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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA - MEC UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI CAMPUS SENADOR HELVÍDIO NUNES DE BARROS – PICOS DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO CURSO: BACHARELADO EM NUTRIÇÃO DISCIPLINA: BROMATOLOGIA PROFESSORA: Mestre Lais Lima de Castro Abreu CADERNO DE PRÁTICAS DE BROMATOLOGIA PICOS-PI, 2019. LABORATÓRIO - REGRAS BÁSICAS DE USO E SEGURANÇA A ocorrência de acidentes em laboratório, infelizmente, não é tão rara. Com a finalidade de diminuir a frequência e a gravidade desses eventos, torna - se absolutamente imprescindível que durante os trabalhos realizados em laboratório se observe uma série de normas de uso e segurança. 1. Certifique-se de estar usando os equipamentos de proteção individual apropriados ao laboratório em questão; 2. Siga rigorosamente as instruções indicadas pelo roteiro de práticas e pelo professor/técnico; 3. Não fume no laboratório; 4. Não coma e nem beba nas dependências do laboratório; 5. Nunca deixe frascos contendo solventes inflamáveis próximos à chama; 6. Evite contato de qualquer substância com a pele. Seja particularmente cuidadoso quando manusear substâncias corrosivas como ácidos e bases concentrados; 7. Todas as experiências que envolvem a liberação de gases e/ou vapores tóxicos devem ser realizadas na câmara de exaustão (capela); 8. Ao aquecer um tubo de ensaio contendo qualquer substância, não volte a extremidade aberta do mesmo para si ou para uma pessoa próxima; 9. Não jogue nenhum material sólido dentro da pia ou nos ralos; 10. Não use a boca para pipetar soluções. Use sempre os pipetadores; 11. Se ocorrer a quebra de vidrarias ou danos a algum equipamento, informar imediatamente ao responsável pelo laboratório; 12. Conferir sempre a voltagem das tomadas antes de ligar os equipamentos; 13. Deve-se trabalhar com quantidades indicadas de substâncias, evitando-se o desperdício dos reagentes, gás, água e outros; 14. Realize apenas os experimentos indicados nos roteiros; 15. Deve-se tomar o máximo de cuidado para não contaminar reagentes: não troque tampas, use uma pipeta para cada reagente, não utilize frascos de outras bancadas e leia o rótulo do frasco antes de utilizá-lo; 16. Leia as práticas com antecedência para obter melhor aproveitamento das aulas; 17. Nunca devolva a solução para o frasco estoque, porque pode estar contaminada; 18. Espere sempre que o vidro quente volte a esfriar antes de pegá-lo ou colocá-lo em superfície fria; 19. Terminado o uso de bico de Bunsen, verifique se as torneiras do gás estão bem fechadas, evitando assim explosões e intoxicações; 20. Antes de iniciar um experimento a bancada deve estar organizada. Ao final da aula, a equipe deverá deixar todo o equipamento que for utilizado limpo. IDENTIFICAÇÃO DE MATERIAIS DE LABORATÓRIO É de suma importância para o desenvolvimento das aulas práticas e para o trabalho no laboratório identificar os materiais (vidrarias, equipamentos) que são utilizados nas análises de alimentos e conhecer sua funcionalidade. Procedimento: Identificar os materiais discriminados abaixo e pesquisar a função de cada um. 1. Pipeta graduada 2. Pipeta volumétrica 3. Pipeta automática 4. Pipetador e pêras 5. Proveta 6. Potenciômetro (phmetro) 7. Gral com pistilo 8. Capela 9. Bureta 10. Banho-maria 11. Balão volumétrico de fundo redondo 12. Balão volumétrico de fundo chato 13. Becker 14. Vidro de Relógio 15. Piseta 16. Pinça / Pinça em forma de tesoura 17. Extrator de lipídeos 18. Destilador de Nitrogênio 19. Condensador 20. Manta aquecedora 21. Cadinho de porcelana 22. Cápsula de porcelana 23. Dessecador 