobstrução final: com brocas de Largo ou Peeso (compatível) cilíndrica em sua estrutura com a ponta inativa; Em casos de dentes multirradiculares (1°PMS, MS, MI), será feita a desobstrução dos 2/3 no conduto mais volumoso e retilíneo. Geralmente o palatino dos 1PMS e MS e o distal dos MI. Os outros condutos, será feita um anti-rotacional na embocadura do conduto. Núcleos de preenchimento e pino intra-radicular 2 PRÓTESE PARCIAL FIXA II|ODONTOLOGIA UFBA|RODRIGO C. LUEDY CONFECÇÃO DO PADRÃO DE FUNDIÇÃO TÉCNICA DIRETA: o padrão de fundição que originará o núcleo é confeccionado diretamente no canal radicular Materiais utilizados: clorexidina, cone de papel, vaselina, algodão, bastão de resina acrílica (pinjet), sonda endodôntica, pincel, espátula de inserção, fresas preparo. Marcar no bastão um ponto de referência pela vestibular , umedecendo no monômero. Isolar o conduto com vaselina. Inserção da resina acrílica (fase arenosa) e movimentos suaves quando houver perda de brilho (fase plástica). Visar o formato do preparo. Refinamento do preparo, 1ª e 2ª inclinação, paredes axiais, conicidade, porção palatina respeitando o cíngulo e a concavidade palatina e oclusão do paciente (3118) e redução incisal de 2 a 3mm. Armazenamento em água. TÉCNICA INDIRETA: o padrão de fundição que originará o núcleo é confeccionado sobre um modelo de trabalho (mais utilizado em modelos de reabilitação grandes, em desuso) FUNDIÇÃO DO NÚCL EO Envia para o laboratório, que irá fundir o núcleo. Te m várias ligas (áureas, cobalto-alumínio, níquel-cromo e prata-paládio), sendo a níquel-cromo mais utilizada, por questões de custo e corrosão. TÉCNICA DE CIMENTAÇÃO PROVA E AJUSTE DO NÚCL EO Limpeza do núcleo com álcool ou clorexidina. Remoção de irregularidades grosseiras e rebarbas Inserção no canal: passivo, mas com alguma retenção Se na hora da prova, não ajustou ou adaptou, existem evidenciadores (carbono líquido) para ver onde está tocando. Nesses locais, faz o desgaste com pontas diamantadas (1012/1014) para remover as irregularidades e poder ter o seu assentamento perfeito. Para aumentar a rugosidade, pode-se utilizar uma ponta diamantada ou o jateamento com óxido de alumínio. L IMPEZA DO CANAL RADICUL AR Antes de realizar a cimentação, deve ser feita a limpeza com clorexidina, irrigando o canal e secar com cone de papel. CIMENTAÇÃO PROPRIAMENTE DITA Qual o cimento deve-se utilizar? Pode ser qualquer um (Fosfato de Zinco, Cimento de Ionômero de vidro (CIV), ionômero modificado por resina, cimento resinoso). No entanto, o material mais utilizado, por ter um baixo custo, técnica fácil e maior tempo de uso é o FOSFATO DE ZINCO. Vem com uma colher dosadora, com 3 ou 4 tracinhos: 1 medida de pó para 3 gotas de líquido. Deve-se dividir o pó em partes menores (1/16) para chegar na consistência adequada do cimento, com forma de ponta de fio. A forma de levar no interior do conduto, pode ser com a ponta da sonda endodôntica, broca lentulo (pouco utilizada) ou colocando o cimento no pino, levando em posição e segurando por 1 minuto. Presa inicial em 10 min – remover excessos Resistente após 1hr – mastigar após Presa final em 24h CUIDADOS: ajuste do núcleo após cimentação, adaptação interna do provisório, ajuste oclusal do provisório. CARACTERÍSTICAS FINAIS: adaptação ao canal, pequena linha de cimentação e anatomia adequada do preparo. NÚCLEOS DE PREENCHIMENTO O principal material é a resina composta. Indicada para elementos dentários que apresentam perda estrutural. Se destina a reconstruir elementos dentais que tiveram perda estrutural. Em dentes polpado associado ou não a pinos intradentinários, ou despolpado, associado a pinos intra- radiculares. P INO PRÉ-FABRICADO DE FIBRA DE VIDRO Estabilidade da porção coronária Aumentar a retenção do conjunto dente/restauração São materiais com módulo de elasticidade semelhantes a dentina, com uma conformação na estrutura de corpo único. A inserção do pino pré-fabricado vem da análise do remanescente dental, mas outros fatores precisam ser analisados (localização do dente no arco, tipo de restauração, forma do canal radicular, oclusão do paciente, exigência estética): Dentes com ampla destruição coronária: perda de mais de 50% de estrutura dentária sadia. Dentes anteriores: menor volume estrutural e menor volume de câmara pulpar, além de uma dinâmic a mastigatória oblíqua, pela disposição dos dentes. 