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Faculdade Pan Amazônica – FAPAN Curso – Direito Noturno – Sala Ptolomeu Kátia Pereira Oliveira Bezerra Princípios da Hermenêutica Constitucional Belém 2019 Faculdade Pan Amazônica – FAPAN Curso – Direito Noturno – Sala Ptolomeu Kátia Pereira Oliveira Bezerra Princípios da Hermenêutica Constitucional Trabalho de pesquisa no Curso De Direito Docente: Msc. Joao Nazareno Nascimento Morais Jr Belém 2019 INTRODUÇÃO A Constituição de um país é o que valida o seu ordenamento jurídico, portanto, a sua interpretação deve ser diferenciada, levando em consideração a história, as ideologias, as realidades sociais e econômicas, bem como, as políticas do Estado. Na tarefa de interpretar a constituição, o sistema normativo será compreendido como um todo, prevalecendo uma visão sistemática. Na realidade brasileira, existem duas formas de mudar a Carta Magna atual. A primeira é por meio de reformas através do procedimento legislativo diferenciado previsto (emendas constitucionais). A segunda é por meio da denominada mutação constitucional, ora compreendida como as alterações no significado e sentido da norma, todavia, sem mudança do texto em si. Trata-se de processos informais movidos pela modificação da realidade e da própria percepção do direito. A sua legitimidade depende da efetiva existência de um viés democrático, isto é, originar-se no seio da coletividade, decorrendo, assim, da soberania popular. Evidentemente, a mutação não poderá contrariar o sistema de princípios constitucionais. Esse fenômeno pode ser identificado na interpretação constitucional realizada pelo Estado (Judiciário ou Administração Pública), na atuação do legislador ao criar leis que explicam o sentido de alguma norma constitucional e nos costumes advindos da sociedade. A constituição é um todo unitário. Logo, as espécies normativas (regras e princípios) não possuem hierarquia entre si, vez que cada uma exercerá a função que lhe compete. A regra é algo mais concreta, específico, prevendo uma conduta individualizada. Pela subsunção, será objetivamente aplicada ao caso concreto ou afastada. Por sua vez, os princípios possuem um grau de abstração muito maior, exercendo um papel voltado para a própria estrutura do sistema jurídico, aproximando-se da ideia de Justiça. Em eventuais conflitos, aplicar-se-ão as técnicas da ponderação e do balanceamento, de modo que não haja uma total exclusão, mas sim uma compatibilização. Conforme ensina Canotilho, a interpretação da Constituição será feita por um conjunto de métodos reciprocamente complementares. Logo, o exegeta irá partir da origem da norma, levando em consideração as questões históricas e sociológicas, prosseguindo no seu viés evolutivo, não se olvidando do aspecto doutrinário, lógico e literal para colher, ao fim, uma interpretação sistemática. Neste ponto, pode-se afirmar a existência de uma série de princípios cujo objetivo é elucidar a tarefa de interpretar uma constituição, dentre eles destacam-se: 1. Princípio da unidade da constituição: A Carta Magna deve ser interpretada como um todo, não havendo antinomias em abstrato; 2. Princípio do efeito integrador: diante de um problema interpretativo, deve prevalecer a visão que é melhor atenda à integração política e social; 3. Princípio da máxima efetividade: a interpretação de uma norma constitucional deve ter a maior efetividade social possível; 4. Princípio da justeza: O Guardião da Constituição (STF) não pode alterar aspectos estruturais criados pelo constituinte originário; 5. Princípio da concordância: os bens jurídicos assegurados na Constituição possuem igual valor, não havendo hierarquia. Eventual coesão deve ser harmonizada sem que haja sacrifícios; 6. Princípio da força normativa: ao aplicar uma norma constitucional, deve-se buscar a máxima efetividade possível; 7. Princípio da interpretação conforme a Constituição: diante de várias possibilidades de compreensão da norma, deve prevalecer aquela que se mais se aproxima da Constituição; 8. Princípio da proporcionalidade ou razoabilidade: Tais postulados refletem a ideia de bom senso, prudência, equidade e justiça, buscando sempre uma máxima efetividade com uma mínima restrição de direitos. Esses princípios servirão de bússola para o intérprete, apontando o caminho que o leve à interpretação mais próxima possível do real sentido que reveste a norma constitucional. Em uma Constituição analítica como a de 1988, tal tarefa evidencia um grande desafio. Bibiografia: LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 18ª Edição, Saraiva.
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