24. Suporte com garra 25. Tripé 26. Tela de amianto 27. Bico de Bunsen 28. Erlenmayer 29. Tubo para centrifugação (Falcon) 30. Tubo de ensaio 31. Placa de Petri 32. Funil de vidro 33. Forno Mufla 34. Estufa para esterilização e secagem 35. Bloco digestor 36. Bastão de vidro 37. Balança Analítica e semi-analítica 38. Tubo coletor de lipídios 39. Tubo para digestão de proteínas 40. Destilador de água 41. Moinho de facas 42. Pulverizador 43. Refratômetro de bancada / Refratômetro portátil 44. Agitador magnético 45. Agitador tipo vórtex 46. Jogo de peneiras 47. Seladora 48. Espectrofotômetro 49. Cromatógrafo Líquido de Alta Eficiência - CLAE 50. Centrífuga AMOSTRAGEM - PREPARAÇÃO DA AMOSTRA DE LABORATÓRIO A amostra só tem valor, quando representa, globalmente o produto. O modo de preparo da amostra é condicionado pelas características de cada produto como descrito abaixo: Alimentos Secos Os Alimentos Secos devem ser triturados em moinhos próprios, e após trituração, peneirados, visando uma uniformização da amostra. Então deve-se espalhar a amostra peneirada sobre uma folha de papel, formando um quadrado que deve ser dividido em quatro partes (A, B, C, e D), conforme figura:E F G H A B C D Em seguida as partes B e C são desprezadas, enquanto que as partes A e D são misturadas, formando-se outro quadrado também dividido em quatro partes (E, F, G e H). Neste quadrado eliminam-se as partes F e G, dando origem a um novo quadrado e assim sucessivamente até obter-se uma quantidade de material que seja suficiente para análise. Alimentos Úmidos Alimentos como carnes, pescado e vegetais devem passar por processador/liquidificador de alimentos. Depois devem ser quarteados e estocados sob refrigeração até o momento da análise. Alimentos Líquidos No caso de alimentos líquidos, deve-se homogeneizar bem e depois de homogeneizados deve-se retirar alíquotas com porções de líquido provenientes da parte de cima, meio e fundo do recipiente, misturando as porções no final. No caso de produtos gaseificados como refrigerantes e vinho, deve-se eliminar o gás. Alimentos Pastosos Nesta classe de alimentos enquadram-se os cremes, molhos, pudins, geleias de frutas, doces em massas, picles etc. Para homogeneização, utiliza-se o liquidificador, depois retirar alíquotas para análise. Outros alimentos As emulsões de gorduras como manteiga e margarina devem ser aquecidas a 35 °C em recipientes fechados, em seguida devem ser homogeneizadas para coleta de alíquotas. Os alimentos gelados como sorvetes e picolés devem ficar em repouso à temperatura ambiente até se liquefazerem, para depois serem homogeneizados. As soluções açucaradas, mel, melados, xaropes, etc. devem ser aquecidos em banho-maria à temperatura de 40 °C, durante 10 minutos, para posterior homogeneização. DETERMINAÇÃO DO pH EM ACHOCOLATADO A medida do pH em alimentos é feita com fitas colorimétricas ou em aparelho denominado potenciômetro (phmetro) através de leitura direta. Material: Potenciômetro Erlenmeyer Proveta Fita colorimétrica Reagentes: Solução Tampão pH = 4 / Solução Tampão pH = 7 Procedimento: Na medida do pH com a fita colorimétrica, coloca-se a fita imersa no alimento e verifica-se a cor que irá mostrar o pH. Com o potenciômetro, inicialmente calibra-se o aparelho e em seguida, coloca-se a amostra em um erlenmeyer e faz-se a leitura direta. DETERMINAÇÃO DA ACIDEZ EM ÓLEO A medida de acidez em alimentos é feita por titulação onde determinamos a concentração de uma solução ácida por meio de uma solução básica de concentração conhecida. Para que a reação seja completa, adicionamos gota a gota a solução básica na solução ácida. O término da reação é mostrado através de