3 PRÓTESE PARCIAL FIXA II|ODONTOLOGIA UFBA|RODRIGO C. LUEDYEntão para dentes anteriores, a indicação do retentor intra-radicular é maior. Dentes posteriores: maior volume estrutural e maior volume de câmara pulpar, além de uma dinâmica de força no sentido do longo eixo, que não gera tanta soltura, dispensando muitas vezes, retentores intra- radiculares, consegue reconstruir o dente, construindo o núcleo de preenchimento apenas com a resina composta, recuperando parte da porção coronária. TIPOS DE RESTAURAÇÃO: Restauração direta: preservação do remanescente dental Restauração indireta: preparo – remoção de estrutura dental adicional Pilar de prótese parcial fixa – extensão da prótese FORMA DO CANAL RADICUL AR: existem condutos muito amplos, então pode-se tornar os pinos anatômicos, criando uma modelagem da luz do canal para que não haja uma sobrecarga do agente cimentante. OCL USÃO DO PACIENTE: avaliar sempre. Um paciente com estabilidade oclusal é completamente diferente de um paciente sem estabilidade oclusal. Principio da oclusão mutuamente protegida, em que se tem posteriores protegendo anteriores no movimento de abertura e fechamento, anteriores protegendo de forma efetiva na protrusão e lateralidade dos posteriores, trazendo equilíbrio ao sistema estomatognático. Uma condição que não á uma oclusão mutuamente protegida, com dentes mal posicionados, ausências de dentes, há uma sobrecarga maior. Além disso, possibilidade de hábitos parafuncionais (dentes desgastados, sinal de perda de estrutura na região cervical, trincas nos elementos dentários) em que precisam ser analisados, uma vez que é uma condição que precisará de reforço estrutural. EXIGÊNCIA ESTÉTICA: restaurações livres de metal, opta por um substrato mais claro possível, por exigência estética, lançando mão do pino pré-fabricado. EFEITO FÉRUL A Para indicação do pino pré-fabricado, são necessários 2mm de remanescente cervical para garantir que haja o efeito férula. Do ponto de vista biomecânico, quando se tem 2mm de remanescente, tem-se um abraçamento cervical, um caminho mais seguro para conferir forma de resistência no dente tratado endodonticamente. 1,5 a 2mm na região cervical, existe um abraçamento em dentina, condição clínica em que se tem mais segurança na utilização de núcleo de preenchimento em resina com um núcleo pré-fabricado, pinos de fibra de vidro. FORMA ANATÔMICA Os pinos pré-fabricados podem vir em diversos formatos, sendo o principal o formato cônico. As vezes em sua posição mais cervical, tem uma dupla conicidade, por ser uma região mais larga. VANTAGENS: remoção mínima de estrutura dental, adaptação anatômica ao canal radicular; DESVANTAGENS: menor retenção (sem paralelismo), efeito cunha O formato cilíndrico ou paralelo, vem no formato contrário: VANTAGENS: maior retenção, menor risco de fratura radicular (trepanação) DESVANTAGENS: maior desgaste de estrutura dental, maior risco de perfuração radicular no terço apical, complexidade técnica. Diversos materiais para confecção de pinos pré-fabricados já foram comercializados como pinos metálicos rosqueados, cerâmica, zircônia, fibra de carbono, fibra de carbono serrilhado: Conicidade dupla Dupla conicidade Cilíndricos ou paralelos Cilíndricos com dois estágios Cilíndricos com extremidades cônicas CONFIGURAÇÃO SUPERFICIAL Com relação a configuração superficial, tem-se a retenção: Liso: pouco retentivo Serrilhados: melhor retenção do que os lisos Rosqueáveis: maior retenção Os lisos e serrilhados, tem um tipo de retenção passiva, na qual são mantidos em posição por meio da cimentação. Já os rosqueáveis, possuem um tipo de retenção ativa, fixados na dentina do canal radicular por meio do sistema de rosqueamento. MATERIA IS DE CONFECÇÃO: Metálicos: titânio e aço inoxidável Não metálicos: fibra de carbono (não estético, escuro cinza grafite), fibra de carbono revestido com fibra de vidro, dióxido de zircônio, fibra de vidro (domina o mercado dos pré-fabricados) 4 PRÓTESE PARCIAL FIXA II|ODONTOLOGIA UFBA|RODRIGO C. LUEDY Os PINOS METÁ L ICOS (TITÂNIO E AÇO INOXIDÁVEL ) possuem vantagens como a resistência mecânica (rigidez), baixo custo, simplicidade técnica, histórico de uso clínico, radiopacos. E entre as desvantagens, alto módulo de elasticidade, alta concentração de tensão e não são adesivos. P INOS DE FIBRA DE CARBONO: