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Tema da aula: Diabetes Mellitus Disciplina: Terapia Clinica Nutricional do Adulto 6º semestre de Nutrição Profª: Flavia Noeli de Souza Infante Vídeo Resumo da aula • Epidemiologia • Definição • Classificação • Diagnóstico • Resistencia a insulina • Fisiopatologia • Orientações nutricionais • Contagem de carboidratos • Exercícios Epidemiologia Epidemiologia Definição • Diabetes mellitus (DM) não é uma única doença, mas um grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos que apresenta em comum a hiperglicemia, resultante de defeitos na ação da insulina, na secreção de insulina ou em ambas Classificação • Pré-diabetes – Tolerância a glicose diminuída – Glicemia de jejum alterada Classificação • Diabetes mellitus tipo 1 – DM tipo 1 é caracterizado por destruição das células beta que levam a uma deficiência de insulina, sendo subdivido em tipos 1A e 1B – A taxa de destruição das células beta é variável, sendo, em geral, mais rápida entre as crianças – Doença de causas genéticas, no entanto, há fatores ambientais que podem causar a doença • Infecções virais, introdução precoce do leite bovino, deficiência de vitamina D Classificação • Diabetes mellitus tipo 2 – Caracterizada por defeitos na ação e secreção da insulina e na regulação da produção hepática de glicose. A resistência à insulina e o defeito na função das células beta estão presentes precocemente na fase pré-clínica da doença – Sedentarismo, dietas ricas em gorduras e envelhecimento são causadores – A maioria dos pacientes com esse tipo de DM apresenta sobrepeso ou obesidade – Comum em indivíduos maiores de 40 anos Diagnóstico • 3 critérios para diagnóstico do DM – Sintomas de poliúria, polidipsia e perda ponderal acrescidos de glicemia casual ≥ 200 mg/dL. Compreende- se por glicemia casual aquela realizada a qualquer hora do dia, independentemente do horário das refeições – Glicemia de jejum ≥ 126 mg/dL (7 mmol/L). Em caso de pequenas elevações da glicemia, o diagnóstico deve ser confirmado pela repetição do teste em outro dia – Glicemia de 2 h pós-sobrecarga de 75 g de glicose ≥ 200 mg/dL Diagnóstico • Pode-se usar também a hemoglobina glicada • Diabetes: HbA1c ≥ 6,5% a ser confirmada em outra coleta. Dispensável em caso de sintomas ou glicemia ≥ 200 mg% • • Indivíduos com alto risco para o desenvolvimento de diabetes: HbA1c entre 5,7 e 6,4%. Fisiopatologia Fisiopatologia Resistência a insulina • Resposta biológica abaixo do normal a uma determinada concentração deste hormônio • > chance de desenvolver DM • Associada a outras doenças – Dislipidemias, – HAS – Neoplasias • Sinal extremamente importante – Efetividade da ação da insulina Orientações nutricionais • Atenção – estratégias para prevenção de DM – redução energética e de gorduras – ingestão de 14 g fibras/1.000 kcal, • grãos integrais, leguminosas, hortaliças e frutas – Limitar a ingestão de bebidas açucaradas Orientações nutricionais • Alimentação variada e equilibrada • Peso saudável – redução ou ganho de peso, dependendo da situação do individuo – Reduzir de 250 a 500kcal da dieta habitual • Manter a glicemia estável • Níveis de lipídeos circulantes adequados • Níveis pressoricos adequados • Uso adequado de medicamentos (previnir complicações a médio e longo prazo) • Ensinar o paciente a gerenciar seu processo saúde/doença, independência na tomada de decisões • Inserir a família no processo de educação nutricional Orientações nutricionais • Composição da dieta Orientações nutricionais • Carboidratos – Afetam diretamente a glicemia pós prandial – Mínimo de 130g/dia – Deve-se monitorar a quantidade ingerida por meio da contagem de carboidratos ou lista de substitutos – Usar dieta de baixo índice glicêmico e baixa carga glicêmica – Sacarose pode ser utilizada de maneira adequada. A sacarose eleva a glicemia como outros tipos de carboidratos – Frutose naturalmente presente em alimentos pode ser consumida – As fibras solúveis (glicemia e triglicerideos) e as insolúveis (saciedade e transito intestinal) devem ser oferecidas a este