uma substância denominada de indicador que se adiciona à solução ácida e que muda de cor no ponto de equivalência. Material: Bureta Erlenmeyer Proveta Frasco conta gotas Reagentes: Fenolftaleína / NaOH 0,1 N / Álcool Etílico Procedimento: Na titulação do óleo, transfere-se 10 mL da amostra para um erlenmeyer de 125 mL. Adiciona-se50 mL de álcool etílico neutro. Agita-se e adiciona-se 5 gotas de fenolftaleína. Titula-se com hidróxido de sódio 0,1 N até coloração rósea. Anota-se a quantidade de mililitros gastos na titulação. Cálculos: Acidez em óleo % = V x F x 100 x Eq.g P V = volume (mL) de solução de NaOH 0,1 N gastos na titulação / F = fator de correção da solução de NaOH 0,1 N / Eq.g do ácido oléico = 0,0282 / P = número de g de amostra. DETERMINAÇÃO DE ºBRIX EM POLPA DE FRUTA ºBrix é uma escala numérica que mede a quantidade de sólidos solúveis em uma solução. O instrumento usado para medir o ºBrix é o refratômetro. A quantidade de sólidos solúveis é o total de todos os sólidos dissolvidos em água numa solução, começando com açúcar, sal, proteínas, ácidos e etc o valor de leitura medido é a soma de todos eles. Logo numa solução de 25 °Bx tem-se 25 gramas de sólidos solúveis em 100 mL de líquido. Materiais: Refratômetro Piseta Água destilada Algodão Termômetro Bastão de vidro Conta gotas Procedimento: Colocar a polpa em um béquer e deixá-la liquefazer em seguida homogeneizar com auxílio de um bastão de vidro, para dar início a analise verificar se a amostra está na temperatura de 20ºC. Colocar um pouco da amostra no conta gotas em seguida pingar uma gota da amostra no refratômetro e proceder a leitura do ºBrix. Entre uma amostra e outra e ao término da análise limpar o refratômetro com algodão e água destilada. Anotar o resultado e comparar com a legislação pertinente. DETERMINAÇÃO DO PESO BRUTO E DO PESO LÍQUIDO O emprego de alimentos industrializados continua crescendo, por vários fatores: facilidade de acesso às inovações tecnológicas e barateamento. No entanto, a população ao adquirir tais produtos precisa observar o rótulo da embalagem, único meio de acesso às informações nutricionais e aos parâmetros indicativos de qualidade e segurança. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), rótulo é toda inscrição legenda ou imagem ou, toda matéria descritiva ou gráfica que esteja escrita, impressa, estampada, gravada ou colada sobre a embalagem do alimento (TORRES, 2002). O objetivo desta prática será conhecer as informações obrigatórias exigidas pela Resolução n° 94 de novembro de 2000 e RDC n°360 de dezembro de 2003, assim como verificar o peso bruto e peso líquido desses produtos a fim de comparar os dados obtidos com os dados expressos no rótulo. AMOSTRAS: Milho verde em conserva/Ervilha em conserva Farinha de arroz/Fubá de milho Iogurte natural/leite integral em pó/Queijo ralado Ameixa em calda/Abacaxi em calda Ketchup/Molho de tomate industrializado MATERIAL: ➢ Peneira ➢ Balança semi-analítica ➢ Espátula ➢ Colher de sopa ➢ Béquer ➢ Prato ➢ Proveta PROCEDIMENTO: Fubá de milho/ Farinha de arroz/ Leite integral em pó/ Queijo ralado/ Iogurte natural/ Ketchup/ Molho de tomate industrializado: colocar o produto em béqueres ou pratos para pesagem em balança analítica, antes tarar o peso do béquer ou prato. Milho verde em conserva/ Ervilha em conserva/ Ameixa em calda/ Abacaxi em calda: drenar o produto líquido (conserva/caldo) e verificar o volume com o auxílio da proveta. A parte sólida, colocar em béqueres para a pesagem em balança analítica, antes tarar o peso do béquer. NÃO ESQUECER DE VERIFICAR SE OS RESULTADOS OBTIDOS ESTÃO DE ACORDO COM A INFORMAÇÃO CONTIDA NAS EMBALAGENS. UMIDADE A determinação