Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Mecânica Quântica & Integrais de caminho. Professor: PEDRO ZAMBIANCHI JUNIOR Anulo: Gilber Gustavo de Almeida. MESTRADO EM FÍSICA E ASTRONOMIA. UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARANÁ Resumo. Podemos fazer o uso da mecânica clássica (MC) para descrever o comportamento de corpos massivos em movimento. Nesse caso, fazemos a integral da Lagrangeana, que é a ação, ou seja, o menor caminho entre dois pontos. A proposta deste trabalho é fazer um estudo da mecânica quântica no âmbito da integral de caminho. Vamos estudar a ideia de Faynman, que foi baseada no comentário misterioso de Dirac, e simplesmente descrever matematicamente o que ele desenvolveu. A construção desse modelo matemático envolve fortemente aspectos quânticos e algumas analogias com a mecânica Clássica. Podemos nos perguntar se existe algum limite em que a ação descrita pela mecânica clássica possa ser válida na mecânica quântica (MQ). Os físicos gostam dessa ideia, quando duas teorias com bases diferentes concordam. Quando digo diferente, é no sentido da definição do espaço nessas duas teorias, a mecânica quântica é descrita pelo espaço complexo de Hilbert, e nesse espaço toda medida é probabilística, afinal estamos falando de escalas atômicas e de elétrons. Então dentro desce contexto, e da notação de Dirac, tentarei mostrar a construção da ideia partindo da ação clássica. Introdução. Tente imaginar a seguinte situação, você está em sua casa e precisa chegar ao lugar onde estuda o mais rápido possível. Pense na quantidade de caminhos possíveis você poderia realizar. Mas dentre todos, existe um caminho especifico que será o que atende melhor a sua necessidade, ou seja, o que leve menos tempo. Podemos falar que essa trajetória minimiza a ação clássica. Matematicamente a ação clássica é dada pela Lagrangeana, 𝐿 = 𝐾 + 𝑉 = 1 2 𝑚�̇�2 − 𝑉(𝑥), (1) ̇ podemos imaginar um conjunto de partículas de massa m, com posições 𝑥𝑖 e velocidades 𝑥�̇�. Não iremos fazer um estudo detalhado desse assunto, mas precisamos ver alguns das suas propriedades. Para entender com ele funciona vamos pensar no caso de uma partícula livre viajando pelo espaço. Essa Lagrangeana gera as equações de movimento de Lagrange, 𝑑 𝑑𝑡 ( 𝑑𝐿 𝑑𝑥�̇� ) = 𝑑𝐿 𝑑𝑥𝑖 , (2) Com essas equações podemos verificar que, 𝑚 𝑑2𝑥 𝑑𝑡2 = − 𝑑𝑉(𝑥) 𝑑𝑥 , (3) é a equação de Newton para um sistema em que atua uma força conservativa. Estamos interessados em saber quais dos possíveis caminhos minimiza a ação de chegar a escola. Vamos supor, agora mais tecnicamente, a seguinte situação, então para todos os caminhos possíveis e conhecidos a ação é dada por, 𝑆𝑐 = ∫ 𝐿(𝑥, �̇�; 𝑡) 𝑡2 𝑡1 𝑑𝑡, (4) de todos os caminhos possíveis o que a partícula clássica percorre é dado pela equação (4). Podemos observar que a ação clássica de um ponto do espaço a outro depende da posição, velocidade e ambas dependem do tempo. Aqui, esbarramos talvez no primeiro dos problemas de tentar usar essa ideia para descrever o caminho escolhido aleatoriamente pelo elétron. Os observáveis na mecânica quântica são definidos em um espaço de base que pode ser de dimensão infinita, denominado espaço de Hilbert. Até agora só falamos do espaço de configuração que fazem referência as posições e velocidades na Lagrangeana. Imagem 1-Fonte: https://www.google.com.br/search?q=int egrais+de+trajetoria+de+feynman&sourc e=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwj X- rzEsMPUAhVPl5AKHVnNCqYQ_AUIBygC& biw=1242&bih=557#imgdii=jLCeKaCOUO Tj8M:&imgrc=rqCjAx0SFZAEIM: Espaço, Base e observáveis. O espeço em questão é o espaço de Hilbert usado na mecânica quântica, para descrever esse espaço complexo