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Fisiologia dos fungos CURSO: FARMÁCIA – 6º PERÍODO PROFA.: DÉBORA F. VANDRESEN Reino Fungi Organismos que pertencem a reino único pois: Não ingerem alimentos (como os animais) Não produzem o seu próprio alimento através de pigmentos fotossintéticos (como as plantas) Os fungos secretam enzimas sobre seus substratos que atuam sobre as moléculas grandes e complexas quebrando-as em substâncias menores prontamente assimiláveis através da parede celular. Digestão extracorpórea Digestão extracorpórea Reino Fungi Fisiologicamente os fungos se adaptam a condições mais severas do que a maioria dos microrganismos: a. podem crescer em substratos com concentração de açúcar intolerável para as bactérias, uma vez que não são muito sensíveis as altas pressões osmóticas; b. podem tolerar e crescer em altas concentrações de ácidos, suportando variações de pH entre 2 e 9, embora o ótimo para a maioria esteja situado em torno de 5,6; c. podem sobreviver em ambientes bastante secos que inibiriam as bactérias não esporuladas. Quando ocorre condição adversa de umidade (ambiente seca), os fungos produzem esporos ou entram em estado de vida latente; d. podem desenvolver-se em uma ampla faixa de temperatura (0 a 62°C), embora o ótimo esteja entre 22 a 30°C, para a grande maioria. Nutrição As necessidades nutricionais por elementos essenciais podem ser divididos em duas grandes categorias: a. Macronutrientes: nutrientes que são requeridos na concentração de M, aproximadamente. (90% do fungo) Entre os macronutrientes (C, H, O, N, P, K , N, S, Mg e Ca) o carbono é o principal elemento requerido uma vez que este elemento faz parte de substâncias estruturais dos fungos combinação, principalmente, com hidrogênio, oxigênio e nitrogênio. b. Micronutrientes: nutrientes que são requeridos na concentração de 0,0000001 M ou menos. (10% do fungo) Macronutrientes Macronutrientes Nitrogênio A forma de utilização dos fungos é a de nitrato, porém alguns não conseguem utilizá-lo. Oxigênio A maioria dos fungos são aeróbicos estritos, aeróbios facultativos e anaeróbias facultativas. NUNCA anaeróbicas obrigatórias. ◦ Obs: Anaeróbios: fungos filamentosos ruminais. Fungos utilizados para auxiliar na degradação de celulose, pois seus rizoides penetram nas fibras lignificadas das folhas desestabilizando a parede celular e aumento a área de superfície dos alimentos e facilitando a colonização das bactérias. São fungos pertencentes à classe Chytridiomycetos e o principal é o Neocallimastix spp. Macronutrientes Carbono Principal constituinte dos fungos, o qual pode ser uma molécula se glicose, amido, celulose, frutose, manose... Porém a utilização deste composto depende de: 1. Digestão de materiais oligo (lactose e maltose) e poliméricos (amido, glicogênio, quitina); 2. Transporte dos monossacarídeos pela plasmalema; 3. Fosforilação dos carboidratos; Macronutrientes Digestão de materiais oligo e poliméricos Macronutrientes Transporte dos monossacarídeos pela plasmalema; Transporte por difusão simples e ou facilitada Transporte por simporte ou ativo Macronutrientes Fosforilação dos carboidratos; Macronutrientes Carbono: Principais fontes: Obs: Glicose e crescimento fúngico Macronutrientes Carbono Utilização: a. proporcionar o carbono necessário para a síntese de compostos celulares (proteínas, aminoácidos, ácidos nucléicos, substâncias de reserva, etc.) b. proporcionar quantidades apreciáveis de energia através do processo de oxidação dos compostos de carbono. Micronutrientes Molibdênio Água O fungo necessita de água como todo organismo, porém não é usada para sua nutrição e sim usada como solvente. pH Ainda que o pH mais favorável ao desenvolvimento dos fungos esteja entre 5, 6 e 7, a maioria dos fungos tolera amplas variações de pH Os fungos filamentosos podem crescer na faixa