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12/09/2019 1 REQUERIMENTOS DE ENERGIA REQUERIMENTO DE ENERGIA Ferramenta para elaboração de planejamentos alimentares Quantidade de energia, proveniente do alimento, necessária para equilibrar o GASTO ENERGÉTICO diário afim de manter o tamanho e a composição corporal e um nível necessário e desejável de atividade física coerentes com a boa saúde. Conceito: REQUERIMENTO DE ENERGIA As recomendações de energia dependerão:. ESTADO NUTRICIONAL CONDIÇÃO FISIOPATOLÓGICA REQUERIMENTO DE ENERGIA Nível recomendado de ingestão dietética de energia Requerimento médio Energia Pe rc en tu al de in di ví du os Nível de requerimentoBaixo Alto Para um grupo populacional utiliza-se o REQUERIMENTO ENERGÉTICO MÉDIO de indivíduos saudáveis e bem nutridos para cada grupo de idade e para uma dada categoria de atividade. REQUERIMENTO DE ENERGIA O balanço energético é o equilíbrio entre o consumo e o gasto energético diários de um indivíduo. Krause, 2013 UNIDADES DE MEDIDAS DE ENERGIA à Quilocalorias (kcal) – Representa a unidade de energia habitualmente utilizada no Brasil, a qual expressa a energia contida nos alimentos e a requerida pelo organismo. Fundamentos: REQUERIMENTO DE ENERGIA Conceito (Lavosier): quantidade de calor necessária para elevar a temperatura de uma massa de litro de água em 1° C Relevância: REQUERIMENTO DE ENERGIA 1950: foi formado o primeiro Comitê sobre Requerimentos de Energia (Food and Agriculture Organization – FAO) 1957 1973 (FAO / WHO – World Health Organization) FALTA DE CONHECIMENTO EM RELAÇÃO AOS COMPONENTES DO GASTO ENERGÉTICO: Informações do consumo alimentar observado em homem e mulher “referências” (massa corporal mantida) Relevância: REQUERIMENTO DE ENERGIA 1985: Informe (FAO/WHO / UNU) - novo enfoque é dado: O REQUERIMENTO DE ENERGIA DEVE SER DETERMINADO A PARTIR DO GASTO ENERGÉTICO 12/09/2019 2 Dispêndio de energia diário para a manutenção da saúde, condicionado pelas funções fisiológicas, taxa de crescimento e prática de atividades físicas Produção total de calor pelo indivíduo (Garrow, 1974). REQUERIMENTO DE ENERGIA Gasto energético: GASTO ENERGÉTICO • Taxa Metabólica Basal (TMB) • Efeito termogênico dos alimentos (ETA) • Atividade física COMPONENTES DO GASTO ENERGÉTICO * Em crianças, adolescentes, gestantes, e nutrizes, a necessidade inclui energia necessária à formação de novos tecidos (CRESCIMENTO E GESTAÇÃO) e à produção de leite materno (LACTAÇÃO). à TAXA METABÓLICA BASAL COMPONENTES DO GASTO ENERGÉTICO A TMB é o principal componente do gasto energético diário, podendo representar de 50% (em indivíduos muito ativos fisicamente) a 70% (em indivíduos mais sedentários) do total de energia gasta diariamente. TAXA METABÓLICA BASAL ¨ A TMB é a quantidade mínima de energia gasta compatível com a vida. ¨ A TMB reflete a quantidade de energia utilizada durante 24 horas enquanto se descansa fisicamente (deitado) e mentalmente em ambiente termoneutro. ¨ A TMB é medida logo pela manhã, antes de iniciar qualquer atividade, 10 a 12 horas em jejum. ¨ Caso estas condições não sejam atendidas, mede-se a TMR (10%). ¨ Por razões práticas, a TMB é raramente medida. TMB vs TAXA METABÓLICA DE REPOUSO (TMR) Composição Corporal Idade SexoCiclo Menstrual Tamanho corporal Fatores que influenciam a TMB O principal determinante da TMB é a massa livre de gordura ou massa corporal magra Redução de 2 a 5% a cada década de vida. TMB diferenciada em 5 a 10%. Diferença de 359 kcal / dia Pessoas com mesmo peso e estatura diferente têm TMB diferentes AÇÃO DINÂMICA ESPECÍFICA DOS ALIMENTOS O aumento do consumo de oxigênio após a ingestão de alimentos já havia sido descrito por Lavoisier em seus estudos sobre o metabolismo do homem. Este aumento do gasto energético é devido ao processo de digestão, absorção e armazenamento dos nutrientes ingeridos, principalmente a proteína, e recebe o nome de termogênese induzida pela dieta ou efeito térmico dos alimentos, ou ainda ação dinâmica específica dos alimentos. ADE representa em torno de 10% do gasto energético diário FAO / WHO / UNU, 1985 Atividade física habitual (últimos 12 meses) e atual (última semana) Componente mais variável do gasto energético total (5-50%) FAO / OMS / UNU, 2004 Ocupacional – atividades laborais