usamos a notação de Dirac, na linguagem dos kets l 𝑎 > e bras < 𝑎l. Esses kets formam a base no espaço de Hilbert. Agora vamos supor que temos um elétron, e desejamos saber onde esse elétron se encontra. A MQ é uma teoria probabilística e não nos fala com precisão a posição do elétron, ele nos diz a probabilidade do elétron ser encontrado aqui ou ali. Com isso dizemos que o elétron pode estar em qualquer posição até que esse sistema, onde o mesmo se encontra, seja observado. Então, dizemos que o elétron se encontra em um estado de superposição de todas as possibilidades, ou seja, a superposição de todas as bases que formam o espeço de Hilbert, |𝛼 >= ∑ 𝑎𝑖|𝑎𝑖 ∞ 𝑖 >, (5) Sendo (𝑎𝑖) a amplitude de probabilidade de encontrar o elétron na posição |𝑎𝑖 >, e |(𝑎𝑖)|² é a probabilidade do elétron ser encontrado na base denominada pelo índice. E para tudo isso ser verdade o estado |𝛼 > deve ser normalisavél, ou seja, | < 𝛼|𝛼 > |² deve ser igual a 1. Os observáveis em MC, são operadores escritos na base que definem o espaço de Hilbert, e são representados por Â. Se  é um operador Hermitiano, temos que  é igual a matriz autoadjunta, ou seja, a complexa conjugada da matriz Â. Se os kets |𝑎𝑖 > geram a base do observável  então, |𝛼 >= Â|𝑎𝑖 > = 𝑎𝑖|𝑎𝑖 > (6) A equação (6) é uma equação de autovalor 𝑎𝑖 e autovetor |𝑎𝑖 >. Agora vamos supor que exista um outro observável Ê, sendo Ê Hermitiano, temos a mesma equação de autovalor e autovetor, Ê|𝑒𝑖 >= 𝑒𝑖||𝑒𝑖 >. (7) Se os observáveis  e Ê comutarem, ou seja, [Â, Ê] = 𝐴𝐵 − 𝐵𝐴 = 0, (8) Então dizemos que os observáveis são compatíveis e formam um conjunto de base kets simultânea. Com isso podemos escrever, Â|𝑒𝑖 >= 𝑎𝑖|𝑒𝑖 > (9) e Ê|𝑎𝑖 > = 𝑒𝑖|𝑎𝑖 > (10) Esse resultado da MQ será analisado e futuramente usado neste trabalho. Então, quando estamos interessados em saber a posição do elétron usamos o operador posição X, na base de posição |𝑥𝑖 >, com isso temos, 𝑋|𝑥𝑖 > = 𝑥𝑖|𝑥𝑖 >. (11) Podemos querer observar o momento do elétron, sendo assim usaremos o operador momento P, na base de momentos |𝑝𝑖 >, então podemos escrever, 𝑃|𝑝𝑖 > = 𝑝𝑖|𝑝𝑖 >. (12) Operador translação. Até então, o que temos visto é simplesmente a base na qual a MQ se apoia quando um sistema quântico é medido. Lembrando que as informações obtidas são probabilísticas. A MQ se baseia em duas representações a de Heisenberg e de Schrodinger. Na representação de Heisenberg os estados permanecem inalterados e as bases são usadas para realizar os cálculos. Na representaçãode Schrodinger, as bases permanecem inalteradas enquanto que os estados são usados. Estamos introduzindo esse assunto pois iremos ver o que o operador translação pode fazer na base. Já foi visto que podemos medir a posição do elétron, eq. (11). Agora imagine que iremos transladar essa posição por uma quantidade infinitesimal 𝑑𝑥. O operador translação infitesimal é representado por 𝑇(𝑑𝑥). Então o que faz é agir no ket |𝑥 >, transladando-o por uma quantidade 𝑑𝑥. Disso podemos escreve, 𝑇 (𝑑𝑥)|𝑥 > = |𝑥 + 𝑑𝑥 >. (13) O operador translação não é Hermitiano, por isso não gera uma equação de autovalor e autovetor. O operador translação espacial é denotado por, 𝑇(𝑑𝑥) = 1 − �⃗⃗� ∙ 𝑑𝑥, (14) sendo 𝑑𝑥, um vetor infinitesimal e denomina a quantidade transladada. Algumas propriedades do operador translação, 𝑇(𝑑𝑥) ∗ 𝑇(𝑑𝑥) = 1 𝑇(𝑑𝑥) 𝑇(𝑑𝑥 ´) = 𝑇 (𝑑𝑥 +𝑑𝑥 ´), sendo 𝑇(𝑑𝑥) ∗, o complexo conjugado de 𝑇(𝑑𝑥), ou auto adjunto. Podemos agora explorar o fato de que o operador translação comuta com o operado momento, ou seja, [𝑝, 𝑇(𝑑𝑥)] = 0, (15) E realizando alguns cálculos podemos mostrar que o operador translação espacial, tendo como gerador de translação espacial o momento, é dado por, 𝑇 (𝑑𝑥) = 𝑒− 𝑖𝑃.