entre 1,5 e 11, mas as leveduras não toleram pH alcalino. Muitas vezes, a pigmentação dos fungos está relacionada com o pH do substrato. Os meios com pH entre 5 e 6, com elevadas concentrações de açúcar, alta pressão osmótica, tais como geleias, favorecem o desenvolvimento dos fungos nas porções em contato com o ar. O pH ótimo para maioria dos fungos: 5,0 – 7,0 Fatores Físicos Além do conhecimento sobre os nutrientes apropriados para os fungos, há necessidade de se conhecer em que condições físicas ambientais ocorre o crescimento fúngico mais adequado. Fatores físicos ambientais que afetam o crescimento fúngico são temperatura, luz e outras formas de radiação, gravidade, pressão hidrostática e viscosidade. Cogumelo aquático (Psathyrella aquatica) Temperatura Os fungos podem ser classificados de acordo com a temperatura para o seu crescimento em: A. psicrófilos: não crescem acima de 20°C, têm um mínimo abaixo de 0°C e um ótimo entre 0 e 17°C. B. mesófilos: têm um mínimo acima de 0°C, máximo abaixo de 50°C e um ótimo entre 15 e 40°C. C. termófilos: têm um mínimo de ou acima de 20°C e um máximo de ou acima de 50°C. Obs: Ótimo crescimento entre 22ºC e 30ºC. Oxigênio Podem ser aeróbicos obrigatórios ou anaeróbicos facultativos (leveduras), realizando fermentação. NÃO EXISTEM anaeróbicos obrigatórios. Respiração aeróbica Fermentação – Respiração anaeróbia Poluição BRANCO, 1962 classificou os fungos em quatro classes, de acordo com a sua afinidade com ela: - Limabiontes: crescem em ambientes poluídos ◦ Ex: Ascodesmis, Ascophanus, Subbaromyces; - Limáfilos: ambientes poluídos com tolerância aos mais limpos ◦ Ex: Allescheria, Sartoria; - Limaxenos: ambientes limpos tolerando alguma poluição - Limáfobos: exclusivos de ambientes não poluídos Poluição Crescimento Fúngico Curva de crescimento fúngico. 1- LAG 2 –LOG 3 –ESTACIONÁRIA 4 - DECLÍNIO Crescimento Fúngico FASE LAG (fase de adaptação) Quando o inoculo (esporos ou fragmentos de hifas) é transferido para um novo meio de cultura e incubado em condições favoráveis, o crescimento não ocorre imediatamente. Existe, geralmente, um período denominado de fase lag, que varia com as espécies fúngicas, com a natureza do inoculo e com as condições nutricionais do meio de cultura. Nesta fase, não ocorre crescimento visível. Crescimento Fúngico FASE LOG (fase exponencial ou logarítmica) Esta fase é marcada por uma taxa de crescimento acelerado na qual o logaritmo do peso seco fornece uma reta com o tempo de incubação. A fase log é fortemente afetada pelo suprimento de nutrientes, sendo aqui a observação da estruturas iniciais do fungos. Em fungos filamentosos – preparação para a extensão das hifas e em leveduras- preparação para a divisão celular A agitação do meio de cultura aumenta a taxa de crescimento porque promove o encontro entre células e nutrientes Crescimento Fúngico FASE ESTACIONÁRIA Nesta fase cessa o aumento de peso seco, embora continue ocorrendo utilização de glicose pelo fungo. A paralisação completa da utilização de glicose resulta em autólise e, consequentemente, morte da cultura. Pode-se verificar a presença de DNA genômico não replicado, aumento da tolerância ao calor e aumento dos carboidratos de estocagem. Crescimento Fúngico FASE DE DECLÍNEO Se estabelece pela exaustão dos nutrientes e pelo acumulo de produtos tóxicos derivados do metabolismo primário. A exaustão da fonte de nitrogênio marca o fim da fase de crescimento linear. Metabolismo Metabolismo Primário: Glicólise, Fermentação, Respiração, Gliconeogênese, Síntese de Macromoléculas (DNA, RNA, Proteínas) ◦ Possuem função conhecida Metabolismo Secundário: Antibióticos (Penicillium -> Penicilina, Micromonospora -> gentamicina), Toxinas(Pithomyces -> Esporodesmina, Amanita -> Amatoxinas), Pigmentos e Hormônios ( Allomyces-> Sirenina). ◦ Possuem frequentemente funções desconhecidas