da umidade indica a quantidade de água livre presente no alimento e é uma das determinações mais frequentes em análise de alimentos. É de máxima importância, quando se determina a composição centesimal e a qualidade dos alimentos. Material: Cápsula de porcelana Pinça Balança analítica Dessecador Estufa Procedimento: Pesar 3 gramas da amostra em cápsula de porcelana previamente tarada. Levar à estufa a 105 °C onde o material é dessecado até peso constante. Relacionar a perda de peso para 100 g da amostra. d) Cálculo %U = N x 100 P N = peso inicial – peso final (g) / P = peso da amostra (g) CINZAS Cinzas é o resíduo que se obtém após a incineração do alimento, em forno mufla, à temperatura de 550 °C. O resíduo obtido deve apresentar uma coloração uniforme branca ou acinzentada. Material: Forno Mufla Pinça Cadinho Balança Dessecador Procedimento: Pesar em um cadinho previamente tarado, cerca de 2 gramas da amostra dessecada, queimar em bico de Bunsen até a amostra ficar totalmente carbonizada e em seguida incinerar no forno mufla à temperatura de 550 °C. Esfriar em dessecador até à temperatura ambiente e pesar. Repetir esta operação até peso constante. %C = N x 100 P N = peso inicial – peso final (g) / P = peso da amostra (g) ESTUDO DIRIGIDO – COMPOSIÇÃO CENTESIMAL Você recebeu em seu laboratório, 720,0 g de uma dieta constando de: arroz, feijão, carne, legumes e verduras. Determine a composição centesimal da mesma respondendo as questões a seguir: Após trituração e homogeneização da dieta, 9,7548 g de massa homogênea foi retirada e colocada em cápsula de porcelana previamente tarada (72,0457 g) para determinação de umidade. Depois de seca em estufa a 105°C, o peso da cápsula + amostra seca foi de 76,591 g. Calcule a umidade em 100 g da dieta. Uma amostra de 0,101g da dieta seca foi analisada quanto ao seu teor em proteína, pelo método de Kjeldahl. Sabendo-se que na titulação da amostra foram gastos 14,9 mL de HCl 0,02 N (fc= 0,9967) e na titulação do branco 0,3 mL do mesmo ácido, calcule o percentual de proteína na amostra. c) Para determinação da fração extrato etéreo, 4,975 g de amostra seca foi submetida a extração com solvente orgânico segundo o método de Soxhlet. De acordo com os dados obtidos, calcule o percentual de extrato etéreo na amostra. Peso balão = 109,2504 g Peso do balão + extrato etéreo = 110,1154 g d) Uma amostra de 2,00 g da dieta seca foi analisada quanto ao seu teor em cinzas. Com os dados obtidos, calcule o percentual de cinzas na amostra. Peso do cadinho = 56,3596 g Peso do cadinho + cinzas = 56,4371 g e) Preencha o quadro abaixo com os dados obtidos nos quesitos a, b, c, d . A partir dos valores já obtidos calcule os carboidratos por diferença. Umidade Proteína Lipídio Cinza Carboidrato f) Calcule o Valor Calórico Total (VCT) da dieta (720,0g). Logomarca da empresa Endereço da empresa com CEP CNPJ da empresa Telefone/Fax da empresa LAUDO BROMATOLÓGICO Cliente: Se pessoa física – nome completo + CPF + contato Se empresa – Nome + CNPJ + endereço com CEP + contato Item analisado: Qual alimento? Em que quantidade? Qual a data da fabricação? Qual o lote? Qual o prazo de validade? Coletado e entregue por quem? Data de recebimento do item: Data da realização da(s) análise(s): Resultados e métodos: Análise realizada Resultado Método Interpretação dos resultados: O resultado obtido mostra que o alimento analisado respeita a legislação vigente? O alimento está apto para consumo? Picos, ______ de ________ de ____________. Analista responsável OBS: normalmente laudos de análise laboratoriais de qualquer tipo são impressos em papel timbrado.
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