𝑑𝑥 ℏ , (16) Então podemos expandir a eq. (16) em série de potência e usar o fato que, 𝑒𝑀 = 1 + 𝑀 + 𝑀2 2! + ⋯, (∗) Onde truncamos até primeira ordem e com isso podemos escrever, 𝑇 (𝑑𝑥)|𝑝 > = (1 − 𝑖𝑃. 𝑑𝑥 ℏ ) |𝑝 > , (17) Sabemos da eq.(12) que a eq.(17) pode então ser escrita como, 𝑇 (𝑑𝑥)|𝑝 > = (1 − 𝑖𝑝.𝑑𝑥 ℏ ) |𝑝 >, (18) O fato do autovalor ser imaginário é devido o operador translação não ser um Hermitiano. Os autovalores de uma matriz Hermitiana são reais e o traço da matriz depende da quantidade de autovalores, ou seja, da dimensão do espaço. Operador evolução temporal. Como foi dito anteriormente, a representação de Schrodinger para a MQ, é dada usando o estado e não a base como na representação de Heisenberg. O operador evolução temporal evolui o estado no tempo, ou seja, a base permanece parada e o vetor de estado é transladado no tempo. O operador evolução temporal é dado em função da Hamiltonia, 𝐻 = 𝑝2 2𝑚 + 𝑉(𝑥) (19) Como podemos observar a Hamiltoniana é dada em termos dos operadores momento e posição, que é função da energia potencial. Então o termo que inclui o momento ao quadrado é a energia cinética. O operador evolução temporal é, 𝑈(𝑡) = 𝑒− 𝑖𝐻𝑡 ℏ , (20) aplicando sobre o estado esse operador podemos escrever, 𝑈(𝑡) |𝛼, 𝑡𝑖 > = 𝑒 − 𝑖𝐻𝑡 ℏ | 𝛼, 𝑡𝑖 > = |𝛼, 𝑡𝑖; 𝑡𝑓 >, (21) sendo 𝑡𝑖 o tempo inicial e 𝑡𝑓o tempo final. Então entendemos dessa equação que, ao aplicarmos o operador evolução temporal em um estado, temos como resultado o estado em um tempo posterior |𝛼, 𝑡𝑖; 𝑡𝑓 > que é o estado evoluído. O observável A, é representado pela base |𝑎𝑖 > que define o estado |𝛼, 𝑡𝑖 >, eq.(5) e (6), deve comutar com o Hamiltoniano, ou seja, [𝐻, 𝐴] = 0 (22) A eq.(22) é válida para operadores que são constante no movimento, esse resultado não é geral. Assim sendo, podemos escrever uma equação de autovalor e autovetor com a seguinte expressão, 𝐻|𝑎𝑖 > = 𝐸𝑎|𝑎𝑖 >, (23) Então, a parti desse resultado, temos que a eq.(21), pode ser escrita como, 𝑈(𝑡) |𝛼, 𝑡𝑖 >= 𝑒 − 𝑖𝐻𝑡 ℏ | 𝛼, 𝑡𝑖 > = 𝑒 − 𝑖𝐸𝑡 ℏ |𝛼, 𝑡𝑖 > = |𝛼, 𝑡𝑖; 𝑡𝑓 >. (24) Coeficiente de expansão. O que iremos analisar agora, é a projeção de um estado sobre a base e ver quais são as consequências, esse é um passo que iremos usar no futuro, então o que estamos fazendo aqui é mapear as ferramentas que a MQ disponibiliza e a partir delas tentar descrever o fenômeno em questão. Então usando o que já obtemos, a projeção de um estado sobre a base, pode nos retornar informações sobre o elétron, já que o estado contém todas as informações do sistema. Então se a base na qual usamos para projetar o estado é a posição, temos a probabilidade da posição do elétron, se for a de momento (base) teremos como resposta um autovalor associado a medida. Então no tempo 𝑡 = 0 sabemos que, |𝛼 >= |𝛼, 𝑡𝑖 >= ∑𝑎𝑛|𝑎𝑛 > ∞ 𝑛 Vamos agora, projetar esse estado sobre a base |𝑎´ >, escrevendo assim, < 𝑎´|𝛼 >= ∑𝑎𝑛 < 𝑎´| ∞ 𝑛 𝑎𝑛 >, (25) sendo que < 𝑎´|𝑎𝑛 > = 1, se 𝑎´ = 𝑎𝑛 , com n podendo ser n=1,2,3 .., então como o estado é normalizado, temos uma amplitude de probabilidade associada a essa medida, < 𝑎´|𝛼 > = 𝐶(𝑡𝑖), (26) Ou seja, essa equação nos diz o quanto do estado é encontrado na base |𝑎´ >, onde 𝐶(𝑡𝑖) é o coeficiente e expansão. Essa quantidade do estado na base é dada pelo modulo ao quadrado do coeficiente de expansão. Vamos reescrever a eq.25 a parti do que já sabemos, então ela fica < 𝑎´|𝛼 >= ∑𝑎𝑛 = 1, ∞ 𝑛 (27) Que é exatamente o que esperamos para um estado normalizável, sendo a soma sobre toda as amplitudes de probabilidade igual a 1. Com isso, podemos observar que o coeficiente de expansão é a própria amplitude de probabilidade, onde a probabilidade é dada pelo modulo ao quadrado. Podemos usar a mesma ideia e ver o que acontece para um estado que foi evoluído temporalmente, da eq.