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CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS

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CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
Contratos considerados em si mesmos:
(I-) Quanto à natureza da obrigação entabulada:
(A-) Contratos unilaterais e bilaterais – Serão unilaterais se apenas um dos contratantes tem obrigações a cumprir, ou seja: só uma das partes assume obrigações em face da outra; por ex.: doação sem encargo (o donatário tem que concordar, se não o contrato não se estabelece), comodato, mútuo, mandato, depósito etc. 
Serão bilaterais se todos são obrigados, ou seja: cada contraente for credor e devedor do outro produzindo direitos e obrigações para ambos (CC, arts. ____________); por ex.: compra e venda, troca, locação etc.
O contrato sempre resulta da convergência de vontade de pelo menos 2 (duas) partes.
É, portanto, negócio jurídico bilateral ou plurilateral.
Quando unilateral o negócio jurídico, por decorrer de declaração de uma só parte (testamento, instituição de fundação, despedida de funcionário, promessa de recompensa, gestão de negócio etc.), não há contrato.
Contrato consigo mesmo ou autocontrato – Não existe contrato de uma só parte. 
A figura designada "contrato consigo mesmo" ou "autocontrato" corresponde a hipótese em que a mesma pessoa física comparece ao negócio simultaneamente como uma (1) das partes e como representante legal ou convencional da outra.
Exemplo – Imagine que Antônio adquira imóvel de Benedito, mas, por qualquer razão do exclusivo interesse de um deles, não é o caso de se lavrar a escritura de compra e venda de imediato. 
Concordam, em decorrência, que Benedito outorgue em favor de Antônio mandato em causa própria, investindo-o de poderes para representá-lo na escritura. 
Quando ela é lavrada, Antônio comparece ao ato como comprador e como procurador do vendedor, manifestando simultaneamente a vontade das 2 (duas) partes no contrato. 
Os contratos bilaterais podem ser sinalagmáticos (quando pode haver equivalência entre as obrigações dos contratantes) ou díspares (se a equivalência não pode existir). Essa classificação não é usual na doutrina, que tradicionalmente considera o sinalagma presente em todos os contratos bilaterais.
(B-) Contratos onerosos e gratuitos – Os onerosos são aqueles que trazem vantagens para ambos os contratantes, que sofrem um sacrifício patrimonial correspondente a um proveito almejado; por ex.: locação. 
Os gratuitos oneram somente uma das partes, proporcionando à outra uma vantagem, sem qualquer contraprestação; por ex.: doação pura e simples.
Nos contratos gratuitos, uma das partes não aufere vantagem econômica imediata; nos onerosos, a regular execução do contrato implica vantagem econômica para todas.
(C-) Contratos comutativos e aleatórios – Os comutativos são aqueles em que cada contraente, além de receber do outro prestação relativamente equivalente à sua, pode verificar de imediato, essa equivalência; por ex.: compra e venda. 
Os aleatórios são aqueles em que as partes dependem de um risco futuro e incerto, não se podendo antecipar o seu montante (CC, arts. __________); por ex.: rifa, bilhete de loteria, seguro, etc.
(D-) Contratos paritários e contratos por adesão – Os paritários são aqueles em que os interessados, colocados em pé de igualdade, ante o princípio da autonomia da vontade, discutem, na fase da puntuazione, os termos do ato negocial, eliminando os pontos divergentes mediante transigência mútua. 
Os contratos por adesão são aqueles em que a manifestação de vontade de uma das partes se reduz a mera anuência a uma proposta da outra, por ex.: contrato de transporte, de fornecimento de gás, água, luz etc.
(II -) Quanto à forma:
(A-) Contratos consensuais – são os que se perfazem pela simples anuência das partes, sem necessidade de outro ato (liberdade quanto à forma, ou seja: a forma dos negócios é livre); por ex.: locação, parceria rural etc. 
(B-) Contratos solenes ou formais são os que consistem naqueles para os quais a lei prescreve, para a sua celebração, forma especial; por ex.: compra e venda de imóvel (CC, arts. 108 e 1.245).
(C-) Contratos reais, são aqueles que se ultimam com a entrega da coisa, feita por um contraente a outro; por ex.: comodato, mútuo, depósito, arras. 
Quanto aos requisitos para a constituição do vínculo contratual, há 3 (três) espécies de contrato: (a) consensuais, para cuja constituição é suficiente o encontro de vontades; (b) formais (ou solenes), em que o aperfeiçoamento do negócio depende da formalização num instrumento escrito; (c) reais, que se constituem apenas com a tradição da coisa móvel objeto de contrato de uma parte (comodante, consignante, mutuante ou depositante) à outra (comodatário, consignatário, mutuário ou depositário).
(III-) Quanto à sua denominação:
(A-) Contratos nominados, que abrangem as espécies contratuais que têm "nomem juris" e servem de base à fixação dos esquemas, modelos ou tipos de regulamentação específica da lei; por ex.: compra e venda, permuta, doação, locação, empréstimo, parceria rural etc.
(B-) Contratos inominados, que se afastam dos modelos legais, pois não são disciplinados ou regulados expressamente pelo Código Civil ou por Lei extravagante, porém são permitidos juridicamente, desde que não contrariem a lei e os bons costumes, ante o princípio da autonomia da vontade e a doutrina no número "apertus" em que se desenvolvem as relações contratuais; por ex.: contrato sobre exploração de lavoura de café, cessão de clientela, contrato de locação de caixa-forte etc.
(IV-) Quanto ao objeto:
(A-) Contratos de alienação de bens.