Doméstica – limpeza da casa, lavagem do carro, jardinagem De locomoção – caminhadas, bicicleta como transporte, subidas e descidas de escadas De lazer não estruturadas – passear com animais, brincadeiras De lazer planejadas – exercícios para melhorar aptidão física, saúde ou estética. ATIVIDADE FÍSICA à TAIS COMPONENTES SE TORNARAM BASES PARA OS CÁLCULOS DE REQUERIMENTO ENERGÉTICO à PORTANTO PRECISA-SE UTILIZAR MÉTODOS CONFIÁVEIS PARA MEDIR ESTES COMPONENTES, ALÉM DE GRANDE BANCO DE DADOS PARA DESENVOLVER EQUAÇÕES DE PREDIÇÃO. COMPONENTES DO GASTO ENERGÉTICO 12/09/2019 3 Desde o século XIX, a medição da TMB é feita por meio da determinação da quantidade de calor produzida pelo organismo (calorimetria direta) ou pelo cálculo de calor indiretamente (calorimetria indireta) a partir do consumo de oxigênio (VO2) e excreção de gás carbônico (VCO2) tanto para fins diagnósticos quanto nutricionais. MÉTODOS PARA MEDIR GE à Câmara hermética arejada e com isolamento térmico. àO calor produzido e irradiado pela pessoa é removido por uma corrente de água fria que flui em um ritmo constante mediante tubos espiralados perto do teto da câmara. àA diferença na temperatura da água que entra e sai da câmara reflete a produção de calor pela pessoa. CALORIMETRIA DIRETA CALORIMETRIA DIRETA à VANTAGENS: - Técnica altamente precisa - Pode ser usada para validação de outras técnicas àLIMITAÇÕES: - Natureza confinada não reflete realidade - Atividade física limitada - Custo elevado - Engenharia complexa - Escassez de instalações apropriadas no mundo todo - Inviável para estudos epidemiológicos. CALORIMETRIA DIRETA àA manutenção da vida se dá pelo consumo de substratos energéticos dos alimentos (carboidrato, proteínas e lipídios) àA oxidação completa dos carboidratos e lipídios para produzir energia tem como produtos finais o gás carbônico e a água. àA oxidação de proteínas produz também o nitrogênio, porém esta é pouco oxidada para gerar energia e pode ser acrescentada constante para correção da não medição do nitrogênio CALORIMETRIA INDIRETA àEstima o gasto de energia pela determinacão do consumo de oxigênio e produção de dióxido de carbono pelo corpo durante um certo período de tempo. àO equipamento varia, mas a pessoa comumente respira em uma peça colocada na boca ou por um capuz ventilado, através do qual os gases expirados são coletados. à Pode ser utilizada para medir a TMR e/ou o gasto energético com atividade física em ambiente de laboratório. CALORIMETRIA INDIRETA CIRCUITO FECHADO à VO2 e VCO2 são medidos por alterações no volume dentro do reservatório de oxigênio a 100%. à Tem comunicação com o meio ambiente, sendo o ar inspirado e o expirado mantido em locais separados em sacos de Douglas. (existem também diferentes métodos de analisadores de O2 e CO2). CIRCUITO ABERTO 12/09/2019 4 TMB é medida minuto a minuto, durante um período (20 min), e depois é realizada extrapolação para 24horas (Equação de Weir) CALORIMETRIA INDIRETA à VANTAGENS: - Mobilidade e baixo custo de equipamento (R$46000). àOs dados são obtidos da calorimetria indireta de forma a permitir o cálculo do quociente respiratório (QR). à LIMITAÇÕES: - Desconforto (bocal em teste máximo de AF) CALORIMETRIA INDIRETA REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS • RodriguesAE, Mancini MC, Dalcanale L et al. (2010) Characterization of metabolic resting rate and proposal of a new equation for a female Brazilian population. Arq Bras Endocrinol Metab 54, 470–476. • Schofield WN (1985) Predicting basal metabolic rate, new standards and review of previous work. Hum Nutr Clin Nutr 39C, Suppl. 1, 5–41. • Wahrlich V & Anjos LA (2001) Basal metabolic rate of men and women living in tropical and temperate regions of Brazil. Ann Nutr Metabol 45, Suppl. 1, 169. • Wahrlich V & Anjos LA (2001) Historical and methodological aspects of the measurement and prediction of basal metabolic rate: a review. Cad Saude Publica 17, 801–817. • Wahrlich V & Anjos LA (2001) Validation of predictive equations of basal metabolic rate of women living in Southern Brazil. Rev Saude Publica 35, 39–45. • Weir J (1949) New methods for calculating metabolic rate with special reference to protein metabolism. J Physiol 109, 1–9.
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