(24), 𝑈(𝑡) |𝛼, 𝑡𝑖 >= 𝑒 − 𝑖𝐻𝑡 ℏ | 𝛼, 𝑡𝑖 > = 𝑒 − 𝑖𝐸𝑡 ℏ |𝛼, 𝑡𝑖 > = |𝛼, 𝑡𝑖; 𝑡𝑓 >. Então a parti dessa equação, usaremos novamente a base |𝑎´ >, para projetar o estado sobre ela, dessa forma, < 𝑎´|𝛼, 𝑡𝑖; 𝑡𝑓 > = < 𝑎´|𝑒 − 𝑖𝐻𝑡 ℏ |𝛼, 𝑡𝑖 >, (28) Então de acordo com a eq.(24) e (26), temos que a eq.(28) fica, < 𝑎´|𝛼, 𝑡𝑖; 𝑡𝑓 > = 𝐶(𝑡), (29) O resultado que obtivemos agora, é devido ao operador evolução temporal agir sobre o estado e depois projetamos esse estado evoluído no tempo sobre a base. O resultado é o coeficiente de expansão evoluído no tempo, ou a amplitude de probabilidade. Operador momento na base de posição. Desde de já peço desculpas pela perda de formalismo matemático. Daqui em diante me esforçarei ao máximo para construir um caminho que está de acordo como formalismo da MQ. Agora começaremos com uma ideia mais abstrata porem fortemente importante. Vimos acima eq.(18), que o operador translação espacial. O que iremos fazer aqui é usar o operador translação. Entretanto o gerador de translação espacial será o operado momento 𝑃, 𝑇(𝑑𝑥) = 1 − 𝑖𝑃.𝑑𝑥 ℏ . (30) Agora vou apresentar pela primeira vez uma ferramenta muito utilizada na MQ, que é a relação de completeza, ela pode ser escrita nas bases de posição e momento. Irei apresenta-las na forma em que usaremos a seguir, que será a dos espectros contínuos. Então ela é dada por, 1 = ∫𝑑𝑥 |𝑥 >< 𝑥|, (31) e 1 = ∫𝑑𝑝 |𝑝 >< 𝑝|. (32) Quando introduzirmos as eqs. (31) e (32) nas equações adiante, será simplesmente para projetar o estado ou a base que estamos nos dando, nas bases da posição e momento. Partindo da eq. (18) e usando a eq.(31), podemos escrever, (1 − 𝑖𝑝. 𝑑𝑥 ℏ ) |𝑝 > = ∫𝑑𝑥 𝑇(𝑑𝑥)| 𝑥 >< 𝑥 |𝑝 > = ∫𝑑𝑥| 𝑥 + 𝑑𝑥 >< 𝑥|𝑝 >, Vamos chamar 𝑥 = 𝑥 − 𝑑𝑥, e então substituindo temos, (1 − 𝑖𝑝. 𝑑𝑥 ℏ ) |𝑝 > = ∫𝑑𝑥 |𝑥 >< 𝑥 − 𝑑𝑥|𝑝 >, Sabemos que 𝑑𝑥 é muito pequeno, ou seja, é uma quantidade infinitesimal, então expandindo em série de Taylor, o braket < 𝑥 − 𝑑𝑥|𝑝 >, com isso temos (1 − 𝑖𝑝. 𝑑𝑥 ℏ ) |𝑝 > = ∫𝑑𝑥 |𝑥 > (< 𝑥 |𝑝 > −𝑑𝑥 𝜕 𝜕𝑥 < 𝑥| 𝑝 >). (33) Vamos agora comparar a eq.(33) termo a termo. Aplicando a distributiva do lado esquerdo e comparando com o lado direito, obtemos 𝑃 |𝑝 > = ∫𝑑𝑥 |𝑥 > (−𝑖ℏ 𝜕 𝜕𝑥 < 𝑥|𝑝 >). Aplicar um bra < 𝑥| nesta equação e usando a eq.(12), temos < 𝑥|𝑝|𝑝 > = ∫𝑑𝑥 < 𝑥|𝑥 > (−𝑖ℏ 𝜕 𝜕𝑥 < 𝑥|𝑝 >), Usando o fato que < 𝑥|𝑥 >= 1, 𝑞𝑢𝑒 é 𝑜 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜𝑑𝑜 𝑝𝑒𝑙𝑎 𝑑𝑎𝑑𝑜 𝑝𝑒𝑙𝑎 𝑝𝑟𝑜𝑝𝑟𝑖𝑒𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑜𝑟𝑡𝑜𝑛𝑜𝑟𝑚𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎çã𝑜. Então dada a relação de comutação canônica, podemos escrever esta equação na forma, < 𝑥|𝑝|𝑝 >= −𝑖ℏ 𝜕 𝜕𝑥 𝛿(𝑥 − 𝑝) (34) Onde foi usado a propriedade da ortonormalidade, na representação de 𝑥. A solução da eq.(34), já normalizada, é dada por 𝜑𝑝(𝑥) =< 𝑥|𝑝 >= 1 √2𝜋ℏ 𝑒 𝑖𝑝𝑥 ℏ , (35) Sendo o seu complexo conjugado, ou seja < 𝑝|𝑥 > = 𝜑𝑝(𝑥) ∗, é dado pelo sinal negativo no expoente. Agora, vamos seguir a ideia e aplicar essas manipulações ao estado |𝛼 >, da seguinte forma, |𝛼 > = ∫𝑑𝑝 |𝑝 >< 𝑝|𝛼 >, Vamos projetar o estado no ket |𝑥 >, < 𝑥|𝛼 > = ∫𝑑𝑝 < 𝑥|𝑝 >< 𝑝|𝛼 > , (36) Aqui temos um novo resultado, que são as funções de onda. A função de onda então é obtida projetando-se o estado em uma base. Então a partir disso podemos escrever, < 𝑥|𝛼 > = 𝜓𝛼(𝑥) (37) < 𝑝|𝛼 > = 𝜙𝛼(𝑝) (38) Então da eq.(36) podemos escrever, 𝜓𝛼(𝑥) = 1 √2𝜋ℏ ∫𝑑𝑝 𝑒 𝑖𝑝𝑥 ℏ 𝜙𝛼(𝑝). (39) E usando os mesmos passos podemos encontrar, a eq.(38), dada por 𝜙𝛼(𝑥) = 1 √2𝜋ℏ ∫𝑑𝑥 𝑒− 𝑖𝑝𝑥 ℏ 𝜓𝛼(𝑥). (40) As eqs.