paciente Orientações nutricionais • Carboidratos – As fibras solúveis auxiliam no controle glicêmico pós prandial – Adicional fibras as refeições por meio de alimentos ou suplementos • Lipídeos – A qualidade do lipídeo é mais importante que sua quantidade – Reduzir a ingestão de gordura saturada – Evitar o consumo de gordura trans – Verificar se o paciente apresenta dislipidemias – Fazer suplementação de ômega-3: melhora a resposta inflamatória, reduz as concentrações de triglicerídeos e reduzir a resistencia a insulina – 2 ou mais porções de peixes por semana, com exceção dos fritos Orientações nutricionais • Proteínas – 0,8 a 1g de proteína/kg de peso corporal ou de 15 a 20% do VET – Aminoácidos são estimuladores da secreção de insulina em indivíduos com DM2 sem incrementar a glicemia pós-prandial • Vitaminas e minerais – Normalmente pacientes diabéticos tem deficiência de micronutrientes – Variar o consumo de frutas e verduras – Pacientes em uso prolongado de metformina podem apresentar deficiência de vitamina B12 e isso está associado a neuropatia diabética – Zinco e magnésio devem ser acompanhados – se houver deficiência deve-se suplementar – Não usar suplementos a base de ervas – interação farmaco nutriente Orientações nutricionais • Micronutrientes Vitaminas • deficiência devido perda na urina, redução da absorção e da ingestão dietética Zinco • controle glicêmico, regula a função da ilhotas pancreáticas e homeostase da glicose. Magnésio • diminui a aterosclerose, aumenta HDL e reduz glicemia Vitamina D • relaciona-se ao mau controle glicêmico, secreção e sensibilidade à insulina e diminui estado inflamatório Orientações nutricionais • Sódio – 5 g de sal de cozinha, ou seja, no máximo 3 colheres de café rasas de sal (3 g de sal + 2 g de sal dos próprios alimentos) • Evitar o consumo de bebida alcoólica – Deve ser consumida junto com uma refeição que contenha carboidrato e deve-se ajustar o medicamento e/ou insulina – 1 dose por dia para mulheres e 2 doses por dia para homens, no máximo – 1 dose 150 ml de vinho (1 taça) ou 360 ml de cerveja (1 lata pequena) ou 45 ml de destilados (1 dose com dosador padrão), medida equivalente em média a 15 g de etanol Orientações nutricionais • Atenção ao uso de adoçantes Orientações nutricionais • Alimentos funcionais – Café, chá, cacau e canela auxiliam como fonte de antioxidantes Microbiota Atualidades Atualidades Grãos integrais Grãos refinados Legumes Frutas Nozes Legumes Ovos Laticínios Peixe Carne vermelha Carne processada Bebidas açúcaradas Alimentos dieteticos • O termo light = reduzido. Opções: energético, açúcares, gorduras totais, gorduras saturadas, colesterol e sódio. Mínimo 25% no valor energético em comparação referência • O termo diet = restrição de nutrientes. Alimentos para fins especiais como alimentos para dietas com restrição de nutrientes; alimentos para controle de peso; e alimentos para ingestão controlada de açúcares. É preciso ter atenção, pois o termo diet não significa sempre ausência de açúcar no alimento. Tipos de adoçante • Os edulcorantes aprovados pela Anvisa no Brasil são sorbitol, manitol, isomaltitol, maltitol, sacarina, ciclamato, aspartame, estévia, acessulfame de potássio, sucralose, neotame, taumatina, lactitol, xilitol e eritritol • Devem ser utilizados com cautela. São seguros para consumo mas há algums implicaçõesmetabólicas – Resistência a insulina e redução da lipólise • Podem ser utilizados para redução de energia e carboidratos da dieta Adoçantes • Recomendação Adulto de 60 kg pode consumir diariamente até 2.400 mg de aspartame, o que equivale a cerca de 60 sachês de 1g de adoçante ou quase 4 litros e meio de refrigerante adoçado só com aspartame. Rotulagem Contagem de carboidratos • Uma das estratégias para o tratamento do diabetes – Mais utilizadas em pacientes com uso de insulina, especialmente DM 2 • Importante: pacientes com diabetes devem ser um consumo similar de carboidratos em todas as refeições principais • O método de contagem permite que se faça um ajuste da insulina antes das refeições e evite picos