(B-) Contratos de transmissão de uso e gozo.
(C-) Contratos de prestação de serviços.
(D-) Contratos de conteúdo especial.
(V-) Quanto ao tempo de sua execução:
(A-) Contratos de execução imediata, que são os que esgotam num só instante, mediante uma única prestação; por ex.: troca, compra e venda à vista.
(B-) Contratos de execução continuada, que ocorrem quando a prestação de um ou de ambos os contraentes se dá termo; por ex.: compra e venda a prazo. 
Tais contratos são os que sobrevivem com a persistência da obrigação, muito embora ocorram soluções periódicas, até que, pelo implemento de uma condição ou decurso de um prazo, cessa o próprio contrato; por ex.: locação de coisa ou serviço e contrato e contrato de fornecimento de matéria-prima.
Relativamente à execução, os contratos podem ser instantâneos (à obrigação de cada parte corresponde um só ato) ou contínuos (pelo menos um dos contratantes cumpre sua obrigação mediante sucessão de atos).
Os contratos instantâneos podem ser de execução imediata (no momento da constituição do vínculo) ou diferida (em momento posterior).
Já os contínuos, podem ser periódicos (a obrigação de pelo menos uma das partes é parcelada no tempo) ou permanentes (uma das partes põe à disposição da outra, enquanto vigora o contrato, uma garantia ou serviço).
(VI-) Quanto à pessoa do contratante:
(A-) Contratos pessoais, que são aqueles em que a pessoa do contratante é considerada pelo outro elemento determinante de sua conclusão.
(B-) Contratos impessoais, que são aqueles em que a pessoa do contratante é juridicamente indiferente.
(VII-) Quanto à tipicidade:
(A-) Contratos típicos são aqueles em que os direitos e obrigações dos contratantes estão, em parte, pelo menos, disciplinados na lei, por normas cogentes ou supletivas. 
Esses direitos e obrigações, portanto, não se esgotam nas cláusulas do instrumento contratual assinado pelas partes.
(B-) Contratos atípicos são os que são regidos exclusivamente pelo que as partes consignam no instrumento contratual respeitando a autonomia da vontade, mas com as cláusulas da boa-fé e a função social do contrato presentes.
(C-) Contratos mistos são os não disciplinados diretamente na lei, para cuja celebração as partes se inspiraram, total ou parcialmente, em contratos típicos. 
Por ex.:, o de ‘shopping center’ , que aproveita elementos da locação comercial,aos quais agrega particularidades negociais (participação em associação, nos lucros etc.).
(VIII-) Quanto à liberdade de contratar:
(A-) Contratos voluntários as partes tem alternativas de não contratar.
(B-) Contratos necessários essa opção de não contratar em relação a uma delas não existe. 
Na complexa sociedade dos nossos tempos, alguns contratos não podem deixar de ser celebrados por sujeitos que se encontram em determinadas situações. 
Não se pode, por exemplo, morar num centro urbano sem contratar da concessionária específica os serviços de fornecimento de energia elétrica e água. 
É impossível, por outro lado, ter um automóvel sem contratar o DPVAT, o seguro obrigatório. 
Não há, nesses exemplos, a opção de não contratar. 
Essa idéia de contrato obrigatório não foi bem vista pela doutrina, mas acabou por ceder porque há liberdade de contratar previamente. 
Por ex.: Quem contrata a hospedagem é obrigado a contratar também o depósito. Sua vontade não é livre para deixar de contratar o contrato necessário, era-o quando optou por contratar o voluntário de que deriva.
(IX-) Quanto ao ramo jurídico de regência:
(A-) Contrato administrativo é aquele em que uma das partes é pessoa jurídica de direito público. 
Caracteriza-se pela supremacia do interesse desse contratante (público) sobre o particular.
Essa supremacia traduz-se no direito de o contratante público resolver unilateralmente o vínculo contratual ou mesmo atrasar o cumprimento de suas obrigações em até 90 (noventa) dias.
(B-) Contrato de trabalho é caracterizado sempre que houver entre 2 (duas) pessoas privadas, uma relação caracterizada pela prestação de serviços pessoais, subordinados, não eventuais e mediante remuneração.
(C-) Contrato de consumo é aquele entabulado entre consumidor e fornecedor, definidos estes de acordo respectivamente com os arts. 2º e 3º do Código de Defesa do Consumidor.
Na definição legal de consumidor, o elemento mais importante é a destinação final do produto ou serviço; na de fornecedor, a exploração da atividade econômica (profissional) de venda do produto ou prestação do serviço ao mercado.
O regime dos contratos de consumo visa liberar proteção ao contratante vulnerável, que é o consumidor.
(D-) Contrato comercial (mercantil ou empresarial) é aquele em que as 2 (duas) partes são empresários, isto é, exploram atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens e serviços.
A disciplina dos contratos comerciais por regras específicas é condição para adequada estruturação do regime econômico de livre iniciativa. 
A tutela do crédito, a necessidade de segurança e previsibilidade, o respeito à palavra dada e, principalmente, a adequada premiação pelo sucesso na competição econômica compõem elementos próprios do regime de direito comercial nos contratos.
(E-) Contrato civil é se nenhum dos contratantes é legalmente pessoa jurídica de direito público, empresário, empregado ou consumidor.
Contratos reciprocamente considerados
(I-) Contratos principais – são os que existem por si, exercendo sua função e finalidade independentemente de outro.
(II-) Contratos acessórios – são aqueles cuja existência jurídica supõe a do principal, pois visam assegurar a sua execução; por ex.: fiança.

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