(39) e (40), são justamente a transformada inversa de Fourier. Estas equações são de muito interesse no trabalho, o que definimos acima não foi simplesmente por acaso, sabendo dessa propriedade da MQ, escrevemos o necessário para chegarmos até aqui. Então isso sugere uma análise das eqs. (38) e (40). Em ambas as equações o termo exponencial é o operado translação espacial tendo como gerador de translação o momento. Propagadores na mecânica ondulatória. Vimos na eq.(21) que um estado na base que diagonaliza o Hamiltoniano gera um estado evoluído no tempo. Agora irei escrever o operador evolução temporal da seguinte maneira, 𝑈(𝑡𝑓; 𝑡𝑖) = 𝑒 − 𝑖𝐻(𝑡𝑓−𝑡𝑖) ℏ , Então a eq.(21) pode ser escrita como, |𝛼, 𝑡𝑖; 𝑡𝑓 > = 𝑒 − 𝑖𝐻(𝑡𝑓−𝑡𝑖) ℏ |𝛼, 𝑡𝑖 > = 𝑒 − 𝑖𝐸𝑎(𝑡𝑓−𝑡𝑖) ℏ |𝛼, 𝑡𝑖 > (41) Agora a pergunta é, como podemos interpretar a eq.(41) ? Bom, isso já foi mencionado nesse trabalho e a interpretação, de forma resumida é, temos o estado inicial |𝛼, 𝑡𝑖 >, então evoluímos esse estado no tempo e temos um estado no tempo 𝑡𝑓 > 𝑡𝑖, 𝑠𝑒𝑛𝑑𝑜 𝑡𝑖 = 0. Para saber de qual ponto do espaço estamos partindo, devemos projetar o estado inicial na mesma base em que o estado existe, ou é definido. Então o próximo passo é usar a relação de completeza na base do estado |𝛼, 𝑡𝑖 >, dado por, 1 = ∑|𝑎 >< 𝑎|, (42) 𝑎 Então, aplicado a eq.(42) em (41) temos, |𝛼, 𝑡𝑖; 𝑡𝑓 > = ∑ |𝑎 >< 𝑎|𝛼, 𝑡𝑖 > 𝑎 𝑒− 𝑖𝐸𝑎(𝑡𝑓−𝑡𝑖) ℏ , (43) Então obtemos o estado projetado na base < 𝑎|𝛼, 𝑡𝑖 > = 𝐶𝑎(𝑡𝑖), mas isso não é suficiente para sabermos onde a equação de estado estava no tempo 𝑡𝑖 , com isso devemos projetar a base do estado |𝑎 >, na base de posição |𝑥 >. Com isso podemos saber o quanto da base da base |𝑎 > pode ser encontrado na base |𝑥 >. Vamos multiplicar a eq.(43) a esquerda pelo bra da posição < 𝑥|, da seguinte maneira, < 𝑥|𝛼, 𝑡𝑖; 𝑡𝑓 > = ∑ < 𝑥|𝑎 >< 𝑎|𝛼, 𝑡𝑖 > 𝑎 𝑒− 𝑖𝐸𝑎(𝑡𝑓−𝑡𝑖) ℏ . (44) Dado tudo que já mencionei no trabalho até aqui, vou reescrever a eq.(44), assim 𝜓(𝑥, 𝑡) = ∑ 𝐶𝑎(𝑡𝑖) 𝜑𝑎(𝑥) 𝑒 − 𝑖𝐸𝑎(𝑡𝑓−𝑡𝑖) ℏ 𝑎 . (45) O que afinal a eq.(45) representa para nós? Ela é a função de onda que evolui no tempo a parti de uma posição no espaço do tempo inicial até o tempo final. Como podemos ver que ela é uma função da posição e do tempo. Notamos também que podemos escrever o coeficiente de expansão como, 𝐶𝑎(𝑡𝑖) = ∫𝑑 3𝑥 < 𝑎|𝑥 >< 𝑥|𝛼, 𝑡𝑖 >, (46) Com isso, da eq.(46), podemos escrever usando os resultado anteriores, 𝐶𝑎(𝑡𝑖) = ∫𝑑 3𝑥 [𝜑𝑎(𝑥) ∗]𝜓(𝑥, 𝑡𝑖). (47) Esse é um resultado muito importante e talvez o mais importante até aqui, ele é obtido combinando as eqs. (44) e (46). Com isso, encontramos o operador integral, ou mais comumente conhecido como propagador. Apresentarei somente o resultado da função de onda final, dado por 𝜓(𝑥´, 𝑡𝑓) = ∫𝑑 3𝑥 𝐾(𝑥´, 𝑡𝑓; 𝑥, 𝑡𝑖)𝜓(𝑥, 𝑡𝑖), (48) Analisando a eq. (48) cuidadosamente observamosque o operador integral atua sobre uma função de onda inicial que depende, como sabemos, da posição inicial no tempo inicial, gerando uma função de onda final que também depende da posição final e do tempo, com 𝑡𝑓 > 𝑡𝑖. Apresentarei o Kernel, que pode ser chamado de propagador, pois é ele quem atua sobre o estado inicial gerando a função de onda final, e ele é escrito como, 𝐾(𝑥´, 𝑡𝑓; 𝑥, 𝑡𝑖) = ∑ < 𝑥´|𝑎 >< 𝑎|𝑥 > 𝑒 − 𝑖𝐸𝑎(𝑡𝑓−𝑡𝑖) ℏ , (49) 𝑎 Onde o operador Hamiltoniano atua sobre a relação de completeza, dada na base autoestado que diagonaliza a matriz da Hamiltoniana. Isso mostra que o propagador depende do potencial o que pode ser um grande problema. Um caso bastante comum é a partícula livre, onde não consideramos a energia potencial e com isso tem que a eq.