de glicemia ou hipoglicemia • Informação importante Contagem de carboidratos Contagem de carboidratos • Definição da quantidade de carboidratos que devem ser ingerido durante todo o dia – Relembrando: (VET x % CHO definido ÷ 100) ÷ 4 • Realizar um recordatório alimentar e mensurar a quantidade de carboidratos total e em cada uma das refeições – Desta forma respeita-se a individualidade do paciente • 2 estratégias – Contagem em gramas de carboidratos • Baseado em um cardápio quantitativo – Lista de equivalentes • Quantidade agrupados em quantidades equivalentes a 15g de carboidratos • Normalmente 1 unidade de insulina sobre 15g CHO Contagem de carboidratos • Contagem de carboidratos – Similar a um cardapio quantitativo – Calcular a quantidade de carboidratos – Importante que após a quantidade de insulina for definida, pode-se fazer trocas de alimentos mas não deve-se variar a quantidade de carboidratos – Não são incluidos na contagem de CHO: vegetais, carnes, queijos, ovos, azeite, creme de leite Contagem de carboidratos • Lista de equivalentes Grupos Quantidade CHO (g) PTN (g) LIP (g) Substituição Pães 1 fatia de pão de forma ½ pão francês 3 colheres de sopa de arroz 15 3 0 1 Fruta 1 laranja; 1 maça 10 uvas; 1 manga pequena 1 copo de salada de frutas 15 0 0 1 Leite 240 mL de leite 1 copo de iogurte natural 12 8 0 a 8 1 Vegetais 1 xícara (chá) de vegetais crus ½ xícara (chá) de vegetais cozidos 5 2 0 1 Carne 1 bife pequeno ½ peito de frango sem pele 0 7 3 a 8 0 Gordura 1 colher de sopa de margarina 0 0 5 0 Contagem de carboidratos • Demais informações • Em geral 15g de carboidratos = 1 U de insulina • Bolo – Quantidade de insulina rápida ou ultrarápida a ser administrada antes da refeição • Variação da relação insulina: g de carboidratos conforme peso corporal Tratamento interdisciplinar • Será que um único profissional tem condição de abarcar toda demanda para que o paciente atinja e mantenha o controle da doença? – Família – Paciente – MULTIDISCIPLINARIDADE: cada profissional atende o paciente fazendo a contribuição da sua área para o tratamento do mesmo. – INTERDISCIPLINARIDADE: profissionais de cada disciplina o atendem em conjunto e trocam informações entre si com o intuito de definir o melhor tratamento Exercício 1 • Elabore um cardápio para um homem de 38 anos, 1,8m de altura, 101kg, que trabalha sentado a maior parte do dia e é diabetico do tipo 2. Ele acabou de descobrir que é diabético. Atualmente faz 4 refeições por dia e tem uma alimentação de baixa qualidade nutricional. Onde este indivíduo trabalha não há geladeira disponível e a empresa oferece refeição (almoço) no local – Apresente um cardapio e descreva quais foram as estratégias selecionadas Exercício 2 • Paciente de 25 anos, do sexo masculino, faz o tratamento do DM1 com o uso de Insulina NPH (12UI de manhã e 19 UI a noite), sendo prescrito pelo médico um tratamento nutricional de contagem de carboidrato (uso de insulina ultra rápida de acordo com a quantidade de CHO das refeições principais), para se ter maior flexibilidade no cardápio. • No atendimento, o nutricionista definiu o GET de 1900Kcal/dia. • Calcule o total de CHO oferecido nas refeições principais, conforme cardápio à seguir, e prescreva as UI de insulina. Referencias • Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (2015-2016) / Adolfo Milech...[et. al.]; organização José Egidio Paulo de Oliveira, Sérgio Vencio - São Paulo: A.C. Farmacêutica, 2016. • Manual de contagem de carboidratos. Sociedade Brasileira de diabetes, 2016 • Manual de Nutrição - Profissional da Saúde - Departamento de Nutrição • e Metabologia da SBD, 2009. • Guias de Medicina Ambulatorial e Hospitalar - Nutrição - Nutrição Clínica no Adulto - 3ª Ed. 2014 - Lilian Cuppari • Cozzolino, S.M.F.; Cominetti, C.. (Org.). Bases bioquímicas e fisiológicas da nutrição: nas diferentes fases da vida, na saúde e na doença. 1ed.Barueri. : Manole. 2013.v. 1 • Portal Saúde: http://www.brasil.gov.br/saude/2014/01/voce-sabe-a- diferenca-entre-alimento-diet-e-light
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