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Patologias cirúrgicas do intestino delgado e grosso – Lilian Ferrari •A maioria o tratamento é médico •Enteropatias bacterianas, virais, parasitárias, neoplásicas... •Principais causas de indicação cirúrgica: ✓Obstrução intestinal ✓CE intestinal ✓Neoplasias ✓Intussuscepção ✓Megacólon Obstrução intestinal •Classificação em relação a: •Condição do fluxo intestinal •Pode ser parcial ou incompleta •Total ou completa •Etiologia: •Mecânica simples •Estrangulantes Obstrução mecânica simples - Intraluminal: obstrução do fluxo por algo que entra dentro do lúmen intestinal. - Intramural: quando algo que esta na parede do intestino causa uma obstrução. - Extraluminal: algo fora do intestino causa uma obstrução. -- Quando tem obstrução uma serie de mecanismos acabam causando essa dilatação antes da obstrução. No local da obstrução vemos necrose – isquemia do vaso, na luz intestinal vai ter distensão, perda de eletrólitos e fluidos, intestino cada vez mais atônico, aumenta carga bacteriana. Causando vomito, eructação, entre outros. Assim, tanto na obstrução simples como na extraluminal haverá a mesma alteração clinica – inapetência, anorexia, abdome agudo – dor intensa no abdome. Obstrução por estrangulamento •Alterações similares à mecânica •Comprometimento vascular da parede do órgão ➢ Edema ➢ Hemorragia ➢ Necrose ➢ Ruptura da parede (mais comum do que mecânica) •Acentuado crescimento bacteriano podendo levar a peritonite. C.E. intestinais: Fisiopatologia: •Diâmetro – estômago / esôfago maiores •De modo geral, as obstruções proximais ou superiores (duodeno ou jejuno proximal) os sinais clínicos costumam ser mais rápidos: ➢ Vômito persistente, perda de secreções gástricas, desequilíbrios hidro-eletrolíticos, desidratação, hipovolemia rápida e intensa, óbito em 3 ou 4 dias. •Obstruções distais ou inferiores (jejuno distal, íleo, junção íleo-ceco-cólica), o curso é mais incidioso: ➢ Anorexia intermitente, letargia, vômitos, permanecem por semanas. - O diâmetro do esôfago e estomago são maiores que a do intestino – então é comum o CE conseguir passar pelo esôfago, estomago e ficar preso no intestino. Sinais Clínicos: - sinais inespecíficos •Cães: jovens •Gatos: CE linear •Vômito agudo (fecaloide) •Anorexia/depressão •Dor abdominal / distensão abdominal •Diarreia •Postura anormal •Desidratação / emagrecimento •Choque Exame Clínico: •Identificação de sinais •Palpação abdominal – palpar CE, gases, dor abdominal •CE na base da língua – não puxar, cortar •Colheita de líquido abdominal – abdominocentese •Exames hematológicos – comum na peritonite – leucocitose com desvio a esquerda com aumento de bastonete, mas também leucopenia – migração para o peritoneo – diapedese. Diagnóstico por Imagem: •RX: ➢ Sinais de obstrução (gás – porém qualquer gastroenterite causa gases) ou CE. ➢ CE linear: vemos pregueamento. ➢ Contrastado – sulfato de bário / suspeita de perfuração usar iodado (iohexol): delinear o CE, defeitos de preenchimento da parede gastrintestinal, atraso no trânsito, deslocamento das alças. •US: ➢ Visibilização do CE ➢ Motilidade - Valvula íleo-ceco-colica – CE não passa. Tratamento: •Clínico – não operar. ➢ Alguns CE progridem sem exigir tratamento cirúrgico – dependendo do tamanho do CE. ➢ Principalmente se o CE estiver no intestino grosso – a não ser que seja um CE ponteagudo, mas também depende do sinal clínico. ➢ •Cirúrgico: •Indicações: ➢ Quando tem obstrução em qualquer grau ➢ Falha na movimentação do CE depois de 8 Horas ➢ Falha em eliminar o objeto em 36 horas •Tratamento imediato: ➢ Se tiver dor abdominal, febre, letargia, vômitos freqüentes (obstrução alta, ou em qualquer parte do sistema gastrointestinal que seja total). ➢ Na duvida fazer deste da lípase, para descartar pancreatite. •Enterotomia – tratamento cirúrgico – tirar o corpo estranho. •Enterectomia + enteroanastomose – tirar o segmento intestinal depois ligar a parte em outro segmento. CE linear? Ele é incidioso, tratamento variável, fazer varias mini enterotomias. **jejuno = irrigação parede galhos de arvore. -- No corpo estranho sempre fazemos a incisão aboralmente. -- Incisão sempre na borda antimesentérica, sentido oral – aboral. - Cirurgia que mais causam problemas é fazer a ressecção intestinal. Intussuscepção Invaginação de uma porção do trato gastrointestinal (intussucepto) para dentro do lúmen do seguimento adiante (intussuscepiente). - Isto é causado por uma alteração na motilidade intestinal. Fisiopatologia: •Vai ter uma obstrução por estrangulamento •Pode ser parcial com evolução para obstrução completa - Em filhotes a intessuscepção pode ser feita e as vezes se desfaz sozinha. •Pode ser Intermitente ➢ Curso crônico em alguns casos •Intensidade dos sinais pode variar com a localização •Mais comum na Junção íleo-ceco-cólica – onde tem a transição do intestino delgado para o intestino grosso. - Para uma alça entrar dentro da outra se o diâmetro entre elas forem diferente fica mais fácil. Causas: tudo que causa alteração na motilidade intestinal* - Enterites: •Parasitismo •Enterites Virais •Enterites Bacterianas •Dieta •CE •Neoplasias -idosos - Idiopáticas – não sabe porque - Iatrogênicas: •Íleo paralítico – por manipulação excessiva de intestino, alterando motilidade. •Aderências – intestino aderido a parede abdominal não consegue se movimentar. •Excesso de manipulação. Histórico: •Cães jovens (menos de 1 ano) – na maioria das vezes, comum em gastroenterites, parvovirose. Nesses cães há hipermotilidade causando intessuscepção. •Histórico de mudança de ambiente, cirurgia, doença intercorrente. - Sinais clínicos: •Diarréia sanguinolenta (hematoquezia – pode acontecer se problema for por exemplo na junção ileocecocólica), vômito, dor abdominal, massa palpável, depressão. •Palpação: massa em forma de “salsicha”. Diagnóstico por Imagem: - RX: •Sinais de Obstrução •Massa tubular com opacidade de tecido mole •Contraste – obstrução com estreitamento da luz intestinal. - US: •Padrão ouro •Muito útil •Lesão em forma de alvo** - segmento intestinal dentro do outro – fecha o diagnóstico. Tratamento: - Clínico: •Estabilizar e •Tratar a causa de base – se não tratar a causa base pode ter recidiva. - Cirúrgico: •Avaliar viabilidade das alças (edema, vascularização, se há perfurações) •Biópsias •Enterectomia+enteroanastomose •Enteropexia – sutura seromuscular e prende um intestino no outro, porém, ainda tem intussuscepção. Não é mais recomendado fazer. - As vezes consegue desfazer a intussuscepção, mas geralmente tem lesão sendo necessário fazer a enterectomia e enteroanastomose.
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