(19) vai depender apenas da energia cinética. Isso é muito bom, porque o Hamiltoniano comuta com o operador momento. Então dado que [𝐻, 𝑝] = 0, (50) Temos, 𝐻 |𝑝 > = 𝑝2 2𝑚 | 𝑝 > . (51) Até presente momento, segui os passos do livro que estou adotando dando passos longos e tentei mostrar um pouco do que está por traz da ideia que vamos trabalhar agora. Então dadas a autofunções e seus respectivos autovalores podemos construir o propagador. Se a função de onda no tempo inicial e o propagador é conhecido podemos determinar a função de onda no tempo final. Esse é o que esperamos de um sistema não perturbado, consideramos que a função de onda no tempo final é determinística, ou determinada. O grande problema é que a função de onda muda abruptamente para uma das autofunções do operador que está fazendo a medida do sistema, ou seja, quando observamos o sistema a função de onda muda incontrolavelmente. Vamos definir algumas propriedades para o propagador, Se 𝑡𝑓 > 𝑡𝑖, a eq.(49) satisfaz a equação de onda de Schrodinger dependente do tempo, nas variáveis 𝑥´, 𝑡𝑓 , 𝑐𝑜𝑚 𝑥, 𝑡𝑖 𝑓𝑖𝑥𝑜𝑠. lim𝐾(𝑥´, 𝑡𝑓; 𝑥, 𝑡𝑖)=𝞭(𝒙´ − 𝒙) , 𝒄𝒐𝒎 𝑡𝑓 𝒊𝒏𝒅𝒐 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝑡𝑖, 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑚𝑢𝑖𝑡𝑜 𝑝𝑒𝑞𝑢𝑒𝑛𝑜. Devido a completeza eq.(42) temos que a soma da eq.(49) se reduz a < 𝑥´|𝑥 >. Devido a isso o propagador é visto como função de x´, que é autofunção de onda no tempo final, de uma partícula que estava localizada precisamente em 𝑥, 𝑡𝑖. Com isso podemos escrever o propagador como, 𝐾(𝑥´, 𝑡𝑓; 𝑥, 𝑡𝑖) = ∑ < 𝑥´| 𝑒 − 𝑖𝐻(𝑡𝑓−𝑡𝑖) ℏ |𝑥 > . (52) 𝑎 Aqui começamos a fazer algumas considerações. O operador evolução temporal atuando sobre o ket |x>, quer dizer o ket de estado em t, de um sistema que estava localizado precisamente em x no instante de tempo inicial. Para problemas práticos a função de onda se estende por todo o espaço em uma região finita do mesmo, então o que fazemos é multiplicar o propagado pela função de onda inicial e integramos sobre todo o espaço. Com isso podemos adicionar várias contribuições de diferentes posições em x. A autofunção de momento é a função de transformação que tem a forma da onda plana, dada por 𝑘(𝑥´, 𝑡𝑓; 𝑥, 𝑡𝑖) = 1 2𝜋ℏ ∫ 𝑑𝑝 +∞ −∞ 𝑒[ 𝑖𝑝(𝑥´−𝑥) ℏ − 𝑖𝑝´2(𝑡−𝑡𝑖) 2𝑚ℏ ] (53) Completando quadrado no expoente, podemos resolver integral, 𝑘(𝑥´, 𝑡𝑓; 𝑥, 𝑡𝑖) = √ 𝑚 2𝜋𝑖ℏ(𝑡 − 𝑡𝑖) 𝑒 [ 𝑖𝑚(𝑥´−𝑥)² 2ℎ(𝑡−𝑡𝑖) ] (54) Essa função representa a maneira que um pacote de onda gaussiana se esparrama como função do tempo. Propagador como amplitude de transição. Na representação de Heisenberg temos que < 𝑥, 𝑡| se move no sentido oposto com o tempo e um ket de estado |𝛼, 𝑡𝑖 > fixos no tempo. Lembrando que na representação de Heisenberg os operadores que evoluem no tempo e não as bases de posição. Então da eq. (49) temos, 𝐾(𝑥´, 𝑡𝑓; 𝑥, 𝑡𝑖) = ∑ < 𝑥´|𝑒 −𝑖𝐻𝑡 ℏ |𝑎 >< 𝑎|𝑒 𝑖𝐻𝑡𝑖 ℏ |𝑥 > 𝑎 (55) Que pode ser escrita na forma mais compacta, 𝐾(𝑥´, 𝑡𝑓; 𝑥, 𝑡𝑖) = ∑ < 𝑥´|𝑒 −𝑖𝐻𝑡 ℏ |𝑎 >< 𝑎|𝑒 𝑖𝐻𝑡𝑖 ℏ |𝑥 >𝑎 = < 𝑥´, 𝑡𝑓|𝑥, 𝑡𝑖 >. (56) Esse resultado é o autovetores do operador posição na representação de Heisenberg. Podemos identificar a eq.(56) como uma amplitude de probabilidade para que a partícula preparada em um tempo inicial com um autovalor da posição x, possa ser encontrada mais tarde em um tempo e posição final. Isso como podemos observar é a amplitude de probabilidade para a partícula ir de um ponto no espaço para um outro ponto. figura 2-fonte: https://www.google.com.br/search?q=integrais+de+trajetoria&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ve d=0ahUKEwiOi- TdtdnUAhVCDpAKHb3ZAeIQ_AUIDCgD&biw=1242&bih=602#tbm=isch&q=propagador+como +amplitude+de+transi%C3%A7%C3%A3o&imgrc=rqCjAx0SFZAEIM: Para qualquer tempo dado os kets de posição formam um conjunto completo na representação de Heisenberg, com isso 1 = ∫𝑑3|𝑥´, 𝑡 >< 𝑥´, 𝑡| , (57) Vamos considerar a evolução temporal da base na representação de Heisenberg, dividindo o tempo em intervalos iguais. Faremos isso usando a eq.