VANTAGENS: 1. Módulo de elasticidade próximo ao da dentina; 2. Adesão a estrutura dentária; 3. Resistência á corrosão; 4. Fratura do pino, do material de preenchimento ou soltura em caso de falha; 5. Maior facilidade de remoção (segundo fabricante) DESVANTAGENS: 1. Coloração escura (não estéticos) 2. Menor radiopacidade PINOS DE FIBRA DE CARBONO REVESTIDO COM FIBRA DE VIDRO: apresenta como vantagens a estética, módulo de elasticidade próximo ao da dentina, adesão á estrutura dentária, resistência a corrosão, fratura do pino, do material de preenchimento ou soltura em caso de falha e maior facilidade de remoção (segundo fabricante). Já como desvantagem: menor radiopacidade. Caiu em desuso na odontologia, depois de ter chegado o pino de fibra de vidro com as mesmas características. P INOS DE DIÓXIDO DE ZIRCÔNIO: cerâmica com maior resistência. É um material branco, radiopaco, estético, com alta rigidez e resistência a corrosão. No entanto, difícil de serem cortados ou preparados, difícil remoção do canal radicular, alto custo e não são passíveis de condicionamento com ácido fluorídrico. P INOS DE FIBRA DE VIDRO: dentre os pinos pré- fabricados, são os que mais se destacam por aproximarem- se das propriedades da estrutura dentária. Comparando o módulo de elasticidade da dentina, que varia de 16,5 a 18,5 GPa: Resina composta: 22,6 GPa Pino de fibra de vidro: 45 GPa Pino de titânio: 110 GPa Pino de aço inoxidável: 200 GPa Pino de zircônia: 200 GPa Há uma discrepância entre o módulo de elasticidade entre a resina composta e pino de fibra de vidro dos demais pinos. Dessa forma, os PI NOS DE FI BRA DE VI DRO apresentam estética favorável, módulo de elasticidade próximo ao da dentina, adesão á estrutura dentária, menor custo, resistência a corrosão, biocompatibilidade. E como desvantagem a sensibilidade técnica (relacionada com o processo adesivo, controle do processo adesivo e técnica de condicionamento). PREPARO DO REMANESCENTE: delimitação do término do preparo, parede dentinária circundante. Deve- se avaliar a cervical para ver se possui o efeito férula. Planejamento radiográfico: quantidade de material obturador, tamanho adequado do pino, sequência de desobstrução do canal (gates, largo, brocas de pino); Técnica do preparo do conduto radicular: brocas gates ou largo, de diâmetro apropriado ao conduto. Leve movimento no sentido de pressão com pequena rotação. Cimentação: com isolamento absoluto modificado COMPOSIÇÃO: pinos constituídos de aproximadamente 42% de fibras de vidro longitudinais e 29% de resina epóxi e 29% de partículas inorgânicas. COMO CONDICIONAR? Não é uma resina composta em que se utiliza o ácido fosfórico para condicionar. O ácido fosfórico vai servir para limpeza do pino, assim como o álcool. Quem vai fazer a união do pino ao agente cimentante resinoso é o SILANO, uma molécula bifuncional, linkando o inorgânico com orgânico, responsável por unir as partículas inorgânicas do pino com o agente cimentante (resina composta) em sua matriz orgânica. TRATAMENTO DO PINO: 1. Corte anatômico 2. Limpeza com álcool ou ácido fosfórico 3. Aplicação do silano (2 camadas) 4. Aplicação do adesivo, para dar maior molhabilidade 5. Fotopolimerização por 20’ PS: finas camadas em prótese podem gerar desadaptação! PREPARO DO CONDUTO:1. Condicionamento com ácido fosfórico por 15’: usar ponta aplicadora longa (para que ácido chegue até a porção apical), lavar corretamente 5 PRÓTESE PARCIAL FIXA II|ODONTOLOGIA UFBA|RODRIGO C. LUEDY (seringa endodôntica) e secar com cone de papel absorvente; 2. Aplicação do adesivo 3. Remover excesso com cone de papel absorvente e fotopolimerizar por 20’ CIMENTAÇÃO: 1. Manipulação do cimento: cimento resinoso, com uma base, um catalisador, em 2 pastas que vão ser misturadas para ser levada na luz do interior do canal. Alguns fabricantes tem uma ponta de automistura. 2. Levar no interior do canal: broca lêntulo (aciona uma vez), ponta da sonda endodôntica, ponta de automistura 3. Posicionamento do pino e fotopolimerização por 40’ em cada face, assegurando o processo. RECONSTRUÇÃO CORONÁRIA: núcleo de preenchimento com resina composta para devolver anatomia seguindo os princípios do preparo: chanfro cervical, primeira e segunda inclinação na vestibular, paredes axiais proximais, cervical, palatina e concavidade.
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