(57) e assim temos, < 𝑥´´´, 𝑡´´´|𝑥´, 𝑡 > = ∫𝑑3 𝑥´´ < 𝑥´´´, 𝑡´´´|𝑥´´, 𝑡´´ >< 𝑥´´, 𝑡´´|𝑥´, 𝑡´ >, 𝑡´´´ > 𝑡´´ > 𝑡´. (58) Chamaremos isso de amplitude de translação. Então podemos dividir o intervalo de tempo em quantos subintervalos menores o quanto quisermos. Essa ideia leva a uma formulação independente da MQ, que foi publicado em 1948 por R.F. Feynman. Integrais de Caminho como a soma sobre todos os caminhos. Consideraremos a amplitude de translação de uma partícula indo de um ponto inicial do espaço tempo (𝑥1, 𝑡1) para um ponto final (𝑥𝑛, 𝑡𝑛). Vamos dividir o intervalo de tempo em (n-1) partes iguais, 𝑡𝑓 − 𝑡𝑓−1 = 𝛥𝑡 = 𝑡𝑛 − 𝑡1 𝑛 − 1 . (59) Explorando a propriedade de composição, temos < 𝑥𝑛, 𝑡𝑛|𝑥1, 𝑡1 > = ∫𝑑𝑥𝑛−1 ∫𝑑𝑥𝑛−2 …∫𝑑𝑥2 < 𝑥𝑛, 𝑡𝑛|𝑥𝑛−1,𝑡𝑛−1 > × < 𝑥𝑛−1, 𝑡𝑛−1|𝑥𝑛−2, 𝑡𝑛−2 > … < 𝑥2, 𝑡2|𝑥1, 𝑡1 > (60) Vamos analisar essa equação que é a ideia por trás do que estamos escrevendo. Estamos considerando o espaço tempo plano, partindo de uma posição fixa em um tempo conhecido e indo para uma posição final em um tempo dado. Para cada seguimento entre 𝑡𝑛−1 e 𝑡𝑛, nós então estamos considerando a amplitude de translação da posição 𝑥𝑛−1 a 𝑥𝑛. E nós integramos sobre todas a posições possíveis no meio do caminho, sendo que o elétron vai do ponto inicial ao final. Formulação de Faynman. Acho que agora somos capazes de enxergar a diferença entre a mecânica clássica e MQ. Na mecânica clássica a trajetória da partícula depende da posição e do tempo, enquanto que na MQ demos levar em conta todos os possíveis caminho por onda a partícula pode passar. Agora o que desejamos é encontrar o limite onde um fenômeno descrito pela mecânica clássica possa ser valido na MQ. Quando ainda estudante de pós- graduação Faynman trabalhou nesse problema e o que vamos considerar daqui em diante é a ideia que ele desenvolveu. Conta-se que ele ficou intrigado comum comentário misterioso no livro do Dirac,que dizia que 𝑒 [𝑖 ∫ 𝑑𝑡 𝐿𝑐𝑙á𝑠𝑠𝑖𝑐𝑜(𝑥, �̇�) ℏ ] 𝑡2 𝑡1 (61) Correspondia a, < 𝑥2, 𝑡2|𝑥1, 𝑡1 >. (62) Ao tentar trabalhar neste problema Faynman foi levado a desenvolver abordagem espaço tempo na MQ, no âmbito das integrais de caminho. Na formulação de Faynman, a ação clássica desempenha um papel importante, eq.(4). Onde só podemos integrar sobre um caminho que seja conhecido, dado as posições e a velocidade da partícula durante a trajetória percorrida. Suponha que estamos levando em conta um caminho infinitesimal, entre dois pontos, especificado por nós. Segundo Dirac, devemos associar a eq.(61) a esse caminho. Então escolhendo um caminho para a partícula e usando essa ideia, podemos multiplicar todas as pequenas contribuições e obtemos, ∏𝑒 𝑖𝑆(𝑛, 𝑛−1) ℏ 𝑁 𝑛=2 = 𝑒 𝑖 ℏ ∑ 𝑆(𝑛, 𝑛−1)𝑁𝑛=2 = 𝑒 𝑖𝑆(𝑁,1) ℏ . (63) Ainda temos que integrar sobre todos os caminhos possíveis que a partícula pode passar. Cada caminho contribui com uma amplitude de probabilidade, por isso estamos também considerando as demais posições por onde o eletro pode passar. Lembrando que o elétron se comporta como uma onda, e desse fato, exploramos a ideia que cada caminho possível contribui com uma probabilidade. Essa probabilidade associada ao caminho do elétron depende da sua posição de origem em relação ao ponto final em que ele esta indo. Vamos considerar um tempo infinitesimal entre dois ponto, a expressão que usaremos como candidata para descrever a eq.(62) é, < 𝑥2, 𝑡2; 𝑥1, 𝑡1 > ~ ∑𝑒 𝑖𝑆(𝑁,1) ℏ , (64) Vamos dizer que essa é a melhor forma de expressar o que estamos querendo modelar. A soma da eq.(64) é sobre um número de caminhos infinito. A um fato interessante na tentativa de encontrar esse tal limite onde podemos descrever um fenômeno quântico com a mecânica clássica. No livro que estou adotando o autor diz que quando a constante de Planck vai para zero, várias contribuições de caminhos mais distantes se anulam devido a diferença de fase entre eles. Em sala de aula meu Professor não concordou com a ideia da constante de Planck ir para zeros. Eu também achei essa abordagem um pouco estranha. O que farei agora é tentar dar uma outra explicação a esse fato. Se consideramos o propagador como uma função do tempo, temos que ele pode ser idêntico a função partição fazendo uma substituição, 𝛽 = 𝑖𝑡 ℏ (∗∗) Então olhando para essa relação podemos ver que a constante de Planck vai a zero se o tempo for muito pequeno. Então a minha interpretação sobre esse fato de aproximar a MQ da MC é simplesmente pelo fato de estamos tomando tempos muito pequenos. Vamos considerar um caminho que satisfaça, 𝛿𝑆(𝑛, 1) = 0, (65) Ou seja, estamos considerando um caminho em que a derivada da ação clássica é zero, e denotamos esse caminho como sendo a ação mínima entre dois pontos fixos do espaço. Deformando um pouco a trajetória do verdadeiro caminho que estamos seguindo, observamos que a eq.(65) é satisfeita, isso significa que para caminhos próximos ao do caminho clássico existe uma interferência construtiva se tomarmos o tempo como sendo infinitesimal. Então para entender a ideia de Faynman vamos escrever a eq.(64) com um fator de peso, < 𝑥𝑛, 𝑡𝑛; 𝑥𝑛−1, 𝑡𝑛−1 > = 1 𝜔(𝛥𝑡) 𝑒 𝑖𝑆(𝑛,𝑛−1) ℏ , (66) Desejamos agora resolver essa equação. Como a diferença no tempo é infinitesimal podemos considerar um deslocamento como uma linha reta. Disso podemos escrever, 𝑆(𝑛, 𝑛 − 1) = ∫ 𝑑𝑡 𝑡𝑛 𝑡𝑛−1 [ 𝑚𝑥²̇ 2 − 𝑉(𝑥)] = 𝛥𝑡{( 𝑚 2 )[ (𝑥𝑛−𝑥𝑛−1) 𝛥𝑡 ]² − 𝑉[ (𝑥𝑛+𝑥𝑛−1) 2 ]}(67) Para o caso da partícula livre, temos < 𝑥𝑛, 𝑡𝑛; 𝑥𝑛−1, 𝑡𝑛−1 > = 1 𝜔(𝛥𝑡) 𝑒 𝑖𝑚(𝑥𝑛−𝑥𝑛−1)² 2ℏ(∆𝑡) . (68) Vamos agora observar a ortogonalidade do braket posição na representação de Heisenberg em tempos iguais, sendo < 𝑥𝑛, 𝑡𝑛; 𝑥𝑛−1, 𝑡𝑛−1 > |𝑡𝑛=𝑡𝑛−1 = 𝛿(𝑥𝑛−𝑥𝑛−1) (69) Com isso obtemos que, 1 𝜔(𝛥𝑡) = √ 𝑚 2𝜋𝑖ℏ(𝛥𝑡) (70) Para resumir, quando o tempo é muito pequeno temos que, < 𝑥𝑛, 𝑡𝑛; 𝑥𝑛−1, 𝑡𝑛−1 > = √ 𝑚 2𝜋𝑖ℏ(𝛥𝑡) 𝑒 𝑖𝑆(𝑛,𝑛−1) ℏ . (71) A expressão final para a amplitude de translação é então obtida, < 𝑥𝑁 , 𝑡𝑵; 𝑥1, 𝑡1 > = 𝑙𝑖𝑚𝑁 →∞( 𝑚 2𝜋𝑖ℏ(𝛥𝑡) ) 𝑁−1 2 × ∫𝑑𝑥𝑁−1 ∫𝑑𝑥𝑁−2 … ∫𝑥2 ∏ 𝑒 𝑖𝑆(𝑛,𝑛−1) ℏ , (72) 𝑁 𝑛=2 Vamos definir agora um novo operado integral, de dimensões infinita, dado por ∫ 𝐷[𝑥(𝑡)] = 𝑥𝑁 𝑥1 𝑙𝑖𝑚𝑁 →∞( 𝑚 2𝜋𝑖ℏ(𝛥𝑡) ) 𝑁−1 2 × ∫𝑑𝑥𝑁−1 ∫𝑑𝑥𝑁−2 … ∫𝑥2 , (73) Com isso podemos então reescrever a eq.(72) como, < 𝑥𝑁 , 𝑡𝑵; 𝑥1, 𝑡1 >= ∫ 𝐷[𝑥(𝑡)] 𝑥𝑁 𝑥1 𝑒 𝑖 ∫ 𝑑𝑡 𝑡𝑁 𝑡1 𝐿𝑐𝑙á𝑠𝑠𝑖𝑐𝑜(𝑥, �̇�) ℏ , (74) Essa expressão é conhecida como integral de caminho de Faynman, e ela deve ser integrada sobre todos os caminhos possíveis. Conclusão. A eq.(74) é o propagador da MQ dado pela ação da MC. Esse é um curioso caso da física onde duas teorias com bases diferente permitem se fundir para descrever um fenômeno. E o que prova a elegância do trabalho desenvolvido pelo Faynman é que a sua equação para a integral de caminho satisfaz a equação da onda de Schrodinger dependente do tempo, 𝑖ℏ 𝜕 𝜕𝑡 < 𝑥𝑁 , 𝑡𝑵; 𝑥1, 𝑡1 > = − ℏ 2𝑚 𝜕2 𝜕𝑥2 < 𝑥𝑁 , 𝑡𝑵; 𝑥1, 𝑡1 > + 𝑉 < 𝑥𝑁 , 𝑡𝑵; 𝑥1, 𝑡1 >. (75) A eq.(74) e seus passos anteriores não devem ser visto como uma dedução, pois o que consideramos aqui foi um conjunto de regras e o misterioso comentário do Dirac. Depois de alguns anos descobriu se que as integrais de caminho podem ser usadas em teoria de campos e mecânica estatística dado que a função do propagador usando (**) é a função partição da mecânica estatística. Então podemos encerrar esse trabalho onde mostramos, de forma não muito elegante, que a MQ e a MC concordam uma com a outra sob certas aproximações e satisfazem a equação de onda de Schrodinger.
Compartilhar